Vento

Foto de Carmen Lúcia

Eu serei com você

Em qualquer tempo, qualquer momento,
sopro do vento, piores tormentos,
brisa leve, calor que se atreve,
eu serei com você...

E serei pra você...
O caminho que falta,
o torpor que ressalta,
o pranto que alivia,
o lirismo da poesia,
o sorriso do rosto,
a delícia de um gosto,
o braço que segura,
a mão que se aventura,
parte de sua jornada.

E juntos seremos...
O amor a se expandir
na imensidão, a luz a invadir...
Seremos lua, prata do luar,
nosso sol a despontar
aos olhos das manhãs,
escoltando travessias,
sugerindo recomeços,
divulgando o direito do avesso
e a incrível arte de amar...

(Carmen Lúcia)

Foto de João Victor Tavares Sampaio

O Orfanato

- O Orfanato

No orfanato
Toda linhagem de enjeitado
Toma a forma de legião

Todo o povo da região
Passa-nos com o ego apontado
Acusando nossa rejeição

E a sombra que aqui relato
Desnuda a treva em ebulição
Sonho irrealizado

Presente desembrulhado
Futuro em suspensão
A humilhação em seu recato
Frio, destrato

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O Sol é falso, losango angular.

Umas poucas crianças cantam.

Outras tantas crianças gritam.

A volta da escola é lenta e singular,
Pois não há ninguém há esperar.

O vento espalhar seu vento, e a folhagem.

Uma nuvem nos faz pajem.

Nosso ritmo é policial e folhetinesco.

Reside o medo do grotesco.

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Os moleques do orfanato são feios e não têm receio em admiti-lo, já que no verso de sua condição morava o adverso, o ridículo dos corações partidos, a brevidade de sua relevância.

Um deles riu-se automaticamente:
- Somos completos desgraçados!

Esta frase correu sem gírias ou incorreções.

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Os moleques
Sabendo serem desgarrados
Destravavam seus breques
Em serem desencontrados

Faltava-lhes o saber da identidade
Descobri-se em um passado plausível
Ver-se na evolução da mocidade
Em um lar compreensível

Mas não lhes foi dada explicação
Nem sentido da clemência
Nem pedido, nem razão
Para sua permanência

Viviam por viver
Por invencionice
Viviam por nascer
Sem que alguém os permitisse

Abandonados
No porão de um orfanato
Sendo assim desfigurados
No humano e seu retrato

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Os moleques eram órfãos
E eu estava no meio deles sem me envergonhar!
Minha vida é curta
Dura, diante dos comerciais contrários!
Meu cárcere é espesso, grosseiro, não derrete nem sob mil graus!
Subo mil degraus e não encontro o final da escada
E a realidade é tão séria como o circo ao incêndio dos palhaços,
Pois nem meu hip-hop consola mais a sombra da minha insignificância
E nem toda a ostentação suporta o peso da veracidade

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O mundo me usa
Ao agrado parnasiano
E me recusa
O verso camoniano
Não tenho honra nem musa
Não tenho templo nem plano
A vida é pouca e Severina
Louca e madrasta carnificina

Solidão
No meu retiro na multidão

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Somos uma falange
Outrora negada pelo sistema
Zunido como abelhas de um enxame
Invadindo os isolamentos propositais;
Nação sem cara
Homericamente mostrando seu rosto
Olhando a palidez da polidez
Sendo enfim mortos de fome.

Sendo enfim cheios de vida!
O braço que nos impede a pedir banha-nos com seu sangue;
Nós somos encharcados
Havendo assim a benção que ignoraram em prestar
A afirmativa de um futuro inevitável;
Matamos e nutrimos
O pavor que nos atira para a vida;
Somos assim não só uma falange como uma visão intransponível.

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Em esperar ter condições
Só restaria estacionar
Ao choro das lamentações

E logo quando o meu lugar
For definido às lotações
Na margem sem quem se importar

Ou mantenho insurreições
Ou vou me colocar
Abaixo das aspirações

Se calar minhas intenções
Alguém vai me sacanear
E se buscar santas missões
Cair no desenganar

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Estamos descontrolados!

- Foi ele, tia, eu vi!
- Não, eu não fiz nada!

- Cala a boca molecada!
Ou vai entrar na porrada
Cambada de desajustados!

Nem suas mães os quiseram
Desde o dia que vieram
E ainda bem que não nasci
No mesmo mal em que estiveram

Enquanto existir distração
Restrito será seu contato:
Problemas não chamam a atenção
Ao veio da escuridão
Silêncio do assassinato

Eu me calo e penso então
Em como o mundo é ingrato
Por sobras ajoelhadas
Firmo-me em concubinato
Em estruturas niveladas
Para minha exploração

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A noite chega aos esquecidos
E com ela sonhos contidos
De um sono forçado

Sinto-me encarcerado
No meu instinto debelado
Pelo pânico dos inibidos

E os olhares entristecidos
Cerram-se em luto fechado
Da morte sem celibato

Estamos envelhecidos
Tão jovens e tão cansados
Estamos aprisionados
Na cela de um orfanato

Foto de XandaoCM

Me deixe te amar

Versos jogados ao vento
Um poema sem sentido
Porém carregado de sentimento
E de lembranças que tenho contigo

Estou confuso, sem saber para onde ir
Querendo apenas tê-la do meu lado
Esperança vã de não vê-la partir
E de ser para sempre seu amado

Pense em mim
E se lembre dos bons momentos
Apenas diga sim
E deixe para trás os tristes lamentos

Se entregue ao amor
Não deixe tudo isso acabar
Estou cansado dessa dor
Me ame, e me deixe te amar

Foto de KAUE DUARTE

Sorte minha

Minhas opções são as petalas da margarida
Passo a passo tiro a sorte (bem me quer, mal me quer)
Por que tirar a sorte nessa flor,
Se posso depositar a sorte nela
Sorte minha meus pés não estarem enterrados no chão
Não preciso ter raízes limitadas em um vaso
Nem revezar entre sombra e sol
Não sou servido em Bouquet
Nem jogado ao vento pra tirar os males
Ah.. como é bom ser livre.

