Telefone

Foto de Fatima Cristina

Como foi que acabou??

Sento no sofa, entre um copo de licor, a tua voz soa no meu ouvido, acendo um cigarro e passado uns segundos outro.
Olho em volta, vejo tudo mas nao te vejo a ti, a ausencia de um homem que em tempos me fez feliz.
A tua colonia ainda no banheiro, a tua escova de dentes junto a minha, as tuas roupas lavadas no armario, como se nunca jamais me irei ver livre delas.
Um corpo que se foi, uma alma que passeia no meu quarto e se deita comigo, imagino o que fazes com ela, as mesmas coisas que fazias comigo.
Pego numa tesoura e corto o meu longo e encaracolado cabelo, que tu cheiravas sempre pela manha.
O creme que espalhavas pela minha pele, depois de um banho a dois...Tanta coisa que nao existe mais.
Mas e o teu amor?
Como foi que acabou? Como pudeste partir, sem sequer levar contigo os teus pertences que agora sao apenas amargas lembrancas.
Uma cama de casal, meio vazia, meio preenchida e uma dor completa.
Saio para a rua, em passos lentos recordo nos os dois na chuva a rir, o som do teu riso, o sabor do teu beijo.
E sem mais nem menos te foste, nao falaste que ias, apenas me abandonaste...
O que correu mal, que mal fiz eu para te perder ou para nao te merecer?
A musica ainda toca, vezes sem conta a mesma, o nosso cd, uma historia que ficou por contar.
Sera que `e sempre assim, quando comecamos a amar alguem, esse alguem nos deixa?
Um desejo de te ter fica agora num delirio.
A minha lingerie sobre a cama, a mais bela feita de seda, pronta pra ser observada por ti, pra ser vestida por mim e despida pelo teu tesao.
Como foi que tudo isso acabou?
Ligo te, na esperanca que atendas o telefone, oico a voz dela, do outro lado oico a tua, pegas no telefone e dizes "quem `e?"
Eu respondo "Como foi que acabou?"
Dizes " `e engano" e desligas.
Entao tudo fica de repente claro, foi engano teu quando me falavas que me amavas e foi engano meu quando acreditava.

Foi assim que acabou.

Foto de Cris Queiroz

Me pego a pensar...

Me pego a pensar

Me pego a pensar...
Será que lembras de mim?
Onde estará teu pensamento?
E estes teus olhos, para quem brilham?

Me pego a pensar...
Me pego a pensar...

A cada canto,
A cada esquina,
A cada lugar,
Lembro-me de ti,
Lembro-me do teu olhar,
E me pego a pensar...

A cada encontro com meu travesseiro
Sinto seu perfume,
Sinto seu beijo,
Sinto seu carinho,
E me pego a pensar...

Fecho meus olhos,
Vejo seus olhos...
E me pego a pensar...
Me pego a pensar...

Onde estará você?
Onde estará teu olhar?

Lágrimas de meus olhos caem...
Caem a cada canção,
A cada toque do telefone,
A cada mensagem,
Na esperança de vê-lo voltar...

E me pego a pensar...

Me pego a pensar,
Onde estará teu olhar?

Foto de cnicolau

Alma que fala

Todo dia quando me levanto
sempre me pergunto

porque estou aqui?
sozinho?
porque ela não esta aqui comigo?
porque estou sofrendo por ela?
porque senhor?

ELE nunca me responde

Então me levanto
e tento entender o que esta acontecendo
sei que fiz inúmeras coisas que me arrependo
sei que posso esta merecendo estar passando por isso

mas por favor

não me deixe desapontá-la
tudo o que te peço, é que me de forças
para conseguir fazer tudo por ela
tudo que ela merece

Olho para cima, e sei que ele me ouve
Prometo nunca mais pedir nada em minha vida

Então vou trabalhar
No caminho, o sol bate em meu rosto
e me faz lembrar das caricias dela
o vendo me corta, continuo andando
pego meu telefone e com medo de acordá-la
não ligo, deixo, e continuo caminhando
passos mais rápidos, começa a bater a saudade denovo
Olho novamene para o telefone
o tempo não passa, parece que se arrasta
e a única coisa que desejo naquele momento
é ouvir apenas a voz dela
sentir a música que sai de sua boca
entrando e me acalmando

a alma

me acalmando o coração
Por fim, chego no trabalho
ligo meu computador
a primeira coisa que faço
é mandar a ela uma mensagem
um bom dia que seja
algo que não a faça me esquecer
que a faça se sentir querida
que a faça sorrir
que a faça se sentir especial.
Pego o telefone e ligo pra ela
meu coração treme
minhas mãos ficam frias
meu peito fica apertado
e quando ela diz

Bom dia

tudo acalma
abre novamente o sol em minha cabeça
sinto uma sensação muito boa

E sei que o que pedi ao senhor
o senhor esta me dando
seja em um telefonema
em uma mensagem
em inúmeras coisas

Mas o senhor me fala apenas fazedo-a
sorrir para mim

Obrigado senhor, por me fazer
sentir o que a muito não sentia,
melhor,
o que nunca senti antes
Estou completamente apaixonado
e ainda por cima
sei que ela também me ama

E nada, mas nada
neste mundo vai
ser capaz de tirar ela de mim

Obrigado senhor

Tudo o que faço hoje
é agradecer para o senhor

Por ter me dado o melhor presente
que qualquer homem poderia ter
ganho em toda a sua vida
e o nome do meu presente é

KEYLA B.

Foto de Mor

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

Em época não muito distante, duas mulheres se encontram na maternidade de um hospital.
Joelma chega de uma cidade do interior e é internada, pois estava próximo o dia em que deveria dar a luz a uma criança. Lúcia, a enfermeira que atendeu Joelma sentiu naquele momento uma sensação estranha que nem sabia explicar.
- Qual é o seu nome?
- Joelma, Cláudia da Silva.
- Solteira ou casada?
- Solteira.
- É o seu primeiro parto?
- Sim.
- De onde é natural?
- Carminha.
- A que município pertence essa localidade?
- Canto Novo em Santa Catarina.
- Tem algum plano de saúde?
- Não tenho, vim encaminhada pelo SUS, meu parto pode ser difícil por esse motivo fui encaminhada para uma maternidade que tenha mais recurso.
Carminha fica no interior do estado sem qualquer recurso, nem Posto de Saúde existe naquele ermo sertão.
Fez o prontuário da futura mamãe e encaminhou a mesma para o setor de internação da maternidade.
Logo em seguida fez o relatório da situação da paciente, nos mínimos detalhes para ser entregue ao ginecologista de plantão daquele dia.
- Doutor a paciente vem do interior do estado, cuja localidade não tem condições de atender em caso de um parto difícil, o médico da cidade encaminhou a mesma para um hospital que tenha mais recursos.
- Você trouxe roupas para usar aqui na maternidade?
- Não, só trouxe comigo roupas que vim vestida e uma outra para quando retornar como também para o bebê, já tinham me informado que aqui na maternidade as roupas de uso durante a internação são fornecidas pela maternidade.
- Nem sei bem porque a maternidade fornece as roupas?
- Aqui temos os mais rigorosos controles de infecção hospitalar, para garantir a saúde da mãe e do bebê.
A enfermeira da ala de internação da maternidade recebeu Joelma, anotou seus dados levando-a ao quarto indicando a cama que por ela seria ocupada, mostrou o local onde ficava o botão para acionar a campainha em caso de emergência.
Joelma levava consigo somente as roupinhas para o futuro bebê, que ficaram guardadas no setor de internação.
As roupas para seu uso, bem como para o futuro bebê eram fornecidas pela maternidade, com isso evitaria o problema de infecção hospitalar. A maternidade tinha um bom conceito em relação ao problema citado.
Mais tarde, Lúcia a enfermeira plantonista, que recebeu Joelma foi até o quarto, para saber se tudo estava em ordem.
Ela ainda estava impressionada com o que tinha acontecido quando da chegada de Joelma, pergunta:
- Está bem acomodada não falta nada para você? Estava preocupada, pensei que não tivesse um bom atendimento, muitas pessoas que chegam do interior são relegadas a um segundo plano no atendimento.
- Até parece que seu relato mostra que o atendimento pelo Sistema Único de Saúde deixa algo a desejar.
Despediu-se de Joelma dizendo:
- Se necessitar de alguma coisa durante sua estadia aqui na maternidade, peça para a enfermeira de plantão me chamar, meu nome é enfermeira Lúcia, meu plantão está no fim logo eu retorno para casa, até amanhã.
E Joelma responde:
- Até amanhã e bom descanso.
Lúcia chega ao final do seu turno de trabalho, bate o ponto, troca sua roupa e vai para casa pensando:
- O que aconteceu comigo hoje? O que tem aquela mulher que vi pela primeira vez até parece um imã a me atrair, nunca me vi numa situação dessas.
Lúcia entra em seu carro, demora para acionar a chave e seguir em frente, até parece hipnotizada, diante daquela situação liga a chave e aciona o carro, sempre pensando:
- Será que o caso de Joelma é tão complicado? Como vai ser o nascimento da criança?
Claro que Lúcia como boa profissional estava preocupada, mas será que era só isso?
Finalmente chega a sua casa, entra no condomínio estaciona o carro e fica imóvel dentro dele e pensa:
- Como cheguei aqui, nem sei por onde passei, nem me lembro de quem encontrei no caminho.
Estava realmente fora de si diante de tal situação, finalmente sai do carro, dirige-se para o elevador e sobe para o seu apartamento.
Joga-se sobre a cama e fica delirando:
- Como pode acontecer tal coisa comigo, quem é ela, de onde veio, porque logo fui eu que tive que atender essa pessoa? Ela vai ser bem atendida, o caso dela pode ser grave se vier a falecer durante o parto, com quem vai ficar o bebê, será que vai nascer sadio?
Finalmente depois de algumas horas naquela situação Lúcia acorda daquele torpor e se levanta toma um banho e vai preparar o jantar, pois morava sozinha e não tinha companhia.
Sua mente ainda não tinha se acalmado daquela situação, continuava pensando.
- O que vou fazer, como vai ser amanhã quando chegar na maternidade, como terá ela passado a noite, certamente é a primeira vez que é internada em um hospital.

...

O pessoal da cozinha serviu o jantar para todos os doentes.
No hospital, ao cair da tarde, serviram o jantar para Joelma que estava calma, mas pensativa pela acolhida dada pela enfermeira Lúcia.
- Que bondosa ela foi comigo quando cheguei à maternidade, que primor de atendimento, muito diferente do atendimento dado nos Postos de Saúde do interior, me impressionou.
A enfermeira de plantão passa no quarto faz as recomendações necessárias e fala:
- Em caso de emergência acione a campainha que logo atenderemos.
Ela respondeu.
- Obrigado pelas orientações.
No quarto do hospital tinha televisão, assistiu o noticiário depois desligou, e fez suas orações.
- Senhor, protegei-me nesta noite, bem como meu bebê que está prestes a nascer, a todos que trabalham nesse hospital, principalmente a enfermeira que me recebeu quando aqui entrei, que ela seja feliz, peço pela minha família que ficou no interior, agradeço por tudo meu bom Deus Pai nosso que estais nos céus...
Logo em seguida adormece.

...

Lúcia em seu apartamento continua a pensar em Joelma.
- Será que serviram o jantar? Como deve estar pensativa longe de seus parentes.
A imagem daquela mulher não sai da sua memória, mas finalmente ela adormece.
...

Durante o sono já de madrugada acorda assustada, pois sonhara que a paciente que havia atendido a tarde tinha morrido na hora do parto naquela noite. Ao acordar fica pensativa:
- Será que esse sonho significa? Terá ela morrido, ou só foi um sonho meio maluco desses que sempre acontece comigo de vez em quando?
Vira para o lado e logo dorme novamente. Quando acorda com o ruído do despertador pensa:
- Vou levantar tomar banho e depois tomar meu café.
Em seguida ela vai até a garagem retira o carro; sempre impressionada com o sonho da madrugada, estava um pouco fora de si, na saída da garagem quase bate em outro automóvel que ia passando na rua pensa:
- Meu Deus o que estou fazendo? Quase bati meu carro.
Sai com mais calma e segue até a maternidade, ansiosa para saber como está passando a paciente que tinha chegado para a internação, estaciona o carro e vai direto até o setor da Maternidade e fala com a enfermeira chefe:
- Como vai Joelma aquela moça que foi internada ontem à tarde?
- Ela vai bem, entrou em serviço de parto na madrugada passou um pouco mal, pois o menino era grande pesou seis quilos é muito lindo e gordinho.
- Qual é o quarto que está?
- Está no quarto anexo a enfermaria número 3 e está passando bem.
- Vou fazer uma visita.
Lucia vai até o quarto que Joelma está internada bate na porta e entra.
- Bom dia como está passando?
- Agora estou boa, mas o parto foi difícil, o menino era grande e demorou mais, para nascer.
- Há pouco, ele estava aqui mamando depois levaram para o berçário.
- Qual é o número que tem no braço?
- É o número 3A.
- Depois eu vou lá ao berçário ver o menino.
Lúcia retorna, pois está na hora de começar o seu trabalho na recepção da Maternidade, continua pensando:
- Como será o menino; branco, moreninho e seus cabelos que cor têm, tudo imaginação.
Mas realmente quem não saía de sua memória era Joelma:
- Continuava pensativa. O que vou fazer quando entrar no berçário para ver o menino? Deixa isso pra lá.
Depois do almoço, Lúcia vai até lá, para conhecer o filho de Joelma, nesse horário quem estava atendendo o berçário era sua amiga Maria. Chegando Lúcia fala:
- Oi! Maria que bom que é você que está aqui, vim ver o menino que nasceu essa noite passada.
- Você sabe o número que ele tem no braço?
- Sim sei é o número 3A.
- Ele está no berço número 6.
- Lúcia chegou perto do berço e viu um menino robusto gordinho bem claro cabelos pretos ele estava enrolado numa faixa e dormia.
Lúcia se despede de Maria e volta para seu posto de trabalho. Quando na portaria chega um senhor de mais o menos 50 anos e pergunta:
- É aqui que está internada Joelma?
- Ela responde sim, é aqui que ela está internada e ontem a noite deu a luz ao um lindo menino, ela está passando bem.
- Quem é senhor?
- Sou o pai dela.
- Qual é o seu nome?
- João da Silva.
- Posso visitar ela?
- Sim pode, espere vou preparar seu crachá.
- Aguardo.
Lúcia chama uma atendente:
- Nair venha aqui leve o senhor João até o quarto anexo da enfermaria número 3 ele é o pai da Joelma que deu a luz a um menino ontem à noite.
- Sim, por favor, senhor me acompanha até o quarto.
Nair bate na porta e pede licença e fala:
- Joelma seu pai veio lhe visitar.
- Obrigada por ter trazido ele até aqui.
- Até logo, eu já vou.
O pai de Joelma entrou, cumprimentou a filha e perguntou:
- Como foi o nascimento do menino?
- Apesar de ter sido um pouco difícil ele nasceu forte e robusto.
- E onde ele está?
- Está no berçário.
- Ele não fica com você?
- Só vem aqui na hora de mamar e só faltam cinco minutos para o trazerem aqui, quando o papai vai conhecer seu neto.
Nesse momento Maria a atendente do berçário chega com o menino para ser amamentado e pergunta:
- Dona Joelma quem é esse senhor?
- É o meu pai ele veio me visitar e conhecer o seu neto.
- Pensei que fosse o pai do bebê.
Maria por curiosidade olha a ficha no pé da cama e nota que Joelma é mãe solteira e quem sabe nem saiba de quem é seu filho e pensa:
- Posso ter cometido uma gafe, em não ter olhado essa ficha antes, posso ter melindrado os dois com essa minha pergunta boba.
Maria aguarda até o final da amamentação, e do avô ver seu neto e ficar um pouco com o bebê no colo para, na volta, contar a sua esposa Virginia. Seu pai pergunta:
- Quando vai ter alta e voltar para casa?
- Não sei bem certo, mas devo ficar internada segundo o médico por mais quatro dias, mas depende de quando vem à ambulância para que eu possa voltar.
- Logo, que chegar à cidade irei falar com o prefeito para saber esses detalhes para telefonar e informar o dia que eles vêm.
- Quando o senhor for sair fale com a enfermeira Lúcia e ela lhe dá o telefone da Maternidade com todos os detalhes do dia da alta.
Estava chegando o fim do horário de visitas e o pai da Joelma iria se retirar à noite retornaria a sua cidade de origem, e disse:
- Eu vou até a Portaria falar com a enfermeira e depois vou voltar com a Ambulância da Prefeitura, espero que logo você retorne para casa, todos querem conhecer o bebê.
- Boa viagem papai; que Deus o proteja um abraço para a mamãe. Quando eu voltar vou relatar o que aconteceu aqui.
- Fique com Deus minha filha.
Chegando à Portaria a enfermeira Lúcia já tinha tudo pronto, entregou todas as informações ao pai de Joelma e disse:
- Obrigado por tudo que fez pela minha filha, que Deus lhe proteja em sua atividade profissional.
O senhor João partiu de volta para sua cidade de origem no interior do Estado, levando a lembrança do bom atendimento que recebeu quando da visita que fez a sua filha e pensava:
- Vai ser uma festa quando ela voltar no dia do batizado. Vou começar a preparar tudo antecipadamente. Qual será o nome que vamos dar a esse pimpolho? Bom, isso eu vou deixar para quando ela voltar.
Durante a viagem de regresso no final de outono início de inverno, as noites eram frias ainda mais a cada cem quilômetros ia subindo até chegar à altitude de mais novecentos metros acima do nível do mar. Em alguns trechos durante a madrugada se via fina geada nos campos quando o sol raiou trazendo um calor que foi aquecendo aos poucos e derretendo a geada. Quando já chegava o fim da viagem de retorno, o senhor João perguntou ao motorista:
- Quando será a próxima viagem a capital?
- Não sei bem certo temos alguns pacientes que tem que fazerem exames especiais, mas temos um pequeno problema, no momento esses exames estão suspensos, por falta de verba; pode ser que surja alguma emergência, porque da sua pergunta.
- Você sabe a Joelma está internada na Maternidade e deve receber alta dentro de poucos dias e ela poderia voltar na ambulância para casa, depois vamos conversar com o pessoal da prefeitura.
Finalmente chegaram à cidade. O motorista foi até a prefeitura, para saber se tinha alguma coisa a fazer com a ambulância o responsável pela saúde disse:
- Vá para casa dormir, viajou toda à noite e tem que descansar. Volte amanhã no horário normal.
O Senhor João foi para casa e sua esposa já o esperava para saber as notícias de sua filha e também saber se tinha nascido o filho (a) de Joelma. Na chegada foi uma festa e todos a rodeavam fazendo perguntas:
- Como foi a viagem?
- A viagem foi boa com muito frio na volta.
- Como vai a Joelma?
- A Joelma vai bem, nasceu o seu filho é um pimpolho muito lindo, gordinho e saudável.
- Quando ela vem daqui a alguns dias depois de estar recuperada o parto não foi fácil.
Na capital ficou a Joelma na maternidade pensando em seu pai que viajou de volta para casa, ela pensava:
- Como foi a viagem essa noite foi fria lá na serra devia estar mais frio, será que tudo correu bem e quando chegou em casa quais foram às perguntas?
De manhã serviram o café e logo mais tarde a enfermeira Lúcia veio visitá-la e saber com tinha passado aquela noite e perguntou:
- Seu pai viajou ontem à noite?
- Sim ele retornou com a ambulância da prefeitura deve ter chegado hoje de manhã em casa.
- Quando ele vai voltar para levar você de volta para casa?
- Vai depender de saber o dia da minha alta e se a prefeitura naqueles dias tem uma viagem até a capital para eu retornar.
- Posso fazer uma pergunta?
- Sim, pode fazer.
- Você gostaria de ficar morando aqui?
- Como vou ficar aqui longe de meus pais e como vou cuidar de um filho? Sem emprego isso seria difícil.
- Sei que pode ser difícil, mas não impossível.
- Com pode ser isso se não tenho ninguém por mim aqui?
- Isso se dá um jeito.
- Qual seria o jeito?
- Depois vamos falar sobre o assunto.
Tinha chegado a hora da enfermeira começar seu turno de trabalho, então se despediu dizendo:
- Antes de você voltamos a falar sobre esse assunto.
Joelma ficou pensativa todo o dia a imaginar o porquê daquela proposta da enfermeira Lúcia pensava em tudo:
- O que realmente ela quer fazendo essa proposta para mim, mas nem posso fazer isso e minha família o que vai dizer? Na certa, papai foi preparar a festa para quando eu chegar e já tenha marcado o dia do batizado do meu filho. Nem posso imaginar alternativa para ficar aqui, deixa para depois quero ver em que vai dar.
No dia seguinte quando o médico fez a visita de rotina, como vinha fazendo todos os dias desde sua internação, ele disse:
- Dona Joelma, eu vou marcar o dia da sua alta para que você comunique a seu pai para providenciar seu retorno para casa.
- Qual vai ser o dia Doutor?
- Daqui a três dias será o suficiente para se comunicar com ele?
- Ele deverá ligar amanhã para a portaria da maternidade.
- Eu vou falar com a enfermeira Lúcia e deixo o comunicado com ela.
- Assim ele terá dois dias para providenciar com a prefeitura para mandarem a ambulância me buscar.
- Nesses dias farei as visitas normais até o dia da alta.
- Doutor muito obrigado pela sua amável atenção.
- Tenha um bom dia.
Joelma fica a pensar:
