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A TRAPAÇA DO DEDO DURO

CONTO: A TRAPAÇA DO DEDO DURO
AUTOR: LOU POULIT

Do outro lado da prateleira de livros, um rosto. Um belo rosto, de uma bela mulher. Chamava-se Afrodite, mas ele ainda não o sabia. No entanto sabia ser a mesma que procurava sempre, durante o horário de almoço. E para seu contido contentamento, volta-e-meia a encontrava vagando de uma lojinha a outra dentro do shopping. Era de tez trigueira, roliça, mas sem ser gordinha, seios fartos e comportados, gestos calmos e imensos olhos de mel claro, sobre os quais havia sempre uma parte da franja dos seus cuidados cabelos castanhos-escuros e ondulados. Além da estética, mostrava uma característica talvez ainda mais sedutora: Era muito delicada, tal como uma flor.
Sansão ainda não se decidira a abordá-la. Parecia-lhe preciosa demais para que se precipitasse. Difícil reconhecer que não se sentisse muito seguro. Era um homem bem mais velho, cinqüentão, com certeza quase o dobro da idade dela. Sansão era um tipo machista de viúvo-feliz, de bem com a vida, inconfessavelmente rico para as mulheres e meio sovina para os seus funcionários. Barrigudo? Não... Bem, só um pouquinho. Sempre dizia que sua barriguinha era o suficiente para que fosse confortável. Ao seu ver era um charme.
Distraído pela visão da mulher, ao puxar um dos livros derrubou vários outros no chão da livraria. No susto, havia conseguido pegar apenas dois, os demais fizeram uma barulheira danada. Abaixou-se rapidamente, para esconder o seu constrangimento e recolher os volumes, mas ao reerguer-se, com um sorriso talhado no rosto especialmente para ela, já não a encontrou mais do outro lado. Seu olhar desesperado a buscou pela loja, depois pelos corredores, porém em vão. Ela havia sumido. E lhe deixara mal consigo próprio, com uma sensação de perda. Queria ter aproveitado a oportunidade de se desculpar com ela, embora não o houvesse feito com o dono da loja.
Várias semanas se passaram sem que ele a reencontrasse, apesar do esforço que fez para isso. Seu ânimo começara a ceder à idéia de que nunca mais a veria e se culpava por isso. Aos poucos uma tristeza tenaz, e cada vez mais inconformada, ia e vinha, tomando seu coração de assalto e fazendo, à noite, com que demorasse a pegar no sono. Porém, como os homens pensam saber sempre, toda mulher desejável é apenas uma questão de tempo e sempre acabará vindo, eis que, finalmente, a sorte lhe sorriu pela mais simples natureza das coisas.
Sansão estava prestes a voltar para casa. Havia sido mais uma noite infrutífera de peregrinação pelos corredores do shopping. Mas resolveu fazer um lanche antes de sair e assim, sem saber, propiciou que se manifestasse a natureza das coisas. De longe, reconheceu Afrodite vindo para a praça externa de alimentação. Observou que ela procurava uma mesa para si, preferindo ficar protegida pelo toldo. Vendo que atrás dela havia outra mesa vaga, ele apressou o passo para que ninguém chegasse antes. Ela estava de costas, mas Sansão sentia uma enorme felicidade. Ao menos ela estava bem ali, a poucos centímetros. Na verdade era uma situação inusitada, ela nunca estivera ao alcance da sua mão carinhosa. Entretanto, ele dizia a si mesmo que precisava se conter. E ajeitou-se na cadeira para observar melhor aquela mulher que tanto lhe seduzia.
Numa mesa ao lado, dois garotos tomavam refrigerante. Procurando uma forma de criar uma situação em que pudesse abordá-la, ele viu, do lado oposto à sua mesa, que uma senhora idosa e faladeira havia amarrado a correia do seu irrequieto cãozinho à própria cadeira, enquanto comia um sanduíche enorme, para espanto da sua amiga. Sansão sentia o tempo escorrer rapidamente. Tinha que fazer alguma coisa e talvez não dispusesse de muitos minutos. Subitamente teve uma idéia arriscada para um senhor da sua idade, mas ele se decidiu a pô-la em prática. Na primeira oportunidade em que as velhotas olhavam para o lado, ele soltou a correia do cachorro, que saiu em disparada e sem direção. As velhotas não perceberam e Sansão apressou-se em alertá-las.
A dona do cãozinho começou um escândalo desesperado, para que alguém se prontificasse a ajudá-la. Olhava para Sansão, já que a tinha alertado, mas ele se limitava a assistir. Não tinha mesmo a menor intenção de sair do seu lugar, pois esperava o momento para o próximo passo do seu plano. E não demorou. Aproveitando-se da balbúrdia reinante e da oportuna piedade de Afrodite para com a velhota, Sansão trocou o copo de refrigerante de sua pretendida com o de um, já vazio, dos garotos da mesa ao lado. Depois sorriu para si mesmo satisfeito. Fora arriscado, mas havia conseguido realizar a parte mais difícil. Ajeitou-se novamente, com mais conforto em sua cadeira e esperou pelo momento certo.
Com tanta gente apiedada da senhora, o cachorro não conseguiu ir muito longe. Logo um dos guardas do shopping veio trazê-lo, mas na ponta dos dedos, porque o bicho protestava tentando mordê-los. Voltando todos à calma, Afrodite finalmente se deu conta de que o seu refrigerante havia sumido do copo. Como não era mulher de escândalos, matutava olhando em volta, procurando uma resposta para aquele mistério. Quando viu-se vazado pelo olhar desconfiado da mulher, Sansão não teve dúvida e prontamente apontou para o garoto, que ainda tentava entender como o seu refrigerante havia reaparecido dentro do seu copo. Ela a princípio duvidou, mas como os garotos aparentavam seriedade pela surpresa, acabou convencida de que eles haviam feito aquela travessura. Afrodite não tinha filhos mas adorava meninos, porque em sua família só houveram meninas. Sansão sentiu-se decepcionado ao ver que ela não quis ralhar com os garotos, mas achou que era tarde demais para desistir do seu plano. Chamou um dos garçons e pediu dois outros refrigerantes, um para ela, sem que percebesse.
Quando o garçom retornou e Afrodite se mostrou surpresa, Sansão finalmente pode lhe dirigir algumas palavras educadas: Me desculpe, mas não vai terminar o seu sanduíche a seco, vai? Por favor, aceite antes que perca o gelo – disse a ela. E não perdeu a calma quando ela rejeitou sua oferta lhe agradecendo. Ora, por favor... Trata-se apenas uma pequena gentileza. Vamos, aceite de bom grado, veja, também gosto... Afrodite mostrou-se indecisa e ele se aproveitou para sentar-se à mesa com ela, antes que pudesse dizer alguma coisa. Posso? Meu nome é Sansão... Afrodite não respondeu de imediato e ele manteve a pressão sorrindo: Seu nome é algum tipo de segredo?... O meu é Afrodite... Afrodite?! Uma deusa, somos ambos de origem divina...
Só então ela compreendeu que aquilo era uma cantada e, recapitulando o que houvera acontecido ali, desconfiou que talvez fora tudo uma trapaça dele!... Seu primeiro instinto foi o de recusá-lo. Porém, como nunca se precipitava, começou uma vertiginosa avaliação de outros aspectos. O homem mais lhe parecia um tipo de garanhão em fim de carreira e sua reduzida experiência com esse tipo havia sido desastrosa. Se ao menos já se conhecessem seria mais fácil, mas julgava nunca tê-lo visto antes. Sempre dissera que não gostava de homens carecas mas, naquele momento, tentava admitir que ele não era tão careca assim. Também lhe parecia barrigudinho demais, de pouco preparo físico e tônus muscular, entretanto... Bem, mudando o ângulo de visão, ele tinha um rosto forte, fora com certeza um belo rapaz. Testa alta, indício de inteligência. Olhar contundente, mas também algo meigo. Mãos grossas, tivera origem humilde e seria trabalhador. Era um homem grande, talvez um metro e noventa centímetros... Boa perspectiva. Simpático, bem vestido, culto, relógio de ouro autêntico, do tipo que sempre pensa saber de tudo... Por que não? Olhando bem... Era um belo homem!
Ao apagar das luzes, ainda na praça, Sansão insistiu em levá-la para casa e, assim, descobrir onde ela morava. Porém ela decidiu que era a hora de começar a estabelecer limites. Ele não conseguiu convencê-la. Também não conseguiu marcar um encontro no fim de semana, já que ela alegou que iria viajar. Ficou olhando o ônibus se afastar levando embora sua nova deusa. Mas lembrou-se de algo que pusera no bolso. Era um cartão de um escritório de advocacia... Pondo o óculos devassou cada letra dos poucos dizeres que nele havia. Um número de telefone! E de um bairro bem próximo. Eis uma coisa muito importante naquela situação. Aquele número era o único elo, um simples resquício do encontro, mas sentiu-se capaz de jogar fora todos os demais cartões e anotações que tinha consigo. Era o cartão de uma deusa! Sansão não gostava muito de mulheres advogadas, mas adorava as adjuntas. Dizia aos amigos que adjuntas não são advogadas, ainda não têm seus vícios. Pois, deve-se aproveitar, antes que venham a tê-los.
Afrodiiiiiiiiite!!! Não acredito que você vai fazer isso de novo, garota. Você sabe que isso não dá certo. Você já tentou antes, viu no que deu. A não ser que você queira simplesmente dar um golpe do baú!... Diana! Você sabe que não é bem assim... A irmã mais velha pôs as mãos na cintura e olhou para Afrodite erguendo uma das sobrancelhas, hábito que herdara do pai desaparecido. Afrodite se atirou no sofá choramingando, sempre virava uma menininha frágil quando tinha que enfrentar Diana.
Viviam juntas havia há bastante tempo. O pai de Diana fora o primeiro homem de sua mãe, mas nunca ficava muito tempo. Vinha, se instalava, mas em pouco tempo sumia de novo. Num desses retornos encontrou a futura Afrodite ainda na barriga da mãe. Então, esbravejou, xingou e praguejou contra a mulher que, pessoa muito simples e curtida da sua vida sofrida, a tudo suportava. E ainda serviu ao seu homem um verdadeiro repasto de rei, para as parcas disponibilidades da época. Ele comeu como um boi e foi-se embora como um cavalo. Entretanto três anos depois, ficou sem dinheiro e reapareceu, como se nada houvesse acontecido. Sem saber como enfrentá-lo, a mulher acabou concordando em que ficasse até que se arrumasse. No dia seguinte ele já dava as ordens em casa. E na noite de sexta-feira Diana arrastou a pequena Afrodite para sua cama. Hoje você não vai poder dormir com a mamãe – Disse à irmã, que não entendia os gritos abafados e os urros desvairados que se ouviam pela porta entreaberta do quarto.
Ele ficou, dessa vez por quatro anos e inexplicavelmente a vida ficou melhor durante esse tempo. A mãe conseguiu boa freguesia para as suas costuras. O proprietário do apartamento, doente e no fim da vida, desistiu de se aproveitar dela e, por admirar a sua fibra mais do que o seu traseiro, acabou por lhe entregar uma escritura definitiva do apartamento, por uma soma simbólica. Contudo, nem isso foi capaz de conter o instinto inquieto do pai de Diana. Justo quando Afrodite já se afeiçoara, já o tinha como referência de homem, ele saiu para beber no bar e nunca mais voltou. Pois para a bela e doce menina dos olhos de mel, a irmã ocupou esse lugar.
Meu amor... Pare de se fazer de vítima. Você sabe o que a mamãe dizia, “quem gosta de velho é fundo de rede”. Você tem mania de super-heróis. Por que não arranja um mais novinho, Afrodite?... Então, Diana, o Sansão é muito mais bem conservado que aquele grosseirão da banca de jornal. É educado, culto, generoso... É, velho, careca e barrigudo – Completou Diana... Ah, não dona adivinha, barrigudo ele não é não, você nunca viu, como pode saber?... Vai me dizer agora que ele não tem nem um pneuzinho... Ah, um pneuzinho? Tem, mas é fofinho... Depois não venha choramingar no meu colo, não diga que não lhe preveni... Ah, ele é tão grandão e tão gentil. Bem que pode ser o meu super-herói... Não sei, Afrodite. Mas se você gosta, pode ser, otimistamente, o seu homem-borracha... Diana foi para o seu quarto. Oh! – Afrodite fez-se de ofendida – Você é que é a mulher-látex! Do quarto, Diana arremessou o travesseiro, que foi parar na cozinha, e as duas irmãs riram-se uma da outra.
...
As manhãs de sábado eram de faxina geral. Afrodite herdara da mãe o mérito dos temperos, porém, como trabalhava fora, nos fins de semana a cozinha era território só seu, o que incluía a limpeza. Diana lavava, pelo lado de fora, a porta que dava para o corredor, assobiando uma música para dar ritmo ao esforço. Sem conhecer o lugar e com um embrulho generoso de flores nas mãos, Sansão abriu a porta do elevador cuidadosamente. Tinha a esperança de fazer uma surpresa para sua deusa, mas foi surpreendido pela visão do traseiro de Diana, que se curvara para dar brilho no metal da maçaneta.
Ao ouvir o falso pigarreado do homem, Diana voltou-se de um pinote. Ia começar uma espinafração para dissimular o seu constrangimento, porém, vendo aquele homem grande com um sorriso respeitável por trás das flores, conseguiu se conter por alguns segundos, enquanto refletia. O suficiente para ele olhar mais uma vez as anotações em um papel de bloco e tomar a iniciativa da conversa: É aqui que mora a Senhorita Afrodite?... Diana não respondeu de imediato, mas já não tinha dúvida sobre quem era o grandalhão à sua frente. Ele correspondia às descrições, trazia flores e tinha na mão um papel com figuras aguadas de anjinhos, tal e qual o bloquinho de anotações que a irmã usava. Então, deduziu, a danada não lhe contara a estória toda. Já estivera com ele uma outra vez... Pelo menos.
Quando resolveu que lhe daria uma resposta séria, para mostrar que aquilo não era a casa-da-sogra, Afrodite antecipou-se, pelas suas costas, cumprimentando-o com meiguice, sua arma mais fatal: Oi, Sansão... Que lindas, meu anjo!... E logo apresentou sua irmã Diana. Todo derretido pelo sorriso carnudo irrecusável de Afrodite, Sansão quis ser gentil também com a outra, de cuja existência ainda não sabia: Meus Deus, mas que sorte a minha! Trouxe flores para duas deusas belíssimas... Afrodite aceitou a partilha com bom humor, mas Diana preferiu levantar novamente uma das sobrancelhas, mas sem deixar de ser simpática. Afinal, conhecia sua irmã, sabia que ela estava pondo seu plano em prática, e que já era tarde para tentar interrompê-lo. Saiu da frente da porta e ele entrou, puxado pela mão por Afrodite.
O almoço avançou rapidamente. Depois da canja com muitos miúdos, do filé de frango à parmegiana, salada de legumes e arroz branco, a sobremesa foi apresentada com pompas. Afrodite lhe fizera contar qual seu doce predileto, e trouxe para a mesa um enorme pavê de chocolate, que deixou o homem com os olhos arregalados. Depois de satisfeita a sua gula, Sansão não comeria nem mais uma cerejinha, pela mais absoluta falta de espaço. Afrodite sugeriu que se acomodasse no sofá e, descontraídos, foram os três. Suas pálpebras lhe pesavam, porém, cercado por duas deusas que gostavam tanto de vinho, o homem não admitia a idéia de dormir. Deliciava-se observando todos os detalhes. Quando ria, os seios de Afrodite tremiam sedutoramente. Diana, agora completamente à vontade, não tinha o sorriso luminoso da irmã, mas ganhava dela no traseiro imenso. Era bem branquinha e, vez por outra, mostrava belas e pouco comportadas coxas. Passaram a tarde conversando e brincando como três adolescentes. Quando uma saía, para o banheiro ou para a cozinha, ele aproveitava para atiçar o fogo da outra. Entretanto, estava acontecendo algo que ele não percebia naquele momento e não perceberia, até que não soubesse mais o que fazer.
Já à noitinha, Afrodite se fazia algo compenetrada. Sem mostrar sua preocupação, levantou-se e foi à cozinha anunciando que iria preparar um cafezinho bem forte. Mas do fogão, enquanto esperava a água ferver, de vez em quando esticava os olhos para espiar os dois no sofá. Aquela não era uma situação nova. A seu ver, Diana sempre acabava se jogando para cima dos seus namorados. Essa era uma questão antiga, que vinha desde o tempo em que elas eram bem mais novas. À medida em que seus corpos se definiam, a diferença de idade ficava cada vez menos importante. Como, nessa época, Diana era tida como feinha e tinha jeitão de menino, não fazia seu gosto seduzir os garotos como a irmã. Mas depois sempre arrumava um jeito de tentá-los. Depois que os julgava mais confiáveis e mais fáceis de controlar. Isso já dera panos para muitas mangas, algumas escaramuças mais sérias. Parecia tudo esquecido, coisas do passado. Porém, agora Afrodite sentia seu sangue esquentar. As lembranças voltavam a galope. Por isso serviu o cafezinho e arranjou argumentos, para fazer com que ele sentisse que estava na hora de se retirar. E ele se foi, feliz da vida.
...
“Afrodiiiiiiiiite!!! Não acredito que você vai fazer isso de novo, garota...”, não foi assim que você me disse? Agora eu é que lhe digo, Diaaaaaaana!!!... A outra mostrou-se indignada: O que foi que eu fiz, posso saber?... Você sabe muito bem do que eu estou falando, sua sonsa. Não é a primeira vez. Eu vi você beliscando o Sansão bem no sofá, no sábado passado... Euuuuu, Afrodite?!... Sim, você!... Mas foi ele que me beliscou primeiro!... Ahaaa! Eu já imaginava. Eu não vi não, mas tinha quase certeza. Você acabou de admitir que beliscou o meu namorado... Não tendo mais como negar, Diana mudou a estratégia: Ora, mana, foi só uma brincadeirinha... Eu conheço as suas brincadeirinhas há muitos anos... Depois, ele não é bem seu namorado ainda, que eu saiba...
Ela sabia ser aquele um argumento definitivamente decisivo. Por pior que fosse, Diana tinha razão. Afrodite sabia exatamente o que a irmã queria dizer. Enquanto sua relação com Sansão não se consumasse, Diana seria uma concorrente, uma inimiga no ninho. Precisava afastar o homem de casa. Ou não? Bem, pensando melhor, enquanto estivessem os três juntos, fosse onde fosse, seria mais fácil controlar o velho garanhão. Se continuasse saindo a sós com ele, até que ele se decidisse, Diana teria também esse direito. Resolveu então que a melhor maneira de controlar as coisas era as duas fazerem um acordo. Pois já tinha uma proposta para a irmã.
Diana estava sentada na sua cama, remexendo na velha caixa de costuras, que fora de sua mãe, chamada Heralda e tratada por Hera. Aqueles apetrechos, linhas e retalhos, pareciam guardar na caixa muitas lembranças da “Velha” que, entretanto, morrera moça, levando para o túmulo apenas alguns cabelos brancos e um coração que nunca fora realmente amado por homem nenhum. Além da caixa, herdaram o apartamento e as traquitandas que ninguém quisera comprar. Com a venda dos móveis as duas haviam pago as últimas despesas do tratamento e do enterro. Restaram também alguns livros antigos, dentre os quais um velho volume sobre mitologia grega, de cujas ilustrações a Velha ria e se admirava, como se houvesse entendido profundamente o que se esforçava tanto para ler.
Hera trabalhara muito para criar as filhas sem marido. Mas já fora muito sofrida, desde antes, quando adolescente morria de medo do padrasto, e por ele fora inclusive molestada. Ele fora o capataz da fazenda onde Hera nascera. Um homem que sabia se mostrar meigo quando queria, mas que, noutros momentos, era extremamente violento. Diana o odiava, a partir do que Hera lhe contou, e qualquer homem que a fizesse lembrar dele era para ela igualmente odiável. Desde mocinha sentiu vontade de capá-lo à faca, queria ter tido uma oportunidade para fazer isso. Tinha o mesmo desejo em relação aos seus poucos e inocentes namorados, mas nenhum deles ousara o bastante. Não queria sofrer como a mãe, nas mãos de homens bem servidos que, entretanto, não valiam nem a comida que comiam. Já tinha sua própria experiência e achava que havia sido suficiente para saber que os homens são todos iguais. Entregara-se ao último deles por amor sincero, mas não durou muito tempo porque descobriu que teria que dividi-lo, ou pior, capá-lo.
Afrodite interrompeu suas lembranças e a surpreendeu novamente, fazendo uma proposta bastante interessante: Sansão ficaria com aquela a quem ele próprio escolhesse. Mas então – Diana quis esclarecer – quer dizer que você lhe perguntará a quem escolhe?... Não, Diana. Isso aqui não é uma loja comercial oferecendo promoções... Então, como saberemos com certeza?... Afrodite parou para pensar e Diana completou: ganha aquela que primeiro perder com ele a virgindade!... Está louca, Diana? Sabe que você não é virgem... Mas ele não sabe disso... Mas ele não vai perceber?... Digo que meu hímen é complacente... Não! Sua trapaceira! Como você poderia saber disso antes de ter uma experiência?... Digo que fui molestada pelo meu ginecologista... Mas que coisa sórdida! Que lembrança mais infeliz... Qual o problema? – No caso da mamãe não foi um médico educado e nem de mãos limpinhas. Depois, ele ficará com peninha de mim, Afrodite, até terá um sentimento de proteção, muitas mulheres tiram partido disso... Não era você que não suportava mentiras?... Afrodite, ele não sabe de nada e você não vai bancar a dedo-duro dessa vez... Eu? Dedo-duro, Diana?... Você mesma, sempre me delatou desde criança... Mas que mentirosa... Você sabe muito bem, Afrodite. É apenas para efeito desse nosso trato. Ah sim, outra coisa, isso terá que acontecer aqui em casa, noutro lugar não vale. Deixemos que ele faça a escolha livremente. Combinado?
Não era bem esse o acordo que Afrodite imaginara, contudo, pelo menos agora havia um acordo. Sentia-se em desvantagem. Caso Diana o convencesse de que é virgem, isso poderia pesar na sua decisão a favor dela. Os homens dão muito valor a isso. Afrodite vinha evitando encontrar-se com Sansão desde o último sábado. Achava agora que ele era tão sem-vergonha quanto Diana, porém queria primeiro acertar as coisas com ela, torná-la mais previsível, para depois poder ficar com ele. Bem, já no dia seguinte ao do acordo, foi encontrá-lo no shopping durante o horário de almoço. Entretanto, ele não estava lá. Começou então a telefonar, mas a ligação caía na secretária eletrônica. Será que estava com Diana? Telefonou para casa, Diana atendeu e disse que não... De jeito nenhum... E agora? Precisava voltar para o trabalho – Afrodite sentiu um princípio de desespero. Esforçou-se para controlar a agonia. A tarde passou muito lentamente e assim que pode ela se despencou para casa. Ao chegar tentou agir normalmente, porém prestando atenção em cada detalhe, na expectativa de encontrar algum indício de que ele estivera ali durante o dia. Mais tarde estava aliviada, porque não havia visto nada de diferente. Contudo, estranhava o bom humor da irmã, algo exagerado.
Nos dias que se seguiram tudo se repetiu. Não o encontrava, não conseguia fazer contato e nem descobria nenhum indício em casa, a não ser Diana, que dera para assobiar mais que de costume. Ele havia sumido sem dar uma palavra e isso era o mesmo que futucar uma ferida antiga. Trazia a lembrança do sofrimento de sua mãe. Então queria perguntar à Diana por que isso não a incomodava. Ao contrário, parecia mais feliz. Mas sempre deixava essa pergunta para depois. Preferia absorver o acréscimo de agonia que vinha a cada dia. Na sexta-feira de manhã, enquanto Diana foi se banhar, ela sentiu uma vontade quase incontrolável de fuçar as coisas da irmã. Mas demorou a se decidir, depois achou que não daria mais tempo e acabaria chegando atrasada no trabalho. À noitinha, já voltando para casa, era só desânimo. Nem se alimentou direito e foi dormir cedo, com o coração pesado demais. Porém, não chegou a entrar em estado de sono profundo. Foi despertada pelos gritos desesperados de Diana, que vinham sufocados pela porta fechada do banheiro: Afrodiiiiite!!!... Ai! Afrodiiiiite!!! A tocha!!!... Afrodiiiiiiiiiiite, me acuuuuuda!!!... A tocha!!!...
Muito à contra-gosto, por Diana ter interrompido seu sono tão difícil de conseguir naquela noite, Afrodite foi se arrastando para o banheiro. Já sabia do que se tratava. A válvula do aquecedor de gás estava com defeito havia algum tempo. Por duas vezes o faxineiro do prédio já viera consertá-la. Levava algum dinheiro, mas o problema reaparecia, o gás vazava e fazia um fogaréu. Bastava fechar o registro na parede e esperar um pouco, mas tomada de pavor, Diana não era capaz de fazê-lo. Afrodite fechou o registro e voltou para a cama resmungando. E agora, Afrodite, vou ter que me enxaguar com água fria?... Da cama ela respondeu: É bom, Diana. De vez em quando é bom pra lhe aliviar do seu próprio fogo...
Quando Diana voltava para o seu próprio quarto parou na porta do quarto de Afrodite. Mas ela fingiu que já estava dormindo novamente. Era noite de sexta-feira, porém não tinha ânimo nenhum. Pensou que naquele instante o shopping e os bares deviam estar borbulhando de gente se divertindo. Mas seu coração estava triste demais. Se resolvesse se vestir e sair? Talvez encontrasse Sansão em algum lugar. Mas, o que faria então? Não... Não era uma boa idéia. Isso podia por tudo a perder de vez. Esforçava-se para ouvir os ruídos que Diana fazia no seu quarto, e deduziu que ela se preparava para passar creme no corpo. Imaginou então a irmã fazendo isso, mas com o pensamento em Sansão. Afrodite sentiu um tremor de raiva lhe percorrer o próprio corpo e enfiou a cara no travesseiro. Queria dormir e rápido. Precisava afastar esses pensamentos da mente. De súbito algo lhe sacudiu o coração: E se Diana contasse a ele sobre o trato que haviam feito? Não se considerava mais delatora do que a irmã. Remexendo a memória, achava que eram duas delatoras quando alguma competição o justificava. Dedo-duro? Eu que sou a dedo-duro? Pois sim, a mim ela não engana – Afrodite adormeceu inquieta.
...
“Afrodiiiiiiiiite!!!... Venha ver quem está aqui!... Afrodite chegou às pressas, para confirmar a intuição que havia desprezado desde que se levantara da cama. Lá estava novamente aquele sorriso por trás do embrulho de flores, embora dessa vez nem tantas. Mas eis que, enquanto trocavam olhares, Diana se antecipou e trouxe Sansão para dentro pegando-o pela mão. Nesse momento, Afrodite se convenceu definitivamente de que seus planos estavam sob sério risco. Precisava dissimular que se sentia roxa de ciúme. Lembrou-se então de que naquele sábado tinha o compromisso de ir ao escritório, para fazer a pró-forma de um contrato importante para a empresa, de modo que estivesse nas mãos do cliente na segunda-feira antes do almoço. Mas qual, essa devia ser a razão dos constantes assovios de Diana. Ela devia saber que teria várias horas a sós com ele.
Afrodite precisou fazer um esforço muito grande, mas conseguiu se controlar. Preparou um cafezinho, e começou uma conversa descontraída. Para diverti-lo, contou a estória do defeito na válvula de gás e do desespero da irmã. Entretanto o tempo era mesmo curto. Deixou o almoço adiantado e foi para o escritório, mas não sem antes exigir dele a promessa de que esperaria por ela. Ao passar pela porta, olhou para a irmã com seriedade, e percebeu que ela dissimulava um sorriso sarcástico de quem dizia: Não tenho culpa... Diana não quis perder nem um minuto. Pela janela deu um até-loguinho para Afrodite e, assim que ela virou a esquina, foi logo sentando no sofá ao lado dele, ou melhor, quase no seu colo. De short curto e blusa de malha, podia perceber que Sansão seria facilmente seduzido. Alguns minutos depois já estava sentada de fato no seu colo. Porém, achando que ele estava menos ousado do que devia, Diana alegou que a janela da sala estava aberta e o levou para o quarto. Então o homem pôs de lado a timidez e começou a despi-la, e ela a ele. Já deitados na cama, Sansão sentiu seu próprio sangue se multiplicar. Diana era uma mulher bela, apesar de não ter a simpatia da irmã. Ele admirou seu corpo por alguns instantes, sua pele muito clara, e viu que alguns músculos tremiam involuntariamente. Ela era um poço de desejo. Mas quando ele começou seus carinhos o telefone tocou. Diana não queria atender, pensava ser uma trapaça da irmã, mas Sansão, que não desconfiava, insistiu. Argumentou que podia ser algo sério e que eles tinham bastante tempo.
De má vontade Diana foi à sala atender. Depois voltou furiosa, dizendo que se tratava de um homem desconhecido, perguntando se aquele telefone era do açougue. Sansão desfez a zanga dela com alguns toques certeiros e ela correspondeu. Os minutos passavam rápidos para ela, mas ele não demonstrava nenhuma pressa. Seus carinhos vinham e voltavam aos mesmos lugares, mudava e tornava a mudar a posição dela, porém nada além de carinhos. Diana então achou que ele não podia continuar no comando, e passou a tomar a iniciativa. Porém, no instante em que ia consumar sua conquista postando-se sobre ele, ouviram o som da campainha. Algum miserável estava na porta - disse ela a si mesma, fingindo não ter escutado. De novo a campainha tocou e Sansão perguntou se ela queria que fosse atender. Diana estava a ponto de explodir de raiva, mas controlou-se para não tornar as coisas ainda mais difíceis. Levantou-se, tirou do armário um quimono atoalhado e foi para a sala, abrindo a porta abruptamente e fazendo cara de poucos amigos.
Da cama, onde permanecera, Sansão ouviu Diana dizer que ele voltasse noutro dia, que não poderia consertar coisa nenhuma naquele dia. Era um funcionário e tentava explicar a ela que haviam pedido o conserto, telefonando para a empresa que o contratara. Se o serviço não fosse feito naquele dia, então quem pagaria a sua diária? Ela entrou no quarto bufando, pegou sua bolsa e dela retirou dinheiro suficiente para despachar o “senhor consertador do gás”, mas Sansão interferiu de novo. Para convencê-la, alegou que o problema do gás era muito perigoso e que o conserto sairia mais caro do que comprar outro aquecedor. Calma, temos tempo... – repetiu ele para desespero dela.
