Sorte

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro – Capítulo 6

- Setembro – Capítulo 6

Em certas realidades
Você não pode ouvir
Não pode ver
Não pode sentir o cheiro
Aliás
Não pode sentir
Não pode falar
Não pode pensar
Não pode pensar em falar
E não pode degustar
Não pode encostar
Não pode colocar a mão
E não pode querer ter ou ser
Não pode poder
Não pode nada
Não pode tudo
Não pode proibir
E muito menos pode liberar

Eta realidadezinha besta
Meu Deus...
________________________________________________________

No nosso mundo, tudo permanecia como era antes, só que mais cheio. Os meus pares preocupadíssimos com futilidades essenciais mal se davam conta que desperdiçavam suas energias com situações que não os levariam a nada ou os satisfariam. Eram pobres e não tinham simplicidade. Brigavam por entorpecentes, por pequenas posses, orgulhos imbecis. Não que eu ache isso errado, cada um tem sua vida e cuida dela. Mas, vendo os resultados, me sinto intimamente incomodado. Não sei bem o porquê vejo as crianças brincarem no esgoto e fico incomodado. Eu deveria me importar mais comigo e menos com os outros. Como sou desprezível!
________________________________________________________

No gueto a vida era muito boa. Os meus colegas de moradia tinham uma moral impecável. Um batia na mulher. Outro estuprava a própria filha. Uma das matriarcas espancava os filhos e os obrigava a catar restos nas lixeiras dos seres de sangue frio. Toda a pureza que de comportamento que eu não encontrava entre os meus senhores sobrava na comunidade que me acolhera. Havia toque de recolher durante a noite. Só ficavam abertos um bar e um prostíbulo para o divertimento dos que podiam pagar. E todos os produtos e serviços eram tributados em favor do nosso líder. Vivíamos em uma paz sem voz, mas ainda uma paz. Em liberdade, sem submetermo-nos às vontades de algum chefe tirano ou aproveitador aventureiro.
________________________________________________________

Nosso líder pede a palavra:

- Amigos! É chegada a hora! Vamos enfim fazer valer a força da nossa organização! É hora do tão aguardado momento do ataque! Chega de nos espreitarmos por entre a grama! Pisaremos a cabeça da serpente! Urrem, seremos os vencedores! Nada irá aplacar nossa fúria!

Os aliados explodem em alegria. A comunidade saqueará os homens ricos. Nunca na sua história houve tanta esperança.

Dona Clarisse se mantém serena mesmo diante dos brados ensurdecedores.
________________________________________________________

Havia uma mulher torta que não tirava os olhos tortos da minha presença. Muitas vezes era a única que percebia que eu existia e respirava. Ela me incomodava um tanto, essa mulher torta, mas torta que fosse, parecia torta para o meu bem. Já eu não perdia de vista a estranha e bela dona Clarisse. Por algum motivo que eu não sabia apesar de ter sido linchada seu aspecto era o mesmo de antes de ser banida do lado dominante. Os colegas dizem que os seres de sangue frio podem regenerar seus órgãos, igual a um rabo de lagartixa. Dizem também que sou muito azarado por atrair a atenção da mulher mais feia da comunidade. O que eu acho mesmo é que poderiam deixar a gente fazer o próprio pão, ao invés de comprá-lo a preço de ouro.
________________________________________________________

A torta me espreitou num corredor. Ela apertou minha mão e me abraçou. Senti nojo. Quando ela olhou para mim, demonstrando uma sensação que eu nunca vi em outra pessoa, me disse algo que não entendi de verdade.

- Nosso líder é um traidor.

Agora compreendo porque dizem que ela é louca.
________________________________________________________

O líder assumiu uma tática de guerrilha. A vitória era garantida, segundo suas palavras. Enfim, teríamos alguma chance de subjugar nossos inimigos mortais.

- Os fortes vão bater de frente com os porcos de sangue frio! Podem tacar fogo naqueles bastardos! Já os fracos vão jogar pedras de longe! Mulheres preparem a gasolina! Vamos explodir aqueles malditos!

Ele se senta sobre um escravo e orienta a premeditada baderna.

- Sai da frente, inútil!

