Poemas

Foto de Carmen Lúcia

Bailarinas

Leves, tão leves, mais leves que a própria leveza,
comparadas a uma linha tênue, sutil,
levadas por um sopro, aragem febril,
girando sempre, eternamente, sem partir,
sem ferir,sem dissuadir, sem iludir,
sem realmente ir...
Asas invisíveis, voos indescritíveis,
provam a si mesmas
a não gravitação entre Terra e céu,
entre corpo e alma,
entre céu e léu,
entre tudo e céu...
mundo a parte que reparte
enlevo,entrega,beleza, o surreal...
Pisam sem pisar, lançam de mansinho
sentimentos a fluírem em suave virada,
chuva de prata, tamanha é a força da arte
que dança, alcança o tudo e o nada
povoando o vácuo com a postura
de quem sabe, quem inspira, quem lidera,
quem ganha altura,
quem espera o momento exato de descer
e tristemente encarar a vida
a girar sem rodopios,
a contundir a essência
da coreografia –ironia –
maculando as rimas, os versos
a sonoridade da melodia,
a poesia nascida das bailarinas.

_Carmen Lúcia_

Foto de Sirlei Passolongo

Eu quero Deus amanhecendo em mim.

Eu quero Deus amanhecendo em mim.

Eu quero Deus amanhecendo em minha vida
diante dos meus olhos,
no meu coração...
No solo que meus pés tocarem.
Em minha’lma
e espirito.

Feito esse sol necessário às flores, ao trigo.
Necessário às marés,
às aves,
aos canaviais...
Esse sol
cuja saudade se espreita,
após longos dias de chuva.

Eu quero Deus amanhecendo em minha vida
Transformando as noites
em meras centelhas que antecedem as manhãs
Iluminando todo meu jardim
-As flores mais preciosas-
Minha família e meus amigos...

Eu quero Deus amanhecendo em mim.

_Sirlei L. Passolongo _

Inspirado em AMANHECER COM DEUS
de WESLEY SIMÕES

Foto de Sirlei Passolongo

Silêncio

Quando me vens em silêncio
o verso malogra
dentro de mim...

No teu silêncio,
a alma
regurgita tantos ais
que posso
ouvi-los
aqui.

_Sirlei L. Passolongo_

Foto de Valeria Sampaio

Nem os sonhos são meus

Não vim para destruir
Ou acabar com nada
Infelizmente minhas escolhas
Podem influenciar como não
Naquilo que outras pessoas desejam
Ou realmente querem.
Nem os sonhos são meus
Quando não são sonhados
Igualmente,
Em sincronismo.

Foto de Carmen Lúcia

Escrevo?

Escrevo...
a folha em branco me impele
provoca-me
convoca-me
remexe meus neurônios
os sentimentos à flor da pele
quer que me revele
que me rebele
trace recônditos da alma
a ansiedade que me transtorna
o momento em que me encontro.
Palavras se difundem
confundem as emoções
debatem-se em confronto
emudecem as razões.

Escrevo...
um emaranhado de letras
embargadas na mente,
de início, incoerentes,
mas que ganham sentido
de repente
à medida que descrevo
a verdade (in)contida
a palavra que não digo
o silêncio que consente
em calar o que sinto.

Escrevo...
no papel em branco
- meu cais-
onde aporto meu barco,
onde choro meus ais
onde volto e parto
e o branco do papel já não é mais
molhado e pardo
descreve a neblina
de pranto e de mágoa
expressa o que quero
o que grava a minha retina
mas que nunca revelo.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Unicidade

Creio em Deus trino
que me fez una...
Insubstituível.
Só um caminho me é admissível
além dos desvios que lançam aos desafios...
Sou como o rio
que serpenteia, contorna rochas,
permeia pedras e as pisoteia.
Não se desnorteia
para chegar ao seu destino.

Entre o sagrado e o profano
sou o meio termo...
Nem pura, nem mundana.
Sou humana.
Não vacilo...
No entrelaço das incertezas
fico com a óbvia certeza
de que o bem prevalece.
Procuro a isenção das ambigüidades
que confundem e roubam a tranqüilidade.
Caminhos confusos,
trilhados pela dualidade....

E nessa unicidade em que vagueio
passeio em cores e versos,
meu eu manifesto
ao colher de cada dia
a poesia
que me lapida em gestos de amor
em busca da beleza interior.

Carmen Lúcia

Foto de Diario de uma bruxa

Frases e pensamentos

"... " quando no passado voltar, no presente já cheguei à muito tempo. E cansei de te esperar.

Deby N. M.

Foto de Carmen Lúcia

Chega um tempo...

Chega um tempo que não tem mais graça
olhar a vitrine, tomar um bom vinho, dançar uma valsa.
Andar por aí, curtir o que vier, sentar-se na praça.

Chega um tempo que não entusiasma tanto
vestir roupa nova, gritar o que choca
e dançar um tango.

Chega um tempo que é outro tempo
rápido, escasso, sem tempo
de olhar à janela, dobrar a esquina,
perder a cabeça, buscar outra sina.

Chega um tempo que o espelho embaça
a beleza das coisas que antes via
e que o próprio tempo oferecia…
Vista agora através da vidraça.

Chega um tempo desprovido de vaidade
cada espaço se enche de verdade
o supérfluo se perde com a ilusão
e a vida perde um pouco da graça
dando lugar à razão.

_Carmen Lúcia_

Foto de Daniel Sales Rodrigues

ESTRELA CADENTE

Um dia sonhei tocar o céu
E vi estrelas da cor destes olhos teus
Enquanto a lua sussurrava amor;
Num despertar acordei-me a teu lado,
Segurava tua mão suavemente,
É que no momento do sonho
Eu apanhava uma estrela cadente!

Foto de Arnault L. D.

Agora que ela se foi

Agora que ela foi embora
e levou consigo a ventania,
posso as janelas todas abrir.
Posso perder a linha, a hora,
as cortinas, o vaso, o dia,
sei que nada vai do lugar cair.

Os papeis soltos na mesa,
a caneta e o caderno,
as folhas que não balançam.
O viver não tem surpresa,
calor verão, frio inverno.
Sonolenta é a paz da razão.

Mais nada a cobrar, ou pedir,
e a agenda livre... letargia
bom... vejo que tudo está bem.
Eu, inerte, não preciso ir.
A tarde vai na noite e esfria,
outro motivo algum não tem.

Tudo agora fez-se calmaria.
Eu temo: as inertes lápides,
d’onde o resto ao redor é além.
O ventar, que agora estia,
abandonando-me os revides
não mais se movimenta; estou bem.

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