Desilusão
A desilusão é um cálice de fel
que transborda queimando a ilusão
escorre e faz poça no coração
afogando a nossa satisfação.
No ápice do desgosto, remôo
Rumino e trago o seu gosto amargo
Rejeitando, ponho-me em choro
Sinto-me mártir perante os algozes.
Em farrapos contemplo-me
Vejo-me com olhos invertidos
De uma alma pelo avesso
Sem chão, sem ar, sem brio.
Sinto-me frágil como criatura
Decadente, descontente...
Quem dera poder trocar minha pele
Como fazem as serpentes.
Célia Torres
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Célia
Triste, mas lindo poema de dor. Parabéns, Franci.