Duas horas depois, justificando-se pela pressão que ela fez para que fosse mais rápido, o homem deu o serviço por terminado, tendo feito uma limpeza geral e trocado a válvula defeituosa por outra já usada, mas que, como podia ver, funcionava perfeitamente. Diana sentiu que aquela não era uma boa solução, mas tinha outra prioridade no momento e tratou de se livrar do inoportuno. Quando o homem foi-se embora ela olhou para Sansão, sentado no sofá esfregando com a mão a própria barriga, e deduziu o óbvio. Ele estava com fome, ela teria que servir o almoço e deixar a sua prioridade para depois. Ela ainda perguntou para confirmar se havia entendido bem o gesto, numa tentativa de protelar. No entanto Sansão confirmou que já estava sentindo fome, e mais uma vez lhe disse que tinham muito tempo, “só tenho pressa para o que não gosto de fazer...”. Diana respirou profundamente e foi para a cozinha, tentando manter um bom ânimo para não demonstrar a sua raiva.
Ela tentou fazer com que Sansão terminasse rapidamente a sua refeição, porém ele não teve pressa para isso também. Comeu e repetiu, elogiando os dotes de cozinheira de Afrodite. Nesse dia não havia pavê de chocolate para a sobremesa, porém havia metade de um melão na geladeira e, como ele disse que adorava melões, Diana não conseguiu tirar o fruto do cardápio. Sansão comeu toda a metade do melão sozinho. Diana olhava para o homem empanzinado de tanto comer e para o relógio, que ficava sobre a prateleira da sala. Ele lhe parecia uma criança. Para um homem da sua idade comia demais. Quando Sansão finalmente terminou, ela tratou de aconselhar que se deitasse um pouco, na cama, que seria mais confortável. Ele aceitou e ela voltou à carga, tomando novamente a iniciativa dos carinhos. Porém, bastou que ela fosse ao banheiro por alguns poucos minutos, para que Sansão pegasse num sono profundo. Meia hora depois, sentada na cama ao lado dele, ela se perguntava onde havia errado, e ele roncava sem nenhuma cerimônia.
Quando, mais tarde, Diana tomou coragem e decidiu acordá-lo, antes que fosse tarde demais, o telefone tocou novamente. Ela alegrou-se por ele ter despertado, mas logo perdeu a esperança. Era Afrodite, avisando que já estava voltando, mais cedo do que imaginara. Normalmente, ela levaria vinte minutos no trajeto entre o escritório e o apartamento, mas Diana sabia que, naquela situação, chegaria bem antes. Talvez já estivesse dobrando a esquina. Desanimada, ela disse que Afrodite já estava chegando e Sansão pediu para tomar uma chuveirada bem rápida, só para tirar a lombeira.
Quando Afrodite chegou usou a sua chave para abrir a porta, contudo encontrou os dois fazendo um lanche à mesa. Com algumas poucas trocas de olhares desconfiou e, pela receptividade dele convenceu-se, de que o pior não havia acontecido. Que alívio! Sentiu-se tão feliz que se jogou nos braços dele como nunca fizera antes. Depois tentou se recompor, mas não evitou a raiva da irmã, que dirigiu-se ao banho sem conseguir dissimulá-la. Afrodite disse a Sansão que não se preocupasse, que ela era assim mesmo e que depois de um bom banho voltaria ao normal. E foram os dois trocar afagos no sofá. Porém, embora pudessem ouvir o som do chuveiro, pelo buraco da fechadura Diana os observava. Quando percebeu que ele já acariciava o seio de Afrodite, não pensou duas vezes. Tratou de terminar o falso banho e saiu de repente do banheiro para o seu quarto, enrolada na toalha, para provocar a irmã. Como resposta, Afrodite convenceu Sansão a ir com ela fazer um passeio no shopping. Ele perguntou à Diana se ela não gostaria de ir também, mas dessa vez foi Afrodite quem se antecipou, dizendo que ela nunca ia ao shopping e não haveria de resolver ir justamente quando estava chuviscando, “não é mesmo, mana?”. Ao saírem na calçada, Sansão olhou para o céu da noitinha, em que já despontavam as primeiras estrelas, e perguntou a ela pela chuva. Quando saí do escritório estava caindo um chuvisco, explicou ela. Ele olhou então para o chão, completamente seco e sem poças, mas preferiu não perguntar mais nada. Afinal, que diferença fazia?
Em casa, deitada na cama, Diana roia as unhas. Trapaceira que você é, Afrodite... – dizia consigo – Primeiro arrumou alguém para ligar perguntando por outro número, e logo pelo número do açougue! Depois telefonou para pedir o conserto do aquecedor... Com certeza escolheu a empresa mais trambiqueira da lista. Ah, maninha, você me paga... Mas no shopping ela não poderá conseguir nada, o trato é que tudo se decida aqui no apartamento. Depois, ele só virá novamente no próximo sábado... Bem, agora quem tem tempo sou eu. Terei uma semana para estudar isso com muita calma.
Na praça de patinação, enquanto se divertiam com os tombos dos que se arriscavam, Sansão perguntou se ela havia ligado durante o tempo em que esteve no escritório. Afrodite explicou que estavam fazendo uma nova instalação e todo o prédio estava sem sinal telefônico. Portanto, por mais que precisasse não poderia telefonar. Mas não ligou para pedir o conserto do aquecedor? – Insistiu ele. Não, Sansão. Quando saí, perguntei na portaria pelo faxineiro, que costuma fazer esse serviço. O porteiro disse que ele havia sido demitido, mas que procuraria o número de uma firma, que já havia feito isso em alguns apartamentos. Só que ele poderia demorar um pouco a chamar, porque há alguns anos não ligava para essa firma e não sabia de cabeça onde estava o caderno antigo de telefones. Mas por que essa pergunta sua?... Por nada, aliás foi muito bom. Mandaram alguém lá consertar. Precisava mesmo, esse tipo de problema é muito perigoso... Afrodite, apenas balançou a cabeça, mas já ficou imaginando como estava a cabeça de Diana.
...
Afrodite chegou do escritório bem mais cedo do que de costume. Havia almoçado junto com todos os funcionários no pequeno restaurante que ficava no andar térreo do mesmo prédio. Comemorava-se o aniversário do dono do chefe, um velho e bem sucedido advogado, e seu filho, também dito homem das leis, criou o evento porque viu nele uma boa oportunidade para, mais uma vez, tentar convencer Afrodite a ser mais que uma simples secretária. Porém ela, além de já tê-lo recusado inúmeras vezes, por pura intuição só pensava no momento de voltar para casa. Para não fazer desfeita, foi e almoçou, mas muito rapidamente. Ela sabia que o velho não gostava muito dessas ocasiões e não se demoraria a ir embora. Pois logo depois que ele passou pela porta, de saída, foi ela a se despedir de todos. Para desespero do seu preclaro admirador.
Entrou no apartamento, como vinha fazendo, em silêncio, usando a própria chave. Entretanto, para sua surpresa, estava vazio. Foi ao quarto da irmã e logo deduziu que ela havia saído. A julgar pelos cabides que ficaram vazios no guarda-roupa, fora bem vestida. Um resto do perfume ainda estava pelo ar, retido pela janela fechada, e o sapato de salto novo não estava na caixa. Já convencida de que eles haviam saído, Afrodite teve vontade de gritar, o que não era do seu temperamento. Sentia que aquele homem era realmente importante. A expectativa de perdê-lo lhe parecia algo terrível, e a de ter que conviver com os dois debaixo do seu nariz era ainda muito pior. Sempre dizia que sua intuição nunca falhara.
Tomou um banho morno e demorado para tentar relaxar. Vestiu uma camisola fina e confortável, e foi para a cozinha. De tanta ansiedade quase esvaziou a geladeira, fazendo um lanche que seria capaz de saciar até mesmo a Sansão. Pensava que sua irmã, por vezes, parecia ter razão em coisas absurdas. No caso, Afrodite remexia na faca de pão e se lembrava da fixação da outra por capar alguém. Começou a achar que alguns homens bem que podiam merecer mesmo. Ainda estava à mesa quando a porta abriu e por ela passaram os dois. O primeiro impulso de Afrodite foi explodir com Sansão. Mas vendo que Diana passou emburrada para o seu quarto, sem dar nem ao menos um “boa tarde”, preferiu esperar um pouco. Vendo-a com cara de açougueiro, passando o polegar no fio da faca, embora estranhando Sansão veio todo dengoso.
Em tom baixo ela exigiu umas respostas, antes de qualquer outra coisa. E ele prontamente começou a descrever a própria versão do que havia acontecido. Não, Diana não havia telefonado. Ele sim, para deixar o recado de que teria de viajar novamente no fim-de-semana, porque ninguém atendia no telefone do escritório. Então Diana lhe dissera que dava o recado, mas que queria conversar e marcou um encontro no shopping. Foi só isso, meu amor... Afrodite olhava dentro dos olhos de Sansão, fazendo expressão de quem não acreditava muito. E do shopping, vocês foram para onde?... Lugar nenhum, minha deusa... Sansão... – Ela remendou mostrando sua impaciência... Ora, só fomos assistir o filminho do dinossauro pra passar o tempo. Mas por que está achando que fizemos alguma coisa de mais?... Porque você não tem vergonha nessa cara... Euuu? ... – Sansão levantou-se da cadeira, surpreso com a atitude dela, fazendo-se de vítima... Porém, olhando para a calça que ele vestia, ela completou vitoriosa:... E porque sua braguilha está manchada... Sansão, que dinossauro mais guloso esse!!!
Enquanto ele pensava numa saída para aquela situação, Diana passou do quarto para o banheiro, ainda dando os bofes para ele. Não abre demais o gás! – Disse Afrodite assim que a irmã fechou a porta. Sansão começou a contar o que certamente seria uma mentira deslavada, mas Afrodite achou que já estava tudo bastante claro. Pegou o homem pela mão e praticamente o arrastou para o seu quarto. Empurrou o seu corpo imenso para que caísse de costas na cama e começou a soltar o cinto. Novamente surpreso, ele ia argumentando alguma coisa, porém ela lhe disse que calasse a boca, com o tom de uma ordem, e prosseguiu a despi-lo sem cerimônias. O homem não estava acostumado àquilo, era para ele inusitado, porém... Pensando bem, por que não? Afinal de contas, não era o que vinha desejando havia tanto tempo? Muitas vezes imaginara uma viagem bastante semelhante, com a diferença de que ele estava na poltrona do piloto.
Diana nem se dava conta da água que deslizava abundante e quente pelo seu corpo, ainda trêmulo, mas agora pela raiva que ela sentia. Como Afrodite pudera adivinhar o dia e a hora com exatidão? E por que Sansão se demorara tanto a decidir trazê-la de volta? Quis ver a porcaria daquele filme até o final, a ponto de urinar nas próprias calças, antes de chegar ao mictório do cinema! Ele adorou saber seu segredo mais precioso, de que era virgem, porém nem assim quis sair até que passasse a última cena. Ela precisava pensar em alguma coisa rapidamente. Cada minuto era uma perda enorme de tempo. Mas, sob tensão, nada lhe ocorria que pudesse fazer.
Na cama, Sansão parecia estar no paraíso. Afrodite era mesmo uma mulher e tanto, uma deusa da beleza e da sensualidade. Suas formas eram esculturais, sua pele deliciosa e cheirosa, seus gemidos e sussurros bem medidos arrancavam das cavernas da sua ancestralidade um indomável instinto de animal macho. Ele só raciocinava o suficiente para retardar a consumação. Queria que fosse o melhor de todos, o mais belo himeneu desde a Grécia antiga. Entretanto, para Afrodite, nada disso era necessário. Bastava sair-se vencedora, depois disso ele poderia entrar do jeito que bem entendesse. De tudo ela fazia para que, na iminência de um orgasmo, ele se apressasse a enfim fazê-la mulher e feliz. Contudo Sansão era um homem experiente. Se o hímen tivesse um limite de tolerância matematicamente calculável, ele saberia fazer essa conta com a mais absoluta precisão.
Diana diminuiu a vazão do chuveiro, enrolou-se na toalha e abriu a porta do banheiro cuidadosamente. A porta do quanto de Afrodite estava fechada e Diana não resistiu à tentação de olhar pelo buraco da fechadura. Não dava para ver muito, mas aquele traseiro branco e grande se remexendo só poderia ser do Sansão! Então a sua intuição estava certa, Afrodite estava jogando duro, uma cartada decisiva. Diana entendeu que: ou fazia alguma coisa em pouquíssimo tempo, ou não adiantaria mais. Entretanto, fazer o que? Sua irmã estava rigorosamente dentro do trato. Diana buscava uma forma de interromper a brincadeira daqueles dois sem quebrar o acordo que haviam feito. Além disso, tinha torcer para que o homem fosse tão controlado com ela quanto fora consigo.
No ninho das suas delícias Sansão mantinha o controle. Porém isso também se devia a certo escrúpulo por parte dela. Durante aqueles minutos de idílio, apesar do grito preso na garganta, Afrodite se recusara duas vezes a por em prática uma idéia ousada. O homem que, bem maior e mais forte, sobre e entre as coxas dela julgava ter absoluto domínio da situação, sequer imaginava o que passava naquela cabecinha. Como os homens sempre acham, a mulher era uma simples coadjuvante e apenas ele tinha o poder de decidir o momento da consumação, conforme melhor aprouvesse. Afrodite gemia, pedia, implorava, porém ele só ia até o limite. Então recuava e dizia a ela que tivesse calma, ponderava que esperasse um pouco mais, que ainda não era o momento. Apesar de estar quase enlouquecendo, ela esperou estrategicamente e logo ele voltou a pressionar. Foi no exato momento em que se ouviu um pequeno estrondo e em seguida os gritos sufocados de Diana: A toooocha!!!... A tooocha!!!...
Assustado, Sansão levantou a cabeça, olhando na direção da porta. Fez menção de se levantar, porém Afrodite havia trançado as pernas nas suas costas. Lá do banheiro Diana pedia socorro e gritava: A toooocha!... Enquanto, agarrada ao corpo dele, Afrodite lhe implorava: Atoooocha, meu amor... Bem, ao menos por bom-senso, devemos admitir que mesmo um homem experiente, tem o direito de parar para refletir. Pois no caso, antes não o tivesse. Foi justamente nesse exíguo instante de reflexão, que Afrodite cedeu à idéia que lhe perseguia os escrúpulos. Sabia que aquela gritaria era mais uma trapaça de Diana. Pois haveria de ser a última. Sentindo-se na iminência de perder sua melhor chance, de um só golpe, certeiro e contundente, enfiou o dedo médio no traseiro do amante que, no susto, rompeu afinal o limite... Que isso, mulher? Ficou maluca?... Ah, meu amor, você conseguiu, estou tendo um orgasmo orgulhosa de você... – Ela mentiu com um sussurro suplicante... E como os homens sempre pensam saber que têm a verdade nas mãos, e também noutras partes, e que isso lhes dá poder sobre o certo e o errado, ele cedeu cavalheirescamente: Então atoooocha!...

