Sofrimento

Foto de fer.car

MAIS UM ANO SE PASSOU

Mais um ano se passou
Memórias em meu viver, lembranças alegres e tristes
Pesssoas que se foram, outras que chegaram
Lágrimas que escorreram de minha face
Sorrisos que brotaram com novas vidas
E as mãos que acalentaram a dor
Um ano se passou
Beijos que mataram a saudade
Abraços que preencheram o vazio de noites
Passos que encontraram outros passos
Um viver de luta, e para tanto, continuamos firmes
Mais um ano que se passou
Partidas de amores que não deram certo
Novo amor que calou a maldade e saciou o alma
E meu coração aqui está, ainda a amar
Juntos, unidos, todos ao redor da ceia
Fogos que celebram a luz, a vida
A escuridão que se vá longe de meus olhos
Aqui, deste canto de sala, avisto Deus
ELE me guia, me fortalece e já não temo
Tenho a fé, a saúde, o amor cristão em meu peito
Agora lembro que só se vive vivendo
E minha saudade é talvez não ter vivido ainda tudo
Mas ei de viver sempre, porque mais um ano se passou
E outro ainda está para chegar
E não estou só, pois tenho você, ou melhor
Vocês, amigos, companheiros, família
Esta estrada ainda continua
Até que meus pés fraquejem de andar
Meus olhos de avistar
Meu coração de bater
Mas ainda assim a fé me move
Porque Deus me traz mais um ano
E apesar do sofrimento, vejo apenas a esperança
Ano Novo que é sinal de recomeço, de paz
Porque não estou só
Estou com Deus, com todos vocês
Um ano que se finda, um ano que está a iniciar

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"BRISA"

BRISA

Folhas aos ventos
Ventos que traz
Lembranças dos tempos
Tristezas jamais.

Vento que sopra
Sussurra harmonia
Vida que passa
Na mente vazia

Memória esquecida
Na noite que vai
Revolta vivida
Sofrimento nunca mais.

Foto de Maria Goreti

A HISTÓRIA DE ANA E JOAQUIM – UM CONTO DE NATAL.

Chamavam-no “Lobo Mau”. Era sisudo, magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba desgrenhados, unhas grandes e sujas. Gostava da solidão e tinha como único companheiro um cão imundo a quem chamavam “o Pulguento”. Ninguém sabia, ao certo, onde morava. Sabia-se apenas que ele gostava de andar à noitinha, sob o clarão da lua.

Ana, uma pobre viúva, e sua filha Maria não o conheciam, mas tinham muito medo das estórias que contavam a respeito daquele homem.

Num belo dia de sol, estava Ana a lavar roupas à beira do riacho. Maria brincava com sua boneca. Eis que, de repente, ouviu-se um estrondo. O céu encobriu-se de nuvens escuras. O dia, antes claro, tornou-se negro como a noite. Raios cortavam o céu. Ana tomou Maria pela mão e correu em direção à sua casa. Maria, no entanto, fazia força para o lado oposto. Queria resgatar a boneca que ficara no chão. Tanto forçou que se soltou da mão de Ana e foi arrastada pela enxurrada para dentro do riacho. Desesperada, Ana lança-se nas águas na vã esperança de salvar a filha. Seu vestido ficara preso a um galho de árvore e ela escapara, milagrosamente, da fúria das águas. Desolada, decidiu voltar para casa, mas antes parou na igreja. Ajoelhou-se e implorou a Deus que lhe tirasse a vida, já que não teria coragem de fazê-lo, por si. Vencida pelo cansaço adormeceu e só acordou ao amanhecer. Ana olhou em derredor e viu a imagem do Cristo pregado na cruz. Logo abaixo, ao pé do altar, estava montado um presépio. Observou a representação da Sagrada Família: Maria, José e o Menino Jesus. Pensou na família que um dia tivera e que não mais existia. Olhou para o Menino no presépio e depois tornou a olhar para o Cristo crucificado. Pensou no sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, ao ver seu filho na cruz. Ana pediu perdão a Deus e prometeu não mais chorar. Ela não estava triste, sentia-se morta. Sim, morta em vida.

