Nem um, nem outro
Escondo-me abaixo do inferno
E acima do paraíso
Para que não me incomodem
Nem bons, nem maus
Nem deuses, nem diabos, nem homens
Cansei de jogos e quero equilibrar-me
Apaziguar os pensamentos que se libertam
Das foices entortadas pela gênese
Só existe condenação para quem nela crê
E o purgatório não comporta tantas almas mornas
Em nenhum biombo me encaixo, permaneço caótico
Uma métrica desconhecida, além de comportamentos óbvios
Mas qual o míssil que me interceptará?
Qual radar me captará?
Se não estou entre a escala do bem e do mal
E desperdiço as explicações oferecidas
Contundidas pelo que é certo ou errado
Prefiro continuar deitado acima do paraíso
Ou de pé abaixo do inferno
Substituindo qualquer moral pelos meus desejos
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