Foto de Osmar Fernandes

O Repórter de São Pedro

O Repórter de São Pedro

Não perdia um velório. Era figurinha carimbada em todos daquela região metropolitana. Entusiasmado pelo clima fúnebre, anotava todo o acontecimento em sua caderneta. Sujeito excêntrico, sem amigos; gostava do que fazia. Chamava a atenção pelo seu trejeito e pelo traje que usava: uma túnica de cor branca, um cinto de pano vermelho amarrado em sua cintura e calçando uma alpargata desgastada e marrom.
Seu Leleco, que já o tinha visto em vários velórios, intrigado, aproximou-se, e, no pé do seu ouvido, perguntou:
- O senhor é parente do defunto?
O homem lhe respondeu, indiferente:
- Não é da sua conta!
Seu Leleco, irritado, então, disse:
- O senhor é muito mal-educado! Só estou lhe perguntando porque já o vi em muitos velórios. Sempre vestido desse jeito, esquisito, com esse livrinho relatando não sei o quê e com esses gestos inquietantes... Desse jeito o senhor incomoda todo o mundo. Chama mais atenção que o defunto. O senhor por acaso é policial, agente funeral ou agente de seguro?
O homem, franzindo a testa, respondeu, imediatamente:
- Não sou nem uma coisa, nem outra.
Seu Leleco insistiu e perguntou:
- Ah! Então o senhor é amigo do peito de Pedro, não é?
O excêntrico lhe respondeu na bucha:
- Do Pedro sim, mas, do defunto não.
Seu Leleco ficou com a resposta engasgada e, irado e meio confuso, persistiu:
- Como assim? Se o Pedro é o defunto e o senhor não é nem parente, nem amigo, então o que faz aqui?
Dessa vez, em tom menos agressivo, o homem de alpargata desgastada, respondeu:
- Não sou nem parente, nem amigo, nem nunca o vi nem mais gordo, nem mais magro em toda a minha vida. Estou aqui a serviço do céu.
Seu Leleco espantado com as respostas do excêntrico, dessa vez quase foi à nocaute, e, encabruado que era, respirou forte, impostou a fala e disse:
- O senhor está delirando... A serviço do céu?! O senhor quer dizer que não é deste mundo?
O homem de branco, percebendo sua gafe, meio desnorteado, fitou-o e disse:
- Não! Quer dizer, sim!... Já fui há muito tempo atrás. Hoje não pertenço mais a este mundo pecador, violento e desalmado.
De cabelos em pé, parecendo um espantalho, e com “a pulga atrás da orelha”, seu Leleco, trêmulo, mastigando a voz, falou:
- Então quer dizer que o senhor já viveu aqui, morreu, e agora é um espírito. Por isso, faz essas anotações. Prá quem? Por quê?
O homem, enfurecido, respondeu:
- Sim! Quer dizer, não!... É isso mesmo! Já vivi aqui, morri, e agora sou o Repórter de São Pedro. Tenho que anotar todo o acontecimento da história do falecimento. Desde o seu último instante de vida, às causas da morte, às lamentações... Tudo o que parecer interessante, curioso ou triste. Tenho que levar o relatório para o secretário de São Pedro, antes que a alma abandone o seu corpo.
Seu Leleco, assustado e já desconfiado dessa conversa, disse:
- O senhor está com lorota comigo, está blefando, só pode estar. Isto é brincadeira de mal gosto. É coisa impossível! Nunca ouvi ninguém dizer nada igual antes. Morto não volta pra contar histórias, nem fazer relatórios... Isso é uma piada mal contada. Nem na Bíblia Sagrada li nada igual. Esse é o maior absurdo que já ouvi em toda a minha vida. Fale que é mentira, pelo amor de Deus!
O repórter de São Pedro, enfaticamente, disse:
- Quem vê demais, ouve demais, nunca mais dorme em paz. Não estou brincando. O senhor está vendo o que realmente é.
Seu Leleco, que era manco, angustiado balançou a cabeça desaprovando aquelas palavras, e replicou dizendo:
- O senhor é muito estranho, não fala coisa com coisa. Se não quer chamar a atenção, venha vestido como todo mundo; seja um de nós, um igual. O diferente atrai, naturalmente, a curiosidade. Ainda mais em se tratando de um velório. Com uma conversa dessa, sem sentido, dizer que é Repórter de São Pedro e que a alma... Que besteira! Que loucura! Nem sei porque estou emprestando os meus ouvidos a tanta asneira.
O repórter de São Pedro, disse:
Já dizia o profeta: “Virá o Senhor daquele servo num dia em que não o espera, e à hora em que ele não sabe.” (Mt.24:50). Por isso, estou relatando a despedida do morto e revelando a reação de cada um aqui, inclusive a sua. Ser ou não ser diferente não é o caso. O caso é tão somente transladar o acontecimento para a minha agenda e endereçá-la depois para o meu superior... Nunca gostei de me aparecer quando era vivo, nem mesmo nas comemorações dos meus aniversários. Afirmo que somente o senhor está me vendo. Não sei o porquê, mas só o senhor pode me ver.
Engasgando-se nas próprias salivas, seu Leleco, arregalando seus olhos negros, surpreso, indagou-o:
- Puxa! Então o senhor é um anjo do céu mesmo? É aquele que veio buscar a alma do morto?!
O repórter de São Pedro, respirou, e disse:
- Não. Ainda não conquistei esse poder tão miraculoso. Quando olho ao páramo e o vejo tão lindo, entendo o poder de Deus. Estou trabalhando para que um dia eu possa alcançar esse objetivo. Estou numa dimensão divina, mas desejo a purificação total. Fiz boas obras na terra... Mas, adentrar a porta do céu é muito difícil, ela é muito estreita... ficar na fila já é difícil, mas, ser escolhido é quase impossível... depende muito da alma de cada um.

Nesse momento seu Leleco silenciou-se... e sua consciência lhe confidenciou: “Este homem não é doido. É um sábio ou um profeta, ou um santo; mas, doido não é.” E perguntou:
- Tire-me uma dúvida: como São Pedro pode ter o relatório de todos os defuntos do mundo? Afinal, são milhares por dia, não é? Morremos de tantas formas: de doenças, de fatalidades, de balas perdidas; e de tantas guerras: a da fome, a da frustração, a da ignorância, a do tráfico de drogas, a do trânsito e a de guerras de nação contra nação, enfim, são tantas formas de morrer por dia, como enumerá-las, registrá-las?
O repórter lhe respondeu, dizendo:
- O senhor tem toda a razão, não sou doido... Faço parte da O.N.E.C. – Organização Não Espiritual do Céu... Sou um voluntário a serviço de São Pedro. Todo voluntário, seja na terra ou no céu, é bem visto pelos olhos de Deus. Por isso, em cada velório, chovem candidatos. Para cada morto disputam, no mínimo, sete candidatos, um instrutor e dois ajudantes; um anjo só vem fazer este seviço quando se trata de um espírito superior... quando o caso é especialíssimo.
Seu Leleco, curioso que era, perguntou:
- Mas, o que o voluntário e o morto ganham com isso?
O repórter, enfaticamente, respondeu:
- Cada um ganha o que merece... O voluntário recebe uma espécie de bonificação dos pecados... O morto, através deste dossiê do adeus, que é uma espécie de folha corrida, ganhará ou não uma senha para entrar na fila do céu.
Seu Leleco enrugou a testa e disse:
- Mas, além do homem “bater as botas” ainda vai ter que passar por essa peneira... Coitado! O senhor não acha que todo o pobre deveria ir direto para o céu, sem passar por esse vexame?
O repórter, entendendo a simplicidade e a ignorância do seu Leleco, disse:
- Cada alma será julgada de acordo com o que semeou na terra. Afirmo para o senhor que felizes são aqueles que têm a chance de ir para a fila de São Pedro. Muitos desejam isso, mas, poucos conseguem entrar na fila, e somente os escolhidos, a dedo, conquistam esse direito. Nesse caso não conta a questão financeira, política, bens materiais, o que conta é o que foi o coração da pessoa, se foi bom ou mal.
Seu Leleco, de supetão, perguntou ao repórter:
- O senhor lê o pensamento de todo mundo?
O homem do além, meio encabulado, pego de surpresa, respondeu:
- Não. Nem sempre. Faço isso somente quando tenho a permissão do meu superior.
Aproveitando a oportunidade, seu Leleco perguntou:
- Dói morrer? Ou a passagem dói muito mais?
O repórter de São Pedro disse categoricamente:
- Dói muito. Mas, triste mesmo, é assistir ao sofrimento dos que ficam perfilados na rua do inferno, chorando, clamando perdão tardiamente... Essa é a pior dor, é dor infinita. A passagem é como uma viagem virtual, como um passeio, mas, que, ao despertar, vai conhecer a sua fila: ali começa o céu ou o inferno.
Seu Leleco, impressionado com essa resposta, pensou: Vou procurar uma igreja hoje mesmo, vou buscar a palavra de Deus para ser a minha luz, o meu guia e minha salvação.
O repórter de São Pedro, terminando o seu trabalho, disse para o seu Leleco:
- O corpo morto ficará no esquecimento. Na sepultura não terá momento. Não fará mais obras, nem indústrias, nem ciência, nem coisa alguma, porque não será mais existência. Tornar-se-á pó. Sua sorte estará lançada... Sua alma é que será julgada conforme sua encarnação. Que os vivos sejam inteligentes, porque é melhor ser um cão vivo do que um leão morto.
E, falando isso, desapareceu.

