Verão

Foto de HELDER-DUARTE

Novo dia

E veio um novo dia.
Mas como é ele?!...
Em que o vento, soprar não queria?!...
E calmas águas, descem o monte?

É o dia da Primavera.
O começo de nova era.
Já a neve passou.
E a fria chuva cessou...

O Sol brilhante e ameno aquece.
A erva verde ,cresce.
As flores do campo perfumam.
As aves alegremente, cânticos entoam.

Oh alegres cânticos entoemos!
Porque este dia lindo é.
Já ha muito que o queriamos!
Veio enfim até...

Eis que passou o Inverno,
De grandes tempos terríveis...
Mas hoje tudo é novo,
Eis que não foi impossivel.

Já o vento a árvore não fere.
Nem mais o sol de Verão, queima...
Há erva verde...
Que o lobo e o leão alimenta.

É Primavera...
Há vida,vida,vida!...
Há alegria!
Há vida, vida eterna!

Helder Duarte

Foto de Lou Poulit

O Beiço da Feiosa

Cansado demais para continuar meus trabalhos de pintura no ateliê, de falar com meu próprio silêncio, decidi dar um tempo a mim mesmo. Assim também, escapava um pouco do convívio com o senso crítico de artista plástico. Tinha e ainda tenho esse hábito. Em arte, faz bem de vez em quando apagar tudo o que há no consciente. Depois deixar que o subconsciente, onde de fato habita a arte, aos poucos recomponha toda a estrutura de critérios e conceitos. Fazia uma tarde morna e abafada, típica do verão carioca. A tática era escolher um lugar sossegado no calçadão da praia de Copacabana, de onde pudesse observar de perto as milhares de pessoas que vão e vem caminhando. O apartamento da rua N. Sra. De Copacabana, onde havia instalado o ateliê, era de fundos e de lá não se via ninguém. Um artista precisa observar, muito, como um exercício diário. Apenas observar e deixar que seu silêncio assuma o lugar do piloto. Então uma série de impressões, não apenas luz e forma, serão armazenadas. E quando ele voltar ao trabalho elas estarão lá, disponíveis no subconsciente.

Depois de alguns poucos minutos esparramado numa cadeira de quiosque, já havia conseguido reunir tantas observações que era difícil mantê-las na mente de modo organizado. E ainda mais concluir alguma coisa daquela bagunça. Tentei interromper a observação para fazer uma seleção prévia sem novos dados. Muitíssimo difícil. Minha mente estava de tal modo seduzida pelo que estava em volta, que não podia evitar o assédio da sucessividade. Sempre que sentia a alma crescer e “viajar” nas próprias avaliações, subitamente era trazida novamente ao fundo do abismo por alguma sensação irresistível, como num grande tombo, que só poupava a cadeira de plástico. Tentei fechar os olhos então, mas isso também se mostrou inútil, ainda pior. O estímulo causado pelas demais percepções, que dessa forma ficam mais conscientes do que o normal, era poderoso o suficiente para provocar a mais estranha angústia de não ver com os olhos. Reabri-los seria quase um orgasmo!

Mas depois de um obstinado esforço consegui finalmente identificar algo suficientemente freqüente e interessante: muitas pessoas aparentam imaginar que são alguma coisa muito diferente do que aparentam ser! Talvez ainda mais diferente do que na realidade sejam. Achou confuso? Não, é muito simples. Veja, o nosso senso crítico tem a natural dificuldade de voltar-se para dentro, ademais, os defeitos dos outros não são protegidos pelas barreiras e mecanismos psíquicos de segurança que criamos para nos defender, inclusive de nós mesmos. Por exemplo, um jovem apenas fortezinho e metido numa sunga escassa, parecia convencido de ser uma espécie de exterminador do futuro super-dotado. Um senhor setentão, parecia convencido de ser mais rápido e poderoso que o Flash Gordon (um dos primeiros desses super-heróis criados pela fantasia americana do norte). Uma mulher com pernas de uma cabrita, difícil descobrir onde guardara os seios, fazia o possível para falar, aos que ficavam para trás, com uma linguagem de nádegas, que na verdade mais parecia uma mímica de caretas.