O grito era para mim. Fiquei lisonjeado.
________________________________________________________

Durante a dura batalha fui escondido dentro de uma caixa. Meus colegas me chutaram com o fim de que eu evitasse problemas. Ao final, tivemos uma honrosa derrota, perdendo apenas metade de nossos homens. Os seres de sangue frio revidaram o ataque com lâminas e arpões. Se nosso líder não tivesse feito um oportuno acordo, que o colocava como chefe de segurança legítimo e remunerado da nossa comunidade, tudo seria muito pior.

Eu continuei na caixa. Ordenaram-me que de lá eu não saísse.

- Então está certo... Nós te daremos os privilégios que você tanto queria sobre aquele lixo... Mas não ouse nos atacar de novo ou exterminaremos essas suas tralhas... Sorte sua ter tamanha fidelidade a nossa realidade...

A voz de Luís Maurício me esclareceu o óbvio.

Nosso líder era mesmo um traidor.

Foto de Daniel Sena

Do frio, da antivida e do filtro da alma

[O som da TV ao fundo]
Ando discutindo muito com meu estado
E me arrepiando pouco, quase nada
Me excitando com cada vez menos tempo
Hoje a coisa anda tão antivida
Que ouvi o frio sussurrando...
Esse medo gelado, atravessando a garganta
E ninguém sabe onde vai parar
Ou, ao menos, eu não sei
Às vezes não sei de nada
E está tudo na ponta da língua
Tanto que arde, por que mudar de assunto agora?
E por que ainda ter assunto?
Mais fácil o óbvio?
Ou não?
Perguntas com respostas cabisbaixas...
Nunca me ajudam em nada
Prefiro relatar o que eu mesmo vejo
O que eu mesmo provo
Disponho dos meus próprios ensejos
E com minhas próprias vitórias
Mesmo que secas do sol
Mas, juro por Deus, sobre todo o amontoado de derrotas
E ainda apontando para um “indo bem”
Imagine que toda chuva seja ácida
E que todo mundo está sem casa
Agora imagine que você não está nem aí
Esse tipo de insanidade tem me tirado o raciocínio
Mas eu “estou aí”...
E no fundo, no fundo...
É isso que me acaba
Estou tentando me ignorar
Mas como calo algo que vem de dentro?
Você pode cortar a língua da opressão, quase sempre
Mas jamais calará o seu próprio entendimento
Ou a própria falta dele
O que vem de você, só de você quer se alimentar
Por mais que seja impressionante isso que vou dizer:
“O máximo que podem ter de mim... é a ressaca de uma alma ébria, solitária, confusa, cansada... e com saudades demais.”
Tento filtrar... tento esconder
Horrível é ser julgado
Eu tento a casa, eu tento o amor
Eu tento a sorte, e tento a dor
Pais, coração, azar, intensidade
Onde vai dar?
Onde já estou?
Será que já estou onde vai dar?
Eu queria não precisar pensar nisso tudo.

Daniel Sena Pires – Do frio, da antivida e do filtro da alma (03/11/11)

Foto de Edigar Da Cruz

Apaixonei-Me Por Você

Apaixonei-Me Por Você
Não é nenhum verso ou poesia,..
E tão pouco um clichê,..
Só descobri o que é amor e me apaixonei ,..
Depois que você se afastou do meu reino de amor,..
É agora eu sei o que é amar e lutar por algo importante e dar valor,...
Sei que tudo vinha e sempre veem em direção única,..
Do sentir! E observar que vem dessa rima perfeita dona das estrelas e da felicidade do amor..
Eu me apaixonei por você sereia do amor.
Como pensar em estrelas apenas,..
Se hoje eu me encontrei !
É porque eu tenho o amor de uma sereia do mar o amor adjunto as estrelas do mar..
Como um encontro de sonhos! do que sonha em te amar..
Juro que o mais tentei e luto e reluto e entender esse meu doido sentimento que sinto,..
Do mesmo sentimento que sinto por uma sereia do amor, dona de um jardins de palavras de amor..
Se todas as parábolas ou palavras vierem novamente se encontra,.
Todas vão parar de andar e transforma em sentindo único no fundo do seu olhar e dizer que aprendeu a ti amar.
Se o amor precisa da sorte!
Eu preciso dessa sorte! De sereia de love,..
Que aprendi a te amar, e me ensinou a me apaixonar nem preciso dizer eu te amo pois em cada palavras aqui está sua face de amor e muita paixão,..

Autor:Ed.Cruz

Foto de guiridhari

Reserva do carro

Como é ruim ficar sem carro, só de pensar em sair da da uma preguiça. Pegar ônibus ou carona já da muito rolo. E para piorar eu tenho que alugar um carro até sexta, pois combinei com meus colegas de sair e ir para a praia no final de semana. Para minha sorte ainda é quarta feira e tem uma empresa de aluguel de carros bem perto da minha casa.
Tenho medico às 16:00 e ainda tenho uma hora e meia até sair, então fui para o aluguel de carro para deixar reservado a retirada do carro na sexta feira a tarde. Quando chego la, escolho um corsinha simples para não ser muito caro. Termino de preencher toda a papelada, tiro esse peso dos meus ombros e logo após vou ao medico. Chego do medico e ligo para a galera para falar que reservei o carro e que é para todos estarem na minha casa para pegarmos o carro e depois irmos à praia.
Todos arrumaram as coisas na quinta feira e se encontram na minha casa no horário certo. Mas quando chegamos ao local para retirar o carro começou algo um tanto implicante. Ao falarmos com a recepcionista ficamos sabendo que nosso carro foi alugado, nesse momento eu pirei e comecei o dialogo:
- Como assim vocês não estão com o carro, sendo que reservei. Digo isso dando um tapa com as duas mãos na mesa e me debruçando.
- Desculpe senhor, mas não podemos entregar o carro. Ela disse isso já sabendo que iria dar problema, mas fazer o que, eu queria alguma coisa.
- Mas eu fiz a reserva, como é essa reserva de vocês que quando venho não tenho o carro para pegar. Se fosse assim qualquer um daria reserva. O mais importante da reserva é a parte em que não deixam alugar o carro, essa é a parte importante, segurar o carro. Eu até me divertia falando assim.
- Eu sei senhor mas…
- Não você não sabe, porque se soubesse eu teria o carro aqui agora. Meus amigos agora riam que se matavam.
- Esta bem, eu vou conversar com o gerente.
Ela saiu e entrou por uma porta, alguns segundos depois ela volta com o que queríamos ouvir, mas não desse jeito.
- Eu tenho um carro que posso alugar.
todos gritam felizes, esperançosos para sair logo.
- Mas é um fusca!
Desanimo total. Mas pelo menos tínhamos um veiculo. Eu já estava indo reclamar mas meus camaradas me pararam, já temos o carro.

Foto de Paulo Gondim

Reta final.

RETA FINAL
Paulo Gondim
24/10/2011

Os caminhos, aos poucos, já se cruzam
No limiar de um conhecido arrebol
Entre mais passado do que presente
Pouco se espera dos sonhos
Não passam de simples pensamento
Lampejo sutil que logo se vai com o vento

Em cada esquina das ruas desertas
Nem a luz de velho lampião brilha mais
A saudade de cada encontro furtivo
Um cumprimento, o ascender do cigarro
São como um filme velho, desbotado
Que se desencontra em cada quadro

Pela primeira vez o pensar na morte
Ideia que não se avizinhava tanto
Mas ela existe e não desmarca encontro
Como vento quente, que sopra do norte
Haverá de vir, para desgraça da sorte

E de peito aberto e coração aflito
As entranhas vomitam amargo fel
Dos desamores, horrores, dissabores
Na reta final de tão curta viagem
O trem já apita, não espera e cobra
De cada um o preço da passagem

Foto de bob_j

Ela Ale

enquanto nao achamos
uma maneira de voar
dançamos num compasso
facil de se acompanhar
sonhamos com um dia
em que possamos alcançar
sorrisos, flores, beijos
e passeios ao luar

pra sempre é pouco tempo
pra uma vida ao seu lado
voce me bebe em doses
eu te inspiro em um trago
o oposto da sua lingua doce
é o meu gosto amargo
em seus olhos escuros
um eclipse dourado

Tentamos outras cenas
que mudassem nosso norte
voamos mergulhando
num abismo contra a morte
morremos todo dia
pra depois nascer mais forte
quebramos amuletos
que trariam-nos a sorte

vamos passear num
arco iris preto e branco
o dia vira em cinzas
e as cores nós guardamos
pintamos um riacho
sob a ponte que inventamos
em quadros que refletem
os sorrisos que plantamos

mas é dificil abrir os olhos
quando ainda temos medo
se a tua mão macia
me arranha um pesadelo
me lembro todos os dias
das coisas que eu não tenho
e das minhas alegrias
voce é o meu segredo

muda o meu espirito
ao sentir o seu abraço
olhos no escuro, cegos
e coração aos pedaços
unimos nossos corpos
e mudamos nosso estado
nós dois somos só um
entre o deus e o diabo

Foto de Edson Cumbane

MINHA AMADA CLAUDINA

Noites entardecidas e sumidas,
Encrepusculadas, em dose forte
Pensamentos se cruzando, sem sorte,
No amor, devido, às minhas falecidas
Lembranças suicidas da minha falecida!
Ela era tudo que eu possuia e perder temia
Era meu, mais que mais, por demais
Ela merece que eu brame por ela, nos meus recitais.
Lembranças pesarosas, teimosas e bondosas... e ais
Que me causam, só de recordar... saudades e dor
São lembretes e babetes homicidas que me mimam,
No sabor da dor do amor que ficou no passado,
Todos os dias para mim são sábado... descanso...
Sem apetite, sem alimentar-me: porque tenho ela
Em mim, não aceito o presente e nem futuro aturo!
Porque eu morri com ela, ela me levou consigo.
Estou com ela enterrada, minha amada... Claudina!

Foto de Grama Pereira

E que o amor e sabio!

Sabe um dias acordo olho o tempo e descobro que sonhos são meras iluzões!!!!!!!!!!!
E que o amor e sabio!
ele me protege da dor vivida da iluzão contida da morte certa que espreita nas manhas,
no meu hoje,
pondero a sorte de ter escapado da morte!
o recomeço da vida!
onde a iluzão esvaia como a fumaça!
o tempo que passa apaga as marcas reelembra os sonhos vão se as iluzões! ai sim resta-me o amor puro e verdadeiro!
pois este foi o meu amor primeiro que me fez sonhar!
pois o tempo não mais importa apos passar a porta do espaço entre o sonho e a iluzão!
o que importa e que voce existiu e não foi sonho!
e só sombra do meu passado!!!!!

Foto de Edigar Da Cruz

Antes Que Seja Tarde

Antes Que Seja Tarde
O Amor é realizado do nada
Como do nada pode terminar no tudo,..
Tudo de confuso e desconfiado,..
Antes que seja tarde,..
Da tarda traição da dor em seu retrato falado,
Do austero reflexo da própria felicidade,..
Antes que brindam e rotule em corações premiados sem duvidas não nasceu para todos,..
Era para ser lua e sol,..
É para ser confiança que distingue pela sorte,.
Para utopia atropelar a solidão sem piedade,.
Para aniquila a depressão que consome e fere,..
Das armas quase fatais são sinceras e verdadeiras, e de respeito,.
Dos oponentes tolos inconsequentes
Ao universo fragilizado de uma violência sem limites
Antes que seja tarde
Que venha castra a emoção no deserto de uma razão em vã..
Lutar numa batalhar insana,..
Contra um oponente infinitamente mais forte,..
Do oponente forte que fica a pulsar dentro do peito a sentir o quere de amar novamente,.
Na lei do amor , na gloria da vitória
No mais simples e humilde gesto a desejar,..
Antes que seja tarde sempre amar..
Autor:Ed.Cruz

Foto de Pedro Rodrigues1969

Dia Sº Valentim…

Dia Sº Valentim…

Dia dos namorados…
Abro o meu livro das memórias…
A uns anos a traz…
A traz de um balcão…
Sentia um vazio em mim…
A porta abriu-se… fez-se luz…
Eras tu… eras tu…
Teu ar de menina… angelical…
Fez-me pensar…sonhar…
No amor a primeira vista…
O teu olhar e sorriso…
Preencheu-me …conquistou-me…
Tu eras quem eu esperava…
E com esse sonho fiquei…
Sorte do acaso… obra do destino…
Foi Deus… não sei…Mas encontrei-te…
Minha namorada… amada…companheira…
Autor
Pedro Rodrigues

Páginas

Subscrever Sorte

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma