Por momentos pensei que te tivesses ido, que nunca me tinhas ouvido, que aquilo que para mim era importante, para ti não fosse mais.
Pensei que tinha sido em vão. A tua voz, onde estava, naquele momento de aflição?! Mas não… respiraste, suspiraste e chamaste: “Amor?”
Chorei de alívio. Não tinhas morrido, desanimado, desaparecido. Mas então que acontecera?? “Amor?” – a tua voz de novo. Respondi. Disseste que tinhas adormecido!
Chorei ainda mais. Ao menos que tivesses desaparecido! Agora adormecido?? Num momento daqueles?? E ainda querias que não duvidasse do teu amor…
Por momentos pensei que não te importasses, mas lá te explicaste: “fumei”.
Ainda por cima! Fumaste…
Sabias o quanto detestava isso e foste a trás do prazer do momento. Ao menos tivesse sido tabaco… mas adormeceres por causa duma gansa?? Chorei. Era mau…
Mandei-te coisas à cara, coisas que não sentia. Não queres saber de mim, dizia eu, não te preocupas! Entre soluços, lá te maltratava.
E choraste também. “Prometo que é a última vez! Nunca mais lhes pego amor! Prometo-te!”.
Se antes de mim não pegavas, porquê agora?! Estarias infeliz comigo?
Mandaste-me aquela carta, com o maço de tabaco para deitar fora. Guardei-o. Foi um gesto bonito, o teu.
Agora andas irritado e dizes que é de não fumares… que coisa tão estúpida. Ao menos põe as culpas noutra coisa! Não tivesses começado… não tivesses experimentado…
Paras com isso? Eu amo-te e estou farta de me sentir culpada.