Meu doce poeta, o que posso lhe dar,
se apega-se em mim e eu em nada..
Nada além de mim para entregar,
mas você inda me quer e me guarda.
Quando nasci lhe prometi o céu,
banhei de sonhos, como se verdade,
mas você ainda o vê pintada em véu
que cobre o agora pra não ver saudade...
Não entendo porque me aninha,
se apenas trouxe-lhe as mãos vazias,
se roubei da dor como se minha
e a derramei em baldes aos seus dias.
Doce poeta, que bebe-me em vinho,
que me nutre de seu sangue e lágrima,
como a melancólica visão de um ninho
já vazio, que vê se na arvore, em cima...
Sou apenas seu amor perdido.
Mesmo assim, me tem como seu ar.
Doce poeta, se ainda estou vivo
e por você me amar, o amar...