Foto de Dirceu Marcelino

ERAM DOIS AMIGOS INSEPARÁVEIS

Dois meninos.
Moradores da mesma cidade.
Um de olhos azul outro verdes.
Eram orgulhos da cor de seus olhos?
“_Ah! Meninos vaidosos”.
Falava nossa professora, Dona Marta.
Foram poucos os episódios de que um não participou na vida do outro.
Um deles ainda no “parque infantil”, neste ainda não haviam se encontrado.
Foi quando o de “olhos verdes” fora expulso da escola em face de se envolver em uma briga juntamente com seu irmão de três anos.
Não aceitaram a justificativa do menino de cinco anos e naquela época ele não sabia se defender.
Vamos pular vários episódios, pois, o objetivo deste conto é apenas justificar o porquê da carta-poesia postada aqui e endereçada ao primeiro depois de muitos anos.
Mas, tem fatos marcantes que precisam ser mencionados:
Tal como a apresentação para incorporação ao Exército Brasileiro.
Lembra-se: Todos nós bem arrumados. Você com um terno que parece que fora tirado do baú de seu pai, o mesmo com que ele viera da Espanha.
Eu, com uma roupa esporte.
Na rua um comboio de mais ou menos vinte caminhões do Exército Brasileiro e no ponto de ônibus do Mercado Municipal não parava de descer jovens cabeludos, muitos naquela época queriam imitar os “Beatles”.
Lembro-me que no momento de subir no caminhão meus cabelos longos caíram na testa e meu pai com os olhos lacrimejados dizia:
_ “Pare com isso. Você agora vai ser soldado!”.
Sinceramente, só fui entender isso depois que já estávamos na barbearia do quartel.
Justamente, quando via os que estavam na fila saírem de “coco pelado”.
Cerca de oitocentos jovens com dezoito anos de idade deixavam caídos ali no chão da barbearia madeixas de vários tipos de cabelo, dava-se para perceber que pouca era ruiva, outras loiras, mas a maior parte de cabelos negros e castanhos escuros.
Como os meus. Os seus eram loiros.
Quanta recordação poderia falar do quartel, ei!
Lembra-se daquele que ocorreu dias depois dos cortes de cabelos.
Sabe que como “cabo da guarda” soube por ele próprio que fora uma vingança, pois, não se conformava com o fato de lhe cortarem os cabelos.
Com ele aprendi que cadeia não regenera ninguém, o pior é que ele dando baixa do quartel, entrou em outra corporação importante e a desonrou, pois cometeu um crime maior: “latrocínio”. Justamente contra um industrial alemão que instalava uma indústria em nossa cidade. Esse não é assunto para comentarmos aqui. Muito grave.
Mas eu tenho que mencionar nossa viagem para aquela pequena cidade vizinha, onde participaríamos do desfile comemorativo de aniversário da municipalidade, quando um comboio de seis caminhões nos levou.
Você dirigia um deles e eu estava na carroceria.
Você teria com certeza condições de narrar melhor o acidente ocorrido, pois via a frente uma estradinha de terra batida, o aclive acentuado e a curva à esquerda. Eu na carroceria só pude ver e pressentir o caminhão que derrapava, empurrado pelo obus 105 mm, peça de artilharia muito pesada que ao mesmo tempo servisse para segurar o veículo não o deixando que caísse abruptamente o tombava, devagarinho, dando-me tempo de pressentir a metralhadora ponto 50, tombar e seus ganchos inferiores caírem sobre meu pescoço, mas eu o colocar como um “boxista” entre os ferros e evitar ser atingido.
Salvo desses fomos para o desfile.
Você dirigindo aquele caminhão com a frente amassada e o vidro dianteiro quebrado e eu como sempre na carroceria, com mais dez soldados.
Lembro-me que conforme treinamento feito durante semanas no quartel todos os soldados deveriam descer e depois sob a ordem do comandante todos deveriam subir rapidamente, dando-se às mãos, o que lhes proporcionava subir com facilidade, mas eu, como sempre ficava isolado, sozinho, pois era o “cabo serra fila”.
A que dificuldade foi subir naquele caminhão, primeiro que me desconcentrei ao ver entre os assistentes que se acotovelam uma linda morena de “olhos verdes”.
Ela me olhava de tal modo que me atraía, me seguravam, me dominavam, mas acredito que quando ela percebeu que eu iria passar vergonha pois os caminhões já estavam sendo acionados, ela me liberou e então em movimento mágico pulei e não sei como já me vi segurando os guidões da metralhadora.
Sim. Espécie de guidões, semelhantes ao de uma bicicleta.
E, naquela posição o comboio circulou por toda a praça e ao retornar, novamente, eu vi ali defronte ao cinema, mas sobre a calçada da Praça Rodrigues de Abreu aquela musa.
Alguém poderá perguntar, mas como ele sabe o nome da praça se aquela era a primeira vez que tinham ido aquela cidade. Bem, aí é outra estória, a ser contada no capítulo II do “menino que queria ser maquinista de trem”.
Antes de perseguir o objetivo deste conto, ainda tenho de contar mais uma breve estória, pois ela está registrada nos anais da história do Brasil.
Refere-se ao período ditatorial, mas sobre um episódio no QG do II Exército época de subversão e quando alguém soltou da porta do ginásio de esportes do Ibirapuera um veículo carregado de bombas que adentrou pelo acesso do quartel semi-subterrâneo e explodiu espetacularmente, matando uma das sentinelas. Sua foto consta de arquivos da internet.
Com esse episódio o jovem de “olhos verdes” acabou sendo promovido a sargento.
Posteriormente, terminado o período do serviço militar obrigatório, nos separamos por vários anos, mas outra vez, o destino nos uniu.
Fomos nos encontrar em Campo Grande – MS.
Em uma academia e depois designados para trabalhar na região da tríplice fronteira entre os Estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Paraguai. Esta região ainda fazia fronteira com uma parte do Estado de São Paulo.
Sei que em contos não se devem por nomes. Mas o faço, pois é um conto baseado em fatos verdadeiros.
Verdadeiros mas desconhecidos das autoridades responsáveis, dos chefes, dos governantes.
Talvez, saibam eles de alguns dados estatísticos, do número de carros furtados que são levados para o Paraguai, interessante, ainda hoje da mesma forma que acontecia há vinte anos.
O “menino de olhos verdes” agora se transformara no Delegado Regional e o “menino de olhos azuis” no Delegado de Polícia da cidade mais importante da sub-região. Mas a deste ficava exatamente na confluência da tríplice fronteira.
Este episódio ocorreu em porto Caiuá, local onde estava sendo construída uma usina hidrelétrica no Rio Paraná e a estrada se delineava exatamente sobre a barreira de contenção.
A operação consistia na abordagem dos veículos suspeitos ainda sobre as balsas que faziam travessia dos veículos do Estado do Paraná para Mato Grosso do Sul.
Na primeira incursão foram apreendidos quatro carros, dois Del Rey e dois Monza, furtados na cidade de São Paulo, no dia anterior, cujos veículos eram conduzidos até as pequenas cidades do Paraná, e ali permaneciam aguardando o momento adequado para serem atravessados. Depois faltariam cerca de cem quilômetros para alcançar uma das inúmeras cidades fronteiriças “Del Paraguay”.
Logicamente, desconhecíamos no que consistia esse “momento adequado”.
Outro fato interessante, mas, por favor, não dêem risadas, más é verdade, os presos eram levados para a única cadeia da cidade e ela era de “madeira”. Aliás, a maioria das casas daquela cidade era de madeiras, naquela época. Não sei hoje.
Só viemos, a saber, na segunda operação, quando afoitos em realizar um trabalho maior escalamos doze policiais que deveriam agir em duplas.
O Delegado Regional chefiava, mas também fazia parte de uma dupla operacional, seu companheiro era um Agente de Telecomunicações. Este tinha a incumbência de se comunicar com os demais componentes e transmitir-lhes as ordens operacionais.
Mas que operação, pois, logo após a descida dos carros da balsa, quando tudo deveria estar concluído, o que vê o Delegado Regional, cada grupo de seus agentes, sim, perto dos carros apreendidos, mas aos seus lados, também, outros homens armados, desconhecidos e entre eles ainda teve a chance de reconhecer um famigerado bandido procurado justamente por ser famoso nesse tipo de tráfico de veículos.
O que restou ao delegado regional, ao ver aqueles homens armados caminhando em sua direção, a não ser, lembrar-se do brocardo:
-“Pernas para que te quero”.
Subir então no veículo que acabara de aprender, praticamente, obrigar o preso e o Agente de Telecomunicações a adentrarem no veículo, tomar o assento no banco de motorista, acelerá-lo e arrancar provocando muita poeira e deixar atrás de si uma nuvem.
Acredita que essa ação os deixou momentaneamente desorientados, pois já estava a uma distância de 40 ou 50 metros quando os viu subindo em suas camionetes, alguns na carroceria e começavam a acioná-las e em comboio a persegui-lo.
Poderia dizer que foi uma delícia, se não fosse trágico, mas lembra-se como se fosse agora do ronco acelerado do Monza, vermelho, lindo... “Vrrooouuummmmmmmmmmm” e o chiado dos pneus nos pedregulhos do chão de terra batida “tchuaaaaaaaaaaaaaa”.
A corrida do carro que batia a “Kart” e assoalho em algumas saliências irregulares da estrada que na verdade era a barreira da futura hidrelétrica.
Olhando para trás via que se formava uma nuvem de poeira que com certeza inviabilizava a perseguição dos bandidos e desse modo foi possível ao término da barreira, adentrar em solo pedregoso sem deixar rastros e desse modo adentrar num paiol e enfiar o veículo sob um monte de feno, que parece que ali fora adrede preparado para esconder o veículo como vemos nos filmes americanos.
O feno cobriu o veículo, desceu do mesmo cuspindo capim, o bandido com um monte enroscado em sua algema, o agente reclamando de estar sujando seus equipamentos.
O delegado regional puxou o preso pela algema, praticamente o arrastou e com palavras de ordem obrigava o agente de telecomunicações a segui-lo e assim subiram em um morro, onde em local alto e camuflado, se assentaram. Dali se podia ter uma visão geral da planície formada pelas margens do grande rio e da estrada que se descrevia agora sinuosa para o oeste.
Dentre os veículos perseguidores três camionetes Ford e duas de marcas Chevrolet, além de um Fiat 147.
Sorte que coube aos dois ocupantes do Fiat fazer a verificação neste paiol, onde o Monza estava escondido. Negligentes os bandidos, deram uma espiada e sequer tiveram o cuidado de cutucar com varas o monte de feno. Depois de alguns minutos também seguiram para o Oeste.
E, nós ali.
Passadas cerca de seis horas viu-se ao longe sobre a barreira o ônibus interestadual que se dirigia para a cidade sede da sub-região, dando tempo de escrever, em uma caixa de bala CBC, um bilhete pedindo ajuda.
Entre as dobras da caixa colocou o Delegado Regional outro bilhete, que teve tempo de redigir, afinal ficou ali várias horas.
Depois de mais algumas horas chegou o reforço, o pior, que entre eles retornavam alguns dos mesmos policiais que tinham participado da nefasta operação.
Mas agiam como se nada tivesse acontecido.
Posicionou-se o Delegado Regional adequadamente de modo que pudesse reagir com armas, mas logo percebeu que tudo aparentava certa normalidade, iria fazer o jogo deles, talvez fosse naquele instante a estratégia adequada.
E, assim, retornaram para a sede.
O “bandido” foi autuado por receptação. Presidiu o flagrante o Assistente do Delegado Regional que foi o condutor.
Ah! Que trabalho em vão, o “cidadão” autuado, no dia seguinte foi posto em liberdade por ordem judicial.
Mas, tudo isso se repetiria depois, quando convidado para uma pescaria o ingênuo Delegado Regional foi e lá depois de ter pescado um grande “serubim”, que ajudou a limpar, no momento de saboreá-lo começaram a lhe contar a estória do “Delegado Bigode”.
Bem, esta estória, será narrada em outro conto, talvez, até o término do concurso, logicamente, se esta for bem recebida.
Ah! Sim.
Vocês querem saber por que contei tudo isso.
É simples.
Só quis justificar porque não entreguei a poesia ao amigo ODAIR ANTONIO ORTIZ, diretamente a ele e naquela época.
Justamente, porque, ela a carta-poesia, fora o bilhete que escrevera em um papel de revestimento de maço de cigarros e a introduziu, entre as frestas da “caixinha de balas CBC”. A mesma caixinha e papel que tem guardada em seus arquivos.
Normalmente, esqueço-me do teor das poesias que escrevi horas antes.
Aconteceu recentemente.
Escrevi para “baianinha” e perdi em meus escritos no próprio computador.
Espero encontrá-la. Mas ainda ontem quando não conseguia revisar este texto, em razão de erro de formatação, reescrevi a poesia “Baininha”, mas exatamente, no momento em que falava com ela pelo MSN.
Amigo com tudo isto estou lhe querendo dizer, que da mesma forma que tenho amigas, musas, você foi uma pessoa importante na minha vida, veja, fiz uma poesia, pensando que iria morrer.
Imaginava que você continuasse naquele Estado, como outros de nossos colegas continuaram.
Mas o destino não quis assim, outra vez nos encontramos aqui em nosso Estado, trabalhamos novamente juntos, divertimos em alguns momentos, trocamos nossas confidências e até fomos confundidos com buques de flores que mandamos.
Finalizando, para corroborar nossas brincadeiras, veja como fiz para você tomar conhecimento da poesia que ainda tenho aqui guardada em casa, no papel celofane, revestimento do maço de cigarros e da caixa de balas CBC, que a recuperei, pois afinal. Eu era o Delegado Regional. E, finalmente, desejo lhe dizer que tivemos a oportunidade de acabarmos com Defensores, pois sempre quis sê-lo, como quis quando tinha apenas quatro anos de idade e não conseguia dizer à minha Diretora que agira em “legítima defesa de terceiro” de meu irmão que contava apenas três anos e eu mais velho: cinco.