- O que vai acontecer quando o Doutor falar para enfermeira Lúcia que vou receber alta daqui a três dias, ela vai vir aqui insistir naquela sua proposta, mas não posso aceitar sem voltar para casa, quem sabe depois.
Naquele dia a enfermeira não visitou Joelma, como de costume. Ela estava preocupada pensou:
- Deve estar com muito serviço por isso não veio até aqui.
No dia seguinte cedo seu João telefonou para a Portaria da Maternidade, para saber noticias do dia da alta de sua filha Joelma. Quem atendeu foi à enfermeira de plantão:
- Alô! Que fala?
- É a enfermeira Lúcia.
- Aqui é o pai da Joelma queria saber se o médico marcou o dia da alta.
- Sim ele marcou ontem e deu a contar de hoje três dias.
- Ontem fui à prefeitura saber do dia a ambulância vai até a capital informaram que vão viajar daqui a três dias chegarão aí no amanhecer do terceiro dia, ela que fique com tudo pronto para voltar para casa, aqui todos estão com saudades dela. Vou comunicar para ela daqui a pouco.
- Obrigado pela sua atenção e tenha um bom dia.
- E o Senhor também.
Naquele momento a enfermeira Lúcia levou um choque, não sabia o que fazer, ir logo ao quarto avisar Joelma? Seria uma saída, iria ela tentar mais uma vez convencê-la da sua intenção. Chega lá discretamente e pergunta:
- Já tem uma resposta para a proposta daquele dia?
- Pensei muito nesses dias, mas vai ser difícil estou esperando que ele telefone para saber do dia da minha alta, ou ele já telefonou?
A enfermeira Lúcia fica num êxtase nesse momento sem saber o que responder Joelma pergunta:
- O que aconteceu Lúcia? Parece que morreu, meu pai ligou ou não ligou?
- Ele ligou agora de manhã eu passei todos os dados que o doutor deixou comigo ontem e ele disse que a prefeitura está mandando a ambulância para buscá-la no dia marcado.
- Quanto a sua proposta depois que eu voltar para casa e ajeitar tudo por lá voltamos a conversar sobre o assunto com mais detalhes.
Naquele momento chega ao quarto a chefe do berçário com seu filho e diz:
- Está na hora de amamentar o nenê.
Lúcia sai cabisbaixa sem nada falar. Joelma amamenta o nenê e no final entrega dizendo:
- Daqui a três dias retorno de volta para casa.
A chefe do berçário tomou o menino no colo e levou para sua cama sem nada falar. Aquele foi o dia mais nefasto para a enfermeira Lúcia, uma noite interminável, estava mesmo atordoada e só pensava:
- Porque ela não aceitou a minha proposta, nem me deixou apresentar o que e tinha a dizer a ela.
Chegou o dia da partida de Joelma tudo tinha sido preparado na véspera recomendações médicas e quando deveria retornar para uma nova consulta. O motorista da prefeitura chega à portaria da maternidade e pergunta:
- A dona Joelma está pronta para viajar?
Lúcia responde que tudo está pronto.
Logo ela chega na portaria cumprimenta o motorista:
- Bom dia o senhor veio me buscar?
- Sim daqui a pouco vamos partir tudo está pronto para carregar na ambulância?
- Sim tudo está aqui às malas e mais o meu filho que ainda não escolhi o nome dele.
Joelma se despediu de todos e também da enfermeira Lúcia. Agradeceu a atenção e o atendimento que deram a ela no tempo que esteve internada embarcou e partiu de viagem. Lucia com os olhos cheios de lágrimas ficou pensando.
- Será que ela vai voltar um dia...
A viagem transcorreu dentro da normalidade e no final da tarde chegaram à cidade, em frente à prefeitura estava a família de Joelma esperando-a. Quando ela desceu sua mãe falou:
- Que bom minha filha que você voltou com um neto para sua mãe.
- Obrigada mamãe por essa recepção.
- Filha, no domingo será batizado o meu neto, o padre vem rezar missa na Igreja e seu pai já providenciou tudo só falta escolher o nome e os padrinhos.

