Simples

Foto de Dennel

Manoel de Barros

No livro das ignorãças
Poesia. Quase toda
De poemas rupestres

Escrevo um livro sobre nada
Um livro de pré-coisas
De impressões, poesias

Porém em matéria de poesia
Encontro-me com a face imóvel
Como o retrato do artista quando coisa

Assim, fiz uns poeminhas pescados numa fala de João
João! O fazedor de amanhecer
O guardador das águas

De poemas concebidos sem pecado
No exercício de ser criança
Simples ensaios fotográficos

De memórias inventadas na infância
Cantigas para um passarinho à toa
E arranjos para assobios

Um concerto a céu aberto para solo de aves
Um compêndio para uso dos pássaros
Nesta gramática expositiva do chão

Juraci Rocha da Silva - Copyright (c) 2006 All Rights Reserved

Foto de Paulo Gondim

O milho verde

O MILHO VERDE
Paulo Gondim
19/10/05

Manhã de abril, o mato em flor
A chuva passou, pois enfim chegou
E trouxe de volta a vida.
Já quase esquecida
De tudo perdida
Do pouco que sobrou.

Mas, enfim, era abril e o mato em flor
Não só o mato, mas as cercas
Os açudes, os barreiros, as cacimbas
Um cheiro de mato verde, de prado
Enchia o ar no seu esplendor
Um cheiro bom,
Perfume dos deuses
Soprando a favor

E como prova de resistência, o milho
Milho verde, milho em flor
Grãos de ouro no corpo de bonecas loiras
De cabelos vermelhos, amarelos, escuros
Grãos de milho, caroços de milho
Contraste da fome, para matar a fome
Enfim o milagre!

E vi meu pai sorrir, agradecer a Deus
Sua prole seria alimentada
Ouviria os gritos alegres de seus filhos.

E o cheiro de milho verde invadiu a casa
Casa simples, uma porta de entrada
E uma janela pequena,
Perdida na imensidão da parede de taipa
Chão batido. Nenhum móvel
Apenas uma forquilha de angico
Segurando o pote
Os canecos dependurados.

Desfolhou-se o milho verde
Cheiro gostoso, forte, próximo.
Do milho veio a pamonha
Farta, grossa, com caroços inteiros
Amarrada ao meio
Com embiras de palha
Fonte de vida

E todos comeram, com gosto
Um banquete divino!
Todos, homem, mulher e meninos
Vários meninos
E se fartaram
E celebraram
A mesa farta
E venceram a fome

Como numa festa longa
No final do dia
Foram se deitar
A balançar as redes
Todas remendadas
Parecia arte
Ou necessidade

E todos cantaram o que sabiam cantar
Contaram estórias, riram,dormiram
De barrigas cheias, de felicidade
De vencer a fome
De poder sorrir
De poder dormir

Como é belo o milho !
Rubens Braga já falara
de Seu “Pé de Milho”
Era um só pé de milho, no jardim
Um só, isolado, mas de bela figura.
Os nossos eram muitos
Uma roça inteira de milho
Um milharal!

Que deu espigas, mil por um
Que deu pamonha, canjica, pipoca
Que trouxe alegria, trouxe a vida
Venceu a fome

Foi assim com meu pai
Assim com os meninos,
Muitos meninos
Que brincavam, se balançavam
“peidavam” e davam “gaitadas”
Na sua simplicidade
Na imensa felicidade
Da barriga cheia.

Foi assim com meu pai
Foi assim em todo o sertão
O cheiro do mato verde
O cheiro do milho verde
O sonho do sertanejo
Realizado, revelado
No milagre da chuva

E tantos meninos fracos
Se fizeram fortes
Se fizeram machos
Machos de porte
De poucas posses
Mas de muita macheza
De muita grandeza
Heróis do sertão.