Voltou à beira do riacho. Não encontrou a filha, mas a boneca estava lá, coberta de lama. Ana desenterrou-a, tomou-a em suas mãos e ali mesmo, no riacho, lavou-a. Depois seguiu para casa com a boneca na mão. Haveria de guardá-la para sempre como lembrança de sua pequena Maria.

Ao chegar em casa Ana encontrou a porta entreaberta. Na sala, deitado sobre o tapete, havia um cão. Sentado no sofá um homem magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba longos e lisos, unhas grandes. Ana assustou-se, afinal, quem era aquele homem sentado no sofá de sua sala? Como ele conseguira entrar ali?

Era um homem sério, porém simpático e falante. Foi logo se apresentando.

- Bom dia, dona Ana! Chamo-me Joaquim, mas as pessoas chamam-me “Lobo Mau”. Mas não tema. Sou apenas um homem solitário. Sou viúvo. Minha mulher, com quem tive dois filhos, Clara e Francisco, morreu há dez anos e os meninos... Seus olhos encheram-se de lágrimas. Este cão é o meu único amigo.

Ana, muito abatida, limitou-se a ouvir o que aquele homem dizia. Ele prosseguiu:

- Há muito tempo venho observando a senhora e o zelo com que cuida de sua menina.

Ao ouvir falar na filha, os olhos de Ana encheram-se de lágrimas. Lembrou-se da promessa que fizera antes de sair da igreja e não chorou; apenas abraçou a boneca com força. Joaquim continuou seu discurso:

- Ontem eu estava escondido observando-as perto do riacho, quando começou o temporal. Presenciei o ocorrido. Vi quando a senhora atirou-se na água, mas eu estava do outro lado, distante demais para detê-la. Também não sei se conseguiria. Pude sentir a presença divina naquele galho de árvore na beira do riacho. Quis segui-la, mas seria mais um a nadar contra a correnteza. Assim que cessou a tempestade vim para cá, porém não a encontrei. Queria lhe dizer o quanto estou orgulhoso da senhora e trazer-lhe o meu presente de Natal!

Ana ergueu os olhos e comentou:

- Prometi ao Senhor, meu Deus, não mais chorar. Mas o Natal... Não sei... Não gosto do Natal. Por duas vezes passei pela mesma situação. Por duas vezes perdi pessoas amadas, nesta mesma data.

Joaquim retrucou:

- Senhora, a menina está viva! Ela está lá dentro, no quarto. Estava muito assustada. Só há pouco consegui fazê-la dormir. Ela é o presente que lhe trago no dia de hoje.

Ana correu para o quarto, ajoelhou-se aos pés da cama de Maria, pôs-se em oração. Agradeceu a Deus aquele milagre de Natal. Colocou a boneca ao lado de sua filhinha e voltou para a sala. O homem não estava mais lá.

Um carro parou na porta da casa de Ana. Marta, sua irmã, chegou acompanhada de um jovem casal – Clara e Francisco, de quinze e treze anos, respectivamente. Alheios ao acontecido na véspera, traziam presentes e alguns pratos prontos para a ceia.

Ana saiu para recebê-los e viu o homem se afastando. Chamou-o pelo nome.

- Joaquim, espera. Venha cear conosco esta noite. Dá-nos mais esta alegria.

Joaquim não respondeu e se foi.

Quando veio a noite o céu estava estrelado, a lua brilhava como nunca!
Ana, Marta, Clara e Francisco foram à igreja. Ao retornarem a porta estava entreaberta. No sofá da sala um homem alto, magro, olhos negros e grandes, nariz adunco, sorridente, cabelos curtos e barba bem feita, unhas aparadas e limpas. Não gostava da solidão e trazia consigo um companheiro - um cão branquinho, limpo, chamado Noel.
Antes que Ana pudesse dizer alguma coisa ele disse:

- Aceitei o convite e vim participar da ceia e comemorar o Natal em família. Há muitos anos não sei o que é ter família.

Com os olhos marejados, Joaquim começou a contar a sua história.

- Eram 23 de dezembro. Minha mulher e eu saímos para comprar brinquedos para colocarmos aos pés da árvore de Natal. As crianças ficaram em casa. Ao voltarmos não as encontramos. Buscamos por todos os lugares. Passados dois dias meu cachorro encontrou suas roupinhas à beira do riacho. Minha mulher ficou doente. Morreu de paixão. A partir do acontecido, volto ao riacho diariamente para rezar por minhas crianças. Ontem, mais um 23 de dezembro, vi sua menina cair no riacho e, logo depois, a senhora. Fiquei desesperado. Mais uma vez meu “Pulguento” estava lá. E foi com sua ajuda que consegui tirar sua filhinha da água e trazê-la para cá.

Clara e Francisco se olharam, olharam para Marta e para Ana. Deram-se as mãos enquanto observavam o desconhecido.

- Joaquim, ouça, disse-lhe Ana. Há dez anos, meu marido e eu estávamos sentados à beira do riacho. Eu estava grávida de Maria. Eu estava com os pés dentro d’água e ele estava deitado com a cabeça em meu colo. De repente ouvimos um barulho, seguido de outro. Meu marido levantou-se e viu duas crianças sendo levadas pela correnteza. Ele conseguiu salvá-las, mas não conseguiu salvar a si. Entrei em estado de choque. Fiquei sabendo, mais tarde, do que havia acontecido por intermédio de minha irmã, que mora na cidade. Foi ela quem cuidou das crianças. Não sabíamos quem eram, nem quem eram os seus pais.

Aproximando-se, apresentou Marta e os dois jovens a Joaquim.

- Joaquim! Esta é Marta, minha irmã. Estes, Clara e Francisco.

Ana e Joaquim olharam-se profundamente. Não havia mais nada a ser dito. Seus olhos brilhavam de surpresa e contentamento.

Maria brincava com sua boneca e com seu novo amiguinho Noel. E todos cantaram a canção “Noite Feliz”, tendo como orquestra o som do riacho e o canto dos grilos e sapos.

Joaquim, Ana e Maria formaram uma nova família. Clara e Francisco voltaram com Marta para cidade por causa dos estudos, mas sempre que podiam vinham visitar o pai.
Joaquim reconquistara sua fama de homem de bem.

O povo da região nunca mais ouviu falar do “Lobo Mau” e do seu cachorro “Pulguento”.

Autor: Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 23/12/07

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"ANDANÇAS"

ANDANÇAS

As agruras de rotina...
Dispersei sem doação...
O pior que não combina...
Viver sozinho sem irmão!!!

Nesta longa caminhada...
Muita companhia desfrutei...
Em horas certas ou em horas erradas...
De um amigo precisei!!!

Só, lembrei que era tempo...
De recorrer ao meu Senhor...
Que no mais puro sentimento...
Ensinou-me o que é o amor!!!

No lugar certo, e no exato momento...
Aprendi a caminhar...
Esqueci o sofrimento...
Agora sei o que é amar!!!

Foto de Sonia Delsin

PAZ

PAZ

Tão bom poder encostar a cabeça no travesseiro e descansar.
Tão bom adormecer e sonhar.
Se soltar.
Eu digo que sinto uma grande paz interior.
No coração sinto amor.
A dor me suavizou.
Tive medo.
Um grande receio que ela pudesse me transformar.
Uma criatura amarga me tornar.
Felizmente isto não aconteceu comigo.
Sou alegre.
Brinco, rio. Me divirto.
Acho a vida linda.
Quando lembro o passado trago de volta um rosto amado.
Nunca odiado.
Se meu coração ficou machucado.
Cura-se aos poucos.
Novos sonhos substituem os antigos.
O passado eu sei que deve ficar enterrado.
Que o futuro sempre algo novo poderá nos oferecer.
Temos que crer.
Sinto sim, grande paz no coração.
Enxergo o sofrimento como lição.

Foto de Sirlei Passolongo

O Natal Passou na Favela

Na favela
corre o menino
rumo ao lixão
do terreno baldio
pra tentar encher
o estômago vazio.
O natal passou
e nada foi diferente
não teve coca-cola
muito menos
algum presente.

O natal
passou por ele
mas não teve ceia
não teve paz
teve bala perdida
fome e dor
não teve Papai Noel
nem abraços
cheios de amor
apenas sonhos
jogados ao léu
Seu tênis furou a sola
e sua ceia foi a cola
pra manter
a fome ausente.