Foi a mais bela festa realizada na cidade. Com muita comida, churrasco, porco assado e galinha recheada.

São José/SC, 9 de maio de 2.006.
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Foto de Carolina Oliveira

O amor tem dessas coisas...

Um dia nos sentimos a pessoa mais amada do mundo, seja um por um gesto de carinho, seja por uma palavra bonita dita na hora certa...

Um dia nos sentimos traídas, seja por um telefonema, por um número de telefone anotado em um pedaço de papel...

Um dia o sol está com um brilho incontestável, está com uma magia única...

Um dia o sol está atrapalhando a vista, o calor está um tanto quanto insuportável...

Um dia achamos que o amor da gente, é o melhor amor do mundo e tem dias que é o mais complicado da terra...

E isso é o amor...momentos inesquecíveis e maravilhosos proporcionados pelas coisas mais simples da vida e também por momentos complicados, sombrios e tristes ocasionados as vezes por uma desconfiança, uma incerteza...

E com isso posso afirmar que.... o amor tem dessas coisas

Foto de solidão

Uísque

Não serei como antes
Brincarei com amigos
Conhecerei novas pessoas
Mas não me apegarei a nenhum

Trocarei bala boca à boca
Me embriagarei com dois copos de guaraná misturados a cinco litros de uísque
Mas não me entregarei a ninguém

Curtirei a noite como se fosse a ultima
Não trocarei telefone
Não quero um novo amor
Não me peçam em namoro, casamento
Isso é coisa de gente grande
Talvez quando tiver meus 26 pense diferente

Não falarei mais em sentimento
Meu coração será como um gelo que nem aquecido em baixo de 1000ºC será aquecido

Cansei desse papo de:" e viveram felizes para sempre"
O sempre, sempre acabará
Olharei o horizonte, verei a chuva vindo, os passáros indo e continuarei imóvel
Gritarei e chorarei quando der vontade
Mas não se preocupe
As minhas ligações não irão te incomodar
Sentirei o vento balaçar meus cabelos
As gotas de chuva cair

Não mais andarei de mãos dadas
Nenhum homem terá minha compania por mais de 24 horas
Mesmo que diga que sou a mais perfeita entre as mulheres
Mesmo que diga que sem mim não saberá viver
Não mais sonharei.

Foto de eterno apaixonado

Solidão

AS horas demoram a passar, olho pro relógio e os ponteiros parecem não sairem do lugar. A noite é fria, o dia dos namorados não existe, passa em branco, dia triste.
Solidão é olhar pro telefone sem poder sentir a ansiedade ou a saudade de alguém que não vai ligar, é não ter com quem comparilhar os acontecimentos do dia, é estar rodeado se pessoas e ainda sim se sentir sozinho, trilhar um caminho sem rumo, sem destino e sem saída.Só quem viveu ou vive sabe o que sente e o que se passa no coração e na mente de quem convive com a solidão.

Foto de solidão

Nós pertecemos um ao outro

Eu não quis dizer isso quando eu disse que
Eu não te amava tanto
Eu deveria ter te agarrado
Eu nunca deveria ter deixado você ir
Eu não sabia nada
Eu fui estúpida, eu fui tola
Eu estava mentindo pra mim mesma
Eu não poderia ter compreendido que
Eu não viveria sem o teu amor
Nunca me imaginei sentada
Aqui sozinha
Achando que eu não te conhecia
Você deve achar que eu não me conheço
Mas eu pensava que sabia de tudo
Eu nunca senti

O sentimento que eu estou sentindo
Agora que eu não ouço mais a sua voz
Nem sinto o seu toque, nem o beijo dos seus lábios
Porque eu não tenho escolha
Oh o que eu não daria
Pra te ter deitado ao meu lado
Exatamente aqui, porque, baby

Quando você se foi, eu perdi uma parte de mim
Ainda é tão difícil acreditar
Volte baby, por favor, porque
Nós pertencemos um ao outro
Em quem eu poderei me encostar
quando os tempos se tornarem difíceis?
Quem vai conversar comigo ao telefone
Até o sol aparecer?
Quem vai tomar seu lugar?
Não há ninguém capaz
Oh baby baby
Nós pertencemos um ao outro

Eu não consigo dormir à noite
Quando você está na minha cabeça
Bobby Womack está tocando no rádio
Cantando pra mim: “Se você pensa que está sozinho agora”
Espere um minuto, isso é tão profundo
Eu preciso mudar de estação
Então eu giro o dial, tentando dar uma parada
E então ouço Babyface
“Eu só penso em você” e está magoando meu coração
Eu estou tentando manter tudo nos conformes, mas eu estou me despedaçando

Eu to me sentindo fora de mim
Jogando coisas, chorando, tentando
Imaginar o que diabos eu fiz de errado
A dor está refletida nessa canção
E não é nem metade do que eu estou sentindo por dentro
Eu preciso de você, preciso de você de volta em minha vida baby

Foto de Gata Apaixonada

Amigos são carinhos...

Amigos são carinhos que recebemos sem data marcada.
Estão sempre presentes.
Amigos comunicam-se pelo coração.
Amigos sentem. Amigos pressentem.
Procuram-nos sem motivo, apenas para saber se estamos bem.
Podem usar e-mail, telefone, carta, até sinais de fumaça, mas o que prevalece é a voz da alma.
Amigos não perguntam por que nos machucamos. Trazem o alento para amenizar a nossa dor.
Amigos percorrem nossa estrada aparando espinhos. Aceitam-nos como somos, virtuosos ou imperfeitos. Somos seu complemento, jamais seu espelho.
Amigos nos dão força quando estamos desvalidos.
Amigos oferecem seu ombro para chorarmos. Oferecem também a música para dançarmos.
Amigos brincam, riem, choram e chegam junto. Oferecem colo, força, abrigo, mas, antes de tudo, nos entregam seu coração.
Amigos são pedras preciosas, ilustres tesouros que habitam em nosso ser mais profundo.
Amigos são irmãos de alma, inestimável presente que recebemos de Deus.

Foto de Marcelo Souza

Minha verdade

Tento te falar, mais minhas palavras não são suficientes.

Tento disfarçar, mais acho que meu olhar não mente.

Até tento; não consigo negar, que só penso em você.
Não consigo expressar pra te fazer entender.

O telefone tocou, você não atendeu,
As cartas que escrevi acho que você não leu
e as perguntas que fiz, você não respondeu, fazendo meu mundo acabar e a solidão triunfar pois toda a alegria morreu.

Mais quando ouço tua voz e todas as manhãs que te vejo, não consigo explicar mais há um desejo de falar, confessar, admitir e tornar tudo perfeito e acertar.
Acertar pra sorrir e nunca mais chorar, nunca mais lamentar, o tempo que perdi, momentos que não vão voltar.

E pra mim não restam esperanças pois não sei como te dizer, da mais pura ironia do destino; eu me apaixonei por você.

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