Entrega
Deixo na estrada as ingênuas fantasias da infância,
E os esplendorosos castelos no ar construídos!
Após sucumbir a tanta ansiedade e inconstância,
O coração da sensação de dualidade foi destituído!
Despida de máscaras ou maquiagem encaro o eu-concreto,
O mesmo dantes, como num jogo de espelhos, distorcido,
Já não importa ser frágil, impulsivo ou abjeto,
Quando a real nuance da consciência vai emergindo!
Sem quaisquer cobranças entrego o pulsante sentimento
Ainda não de todo desejado, compartilhado ou compreendido
Recolho-me em aceitação às imposições do imparcial momento
Mas, a esperança se renova no peito tão confiante quanto aturdido!
Ao tempo cuja sabedoria somente no presente, enfim, reconheço
Outorgo plenos poderes de comandar ao seu dispor esse enlevo
E se por sua vontade me for negado o direito ao esperado recomeço
Prosseguirei amando livre da noção de possessão e do cruel apego!
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Denakiê,
Entrega diz coisas profundas.
Angela