Mas nas casas
dos políticos
que dele
prometeram cuidar
teve champanhe
importada
e nobres frutos
do mar
Ceias milionárias
regadas por caros
petiscos
À custa do sofrimento
dos meninos aflitos.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

.

Foto de Igor Vecchia

três poemas

O fim do amor

O amor uma vez quebrado,
Não tem mais solução,
Não pode ser remendado,
Acabou sua função.
Não haverá mais sofrimento,
De tal estranho sentimento.

Sem ele mais,
Ela volta e renasce,
A esperança capaz,
De que a dor passe,
Embora daqui a pouco,
Ele volte mais louco.

Homem de Rua

Ele é pobre,
Não tem estudo,
Mas de certa forma é nobre,
E com algum conteúdo
Suficientemente necessário
Para obtenção de seu salário.

Vivendo no breu,
Sem ter o que comer,
Foi lá onde nasceu,
É lá onde vai morrer,
O homem de rua,
Que mora em uma casa nua.

Problemas

A vida com problemas,
Todos têm,
Não seriam em meus poemas,
Que eles morreriam também,
Como em outros lugares,
Onde se anda nos ares.

Os problemas são mentirosos,
Todos têm solução,
Excluindo os amorosos,
Que não têm explicação,
Mas para os de mais,
Por favor, resolvam em paz.

Foto de helo Paulinha

Pequena Porta-tristeza

Tristeza no olhar de quem eu jamais iria
como tu observar, a tristeza naquele olhar
que sem graça a comida na rua, o seu pao foi buscar,
palavra meiga dizer pão quando a tristeza foi buscar apenas aquilo que vc nao gostou.

Qual motivo da tristeza do olhar que um dia talvez já brilhou?

Ninguem percebe , a lagrima que cai em direçao
aquele sentimento que vc nunca se lembrou (compaixao),
e a tristeza ainda nao se vai, o que pode causar tamanho
sofrimento e tamanho peso em seu olhar.

Pequena porta tristeza, a criança que a vida nao se lembrou,
a vida é sempre a culpada pela nossa falta de compaixao.
Compaixao de ante-mao posso pronunciar tambem como falta de atençao.
Pois na vida a correria nos deixa sem olhos para aqueles em que a alegria nunca deu a mão.

A triste criança se vai , elas sempre se vão.
Junto com seu olhar de quem um dia já sonhou , com a nossa falta de atençao para aqueles que um dia da sua mão precisou, e simplismente a falta de amor nao deixou.

Foto de Wing0Angel

LAST TEARS ( Últimas Lágrimas )

Um eterno sofrimento
Uma insuportável dor
Mesmo que você derrame lágrimas em seu lamento
Transforme-as algum dia em esplendor...

Não seja abatida pela tristeza
Tenha sempre esperança
E a doce certeza
De que quem luta e quer tudo alcança

Quanto mais nós vivemos,
Mais nós perdemos
Mesmo assim não deixamos de acreditar
Que um amanhã melhor virá

Mas não se iluda
Não haverá outra chance
THIS WILL BE THE LAST TIME
THAT FOR YOU I'LL CRY

THESE WILL BE...
MY LAST TEARS...

( Essa será a última vez
Que por você irei chorar )

( Estas serão...
Minhas últimas lágrimas... )

Foto de carlosmustang

"UMA QUESTÃO NOTAVEL..."

"""Um homem tem que lutar pelos seus direitos
Um homem tem que seguir os seus sonhos e preceitos
E a luta de um homem, em querer seu mundo melhor
Tem que ser respeitada, tem que ser prezada...
Essa linda virtude, pelo bem social!

Mas as vezes a luta de um homem
É aos pés de uma grande montânha
É tão veneravel, DON CÁPPIO
A sua luta é tamanha
Que chegou a me comover
Por isso eu não quero ver o SR morrer!

A sua luta, já nos faz um grande exemplo
De perseverança e dedicação
Por isso o SR precisa viver
Mesmo que não vença essa batalha
Pra mim(e muitos) já és um herói
O SR com saúde, tem que estar junto de nós
O seu sofrimento não foi em vão
Em lutar por uma justa nação!

VIVA DON CÁPPIO...............

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