Kaue Jessé 14.06.2011 //*

Foto de ISRAEL FELICIANO

OS MENSAGEIROS

OS MENSSAGEIROS

Escrevi uma carta, para o meu amor, o vento foi o mensageiro , o tempo o guiou , esperei, a resposta que com o tempo ela chegou, em forma de chuva, no meu rosto a respingar, cobrindo as lagrimas que do meu rosto estavam a rolar, ao receber a resposta, que com o tempo veio sem tardar.
Enviei uma pergunta, as águas de um rio a levou, a resposta veio em forma de um terremoto, que abalou o meu amor, amor constante e insistente, que mesmo com o abalo não desanimou.
Enviei uma mensagem, beija flor ela levou, a resposta veio em uma rosa, não desabrochou o meu amor,insisti , insisti bem do sonho não esquecer, luta travada é para que o amor não venha a morrer.
Uma frase enviei, da mesma forma recebi, o tempo trouxe correndo , o vento o ajudou a chuva molhando o caminho ,deslizando depressa chegou ,, o rio murmurava,o beija flor a reclamar ,, o terremoto abalava todas as ondas do mar.
Ficaram todos sem entender porque da mesma forma voltou, o meu amor foi embora, e nem mais uma palavra, o meu amor enviou.

Foto de Marilene Anacleto

Concerto Matutino

O mar, os pássaros,
As árvores, o espaço,
O vento, as águas
Todos entoam o hino
Do dia que ora nasce.

Meu coração é júbilo
De harpas e violinos
Sou o maior instrumento
Deste concerto divino.

Foto de gregas

A essência da felicidade

A Sua graciosa arte, a ilimitada essência do Seu ser,
misturada com a vontade imortal da Sua criação,
revelando tudo num breve suspiro, a vida.

O vento sopra as mágoas da Sua obra-prima para bem longe.
A água apaga a raiva existente em cada animal.
O fogo, ilumina a fraca esperança do homem.
E a terra revela o sentido da vida de cada ser.

O esplendor da natureza, mostra-se no estado mais
belo existente, absorvendo cada ponto essencial da vida,
destacando-se um, o amor, por isso ama alguém e a vida
não passará num breve suspiro mas sim numa eterna felicidade.

Foto de MarcosHenrique

No Além-Mar

Pensando em ti, de mim, me esqueci.
Foi teu inefável resplendor,
Insuportável, pranteei em dor.
Teu prazer é meu coração partir.

Sentando, olhando o Cristo Redentor,
Busco, ao sussurrar do vento, encontrar
Uma simples razão p’ra te perdoar.
Longe, ainda, de mim, o teu amor.

Esse vento, agora, como orador.
Brade tudo que ficou em aberto.
Nesse momento, silêncio e rubor.

Passarei a vida inteira a tentar,
Desvendar esse destino incerto.
Não quero eu te ver no Além-Mar.

Foto de Marilene Anacleto

Jesus é Mesmo Meu Lume

Tudo escuro. Janela aberta
Não sei se é a hora certa
Para descrever pensamentos.

Chuva que pinga na calha, vários plim-plim, um alento.
Ao olhar pela janela, nada vejo, sinto o vento.

O pensamento voa com velocidade da luz.
De repente já estou lá nos tempos de Jesus.

O povo ali procurando, como sempre, um socorro,
Como hoje ainda acontece, todos querem o tesouro.

E Jesus vai atendendo o pedido de todo mundo
Sabe que têm mentes duras, necessário explicar tudo.

Sabe ainda Jesus, que eles não querem mudar
A lei dele é o Amor, seu exemplo veio dar.
Deixou claro que primeiro é preciso acreditar.

Lá vai Ele pelas ruas cercado pela multidão
Alguns querem a palavra, outros esperam pão.

E Jesus já nem descansa, apesar de ser humano
Nunca reclama de nada em qualquer lugar tira um sono.

Acordado pelas crianças, abraça-as sorridente
“Deveis proteger a vida, são a continuação da gente”.

Nas montanhas empoeiradas, estava eu ouvindo Jesus
Até hoje ainda me dói aquela lembrança da cruz.

Ele diz que isso é passado, que não há o que sofrer
Ressuscitou e agora vive no coração de quem crê.

Na montanha estou de novo, a ouvir atentamente
Passaram-se vidas e vidas, nada se perdeu no tempo.

Agora estou retornando ao meu quarto lentamente
O pingo de chuva na calha diz que cheguei normalmente.

A doce lembrança do Cristo e o Seu doce perfume
Marcaram-me todas as vidas. Ele é mesmo o meu Lume.

Foto de Carmen Lúcia

Em sintonia com a inspiração

Corre , inspiração, recolhe as palavras...
Não deixes que se percam por entre vazios
e morram sem terem dado ênfase à fantasia
sufocando versos que de ti espelham.

Dá-lhes vida imbuída de encantos,
abranda o barulho do vento, faze-o brisa
a soprar nos mais etéreos e profundos cantos
e que de lá flutuem colorindo o mundo.

Vai, inspiração, cumpre tua sina,
explora o poeta que arquiteta o que imaginas,
segue confiante, em cada esquina te espera
um artesão de sonhos que em ti confia.

_Carmen Lúcia_

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