Vazio

Foto de Antonio Alberto

ESTAMPAS DE LUA - POESIA DE ALBERTO ARAÚJO

Estampas de lua

É noite, a lua sorri...
e anuncia com seus clarins que:
suas estampas são abissais,
que o seu cântico alivia as dores,
e seu silente amor engana o vazio
e atravessa as paredes, os ouvidos...

Sabe-se que certas cidades
têm as estradas longas demais,
mas na transbordante aurora
a fonte da flor do amor está bordado
e o passaredo traz alumbramentos.

Quanto ao suor da noite
numa brevidade explosiva
traduzirá o sorriso em nossas mãos.

:::

Conchas acústicas
Assim veemente, rasgam os pensamentos.

E tudo por conta do vício do amor,
Abunda-se em certezas.

As luzes da pele macia se acendem
e afirmam que tudo na vida é absoluto demais.

Dos meus bravios sois;
do meu poético abajur;
vejo que existe CÉU:
E a cabeceira do rio mora em mim.

Nasci da esplendida arte poética,
E tenho a certeza que:
o mundo e suas folhas
durante breves dias,
em total alumiação unirão os corações.

©by Alberto Araújo.
18-09-12

Foto de Maria silvania dos santos

A saudade é só minha!

A saudade é só minha!

_ Já faz algum tempo que perdi um grande amigo, talvez ano , não me lembro bem quanto tempo faz, mas de sua pessoa, simplesmente minhas lembranças se refaz...
Em uma de nossas conversa, você brigo comigo, não quis ser meu amigo, hoje meu coração está ferido, perdido, sem um rumo certo a destinar, acho que a saudade vai me matar...
Ainda me lembro de sua pessoa, o quão era tão bom...
Falei coisa sem pensar, não imaginei que seu coração eu iria magoar e de mim você iria afastar...
A dor do arrependimento e da saudade em meu peito, agi como faca afiada, faz feridas, depois faz que vai embora, mas em seguida volta ao meu coração bater, porque tanto tenho que sofrer?...
Sincero carinho te ofereci, eu não queria ficar sozinha.
Mas de nada adianto, nosso amizade o vento levou...
Te pedi perdão, mas você inguinorou, diz que minha amizade para você tanto faz, enquanto eu te esquecer não sou capaz...
Hoje sinto sozinha, seu lugar de amigo em meu coração está vazio, ele é teu, venha o ocupar, estou a te esperar, se demorar, a saudade irá me matar, sei que a saudade é só minha e está sobrecarregando sobre meu peito, de saudade e não tem jeito...
Sei que vou sempre sentir saudade, mesmo que parta meu coração em estilhaço, viverei minha realidade, e sabe qual a minha realidade? É que te amo de verdade...

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de Bruno Silvano

Amor de Primavera

Primavera, ahhh a primavera... Era meados do mês de setembro, a estação ainda era o inverno, mas os dias passavam de pressa e se aproximava da primavera, as temperaturas eram bastante altas para a época, soava um vento típico da estação, não um vento qualquer, mas daqueles que sopram sem rumo, que são abafado, que nos prendem e trazem uma serie de pensamentos, reflexões. Estava sentado ali em uma rede improvisada em meio a natureza na fazenda de meus pais, tentando a todo custo ler um livro sobre astronomia, mas aquele vento não deixava, foliava as paginas, e me sacudiam na rede, provocando um nó no estomago.
Era apenas um garoto de 15 anos, sonhador, pouco sociável, possuía vários amigos, mas muitas vezes me alta excluía, me sentia diferente por nunca ter “ficado”, com uma garota, não por falta de vontade, sim por muitas vezes ter sido rejeitado, ou talvez não ter feito nada certo, como geralmente acontece.
O vento varria as folhas das arvores, carregava os pássaros mesmo contra sua vontade para o norte, que mesmo sem saber seria o melhor lugar para eles, e o vento me fez refletir sobre todos os meus quinze anos de vida, sobre o que faria de errado de errado, sobre o vazio que sentia dentro de mim, me deixava ainda mais cabisbaixo, não sei de onde tirava forças de passar uma aparência de uma pessoa forte e feliz para os outros. O vento se intensificou e me recolhi para dentro de casa. Estava bastante cansado, o dia seguinte seria bastante corrido, logo fui dormir.
Acordei cedo, com o barulho do carro de som que anunciava sobre um festival de balonismo que aconteceria próximo a cidade na semana seguinte, para marcar o inicio da primavera, fiquei surpreso ao saber que o grupo de voluntários da ONG do hospital poderia entrar de graça. Meus pais já haviam saído para o trabalho, e meu café estava pronto no microondas, comi rápido e parti para o hospital, onde vestido de palhaço faria uma espécie de Standart Comedy em prol de ver ao menos um sorriso de esperança e felicidade e o brilho nos olhos, daquelas pequenas crianças, que faziam tratamento contra o câncer, essa satisfação não tem preço e com certeza era o que me fazia dormir em paz e dava força para continuar sorrindo.
Nunca esperei ser recompensado com meu trabalho, sim eu era sozinho, sentia falta de alguém para abraçar, beijar, mas mesmo assim mesmo entre trancos e barrancos conseguia ser feliz. Muitas vezes ainda chegava em casa e tinha que arranjar ainda mais forças, pois meus pais brigavam constantemente. Pouco sobrava tempo para conversar com meus amigos.
Os dias passavam muito rapidamente e comecei a sofrer com a mesmice da rotina, estava um pouco quanto animado para assistir ao festival, que aconteceria no dia seguinte, mas meus pais não concordaram muito com a idéia, meu pai chegou bêbado em casa e pela primeira vez bateu em minha mãe, fiquei completamente sem saber o que fazer, corri para pedir socorro, mas fui atropelado por uma moto, cai com tudo no chão, meus pais não reparam, apenas se entreolharam quando me viram chegar em casa com a perna quebrada. Nunca me senti tão mal quanto nesse dia..
O dia do festival havia chegado, havia me desanimado um pouco, mas fui convencido por uma amiga a ir.
Era o primeiro dia de primavera e as flores já haviam todos brotadas, eram um espetáculo de cor, perfume e harmonia, é a estação da magia havia chegado e eu ainda não tinha encontrado um par ideal pra mim, uma garota que me quisesse, me amargurei mas logo esqueci com os show que estavam por começar.
Não era muito bom em detectar cheiros, parecia uma rosa misturada com uma dama da noite, era um perfume irresistível, não percebi que vinha de um garota que estava atrás de mim, até esbarra-la. Estava vestindo a camisa do Criciúma, o maior time de SC, as cores davam ainda mais ênfase a sua beleza, não consegui falar nada, tinha medo de fazer tudo errado como de todas as outras vezes e deixar aquela guria espantada, o silencio foi quebrado por minha amiga, que nos apresentou.
Seu nome era Júlia, para mim a mais formosa flor do campo, tinha cabelos pretos, media perto de 1,60m, não era da cidade, mas também se fascinava por espetáculos. Seus olhos brilhantes me hipnotizavam, me chamavam a atenção. Não era perfeita, mas era a Garota ideal para qualquer garoto, esperta, cheirosa, linda, e ainda acima de tudo torcia para o Criciúma.
O dia foi passando e ficava cada vez mais encantado, não consegui para-la de olhar, de conversar, o papo se estendeu até o fim da tarde. Já temia me despedir e nunca mais vê-la.
O sol estava se pondo e deixava o céu cada vez mais tricolor, que se entrelaçavam com Júlia, o sol com seu sorriso, seu olhar, e o amarelo e preto com sua camiseta. Me considerei o cara de mais sorte do mundo, por ter passado ao menos um pôr-do-sol com ela, fiquemos bem agarradinhos, fiquei com medo de beija-la.. Não sei se terei outra oportunidade, mas rezo para que ano quer vem ela apareça nesse festival novamente.

Foto de Maria silvania dos santos

Seu lugar vazio!

Seu lugar vazio!

Hoje pela madrugada, perdi o sono fiquei acordada, senti tua falta, sem sono fiquei estressada, deitada naquela cama grande e vazia, apenas eu nela tinha, madrugada de frio, seu lugar vazio, virei, revirei, a cada canto eu observei...

De te senti saudade, desejei sentir o calor de tuas mãos acariciando e aquecendo o meu corpo que de desejo afogueja.
O meu tesão era imenso, extenso, desejei lhe amar, tua boca eu quis beija-la...
Venha me amar, o meu corpo aquecer, te darei todo prazer que um dia você não pode ter...
Quero te ouvir gemer, sentir a essência do prazer.
Ainda podemos amar, na cama em qualquer lugar, estou a te esperar meu carinho quero lhe dar...

Autora; Maria silvania dos santos

Foto de EsperancaVaz

A NOITE

Imprevisível ela chega todos os dias
Assalta-me e choro em seu ombro
Deito em seu colo e descanso suave
Minha tristeza de solidão efêmera

Na esperança de ver o sol brilhar
Trazendo luz e certeza de vida
Pra deitar minha alma no amor
E acariciar sonhos de quimera

Infinitos noturnos, acaso crepuscular
Obscuridade de insônia no alvorecer
Feito criança queima meus sentidos
Com tua magia entranhas meu leito

Vazio catre de sonhos e desejos
Que ofuscam minha dor em lampejo

03/09/2012.
poesia registrada
(Esperança Vaz)

Foto de Carmen Vervloet

Hóspedes Desconhecidos

Sua cor eu desconheço,
desconheço também sua espécie,
mas seu canto agrada meus ouvidos!
É um canto melodioso e triste
que enternece o coração.
Sei que tomaram de empréstimo
meu ar condicionado,
(meu quarto é amplo,
por alguns dias não vou morrer sufocado)
nele fizeram seu ninho com esmero e carinho
e aguardam o nascimento dos filhotes,
cuidando com zelo dos preciosos ovinhos.
Nesta selva de pedras
precisamos dividir nosso espaço.
Os pássaros já não possuem
seu habitat original,
nem árvores, nem casas com beiral,
buscam qualquer cantinho, mesmo nada especial.
Fiquem passarinhos o tempo que for preciso,
encantem minha alma, despertem meu riso!
Sei que quando partirem
deixarão um vazio em meu aposento
mas meu coração, seduzido, ficará a espera
de um novo encantamento.

Foto de Rosamares da Maia

CÂNTARO DA VIDA

CÂNTARO DA VIDA

Parte do caminho te levarás só.
Sobre teus ombros — o cântaro da vida
— Este é o teu caminhar.
Também construirás o cântaro,
E encheras com a tua história,
Dela se fartará ou permanecerá vazio.
Mas, haverá a outra parte do caminho,
Nela aliviarás o peso das tuas vivencias.

É a hora de ensinar a tua arte.
Como viver esta dualidade?
Se ela em ti está em toda parte.

Ser caminho e caminhante,
Encher o cântaro da própria sede,
E ser a água, limpa e refrescante,
Traçar a equivalência entre força e suavidade,
Ser o Mundo — Gênero masculino,
E Terra — Mulher, gênero feminino,
Juntar os dois e ser companheira do teu oposto.
Se isto não bastasse!
Chorar, sorrir e parir.

Mulher, sempre carregarás o teu cântaro,
E este sexo não é o teu fardo,
Mas o múltiplo da tua trajetória.

Rosamares da Maia
Exposição em "Traços e Versosos" com David Queiroz - Niterói 2010

Foto de Rosamares da Maia

CORAÇÃO SUICÍDA

Coração Suicida

Meu coração é um poço profundo,
Mergulho em queda livre, sem fundo,
Mundo de identidade obscura,
Visão desfocada, formas profanadas.

Por ele circula uma dor antiga.
Inconsequente e por conveniência inexplicável.

Matéria amorfa, desnorteando o sentido.
Amor cultivado na região abissal.
A mágoa contida é solidão acompanhada.
Só a dor flui na nossa angustiada vida.

Mas, não amar o amor é lógica suicida.
Vaticínio de morte consentida.

Da nossa vida invisível emerge silêncio denso.
Mas, há você - viagem que faço sem rumo,
Como um passaporte para a insanidade.
Teu coração é poço profundo, sem fundo,
Onde depositei o expurgo de Minh ‘alma,

Mesmo assim desprovida da razão, creio,
Neste intangível castelo pulsa o amor!
Tênue sopro de ti, quase ausente, meu presente,
Espaço vazio e insipiente onde transpiramos
Vidas,...sobreviventes.

Rosamares
26/11/2009

Foto de Maria silvania dos santos

Voltei a ser criança!

Voltei a ser criança!

_ Sabe, Hoje sozinha navegando nas minhas imaginações de como poderia ser a vida, pude refletir no tempo a traz, voltando minhas lembranças do tempo que não volta mais , senti saudade.
Confesso que por um instante, voltei a ser criança, preenchi meu peito de esperança, pedindo a Deus que as realize, nesse momento naveguei profundamente, voltei ao passado, em seguida ao presente, notei que hoje o mundo é diferente, é bem mais cruel, já não existe mais tanta caridade, a compartilha é substituída pela maldade.
Hoje sou coberta por um manto de saudade.
Quanta saudade há em meu peito!
Do tempo que passou, o meu tempo de criança o qual em meu peito avia só esperança, em que eu via no futuro um mundo melhor e não este mundo de fazer dó, eu sentia esperança no sentir de uma criança, com tanta simplicidade que eu chegava a falar só, faria planos como se nunca houvesse a maldade para destruí-los.
Hoje, quanta saudade sinto das coisas que não existem mais, as quais o destino nos levou.
Hoje as vezes, apenas navego nas minhas imaginações, entre elas sinto em meu coração o toque de cada lembrança, lembrança do tempo que não volta mais, neste momento sinto tanta saudade!..
Saudade do meu tempo de criança, cheio de ilusões e inocência, o tempo que em cada coração avia a pureza que hoje já não se conhece mais, que as crianças andavam com as vestis rasgada, outra hora apenas com uma rasgada calcinha e uma chupeta já preta em sua boca e ninguém a desrespeitava, que a pobreza era de dinheiro, mas existia a riqueza da alma, a riqueza de espírito, onde a caridade, com o pouco que existia era compartilhado.
A amizade, era ou não era. Este é o tempo que ainda me provoca saudade, que ainda resta vazio em meu coração a ser preenchido, mesmo que seja apenas da lembrança e de esperança de um dia esta inocência voltar entre nós reinar.
A lembrança da pureza , e em que tudo era visto com amor e que hoje o vento levo!...
AUTORA: Maria silvania dos santos

Foto de Alexandre Montalvan

Paixão & Fogo

Paixão & Fogo

Paixão. . . eis que chama. . .
Sobe o fogo, o calor, queima em brasa
Como chama se queimou e se apaga
E agora o que resta.

Nada

Silêncio. . . eis que cala...
Explosões de sentimentos
Como o mar em seu lamento
Ao chocar-se com a rocha
A esmigalha
E agora o que resta

Nada

Meu Deus

porque a minha existência se contorce
entre o silêncio e a chama
se no fogo eu me queimo
e no silêncio. . . este vazio imenso
me acompanha.

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