Amargo coração, difícil respirar, aperto no peito, som nulo, apagado,
Sinto o mundo a desabar, sinto a vida a acabar e o sonho a murchar;
O Sol escureceu, arrefeceu, e escondeu-se solitário no meu coração esmagado,
O Luar esmoreceu, desencantou-se do seu desejo e retirou o seu véu lunar;
Onde estais astros celestiais? Aparecei! Que fazeis da vossa potência?
Não há calor, nem alegria, não há luar nem o namoro em amorosa euforia;
Está débil o caminhar, frágil o desejar, e o viver, brinca na impotência;
As raízes já amolecem, a firmeza doente a vacilar, no cantinho deste dia.
Onde estão as estrelitas que nos fazem brilhar o nosso olhar?
Onde está a alegria que nos faz rir e emergir no noso dia-a-
dia?
Onde está a beleza do Sol e da Lua e os seus raios que nos põem a dançar?
Meu Deus, tira-me este peso de cima, já sinto a alma cravada e a sangrar.