Tristes

Foto de Bira Melo

ALMA MULTIFACETADA

A minh'alma é multifacetada,
Metade dela é maresia
Uma outra é poesia
Outras de outrora é pura ousadia.

A minh'alma toca sons
Sons que soam alegria
Alguns em notas breves
Outras dissonantes, que só são tristes poesias.

A minh'alma tá cansada
Desse mundo de agonia
Donde o homem machuca a natureza
Sem se importar com os próximos dias.

A minh'alma está dilacerada
Pela velocidade ciclópica dos dias
Homens correm pra ter sempre mais e mais
E não serem seres normais, o que deveriam ser hoje em dia.

Foto de paulo azevedo

para voce amiga CAROL...

È bom ter uma amiga como voce
Nas horas díficeis e na hora de zuar
Nos momentos tristes tentar me consolar
e no seu braço me encostar...

Amizade não se compra
Não se acha, não se vende
Amizade se conquista não depende
Só da gente

Um bom amigo é díficil de encontrar
É preciso procurar
Mas derrepente, você pode tropeçar e ver...
Alguém que lhe ajude a levantar.

Foto de Gideon

Frio, chocolate e saudade

A saudade esfria o meu coração
triste como é o sabor da solidão.
Como é amarga a saudade de você
que faz o meu coração gelado tremer.

Meus pés congelaram ontem,
zero grau subiu ao coração já frio,
meus olhos tinham preguiça de chorar.

As luvas pretas de algodão
tentavam barrar, em vão, as correntes geladas
que irrompiam nas minhas mãos.

Graças ao bom Deus congelar não permitiu
pois, para aquecer, eu esfregava
os meus pensamentos aos seus.

Logo estarei no fim da barra de chocolate
aí quero deixar o gostinho amargo bem guardado
prá beijar os seus doces lábios melados
e esquentar de vêz o meu coração gelado.

Quisera poder mexer no tempo
e fazer uma máquina de nuvens quentes
prá levar-me até você.
Tentarei hoje à noite
quando os meus olhos em sono profundo cerrarem-se.

Ah, mas não é assim, os devaneios da madrugada
não seguem as ordens de nosso coração
por mais vontade e saudades
que tenhamos de nosso amor.

Mas eu descobri um jeito de ficar perto de ti
por mais longe que estejas, farei poesias brancas,
coloridas, altas, baixas, cheias, vazias, alegres e tristes...

Os versos da poesia acariciam a minh'alma
como se as suas suaves mãos
cá estivessem ninando o meu coração.

Foto de Gideon

O Trem da minha sina

O sentido da vida
jamais poderemos saber,
os dias corridos e apressados
jamais poderemos reter.

Observo os outros, próximos,
que ao meu lado movem-se
pelo instinto do viver.
Vão e vêm sem perceberem
que uma sina oculta
cumprem sem merecerem.

Eu também da minha sina
não consigo fugir,
de tudo fiz, de tudo aprendi.
Faculdade de gente rica,
como diziam lá na vila,
profissão de família boa,
que não se consegue à toa.

Pois bem, por mais que tentasse
e tudo fizesse ao meu alcance,
cá estou em pé no trem parador
seguindo obediente pro meu labor.

A trilha do ruído dos trilhos
remete-me às histórias de meu pai,
que cumprindo por si também a sua sina
nos mesmos trens paradores e diretos
apertado e inconformado subia e descia.

Não, não entrego os pontos assim facilmente,
da bolsa de couro macio
saco a caneta e o caderno, paciente.
Anoto as expressões dos pobres coitados
e transformo-os em atores,
essa gente de recursos tão parcos.

Pelo vagão procuro feições tristes
prá rechear os meus tristes escritos,
mas sorrisos ingênuos e olhares candentes
surpreende a minh’alma de poeta reticente.

Volto-me para a minha própria condição,
passageiro desta tão pobre e nobre condução.
Na chupeta pendente agarro a minha mão,
pro balanço do trem não jogar-me na solidão.

Por de trás de meus óculos, disfarçado,
observo Maria de cabelos ondulados
e tosca roupa na moda dos rebolados.
Mastiga um chiclete já meio deformado.

Ela serve, quem sabe,
prá ser a minha heroína dum conto qualquer,
que insisto escondido ali existir,
e naquele cenário tão pobre
tento ainda alguma arte produzir.

Com uma das mãos sustento o caderno
com a outra a caneta retiro do terno.
Próximo à porta apoio as minhas costas.
As histórias de Maria
vou tentando dar forma
com letras tortas.

A sina da vida sofrida de Maria
insisto incluir no meu conto,
mas ela é bonita demais
e distraio-me com o seu encanto.

Um lugar prá Maria, enfim,
não encontro no meu conto.
Contudo logo percebo,
que o personagem que descrevo
sou eu mesmo,
que do trem da Central do Brasil
ainda é prisioneiro.

A sina da vida, insisto,
ainda quero incluir no meu conto.
Mas não é a realidade que de fato vivo?
Pergunto-me com desencanto.

O sofrimento do enredo
que sobrepõe a minha inspiração
vai desfazendo daquele conto
que não consigo continuação.

A minha sina parece que segue
no trem da minha vida
e cá estou de caderno fechado,
caneta no bolso borrado,
observando Maria que com charme
o chiclete ainda mastiga.

O balanço desse sofrimento
atormenta o meu coração
que é solitário de paixão,
Maria, quem me dera,
que prá ter o seu olhar tudo faria
mesmo que fosse por compaixão!

Na estação da Central
o meu sofrimento fita o chão.
O olhar de Maria se foi na multidão.
Meu caderno de escritos agora
descansa triste na minha mão.
Ainda ouço, ao longe, com emoção
o clamor da última pregação.

Anúncios saindo dos alto-falantes da estação
ecoam agora inundando o saguão.
Eu caminho apressado
esbarrando nos braços
de tantas marias
e em tantas mãos.

O poeta desce pro Metrô, frustrado,
e na escada rolante, agarrado.
desvia-se dos braços de esmola, esticados,
pendendo o seu corpo pro lado.

O conto sobre Maria
e o trem dos amontoados
ficarão prá outra viagem.
Quem sabe um dia sem esperar
a inspiração virá
e outras marias com outros penteados
serão heroínas do poeta,
que segue a sua sina
no trem dos desafortunados.

Foto de henrique ferreira de andrade

vida

Meus lábios trazem em si um sorriso,
E esconde das pessoas a dor que sente
Brinca, sorri e diz a todos que está feliz.
Não quer que ninguém saiba, que mente.
Afinal sabe que não adiantaria nada
Deixar as pessoas ao redor perceber
Que traz no coração angustia do vazio
Que descobriu existir por te perder.
Nada me faz acreditar que essa dor vou superar,
embora eu lute para minha vida continuar
Perder-te tirou me o chão e a esperança
Deixou-me amargurado e com vontade de chorar.
Meus dias hoje são tristes e tão vazios
Muitas vezes eu me pergunto a Deus o porquê,
Se esse amor era a razão de minha existência
Eu não entendo porque eu fui te perder.
Mas a dor que meu peito cala e fere
É traduzida pelos versos que agora estou a escrevendo
E se misturam as lagrimas rolam pelo meu rosto, em silencio.
em uma muda forma de te dizer, estou morrendo.
Em vão eu tento transformar essa tristeza e dor
Em lembranças suaves ou doce recordação
Porque só assim eu acho que conseguiria
Voltar a vida e recuperar a minha antiga ilusão.
Mas enquanto isso não acontece em minha vida
Eu me vejo cada dia mais solitário e triste
Eu te amei, te amo e não esconde de ninguém.
Sem você nada mais para mim, existe.

Foto de Paulo Gondim

Meus ais

MEUS AIS
Paulo Gondim
19/06/2008

Meus triste ais não têm fim
Partem da alma ao infinito
No lamento de meu grito
Que ecoa no ar
E se perde na saudade
De quem não quis ficar

E partiu como ventania
Desapareceu nos montes
E se fixou no céu, como astro
Que de longe ilumina a noite
E o mesmo vento como açoite
Me tortura, sozinho, no meu claustro

E comigo, meus ais
No soluço de quem ama
Que aos céus eleva o peito e clama
Por um pouco de carinho
Pela presença reclamada
Que se fez ausente, da pessoa amada

Assim são meus ais
Muito mais tristes, mais doídos
Abafados no peito, retraídos
Amarrados na garganta como nó
Na angústia constante de um coração só
Que já não sente o calor do afeto
E nem sequer a esperança de te ver por perto

Foto de Paulo Gondim

Doce lembrança

DOCE LEMBRANÇA
Paulo Gondim
08/06/2008

Te vejo na praia, na areia
Como sereia em sono leve
E antes que saias, que a onda quebre
E apague teu rastro, volto a te ver
E vejo a calma de teu corpo nu
Num sono de anjo
Ao som de um banjo
No vento sul

E nessa imagem, ao longe viajo
Nas asas do vento, no pensamento
Que me enche a alma
Tu vens como vaga, como ventania
Em sussurros da tarde
Que meu peito invade
De melancolia

E na branca areia de grãos pequeninos
Foram teus carinhos que me aqueceram
Na doce ilusão de tua presença
Ali, no descanso, nessa mansidão
Que de longe via, na doce magia
Dessa emoção

E o vento chegou, desta vez mais quente
Trazendo do mar o sopro da noite
Levando consigo o sol ao poente
Como viajante, num céu de cristais
E volto à areia, não te vejo mais
Ficou a lembrança, morreu a esperança
Na doce lembrança, de meus tristes ais

Foto de vulcão

O amor é uma arte

O amor é uma arte
Feita em dor e prazer
Quem ama sabe o que é
Mas nem sempre sabe o viver
São tantas as armadilhas
Que é impossível não cair
Tantas coisas são feitas
Irracionalmente
Tantas palavras são mal ditas
Tanto tempo perdido
Momentos mal vividos
Quem ama tem medo...
De deixar de ser
De viver
De cair e
Não saber levantar
De chorar e
Não ter um lenço p secar
O seu rosto que por vezes
Estará com formatos tristes
E mesmo que saiba a razão
Existe o medo
Do talvez
Do quem sabe
Do não existir
Do perder
Quem pode prever o amanha
O amor...

Foto de ana beatriz formignani

A VOCE"

A VOCE"

QUANDO SENTIR VONTADE DE CHORAR,
ME CHAME, QUE EU VENHO CHORAR COM VOCE.
QUANDO SENTIR VONTADE DE SORRIR,
ME AVISE, QUE EU VENHO PARA SORRIRMOS JUNTOS.
QUANDO VOCE SENTIR QUE TUDO ESTÁ ACABADO,
ME CHAME, QUE EU VENHO TE AJUDAR A RESCONTRUIR.
QUANDO VOCE ACHAR QUE O MUNDO ESTÁ
GRANDE DEMAIS PARA TUA TRISTEZA,
ME CHAME, QUE EU FAÇO ELE PEQUENO PARA TUA FELICIDADE.
QUANDO VOCE PRECISAR DE COMPANHIA,
NAQUELES DIAS NUBLADOS E TRISTES,
OU NOS DIAS LINDOS E ENSOLARADOS,
ME AVISE, QUE EU VENHO TE FAZER COMPANHIA.
QUANDO VOCE ESTIVER PRECISANDO OUVIR ALGUEM DIZER,
TE AMO...
ME AVISE , QUE EU VENHO DIZER A VOCE A QUALQUER HORA.
E QUANDO VOCE NÃO PRECISAR MAIS DE MIM,ME DIGA, POIS
EU SIMPLESMENTE IREI EMBORA...
POR QUE MESMO A DISTANCIA EU CONTINUAREI
AMANDO VOCÊ

Autor: ana beatriz formignani

Foto de killas

INÊS DE CASTRO

Tristes acontecimentos,
Estes que vou narrar,
A história de Inês,
A quem mandaram matar.

O amor mais puro,
E digno da memória,
Devotou ao seu amado,
Numa breve história.

Pedro e Inês,
Almas o amor juntou,
Por ele ela lutou,

A seguir alguém a matou,
Mas D.Pedro sempre amou,
E na vida a morte vingou.

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