Foto de Emerson Mattos

Sentimento Sepultado

Autor: Emerson
Data: 08/09/03

Lembro do nascimento daquele sentimento, em que presumia ser duradouro. Mas, logo percebi que a cada investida desastrosa morria aos poucos, se equiparando a uma vela de cera – tem tanto fogo e se acaba sozinha. Logo então, ele, agonizante morreu.
Percebia que a exérquia dos sentimentos seguia a passos rápidos, junto da desesperança que sobrepujava a esperança, rumo ao funeral onde não teve, sequer, direito a um velório. E via claramente as ferramentas trabalharem:
Cavadeiras que cavam além das raízes do coração, na busca desesperada de um atrativo à correspondência, incentivada ou motivada pelas indagações encefálicas.
Picaretas que cavam com as pontas afiadas do desprezo, a cova da consternação, ou do coração não correspondido; seguidas de pás que servem para retirar os resquícios resultantes do esmorecimento e que depois trabalham para inumar, as mágoas, desapontamentos afáveis e o conveniente amor unilateral.
Soquetes e marretas perfazem o serviço golpeando o terreno seco do coração, que de tão fraco se despedaça e os pedaços mendigam o amor acalante de sua raiz e aguardam esperançosamente à correlação em um novo amor que lhes possa juntar os pedaços. E que possa buscar a morte súbita da transcendente saudade do coração.
Sobre a cal, as pétalas das flores espargidas são as únicas companhias do desvanecido anseio que terá, sempre...
E, por fim, apenas a lápide fixada de pé, que guarda em si a reminiscência descrita, isolada, esquecida... “Aqui jaz um sentimento”.

Foto de Dirceu Marcelino

ESTÓRIAS QUE SE REPETEM

“ESTÓRIAS QUE SE REPETEM”.

Este conto se baseia na estória de “Eros” e “Lara” e de “Marcílio”, os dois primeiro personagens fictícios de nossa poesia denominada Súplica.
As estórias de “Eros” e “Marcílio” podem ser comparadas a do francês Jean Genet .
Sabe-se que “Genet nasceu de uma união ilegal. Sua mãe abandonou-o na primeira infância, tendo sido criado até a adolescência por uma família substituta e depois teria passado alguns anos em orfanato do governo, em Paris. Sempre se sentiu ‘um enjeitado’, pois seus irmãos adotivos o chamavam de ‘bastardo’, consideravam-no “ovelha negra” da família, a quem imputavam os atos mal feitos que fizessem e consta até que fora vítima de violência sexual”.
Aos poucos até os demais membros da pequena comunidade passaram a lançar-lhe a responsabilidade de todos os atos anti-sociais que aconteciam na localidade e passaram a chamá-lo de “ladrão” e “homossexual”. Desse modo, não tendo pai, não mantendo contatos com a mãe, sem ninguém com quem se identificar, foi assumindo a única identidade que poderia internalizar.
Porém, nosso personagem “Eros”, apesar de ter estória muito parecida com a de Genet, ao contrário, tinha pais e vários irmãos. Aliás, estes se destacavam no pequeno vilarejo em que moravam por serem trabalhadores, construtores de “calçadas de pedrinhas”. Eram muito requisitados para fazer seus serviços e “Eros”, com cerca de quatorze de idade podia ser visto acompanhando-os quase todos os dias pela manhã quando a família saia para o serviço diário e só à tardezinha retornava para casa.
Ao entardecer observa-se que “Eros” se associava ao grupo de adolescentes do bairro, pequeno grupo da vizinhança, grupo de amigos, autênticos. Passava a gozar dos folguedos juvenis típicos daquela região e sempre terminavam as brincadeiras em “peladas de futebol”. Após as mesmas, permaneciam por algumas horas conversando, raramente seu grupo mantinha contatos com meninas, apesar de que nas proximidades e no mesmo horário formar-se outro grupo de moças.
O primeiro dos adolescentes que passou a se associar com as moças foi “Eros”, que logo começou a namorar uma delas, a mais bonita por sinal – “Lara”. Esta aos dezesseis anos se destacava por sua beleza. “Eros” também era um rapaz bonito e logo começou a namorar “Lara”, um casal lindo de namorados e inseparáveis. “Lara” engravidou e apressou-se o casamento que sequer havia sido programado. Casaram-se e passaram a morar em uma casa doada pelos irmãos de “Eros”. Tiveram um casal de filhos, duas crianças que se destacavam por sua beleza e gentileza.
No mesmo período em outra pequena cidade vizinha eis que surge - “Marcílio”. Também, ao contrário de GENET, tinha pais. Mas eram ambos sexagenários. Alguns dizem que essa é uma grande dificuldade de pais que concebem muito tardiamente, pois quando alcançam a terceira idade já não tem energia suficiente para cuidar dos filhos adolescentes e acompanhá-los nos primeiros anos e após atingirem a maioridade. Parece-nos que foi o que aconteceu com “Marcílio”. Não teve o privilegio de ser assistido por seus pais já idosos, na sua infância e adolescência.
Mesmo sendo um belo rapaz, ao contrário de “Eros”, não se interessou por namoradas. Ao contrário, diziam que se interessava por rapazes. Apesar desses comentários na realidade nunca ninguém comprovara tal fato. Destacava-se no colégio onde estudava por ser inteligente e vivaz. Logo começou a ser chamado pelos colegas adolescentes de “Marcília”. Percebeu-se que não se preocupava com essas difamações, e aos poucos foi assumindo essa “identificação diferencial”. Como Genet assumiu a identificação de homossexual.
Porém, mais grave do que a assunção dessa identidade foi o fato de “Marcílio”, num mecanismo de fuga e evasão, passar a fazer parte de outro grupo pernicioso, uma “gangue” de usuários de drogas.
Talvez, tenha passado a associar-se a este grupo inconscientemente, induzido pelo casal que praticamente o adotou, fazendo-nos lembrar do slogan que hoje vemos afixados nas traseiras de ônibus caminhões e em alguns locais públicos:

“Adote seu filho, antes que ele seja adotado”.

“Marcílio” após ser adotado pelo casal, de alguma forma começou a se relacionar com outros jovens, pessoas de outra cidade, maior e próxima, e prosseguindo naquele mecanismo de busca de identificação, e de evasão, passou a fazer parte de um grupo formado por pessoas de fora do circulo familiar e da comunidade local, membros clandestinos, ocultos, que compareciam à pequena cidade para adquirir alguma coisa que só o “respeitável casal” comercializava muito livremente, pois além de vendedores de roupas – mascates – também eram respeitáveis no círculo dos ricos, dos mais abastados, pois moravam em uma das mais belas casas da pequena cidade e assim seus relacionamentos se estendiam aos altos círculos sociais.
Provavelmente, os pais legítimos de “Marcílio” gostaram do interesse do casal por seu filho, mesmo porque além de morar bem, do aparente sucesso material o varão exercia respeitável cargo público.
Com bom grado deixaram que “Marcílio” com eles permanecesse, trabalhasse, até morasse. Pensavam que ele trabalharia no bar, dormiria na casa do casal, mas na realidade o jovem passava os dias no bar, no recinto de jogo e à noite passava ao relento a perambular pela outra cidade vizinha, a “trotoir” pela praça e pelas ruas quase desertas até o amanhecer.
Ainda que se resumisse à jogatina ou a promiscuidade sexual o casal de velhos não teria muito com o que se preocupar. O problema era ainda mais grave. “Não percebia o velho casal que seu filho passava por problemas individuais que ‘induzia-o’ à fuga e ao refúgio no consumo de estupefacientes e ao cometimento de infrações conexas”
Aos poucos o respeitável casal que o “adotou” começou a utilizar “Marcílio”, para outros comércios que faziam além das vendas de roupas, que ofereciam para seus clientes de casa em casa.
Percebeu-se então que era um comércio clandestino e ilegal quando alguns cheques emitidos pelo casal foram objetos de registro de boletim de ocorrência na delegacia de polícia local e nas investigações procedidas constatou-se que apenas a assinatura era verdadeira, as demais escritas eram todas falsificadas. O casal dono do cheque, mesmo prejudicado desejava apenas resgatá-los, mas de forma alguma queriam que fosse aberto inquérito. Pois diziam que não pretendiam responsabilizar o adulterador, pois este era “Marcílio” “seu filho adotado” que já tinha naquela ocasião algumas passagens nesta mesma delegacia, por pequenos furtos e não pretendiam prejudicá-lo ainda mais. Por que será?
Ninguém sabia o que estava acontecendo, pois, geralmente, esses atos anti-sociais são imperceptíveis aos que não conhece a subcultura da localidade.
No seio dos grupos secundários que se interligam de modo imperceptível, através de um mecanismo de “transmissão cultural”, “alimentam uma tradição delinqüente com o seu peculiar sistema de valores anti-sociais, que se transmite de uma geração de residentes à seguinte”.
Na realidade “Marcílio”, não era apenas um pequeno delinqüente, hoje reconhecemos, também era vítima. Vítima tão culpada quanto aos delinqüentes traficantes de drogas. Durante as investigações dos estelionatos praticados por “Marcílio”, percebe-se que ele usava apenas camisas de mangas longas, com o propósito de esconder as inúmeras marcas de picadas intravenosas nas dobras dos cotovelos.
Mas como de fato cometera delito de estelionato, foi indiciado em Inquérito Policial e respondeu ao respectivo processo criminal.
“Marcílio” até então conhecido como “homossexual”, agora, também, passou a ser considerado “toxicômano” e “ladrão”. Embora a comunidade local o rejeitasse como sempre, surgem não se sabe como, pessoas abnegadas que espontaneamente oferecem ajuda nas horas de desespero e assim com colaboração de representantes de uma grande indústria local, conseguiu-se sua internação na instituição especializada na recuperação de toxicômanos.
Lá permaneceu por algum tempo nesta instituição, esperando o julgamento do mesmo processo a que respondeu, sendo condenado, foi recolhido à Cadeia Pública da Comarca, para cumprimento da pena de um ano e quatro meses de reclusão. Permaneceu recolhido no regime fechado até ser beneficiado com progressão para o regime de prisão albergue e passou a pernoitar na casa de albergado.
A Casa de Albergado era uma das poucas existentes, que pouco a pouco foi desativada, como as demais.
No mesmo período em que “Marcílio” permanecia internado, o “respeitável casal” que o adotara, também, foi preso, em flagrante por tráfico de entorpecente e ao final condenados as penas de três anos.
A “Respeitável Senhora” depois de um mês de reclusão na cadeia local foi transferida para uma Penitenciária Feminina do Estado. Lá teve algumas dificuldades de relacionamento com as demais reclusas, em face de ser esposa de funcionário público. Porém, com apenas nove meses de reclusão ela foi beneficiada com prisão albergue domiciliar e retornou para sua casa.
O “respeitável Senhor”, também, beneficiado com prisão albergue domiciliar, permaneceu preso apenas por um ano e dois meses.
Atualmente, ambos vivem felizes na mesma casa e continuam a ser respeitados na pequena comunidade. Consta que não reincidiram.
Ocorreu que, enquanto o respeitável casal saía do sistema prisional, logo depois, “Marcílio” ingressava, justamente, em razão daquele cheque adulterado cuja vítima era a “Respeitável Senhora”, pois fora condenado por estelionato.
Neste mesmo período Eros deu entrada na mesma cadeia em que estava recluso Marcílio, chegando a morar por pouco tempo juntos na mesma cela. Em razão disso saberemos a seguir o que acontecera com Eros.
“Eros” e sua bela mulher, também eram fregueses do respeitável casal e, provavelmente, além de roupas compravam outras “mercadorias”.
Logo a toxicomania de “Eros” o subjugou.
Inicialmente, por não conseguir acompanhar seus irmãos no trabalho de construção de calçadas, passou a ter dificuldades financeiras para suprir as necessidades da família e, provavelmente, para adquirir as substâncias entorpecentes de que necessitava, então passou a praticar pequenos furtos. Logo foi indiciado em inquérito. Mas sua primeira prisão ocorreu por porte de entorpecente. Tal infração era afiançável, porém, como nenhum de seus familiares se prontificou a pagar o valor arbitrado, chegou a ser recolhido à cadeia pública.
Consta que nessa oportunidade um dos presos, também oriundo da mesma comunidade, tentou seviciá-lo sexualmente e por resistir com afinco aquele não conseguiu seus intentos. Saiu da cadeia, invicto, mas marcado por uma das mazelas da prisão. Ainda dizem que a cadeia regenera, não foi essa primeira experiência de “Eros” o suficiente para ele.
Pouco dias depois, novamente ”Eros” foi preso por violação de domicílio. Desta vez, consta que o presidiário “Bárbaro” investiu sobre ele com intenções inconfessáveis e para resistir ele fingiu que estava tendo um ataque convulsivo, inclusive, espumando pela boca. Nesse estado foi socorrido e de alguma forma separado de ala da pequena cadeia, onde não poderia ser alcançado por seu algoz.
Ao saberem do sucedido seus irmãos e esposa fizeram esforços para pagar advogado e libertá-lo. Porém, consta que sua bela esposa inconformada do ocorrido, ou seja, com as constantes tentativas de sevícia a que o marido sofria, ameaçava-o abandoná-lo, caso não se corrigisse e retornasse à cadeia.
Foi o que ocorreu, pois decorridos mais alguns meses, outra vez “Eros” foi preso em flagrante por furto. Neste terceiro período consta que, totalmente, subjugado foi presa fácil de “Bárbaro”. Pior do que isso ao saber do ocorrido, sua esposa, o abandonou de vez. Logo arrumou outro companheiro.
“Eros” não foi abandonado apenas por ela, mas também, por seus irmãos e pais. Abandonado, não tendo trabalho e condição de comprar drogas, tornou-se um verdadeiro alcoólatra “bêbado de rua” e nos quatro ou cinco anos que se seguiram, retornou à prisão por flagrantes e condenações por furtos e uso de substância entorpecente.
Este foi o relato de “Marcílio” do ocorrido com Eros, porém, reservou-se a contar se “Bárbaro” tentara alguma coisa contra si. Chegou a dar a entender, que, o que importava saber sobre isso, se ele já era conhecido como “homossexual”.
Infelizmente, não foi longo o período de observação de “Marcílio”, pois ele que era conhecido como “alcagüete”, algum tempo após revelar esses casos que segundo a subcultura carcerária deveria permanecer oculto, e ainda por dar informações sobre outros delitos praticados na região, principalmente os relacionados ao tráfico de entorpecente, em certa data ao ausentar-se, descumprindo o horário de entrada na casa de albergado, foi morto num bairro de uma grande cidade próxima.
“Marcílio” morreu por “over-dose’ de cocaína, mas segundo dizem poderia ter sido forçados a tomar uma dose excessiva, ou seja, fora assassinado. Por quem? Não se sabe, pois esta é uma das estratégias do crime organizado.
Casos como o de “Eros” e “Marcílio” nos fazem lembrar e comparam-se com o de Jean Genet, mas agravados por serem estigmatizados, além de ladrões e homossexuais como “toxicômanos”, “alcagüetes” qualidades negativas que não são aceitas na sub-cultura carcerária, colocando-os na última categoria da hierarquia existente entre eles.
Estórias como de “EROS” e “MARCÍLIO” mesmo fictícias comprovam a dura realidade de nossos dias, mas o que é interessante são estórias que se repetem. Repetem...

