Mentiras proliferam em meu jardim,
Como uma praga a sufocar as flores,
Fortes, são tantas,
Que em cada planta que rego,
Surge um novo,
Verde brilhante,
Que ofusca a luz do sol,
Mata cada sentimento,
Estraga a pureza,
Traz tristeza,
Em meus olhos cansados,
De regar,
Tanto podar,
A cada canto,
Uma nova erva daninha,
Choro, por ter,
Meu peito cansado,
De sufocar a dor do mundo,
Assistir, a maldade vencer a verdade,
Cada pétala que cai,
Murcha felicidade roubada,
Beijos que se perdem,
Em meus braços vazios,
Rego, insistente,
Espero o tempo raiar,
Um novo amanha,
A esperar o coração reviver,
Pleno, em cores e perfumes,
Campos límpidos que se perdem no teu corpo.