Mas houve uma outra (essa definitivamente feia, tanto vindo quanto partindo) que me surpreendeu, me deixou de fato muito fulo da vida, me arrancou dos meus pensamentos abrupta e cruelmente: vejam vocês que ela torceu o beiço pra mim, em atitude de desdém, como se eu houvesse dirigido a ela algum tipo de olhar interessado... Onde já se viu?! Quanta indignação! Ora, se com tanta mulher bonita no calçadão de Copacabana, de todos os tipos e para todos os gostos, passaria pela cabeça de alguém que eu dirigisse algum olhar interessado logo para ela? Só mesmo na cabeça dela.

Assim que ela passou me aprumei na cadeira, levantei-me e tomei o rumo de volta para o ateliê. A princípio me senti muito irritado com aquela feiosa injusta, no entanto, como caminhar no piloto-automático facilita as nossas reflexões (embora aumente o risco de atropelamento) já a meio-caminho havia mudado de opinião. Não quanto à sua feiúra, nem tão pouco quanto àquela grosseria de sair por aí torcendo o beiço para as pessoas, inocentes ou não. Mas o motivo de promovê-la a feiosa perdoável era o seguinte: sem querer, me ofereceu muito mais do que havia saído para procurar! E por quê?

Bem, antes de mais nada demonstrou ter se apercebido de mim. Não tenho esse tipo de necessidade, normalmente faço o possível em espaços públicos para não ser percebido, mas o fato é que algumas centenas de pessoas também passaram no mesmo intervalo de tempo sem demonstrar nenhum julgamento, nem certo nem errado, bom ou ruim.

Ora, o meu objetivo ao sair não era o de fugir do julgamento alheio, mas sim do meu próprio senso crítico, que mais parece um cão farejador infatigável e incorruptível (capaz de desdenhar altivamente todos os biscoitinhos que lhe atiro), sempre fuçando eflúvios psíquicos e emocionais nas minhas reentrâncias almáticas. Outro ponto a favor da boa bruxinha: o julgamento alheio desse tipo (au passant) não permite qualquer negociação, como acontece por exemplo quando criamos subterfúgios e argumentos para falsear nosso próprio juízo, às vezes oferecendo até uma boa ação como magnânima propina!

Pensando bem, ela me deu algo muito mais importante. Pergunte comigo: não seria razoável imaginar o tipo constrangedor de reação que ela recebe quando homens jovens, bonitos ou interessantes têm a impressão de perceber alguma intenção no olhar dela? Claro, não apresentando nada de bonito nesse mundo onde todos somos tão condicionados à superfície das coisas e pessoas, qualquer reciprocidade seria mais provavelmente uma gozação. Então, nesse caso, a minha presença (não intencional) na prática ofereceu a ela a generosa e graciosa oportunidade de se vingar! Ou, dizendo isso de uma forma mais espiritualizada: de restaurar sua auto-estima e elevar o nível dos seus pensamentos. Quer saber? Me deu uma vontade de estar lá todos os dias.

Depois de algum tempo, certamente eu a levaria às portas do céu! Isso parece muito penoso? Nadica de nada, esforço nenhum. Veja bem, eu precisaria de muito mais tempo, abnegação, e força de vontade (dentre outras) para levá-la às portas do céu por meios, digamos, mundanos! Isso seria tarefa para um desses rapazes “bombados”, cheios de tatuagens, pierces, juventude e vigor, e sem 40 anos de alcatrão nas paredes arteriais! Nunca leram o Kamasutra, ou O Relartório Hite, ou coisa do tipo, mas pra que? Quando eu era jovem não os tinha lido ainda e não senti nenhuma falta disso.