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

ATALHOS E RETALHOS EM PEDAÇOS.

Para aqueles que me atacam, minha derrota é o motivo principal de suas vidas, e para mim o sucesso deles é a minha alegria, mesmo que para isso eu deva perecer.

Vez ou outra o riso estridente e prematuro de vitória, denuncia o esconderijo mal cheiroso e putrefato do perdedor.

Quando em um dado momento tiveres a sensação que tudo sabe, estarás pronto para começar a aprender.

Aqueles que mais rápidos perdoam mais rápido serão felizes.

As pessoas jamais morrem o cenário que vez ou outra é trocado, e o elo da cena anterior e a atual é simplesmente o amor; a única maneira de se compreender a existência da essência divina.

No ziguezaguear do meu destino caminhei em linha reta em direção a você.

Um sonho só se torna possível quando você o classifica como sonho e não como pesadelo.

Perambulei por tantas vidas até encontrar esta que esta ligada a você, por este motivo nossa vida é especial.

Que a beleza da tua sinceridade esteja sempre protegida pela couraça da humildade.

E na esperança de dias melhores troquei os meus dias calmos por noites turbulentas, aonde o prazer era alcançado, mas o coração estava cheio de tormenta.

Você não consegue fazer o que você não consegue ver.

Tudo nasce no sutil para mais tarde se tornar concreto, inclusive você, portanto tudo é possível, basta fazer nascer no plano sutil e no transcorrer normal do processo tudo se tornara concreto.

Se o silencio é uma opção cerra teus lábios, modera teus gestos e acaricia o chão com teu andar.

Quando sabemos da pureza de nossas intenções, lutamos duro pela sua implantação na nossa comunidade e sempre temos êxito, mas quando não temos certeza a duvida enfraquece nossas decisões e a derrota é eminente.

A importância de ser importante é não se importar em ser importante e sim em ter importância.

Lua que espelha no lago da minha vida a forma linda e clara da felicidade e do amor.

Reconhecer seus erros nada mais é do que se colocar de frente a caminho da evolução.

A luz que conduz o indigno é a mesma que conduz o digno, mas só este consegue enxerga-la.

Não importa quem quebrou o pote, o importante é que ele esta quebrado.

Sucesso, união de mentes trabalhando positivamente.

Vitória é o que merece todo cidadão de bem que a deseja para seu semelhante.

Felicidade esta linda palavra vem de encontro a todos aos que ela busca, com amor e força de propósito.

Na gravidade das tuas palavras não reconheço a tua voz, e sim o timbre estridente e contundente do meu algoz.

Clara é a intenção daquele que faz a intriga, obscura e pequena é a sua inteligência, pois não se constrói nada no terreno emaranhado da mentira.

Nunca utilize um filho como arma, lembre-se que a munição de uma arma é a primeira coisa a ser destruída.

Na grandiosidade ou na pequenez de tuas ações ou das tuas intenções fica claramente explicito quem tu és.

Nessa grande batalha a que nos envolvemos não existem vencedores, ambos fomos derrotados pela rede de intrigas, já faz muito tempo que aceitei a derrota e parei de lutar contra, hoje tento me redimir dos erros que cometi e invisto em dias melhores, não alimento rancores e não odeio ninguém.

Vez ou outra ocasionamos mal a alguém, a contundência dessa mal esta na proporcionabilidade de nossas intenções.

Torço por você o tempo todo, quem sabe um dia te convenço que desejar o mau não é um bom negocio.

No véu indelével das limitações cerebrais, existem maneiras de aumentar suas dimensões.

No espaço vazio nem tudo é ausência, existem milhões de seres co-habitando o espaço, cada grupo em suas dimensões.

Seu ápice se Dara no momento de sua passagem.

Ao criarmos regras estreitas e limitadoras para nossos filhos estamos diminuindo seus horizontes.´

Aquele que faz o que mandam tem um valor, aquele que faz o que pensa também o tem, mas aquele que manda fazer o que pensa tem seu valor diferenciado.

Há de sempre ser levada em conta às determinações dos justos.
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Não há em toda terra um só cristão que nunca tenha pecado, eles só se preocupam em cada vez errar menos.

Quanto mais me atiro na prospecção do meu eu interior, mais soluções encontro para melhorar meus dias.

A vitória sem batalha me da à nítida sensação de fazer sexo e não amor.

Sempre estarás mais feliz se estiveres em comunhão com Deus.

De nada interessa vida, se estiveres morto por dentro.

Quero tudo o que for meu de direito, e coloco a disposição de meu Deus tudo o que possuo para que analise o que é meu de fato.

A energia que emanas quando sai da casa de Deus é bem mais forte que a dos demais dias.

Se você desistir agora, com certeza a humanidade ficara mais pobre.

O nível intelectual tendencioso e medíocre a que nos é imposto por boa parte da mídia me enoja.

Grande é o empresário que reconhece em seus colaboradores a igualdade de responsabilidades e decisões.

Ao regressares para teu ponto de origem tenha certeza de tua evolução.

Vingança e ódio duas palavras que poderiam simplesmente ser substituídas por perdão e amor.

Todas as vezes que se esforçar para ter dinheiro não terá êxito, todo dinheiro do mundo já tem dono, tente ter lucros, ai sim conseguiras.

Atende a um pedido do teu filho, você é um Deus para ele não o desaponte.

O ato de compreender é sempre recompensado com a compressão.

Todo homem tem direito de errar vez ou outra, a tua ausência foi meu grande acerto.

Ah como você não muda, o tempo passa e não consegue me surpreender.

Puxa como é bom saber que você existiu!!!

O salário do mentiroso é a frustração.

A vitima da injustiça sempre acaba sendo o próprio injusto.

Quando exerces o poder através do não, as respostas aos teus pedidos também serão negativas.

As palavras incompreensíveis do medíocre soam como grunhidos aos meus ouvidos.

Inteligente é o ser que embora machucado perdoa, pois o perdão cicatriza suas feridas.

Quando o homem se cala abre-se o pano, e na tela da vida passa a sua historia, todo homem falador muito pouco sabe sobre si próprio.

A síndrome da onipotência feminina impregnada nos matrimônios são as grandes causadoras da dissolução dos lares.

Perdôo-te quando me machucas, te peço perdão quando não consegue me machucar, mas acima de tudo te peço perdão por não conseguir te entender.

Digno é o ser que exalta ao semelhante assim como a seu Deus.

Aquilo que escolhestes como tarefa, que seja teu meio de vida, e aquilo que escolhestes como crença que seja objeto de adoração.

Morre um pouco a cada dia aquele a quem a Deus desagrada.

A soma de teus esforços é exatamente igual a tudo o que possuis.

Enquanto você se esforça pra ser um sujeito legal, muito o são sem se esforçarem.

Fiz tanta força para te elevar que quando fostes embora subi.

Quando existe casamento de idéias e ideais a união e eterna e prospera.

No emaranhado de compromissos que assumimos em nome da modernidade perdemos nossa liberdade, nossa identidade e muitas vezes nossa tranqüilidade.

A realização existencial nunca poderá ser herdada e sim conquistada.

Quando não mais te emocionar com teus afazeres é porque esta na hora de mudar de ocupação.

O que ainda move o mundo é à força do ideal dos homens comprometidos com as boas causas.

Quem cuida do conteúdo, sua casca lustra.

Cuidem do teu próximo que todos os cidadãos deste planeta se sentiram protegidos.

O redimensionamento político-ideológico afetivo comportamental te projeta a níveis de prosperidade intelectuais afetiva e financeiramente desejados.

Do menino que fostes, quanto ainda resta? Do filho sobrou alguma coisa? E do irmão, do amigo, do vizinho. Não descaracterize sua pessoa por emoções passageiras.

A vaidade excessiva a que se submetem determinadas pessoas causa uma perda das referencias estruturais inerentes a condutas consideradas normais.

A confusão sistemática a que é imposta ao menos interessado ou menos envolvido com as grandes causas acaba lhe trazendo um distanciamento da realidade.

O poder da boa vontade alcança os quatro cantos da terra e alça vôo ao espaço sideral.

Longe da realidade jamais conseguiras ser levado a serio, o compromisso real é aquele em que a seriedade é o ingrediente principal.

Teus pensamentos te levarão sempre mais longe que qualquer veiculo.

Muito perto de teus sonhos se encontra a porta de entrada para tuas realizações.

Feliz é o ser humano que desperta sorrindo.

Ao assumirmos uma posição ao lado dos aliados, enfraquecemos os inimigos.

Na historia dos grandes homens, só uma coisa em comum, o compromisso com seus ideais.

Vaga é a lembrança dos maus feitos.

No excesso da liberalização feminina, fomenta-se a insatisfação masculina.

Belo é o casal que divide todas as responsabilidades, mas que não mede esforços para se ajudar.

No ocaso da vida descobri que se tem muito a fazer, pois a noite é longa.

Quando vislumbrei a importância do contexto cósmico a que estou inserido, me senti mais interessante.

Ame a Deus sobre todas as coisas, Ame a Deus e saiba de todas as coisas.

O estado existe de fato, somente se o cidadão vive de fato e de direito.

Há de se fazer democracia e não apologia a políticas de recessão, repressão e cerceamento dos direitos do cidadão.

Só vale lutar por grandes causas, causas estas envolvidas com a garantia da preservação e a evolução da raça humana.

Ao adentrar em um ambiente que estiver sujo, embora não sendo sua função limpe-o, caso por algum motivo seja impedido, não conviva com a sujeira abandone o recinto.

O ser humano foi criado para ser próspero feliz e saudável, sê não o é, procure saber o que esta errado.

Nunca detenha o dinheiro por mais tempo que o necessário, pois ao reter o fluxo, o dinheiro não vai, mas também não vem.

Na ânsia de vivermos intensamente cada segundo esquecemos de viver o tempo da calmaria, da reflexão, da meditação, que na verdade são os que mais nos dão base para sermos felizes.

Aprimora teus préstimos, pois teu concorrente não dorme em serviço, até quando descansa faz pós-graduação para tirá-lo do mercado.

Sê jamais desejar o mal para teu semelhante, com certeza não terás muitas dificuldades para receber o bem.

Quanto mais tarde aceitares as palavras do senhor menos tempo terá para usufruir do seu amor.

Apenas e tão somente você será responsabilizado pelo pouco envolvimento com a sua própria família.

Quando é que o homem vai aceitar que este planeta é nosso e teremos que cuidar dele quer aceitemos ou não.

Para que possas sentir o prazer de ter teu trabalho reconhecido através do lucro, antes terás que ter prazer em pagar tudo que é de devido e de direito.

Antes de reclamares daquilo que não conseguistes, pense no que não fizestes.

A vida do vizinho sempre será mais fácil do que a tua, pois só observa o resultado, jamais o conteúdo.

Assim como o bíceps e o tríceps o cérebro também pode ser desenvolvido.

A paixão motiva o homem, assim como o trabalho acelera o progresso.

Não sê consegue ser pai antes de ter sido filho, portanto filhos ouçam seus pais até por questão de inteligência.

Quem almeja faz a alma desejar, não tem como não realizar.

Sê você quer informe primeiro a você o que quer, muito depois aos outros, só depois que conseguir.

Vivas em graças que terás tuas necessidades atendidas, viva em perdão que terá teus maus feitos perdoados, viva com amor que serás amado, viva em harmonia que terás paz e tranqüilidade, mas, sobretudo vivas em comunhão com Deus que tudo o que precisares lhe será acrescentado em seu quinhão necessário.

Plante a semente da macieira para tempos depois colher os frutos, e plante a semente da prosperidade para tempos depois colher os lucros.

Sê o que ficou do passado foram marcas, não foi bom; pois marcas são deixadas no corpo, o que fica na alma é a saudade.

Sê a mudança se faz necessária, façamo-la em tempo hábil e com extrema dignidade.

Na contundência de tuas palavras encontrei as armas para ti neutralizar.

A crise existe na cabeça do desocupado.

Varias são as maneiras de se obter sucesso na vida, identifique a sua e seja feliz.

As pessoas passam a existir eternamente dependendo de seu legado.

No esforço do teu trabalho, encontraras disposição para pensar no próximo.

O que foi imposto a ti com o seu consentimento cumpra. O que foi atribuído a ti para que seja feito, faça. Sê assim procederes serás um bom cidadão.

Bem no inicio da conscientização cósmica, irás deparar com os enigmas da criação.

A você amigo das horas de alegria, acostumei-me tanto da tua presença nas horas alegres que de ti nem senti falta em época de infortúnio.

Pois é meu amigo viste em mim uma bela oportunidade de obter bons lucros, como não deve ter dado certo deixaste de ser meu amigo, obrigado quem lucrou fui eu.

Tudo no mundo ocupa um lugar no tempo e no espaço, um desejo, um amor, uma magoa, até a sua amizade, não deixe que uma outra coisa ocupe o seu lugar.

Sê por mim sentes amizade não coloques em minhas mãos propostas obscuras, e não tires de mim si quer uma migalha, portanto se queres ser meu amigo observe tuas atitudes.