Notas:
1 - O mato em flor – Variante de -a mata em flor, da música "Assum Preto" – H.Teixeira e L. Gonzaga
2- Parede de taipa- Parede de barro amassado entre troncos e varas, muito comum no sertão nordestino.
3 – Ruben Braga – Escritor- autor de “Meu pé de Milho”
4- Gaitada – Termo sertanejo para Gargalhada.
5- "Se fizeram machos, machos de porte, de poucas posses, de muita macheza"-
Alusão aos poemas “O menino do Balde” e “No céu tem prozac” de Soares Feitosa.
6- Mil por um – trecho da Bíblia.

Foto de Sirlei Passolongo

Quem me dera

Fazer contigo as coisas mais simples da vida.
Caminhar de mãos dadas pela rua.
Comer pipoca no carrinho,
Olhar as estrelas, olhar a lua.
Caminhar abraçadinhos.
Ir ao cinema ver um filme de ação,
embora eu prefira um filme de amor
Mas, estar contigo e sentir seu calor.
Ah! quem me dera entrar em seu coração!

Quem me dera...
Sentar no banco da praça
Fazer-lhe um cafuné nos cabelos
Ir a um baile,
ainda que eu não saiba dançar
Ouvir contigo uma linda canção
E a seu lado poder estar.
E contigo namorar!

Quem me dera
Descrever tudo que sinto
Fazer você entender
O meu grande amor
por você!
Ah!..quem me dera
Você ler essa poesia
Saber que há alguém
Que há muito tempo lhe espera.

Sirlei L. Passolongo

Foto de Dantas_Maycon

Que sentimento esse?

Que sentimento é esse?

Que não, amor nem amizade.

Uma ponte entre esses.

Um meio termo

Onde dois corpos se atraem,

mesmo sabendo que no fim,

não poderão ficar juntos,

Onde a simples troca de carícias

vale mais que tudo

Onde a febre invade o corpo

causando o transpirar

de pés e mãos.

Onde a cada momento

os dois corpos

estão mais próximos

e ao mesmo tempo tão longe

Onde o medo da rejeição

causa nele a dúvida

do que ela quer

É esse sentimento...

o meio termo...

Onde a cada vez

que esses dois corpos

se encontram

trocam carícias

que quase os levam

ao intímo...

Mas a cada vez

que se torna irresistível

Os dois se esquivam...

para evitarem

o algo mais...

desse sentimento

louco, simples...

o não amor

o não amizade

o meio termo...

Mas é esse

o verdadeiro propósito

desse sentimento...

o não chegar

ao algo mais...

Fazer sentir

o desejo de ver

os lábios se encostando

e não o ver

É o sentimento

do quase...

que não tem nome...

nem começo...

nem fim...

Simplesmente

acontece...

E ao fim...

não tem despedida...

para ficar a vontade

de se verem de novo

e fazer de novo...

a mesma coisa...

sem avançar...

sem se comprometerem...

simplesmente sentirem...

a satisfação...

de estarem ali...

juntos...

E é assim

que vão vivendo...

nos encontros...

e desencontros...

esse sentimento....

é equilibrado...

não passa disso...

porque se passar...

talvez se perca...

e acabe...

Sentimento...

Que é esse?

O não amor...

o não amizade...

O quase...

o meio termo...

A ponte...

Bom...

Satisfatório...

Sem fim...

sem começo...

Lindo...

Foto de jeffsom

Grandes homens de pequenos atos - Parte I

A Festa

Nunca se viu festa assim, e talvez igual aquela jamais haverá outra igual; mas o que a fez ser tão maravilhosa! Se nela só havia monotonia e pessoas falando blah, blah; blah o tempo todo?

Isto ninguém mesmo conseguiu entender só sabemos que a comida estava divina a musica parecia ter sido feita para a ocasião, isto é se não fossem os maus hábitos de alguns dos participantes; mas quem poderia culpa-los de ser daquele jeito já que era tamanha a maravilha que se tornava irresistível querer cada vez mais.

Lá para o meio da festa alguém levantou uma taça e disse: Vamos brindar a esta memorável ocasião, e então todos pensaram consigo mesmo e sem há nem um outro demonstrar "que memorável ocasião... ninguém aqui esta comemorando nada", mas mesmo assim brindaram e após este trágico brinde foi que do nada surgiu, o que do porque!!!. mas de ninguém se esperava.

Ora pôs... Que noticia mais interlocultada poderia abalar tamanha comemoração ao nada?... Era bem simples e muito difícil de se entender apenas o porque. Este já por que ninguém o conhecia.

No final desta nossa noticia todos pararam entre olharam-se e apenas por um minuto de silencio ou até menos glorificaram o que estava acontecendo, mas opôs isto nossa bela festa de falsas comemorações continuava a acontecer.

Seu fim... Bom este ninguém ainda sabe só se sabe que lá encontrasse tudo de bom que você possa comer e toda a musica agradável que possa aproveitar, mas esteja sempre pronto, pois um dia à sua pessoa irão brindar.

Autor: Jeffsom Oliveira Souza
"direitos autorais, se copiar copie o nome do autor, :)"

Foto de Dantas_Maycon

Que sentimento é esse?

Que sentimento é esse?

Que não, amor nem amizade.

Uma ponte entre esses.

Um meio termo

Onde dois corpos se atraem,

mesmo sabendo que no fim,

não poderão ficar juntos,

Onde a simples troca de carícias

vale mais que tudo

Onde a febre invade o corpo

causando o transpirar

de pés e mãos.

Onde a cada momento

os dois corpos

estão mais próximos

e ao mesmo tempo tão longe

Onde o medo da rejeição

causa nele a dúvida

do que ela quer

É esse sentimento...

o meio termo...

Onde a cada vez

que esses dois corpos

se encontram

trocam carícias

que quase os levam

ao intímo...

Mas a cada vez

que se torna irresistível

Os dois se esquivam...

para evitarem

o algo mais...

desse sentimento

louco, simples...

o não amor

o não amizade

o meio termo...

Mas é esse

o verdadeiro propósito

desse sentimento...

o não chegar

ao algo mais...

Fazer sentir

o desejo de ver

os lábios se encostando

e não o ver

É o sentimento

do quase...

que não tem nome...

nem começo...

nem fim...

Simplesmente

acontece...

E ao fim...

não tem despedida...

para ficar a vontade

de se verem de novo

e fazer de novo...

a mesma coisa...

sem avançar...

sem se comprometerem...

simplesmente sentirem...

a satisfação...

de estarem ali...

juntos...

E é assim

que vão vivendo...

nos encontros...

e desencontros...

esse sentimento....

é equilibrado...

não passa disso...

porque se passar...

talvez se perca...

e acabe...

Sentimento...

Que é esse?

O não amor...

o não amizade...

O quase...

o meio termo...

A ponte...

Bom...

Satisfatório...

Sem fim...

sem começo...

Lindo...

Foto de Anjo Azul

Mulher-anjo

Não se engane...
Eu não sou simples...
ao contrário, sou complexa...paradoxal...
Eu não sou mulher que se possa guardar num cofre...
não posso ser retida entre os dedos...
não posso ser aprisionada por sentimentos que não sejam os meus...
Para me conhecer...
olhe o movimento das ondas do mar..
o barulho do vento nas folhas das árvores....
Para me seduzir...
não me peça pra calar quando quero cantar...
não me peça para falar quando quero apenas olhar a vida que passa e refletir em silêncio...
não me peça para parar de sorrir... ou de chorar...
não estranhe quando eu sentir vontade de abrir minhas asas e voar em direção à lua...
ou de me despir e mergulhar nas águas de uma cachoeira...
Para me possuir...
não tente me segurar quando preciso ir...
Deixe-me livre...
e assim, terás a certeza de que serei tua...
porque,livre, voltarei sempre para ti!

Foto de NiKKo

Procuro um amor.

Procuro um amor que me faça renascer
que me aconchegue em seu colo e me de paz.
Quero que seja simples como a natureza,
suave como a água que a tudo refaz.

Quero um amor leve e solto.
Com gosto de fruta colhida no tempo certo.
Quero que ele me faça ver miragens
como alguém perdido em um deserto.

Ele terá que me enfeitiçar com seus carinhos,
fazer me tremer de desejo.
Deixar-me com a pele arrepiada
desejando tudo... apenas com um beijo.

Esse amor terá que ser simples e verdadeiro
e mesmo que seja ilusório e fugaz.
Terá que colocar luz em minha vida.
Terá que arrancar me dessa dor trazendo me paz.

Esse amor terá que trazer-me alegrias.
Fazer-me esquecer tantas dores vividas.
Por isso procuro um novo amor,
preciso curar velhas feridas.

Foto de Cecília Santos

SÓ UM RECOMEÇO

SÓ UM RECOMEÇO
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#
#
Há sempre uma lágrima em meu olhar.
Por mais que eu queira não dá pra disfarçar,
Ela me trai, não se retrai, e cai.
Escorrendo pelo meu rosto,
morrendo em minha boca.
Que se transforma em espelho d’agua
refletindo a minha dor.
Fiz da minha vida um longo caminho sem marcas,
pra não saber voltar.
Fiz de mim mesma um sonho a realizar.
Busquei nas nuvens, as gotas de chuva.
Nas minhas veias o sangue quente a jorrar.
Nos rios as curvas, e cascatas,
que por fim se abriu no mar.
Há sempre uma lágrima em meu olhar.
Silenciosa , e insistente.
Que me lembra que o amor trás a felicidade.
Que trás um tempo de risos e de lágrimas.
Que trás verdades sem palavras, mentiras em gritos.
Que torna a vida, simples, serena, às vezes
difícil de ser suportada.
Que intimamente me mostra as curvas do meu vôo.
Livre por entre mundos que eu mesma escolhi.
Me mostra que o fim, é só um recomeço...!

Direitos reservados*
Cecília-SP/11/007*

Foto de Dirceu Marcelino

ALGUNS ASPECTOS DO PRECONCEITO VELADO NO BRASIL

No movimento literário de 1922 levantou-se a questão proposta por Mário de Andrade, autor da obra “Macunaíma, o herói sem caráter”, sobre duas facetas características da personalidade de muitos brasileiros.
Uma relacionada à questão da mania de procurar “levar vantagem em tudo” e outra do “paternalismo”, dando-se uma idéia de comiseração, desrespeitando-se todos os valores morais, éticos e sociais.
Com base na primeira idéia verificou-se inúmeras infrações de pequena importância, que não são criminalizadas, por serem de pequeno poder ofensivo, que mereceriam a reprovação social, mas que acabam sendo aceitas como normais, tais como, por exemplo, as seguintes: a pessoa que passa à frente na fila do cinema, do teatro, em estádios esportivos (vejam hoje no jogo Brasil x Uruguai), muitas vezes dando pequenas gorjetas ao porteiro; o cobrador do ônibus, da lotação que fica com o troco do passageiro etc.
Mais graves aquelas infrações em períodos eleitorais, quando vimos muitos candidatos a vereador, por exemplo, comprando alguns materiais de construção (areia, tijolos, cimento etc ); fazem perfurações de poços; retirada de terra; soterramentos de terrenos rebaixados; pedidos de empregos. Outros pedidos são coletivos, tais como, por exemplos: compra de camisas para times de futebol; abertura de campos de futebol em terrenos desocupados, muitas vezes feitos sem autorização do verdadeiro dono. Infelizmente, os que atendem tais pedidos em maior número muitas vezes são eleitos. Em várias cidades é possível apontar vereadores eleitos mediante esse sistema, até prefeitos, deputados e senadores, conforme noticiais atuais de revista de grande projeção.
Enfim, formou-se a política “do é dando que se recebe”.
Alguns políticos como se confirma pelas mesmas publicações e recentes investigações das CPIs das casas legislativas, se esquematizam sim, com objetivo de ressarcir-se daquelas despesas feitas com os pequenos atendimentos paternalistas que fizeram. Os exemplos citados são pequenos, pois dizem que é apenas a ponta do “iceberg” e que casos mais graves, permanecem na surdina.
Tais atos aumentam de gravidade á medida que servem de modelos de comportamento e se difunde às grandes massas da população por um mecanismo social denominado “contágio hierárquico”.
O mecanismo de transmissão do PRECONCEITO, também, se difunde a grande massa da população, de forma semelhante e nosso amigo e professor JOSÉ CARLOS GOMES, nos ensinava a respeito há mais de vinte anos.
Destacava o professor, alguns aspectos desse preconceito que existem de fato, embora alguns autores renomados insistam em dizer que o “preconceito no Brasil é velado”.
No aspecto que nos propomos a expor, como se fosse um complemento a homenagem que fizemos a ele com a poesia “PARADOXO DA VIDA”, lembro-me a destacar que ele definia Preconceito como sendo “uma idéia pré-concebida e de forma errônea que fazemos de alguma coisa”.
Salientava que podia ser observada sob três aspectos:
Racial – contra determinada raça ou grupo étnico.
Social – contra uma classe social ou grupo de pessoas.
Religioso – contra uma denominação religiosa.
Mas salientava que no Brasil, o preconceito racial, não se delineava da mesma forma que ocorria em outros países ou regiões do mundo e que visando evitar esse tipo de comportamento anti-social a nossa Constituição Federal criminalizou o preconceito racial, inserindo-o no Artigo 5º, inciso XLII, no capítulo dos “Direitos e Garantias Fundamentais”.
Houve época que tais ranços de racismo se vislumbraram em nossa sociedade, de forma mais grave, citando como exemplo a época da 2ª Guerra Mundial , quando alguns times de futebol tiveram que mudar suas denominações para evitar que suas torcidas se identificassem com os países do eixo – principalmente, os italianos e alemães.
Citava ainda que o preconceito racial às vezes se explicite pelo próprio vocabulário, tal como ocorre quando alguém diz:
“Pelé é um negro de alma branca”.
Com referência ao “preconceito social”, demonstrava que se observam de três formas:
Contra uma classe social, quando de forma preconceituosa é com a finalidade de denegrir pessoas oriundas de determinadas regiões do Brasil, tal como o do Nordeste e alguns se referem a ele como “O nordestino”; outros se referiam a “Erondinos”, fazendo menção à ex-prefeita de São Paulo, de origem nordestina, mas que sabemos e consideramos uma mulher respeitabilíssima; do paulista em relação ao catarinense, com a expressão “barriga verde”;
O preconceito religioso observa-se em manifestações tais como quando o Católico chama o protestante ou componente de denominações evangélicas de “crente”. Ou então, quando estes, Protestantes ou evangélicos chamam os católicos de “beatos” e de ambos (católico e protestante) contra o espírita, chamando-o de “macumbeiro”.
Mencionava ainda que a religião muitas vezes, na história da humanidade foi utilizada de forma preconceituosa, como na época da inquisição, várias pessoas foram mortas em fogueira como hereges.
Embora reconheçamos não apresentar o preconceito existente no Brasil, aspectos tão graves como outras manifestações que ocorrem em outros países, na verdade em honra de pessoas como ele JOSÉ CARLOS GOMES e de outros amigos e amigas, companheiros de trabalho, de alguns de nossos próprios parentes, e, principalmente, de nós cidadãos que nos propomos a serem poetas e poetisas, temos de ter consciência de nossas convicções e estamos incluídos no rol das pessoas responsáveis pela transmissão de conhecimento, mesmo que seja por obras simples e singelas, pois essa arte deve atingir em primeiro lugar os pequeninos, os excluídos, os mais necessitados.

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