Em resumo, de quebra ainda fiz a minha boa ação do dia e assim posso manter a esperança de chegar algum dia às portas dos céus, digo dos céus celestiais, lugar cuja direção desconheço completamente... Agora, penoso mesmo (e definitivamente brochante) seria encontrar a dita cuja lá! Sim, por ter chegado antes ela poderia sentir-se à vontade para fazer o meu julgamento e proferir solenemente que todas essas palavras que aqui escrevi não são mais do que uma mísera propina, só para liberar a minha mísera auto-estima do meu sentimento sovina de rejeição! Se assim acontecesse, eu não daria mais para a frente o passo consagrador, ao invés disso daria muitos de volta (sem saber em que direção ficaria o meu ateliê). Ainda juraria para todo o sempre aceitar o meu próprio senso crítico (assim como as demais pessoas comuns do meu convívio) e nunca mais sair do ateliê, interrompendo o meu processo produtivo, com o mesmo fim.

Copacabana, mar/2006

Foto de Jamili

Ainda te amo

Um vento forte balança minha alma,
Mexe de uma forma incrível com tudo que ali abita,
Simplesmente por lembrar de sua presença.
De momentos que sem que esperávamos se foi....
Como a ave a procura do verão...

Dentro de mim ficou apenas
A saudade que dói e machuca,
Mas que consola o aflito coração,
Que se desespera, e chama pelo seu nome;
Que se perde em meio ao vazio de uma noite escura.

Sonho? Talvez, mas acordar foi como...
Uma flecha ultrapassando meu peito.
Ah! Como seria bom, se eu pudesse,
Ao menos te tocar, sentir que dentro de você
Ainda existe, mesmo que uma quantia mínima:
Um pouquinho de mim!

Só espero sua felicidade...
Pois só assim serei ao menos um pouco feliz.
O porque só Deus sabe,
O que eu sei é que te amo e vou te amar enquanto eu viver...
E quem sabe se depois disso não vou continuar te amando.
Tenha a certeza que sim!

Foto de Hisalena

A tua boca...

A tua boca tem o mel das flores,
tem o calor de muitos amores,
tem o silêncio forte de muitas dores,
tem a brasa quente de muitos ardores,
tema a doçura mágica de mil sabores.
A tua boca tem o calor do sol de Verão,
tem a incerteza do sim que era não,
tem a chave do que fechas no coração,
tem a mais pura e doce tentação,
tem a sincera e verdadeira emoção.
A tua boca tem segredos por descobrir,
tem o amargo das lágrimas ao partir,
tem a magia que me faz ver e sentir,
tem o que ficou de um sonho ao cair,
tem mil segredos num cofre por abrir.
A tua boca é pouco mais que ilusão,
a tua boca é um sonho por concretizar,
a tua boca encerra essa doce sensação
de um beijo que apenas posso imaginar!
HP//

Foto de MARTE

NO SILÊNCIO DO MOMENTO

És a lua em noite escura

Para clarear o meu caminho

Sou o sol com chuva para

Mostrar-te o arco íris em

Meio ás gotas que caem em

Frente da tua janela

Sou o vento, a brisa fresca que

Te agrada, te refresca nas

Tardes quentes de verão

És o perfume das flores

Para me encheres de prazeres

Em madrugadas de amores

Sou o teu paraíso, me ato e

Desato para te ver sorrir

És a minha estrela guia que

Reflete a direção certa para

Onde tenho que ir

Sou o teu capricho a tua manhã

O teu pecado mais sublime

És o ar que necessito

Para respirar o meu caminho a seguir

Pois....

Como é bom sonhar com os olhos abertos!

http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=MARTE%2FJCARVALHO&btnG=Pesquisa+Google&meta=

Foto de Peter

A Lagrima

A Lagrima caiu
O Sonho acabou
E esse amor partiu
O mundo desabou

O coração que palpitava
Parou pois o que sonhava
Não era mais do que uma ilusão
Com o tempo e realidade transformou-se em desilusão

A dor destrui o coração
O sonho de uma noite de verão
Acabou por se tornar num pesadelo

Como um barco a deriva
Assim fiquei porque acreditei
Porque te quis e sempre sonhei...

Porque nem todas as hitórias de amor
Tem um final feliz, esta dor
Este coração despedaçado
O ser destroçado
E um amor inacabado...

Foto de Sirlei Passolongo

FANTASIA

Coração!

Porque você foi amar alguém assim?

Você não pensou em mim...

Não se importou com meu sofrimento

E se entregou sem pensar no fim.

Esqueceu que meu sonho era um amor eterno.

Não era essa dor que faz em migalhas você e eu,

Nem esse frio em dia de verão...

Muito menos esse medo de não mais sorrir,

Porque meu sorriso nesse amor se perdeu

Ah! Coração...

Você não percebe que apenas sofre e chora,

Que todos os dias, um pouco de ti está indo embora

Faz planos que não se realizarão...

Precisa aprender... É hora de desistir.

Ainda há tempo... Deixe essa paixão sair.

Coração!

Pare de sonhar mentiras...

Levando-me a sonhar doces momentos,

Olhe pra você! Murchando um pouco a cada dia,

A brasa dessa paixão te destrói por dentro...

Incendeia as minhas ilusões..

Decompõe em cinzas nossas emoções...

Nascemos pra amar...

Não para chorar... Um amor de fantasia.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos reservados a autora.

Foto de alexandrebatista

Férias Interplanetárias

O meu destino preferido é ir a Marte
Enquanto não é possível só posso andar na Lua
Ou então, ir à praia, apanhar o Sol deste Verão
E tenho Mercúrio para curar as queimaduras deste Sol

E nesses dias de Saturno
Vou mergulhar nesse mar de Neptuno
E ao menos, levantar os pés assentes da Terra
Ir aos saldos das camisas, num planeta que se chama Venús

E uma vez pUrano
Não volta vem o Plutão
Na bola há craques novos, Como o Júpiter ou o Falcão
Os velhotes são estrelas cadentes
E o Real tem constelações, são os galácticos

Tanta conversa,
Mas um um dia hei-de ir a Marte
Enquanto não é possível, vou andar na Lua
Ir a mar, mergulhar, afastar a solidão
E já nem Mercúrio cura as feridas deixadas, no meu coração

Porque eu só quero ir a Marte
Eu sei que um hei-de ir a Marte
Eu sei que um dia vou a Marte.....

Foto de Fernando Inazumi

ANJOS DA NOITE

Cai a noite.
Anjos na porta batem, tocando minha alma flamejante. Sonho.
Sinto minha alma voltar para o meu corpo, quente como o calor do Sol, a aquecer o frio de minha alma.
Um suspiro me vem à cabeça.
Penso ser a última gota do meu sangue, a devorar meu corpo coberto por cascas da imoralidade.
Queimo no fogo do inferno, a culpa da minha fraca existência.
Um ser recalcado pela ignorância de outrora, que bate de frente com a vida imposta.
Ah! Vida, despeja em mim sua emoção. A dor de estar vivo.
Vivendo de emoções, a resposta que justifica a minha existência, ínfima diante da grande roda gigante, carrossel de ilusões, perfume da vida.
Anjos da noite vêm me despertar para o lúdico, o imaginário. Trazendo consigo esperanças. Sonhos ingratos me fazem sofrer.
Trás para mim a lembrança do mundo perfeito. A dança que movimenta meu corpo, minha alma vai de encontro à sua, em perfeita sintonia rítmica.
Doces ilusões, sonhos de uma noite de verão. Acordo para as cores gritantes da vida cotidiana, forasteira.
Anjos da noite.

Fernando Inazumi
sexta-feira, 05 de janeiro de 2007.

Foto de francesinha

Você é especial

você é especial...
como atalho
que reduz a distância
como a ponte
sobre as águas
como a flor
na primavera
como abrigo
no deserto
como chuva
de verão
como farol
que brilha a noite
como orvalho
que rega a terra

você é especial...
como o fogo
no inverno
como a voz
do passaro
como as águas
para a terra seca
como as areias
do mar
como o colo
da mãe
como a segurança
do pai
você é...
especial!!!

Páginas

Subscrever Verão

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma