Coisa em vão.

Foto de Ricardo felipe

Sim, como tu sabes não sei esquecer-te,
ti esquecer é renegar-me,
é retirar o dançar da copa das árvores,
o amarelar de suas folhas,
é esquecer que sua queda é lenta e silenciosa.
Se vão em paz e encontram seu lugar ao solo sem alardear nada
e, mesmo assim, as admiro.
Afinal, amor meu, o que é belo não precisa ser urrado,
um sussurro apenas basta para aqueles à esperar o amor.
Rejeitar-te é tirar de mim e delas, toda a beleza.
Logo estou aqui alma minha
à ti buscar na memória,
pois só tu és casa dos sonhos.
E eu lhe devo homenagem.
Com as poeiras deste eu
de grão em grão, letra em letra, palavra em palavra
Ti erigirei obra, mesmo que pífia e irrisória, um ramo entre palmeirais, gota d’água neste mundo de frutas suculentas.
Só me faça a graça de saciar a sede de um piscar com todo eu, posto a ti um nada, a mim,
motivo de todo existir.
Com a argamassa barrenta da ignorância e a habilidade dos poucos anos, eu criança de colo neste mundo traçarei memória em minhas linhas.
Use de toda boa vontade caríssima com meus círculos ovalados,minhas retas irregulares
e meus ângulos distorcidos.
Estes rabiscos poderiam ser sol e árvores, pássaros e mãos dadas, você e eu.
Quando eu não souber dizer da dor que isto me faz,
se eu na minha insignificância não souber me explicar,
direi em sussurro,
neste zoar do mundo todo,
que tua ausência é pesar.
Terra da eterna paz, de córregos e gracejar.
Destas coisas belas que outros dizem tão melhor.
Onde a brisa faz vinco nas águas
Onde há o perfume dos eucaliptos molhados
e da mata que agradece em odor tão agradável as primeiras gotas do ano.
De serras, chapadas e tantas praias.
E naqueles locais em que sentem as sombras no abrasar dos meio dias.
Onde há cajus e pitombas.
O azedar ou adocicar das siriguelas.
Tu também estás.
Ah!
Há tantas mangas nestes meus mundos que saciariam a fome do mundo todo.
Rosas, e verdes, e amareladas,
doces e amargas, rijas e pastosas.
Aqui escorrego das goiabeiras
e me banho nas cascatas frias.
Caminho com cuidado nas pedras roliças e lisas e pego camarões por baixo delas.
Mas são só teus os cajus e as siriguelas,as pitombas e as mangas rosa,as goiabas, o peso das pedras do meu riacho
e os camarões por baixo delas.
Se eu me machucar por entre minhas matas filhinha.
Não se culpe.
Quem me manda ter pressa é o amor e nele ninguém manda.
Já, todo corte cura
E a cicatriz há de ser bela.
Será ela, o ninar de meus netos.
Só faz-me um favor querida.
No frio, na chuva incessante,
no caminhar destes tantos anos encostados;
em tudo aquilo que nos faz um pouco mais sós
e em que queremos abrigo, e cuidado, e calor.
Cobre um pêlo teu com estas palavras
e já não serei eu, coisa em vão da vida.

Foto de TrabisDeMentia

Saudades suas rapaz! Voçê falou que ía tentar mudar os ti´s por te´s lembra?rs! Voçê é fantástico, tão rico em detalhes! Que maravilha!

TDM

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