Chegou o dia em que eu deitei na nuvem, olhei pro infinito e lembrei,
De um dia qualquer da plenitude, e outro dia e outro ano,
Você sempre aparecia nas pinturas,
Eu, feito criança caia em choro com dúvidas,
Quem sabe quanto a minha autonomia,
Quem sabe do meu poder,
Ou então do meu existir
Ou do meu próprio duvidar...
Você me acompanhava feito pai segurando a mão,
Mostrava-me o caminho do inseguro e do insatisfeito,
Guiava-me pro retas tortas e descidas para o céu.
Enxugava meus prantos com o fogo ardente que vem de dentro,
Eu tinha você
Olhei pra exposição que brotava do meu seio,
Eu te enxerguei como aquilo que reaviva a carne como vida,
Te toquei e me queimei no fogo celeste que é vivo e é vida,
O que mantém a esperança, a vontade e o viver
Eu tinha em mim e pelos cantos deixei que o levassem
Para me entregar a metamorfose natural e espontânea
A qual eu mesma gerei.
Passasse de humano á vegetal.
Eu tinha, realmente, você.
Lamento,
Dá um sinal,
Traz o fogo e faz retornar o calor de ser,
O devir mostrou-se possível,
O vir-a-ser é necessário e preciso,
Neste momento, de desconsolo e volição,
Necessário é estar no ato da pintura,
É triste admirar a exposição.
(Andinho Yankee / andersophia@gmail.om)