Elegia a você
Pedaço de céu, na hora da aurora,
Canto de pássaro.
Canto de nuvem, banhada de lua;
Horizonte de março.
Letra de Vinícius, em voz de Caetano,
Cheiro de bálsamo.
Canção de Renato, em italiano;
Estátua no paço.
Boneca de pano, nas mãos de criança,
Sorriso sem mágoa.
O seu andar é mais que uma dança,
Gueixa sem mácula.
Dizer-te bela, e o que assim te faz,
É o que me deixa assim.
Paisagem da janela, quando o sol jaz,
Razão de ser pra mim.
Bela, doce aquarela,
Arco de água, regado a sol.
Aquela, esta, todas, é ela.
Sinfonia de rouxinol
Fêmea de Apolo, Orquestra a solo,
Deusa do Olimpo e céu.
Mulher de branco, alma encarnada,
Rainha do Nilo, corpo de Cléo.
Se céu existe, se o guarda um santo,
Tomem-lhe o manto, que esse seja seu.
Sei não existe, em áureo canto,
Brilho que me entorpeceu.
Reflexos de ouro, doce tesouro,
Cheiro de flor que feneceu
Sublime, infinito, único, duradouro,
Brilho que quero meu.
Este texto nao concorre à primeira fase do concurso
- Login ou registre-se para postar comentários