Nenhum inimigo tem acesso ao meu trabalho e a minha morada, portanto quem traz os maus fluidos e aborrecimentos é você amigo indeciso, passe logo para o outro lado assim não perderei mais tempo.

Pois é meu bom amigo não fugistes de mim quando de ti precisei, não me sufocaste com a tua presença quando pensei que era dono do mundo, por tudo isto é que és meu grande amigo, sou feliz por existires.

Ao passares pelo mundo deixaras muito mais que pegadas, deixaras marcas e, sobretudo muitos amigos, mas só levaras a saudade de alguns poucos amigos.

Amigo ao se aproximares de minha humilde morada limpe a alma junto com os pés, pois nesta casa mora JESUS e dele nunca nos separarão.

Amigo sua intenção será sempre boa sê fores uma pessoa religiosa e educada, nunca desejes para outrem o que não aceitares para ti.

Amigo ao aqui entrares receberas todo tratamento a que mereces, pois somos como espelho fiel e refletiremos todos os teus sentimentos e intenções.

Amigo bom é aquele que você lembra em todas as horas.

Sou campeão em receber favores de cem dólares, e ter que retribuir com favores de mil dólares.

Sempre ha espaço para mais um amigo.

Ninguém tem amigo o bastante que não haja lugar para mais um.

Conquistei amigos importantíssimos na vida, mas continuo sendo um homem de poucos amigos.

Terás muito mais amigos quando tiveres mais dinheiro.

Não se preocupe os amigos que você perde quando acaba o dinheiro são os mesmos que você encontra quando o dinheiro volta.

De tempos em tempos tens que abrir as portas dos armários da tua vida, puxar as gavetas, jogar tudo no chão e selecionar o que é bom, regular ou ruim, para que você se posicione e saiba com o que esta perdendo tempo ou espaço na vida, amigo é aquele que esta sempre trocando energia positiva.

Tenham poucos e bons amigos, é o segredo da fidelidade.
Só nossos amigos conhecem nossas fraquezas, portanto só eles podem nos derrotar.

Perder um amigo é muito fácil, difícil é transformar um inimigo em aliado.

Política não pode ser sinônima de corrupção, existem muitos políticos honestos, competentes, idôneos e escritores totalmente equivocados.

Existem códigos de honra em todas as profissões, não consegui ainda decifrar o dos políticos.

Exigimos muito dos políticos, esquecemos porem que eles representam o que há de melhor dentre nós, precisamos melhorar muito.

Pobre do homem que sê diz ateu, é como um barco sem leme vive sem rumo, ao sabor do vento, ou dissabor da vida.

Creia em DEUS, acredite em suas promessas, olhe para si, você é a criação dele, ele é ou não é perfeito?

Povo sem religião, povo infeliz.

Nunca se verá um justo desamparado, nem sua descendência a rastejar o chão, nunca se viu alguém que em ti confiou não sentir a manifestação do seu poder.

Não existe fardo tão pesado que você e DEUS não possam carregá-lo.

DEUS presenteou-me com o don do raciocínio, quanto mais mergulho no espaço do meu cérebro, mais sinto a presença dele, e a vida fica mais fácil.

Sê fiel no dizimo, e verás o milagre da multiplicação.

Quando recebes teus proventos, pagas a, todos, mas sempre esqueces de ti, separas primeiro o teu para que possas dizimar com fidelidade.

Quando todos tiverem te abandonado,quando teu próprio corpo não mais estiver resistindo,quando ninguém conseguir te auxiliar, te humilhes a Cristo, pedi, e vos será dado, só o senhor realmente resolve.

DEUS socorre os fortes nas horas de fraqueza, e também os fracos nas horas de prepotência.

Quem canta seus males espanta, diz o dito popular, louve que DEUS ouve diz a igreja.

Sê você acredita no teu potencial é porque Jesus habita em você.

Sê o desespero te assola é porque de Cristo estas longe, ele é a verdade ele é a esperança.

Casa que não tem oração todo mundo briga e ninguém tem razão.

O dono do tempo vê com desprezo tudo que amealhastes a custa do sacrifício alheio, cuja importância não será por ti notada, nem sua opulência e abastança a ti bastará.

A moral de um homem tem que ser de um único tamanho, nunca aumentando ou diminuindo conforme as situações.

A honestidade não é qualidade, e sim requisito básico.

Caráter oscilante é quando o individuo só assume o que é mais fácil ou mais barato.

A bebida em excesso dissolve as colunas da moral.

Quem reclama muito seu direito, é porque não cumpriu seus deveres.

Não meça a moral nem o caráter de um homem pela sua conta bancaria.

Sê fazes uso da desconfiança, é porque não és confiável.

É complicada a vida de um homem que não usa a auto-censura.

Tão culpado quanto ao que erra, é aquele que induz ao erro.
Um homem pode até escorregar, mas não cair, e se cair levantar rápido e não assimilar a queda.

As pessoas são como são não como gostaríamos que fossem.

Quem se ocupa em aprender o bem, tem menos tempo de praticar o mal.

Quando aqueles que mandam não são honrados, os que teriam que obedecer não o faz.

Não te vanglories daquilo que não puderes repetir em praça publica.

Muito difícil à situação de um filho de um pai sem moral, tanto difícil também é a situação de um povo de um Pais liderado por pessoas imorais.

Sucesso a qualquer preço, a nova geração de novos ricos adotaram essa filosofia, esta tudo errado, sucesso é bom, mas só o merecido, o do tamanho do seu merecimento, ai sim você desfruta de todas as benesses do sucesso.

Há de se ter mais critérios na hora de enfocar um cidadão de sucesso, a mídia tem construído ídolos de pura areia nos últimos anos, políticos, empresários, esportistas, que em um dia estão no céu e no outro no inferno.

Ideal é algo tão forte e precioso que não há dinheiro, posição ou situação que faça um individuo que realmente tenha ideal, mudar de idéia.

O homem que se vende, sempre recebe mais do que vale.

Em certas épocas fui tão ofendido, senti tanto ódio dos meus opressores que hoje ao me lembrar dos fatos ocorridos e das pessoas que tanto prejuízo me deram, fico indignado por não lembrar seus nomes e não conseguir nutrir nenhum tipo de sentimento por elas,devo estar enlouquecendo ou evoluindo.

Você só consegue chegar até onde seus pensamentos o levarem.

A maior perda do ser humano é o que morre dentro dele enquanto esta vivo.

A omissão ao perdão produz uma névoa escura sobre o futuro.

O essencial da vida é ser essência.

Um meio para não errar, é só não tentar, e não ser importunado nunca por erros, mas também não sentiras o prazer da conquista e da realização, opte.

Apesar e acima de tudo, literalmente o sol brilhara.

Não te preocupes se teus projetos andam devagar, a lerdeza é extremamente rápida, comparada com a inércia.

Muito mais gratificante do que você dizer, eu fiz, ou vou fazer, é poder dizer e sentir o prazer de estar fazendo.

Você não precisa ter uma vida muito longa, basta que vivos todos os dias de tua vida.

Já basta que o dia amanheça para o cristão.

Só o insatisfeito, o infeliz, o rejeitado trai.

Fidelidade é sinônimo de felicidade.

Os problemas existem na medida em que existem suas soluções.

Sê num grupo de dez pessoas uma não simpatizar com você, algo esta errado com a pessoa, mas se forem seis, algo esta errado contigo.

Para deixar as sombras para traz, te posiciones de frente para o sol.

Toda lagrima é tardia, não importa o motivo.

Ignorantes são aqueles que não se permitem aprender porque pensam que já sabem tudo.

Determinadas derrotas são a porta de entrada para grandes vitórias.

Deleita-te nos teus feitos, e não dos teus pais.

O homem tem que se valer daquilo que tem.

Não existem armas capaz de matar um ideal.

Você precisa ser, e não tão somente estar.

Quanto menos falares maior será o conceito sobre tua sabedoria.

O que se tem para dizer sempre será pior do que o que já foi dito.

No corpo humano tudo é harmônico, tem funções definidas, só à boca é que vez ou outra foge a regra.

Cada dia da conta do seu mal.

Sê você sonha e trabalha em direção aos seus objetivos, a realização é inevitável.

As dificuldades se agigantam quando recuamos.

Sê você é do tipo que apaga a luz de todos a sua volta para brilhar sozinho, cuidado vais ficar no escuro.

Cuida da boca para que o resto do corpo não padeça.

Sempre chegarás mais rápido ao seu objetivo se andares reto em todos os sentidos.

Será grande só no dia em que achares mais defeitos em ti do que no próximo.

Estarás pronto para viver em sociedade no dia em que se sujeitares a ouvir mais do que falar.

O que te incomoda não são tuas dificuldades, mas sim as facilidades que tem teu concorrente.

A melhor maneira de se sentir grande é ajudando os pequenos a crescerem.

Quem não cuida daquilo que é seu, não pode reclamar do que não tem.

Quem muito tem, é porque nada deu.

Não foi dando e sim tirando de seus colaboradores que determinados empresários acumularam fortunas.

Sê olhares para o futuro e achares que tem muito pouco para ser feito, cuidado ,o tempo esta acabando.

Jamais tropeçaras em montanhas, se preocupe tão somente com as pedras.

Sê insistirem em trilhar o caminho dos outros, chegaras só até onde chegaram.

Sê precisares não exite em arrancar um dente bom da tua boca para que os outros tenham um lugar perfeito.

Só se consegue saber o resultado de alguma coisa após seu término, a reforma da casa, a pintura do carro, um livro, uma comida e até o casamento que só conseguimos avalia-lo, depois que acaba.

Ao atingires um lado da minha face, não penses que te darei o outro,pois assim o fez meu pai e tu não aprendestes,ensinar-te-ei de outra forma, cuidado.

O mundo sempre foi e será do mesmo tamanho, a população cresce a todo segundo, portanto imóvel é um bom investimento.

A má vontade é tão lenta que o fracasso a alcança facilmente.

Diga-me como é o lugar da onde tu vens que te direi para onde deves ir.

Não apague a luz de quem quer que seja para brilhar sozinho.

Não jogue pedras no vizinho, aproveite-as para construir o teu castelo.

Um rei poderá até perder a coroa, mas nunca a majestade.

Faça aos outros o que gostaria que por ti fizessem.

Sabendo usar não vai faltar.

Quem quer acertar não se da o direito de errar.

Se não sabes fazer certo, tente não fazer errado.

Ame seu nome, ele é a tua fonte de referencia.

O mundo é seu, cuide de tudo que encontrar pela frente, com certeza serás mais feliz e prospero.

Se o homem tivesse nascido para falar mais que ouvir, teria nascido com duas bocas.

Se viveres sempre a mesma historia, encontrara sempre os mesmos personagens.

A modéstia e a humildade são atributos da maior importância
Na vida do bem sucedido.

Ninguém é rico o bastante para nunca precisar de ajuda.

Os teus defeitos estão ilhados pelas qualidades alheias.

Se não sabes aonde estas, com certeza não saberás aonde quer chegar.

Dizem que tempo é dinheiro, administre-os.

Todo ser humano tem uma historia, não confie em ninguém sem passado.

A qualidade do ser humano cria-lhe asas.

Não se paga à luz que se apaga.

Gaste com tudo que precisardes, mas economize com o que não for necessário.

Quanto mais inteligente é o homem, menor é a sua bagagem.

Nunca subestime o ser humano, pois ao se levantar, constrói-se um novo dia, e tudo é possível.

Nunca se é velho o bastante para deixar de sonhar em ser feliz.

Precisamos de tão pouco para viver bem, que na ânsia de acumularmos fortunas, perdemos muito espaço para guardar as boas coisas da vida.

Antes de reclamares pelo que não tem, lembre-se do que não fizeste.

Se quiseres apostar no futuro, não vivas o passado.

Sexo virtual, fim das doenças, controle da natalidade, começo de algo muito novo, espero que não seja o fim.

Sexo sem amor, prenuncio de muita dor.

Sexo não existe, o que existe é o amor, fora disso é agressão.

Sexo sonhos de um menino, realidade de um homem, lembranças de um ancião.

A mulher faz sexo com a mente, o homem com o corpo.

Sexo, sexo, sexo, tudo gira em função do sexo, filmes, novelas, documentários, festas, crimes, tragédias, alegrias e tristezas, não seria melhor que usássemos para o prazer?

Sê não sentires orgulho do que faz, não faça.
Sê não sentires orgulho do que fala, não fale.

Sê não sentires orgulho do que esta vivendo,mude de vida.

Existem diversas maneiras de fazer o seu trabalho, faça da melhor maneira possível, que será recompensado.

Seja um marqueteiro do teu eu, faça propaganda de quem você é não omita nenhuma qualidade ou defeitos, se ainda assim te aceitarem é porque és bom.

O dia tem 24 horas, se perderes duas pensando no passado e duas no futuro, estarás lesando o presente.

Podem tirar-me tudo, dinheiro propriedades, move e imóveis, até meus documentos, jamais conseguirão tirar-me a garra de vencer, de empreender sempre, se até minhas vestes forem surrupiadas, com certeza começo minha vida empresarial montando um clube de nudismo.

Se teu braço esquerdo for um peso morto, não exite em amputá-lo, pois corre o risco de só servir para fazer peso.

Ao descobrires que é filho de DEUS, alegra-te, pois no momento da concepção a alegria pairava no ar.

Inala a DEUS, bebe a DEUS, vede a DEUS, alimenta-te de DEUS, porque não expiras a DEUS.

Alimenta o teu corpo do fruto da terra para continuardes vivo e te alimenta da seiva da arvore divina para viverdes eternamente.

Sê todos os dias ao te levantar agradeceres pela noite que passastes, ao te deitares terás fartos motivos para agradecer pelo dia vivido.

DEUS ao criar o homem, o criou a sua imagem e semelhança, será? Sou tão falho que não admito que meu DEUS seja assim.

Ao nascer recebemos de DEUS o dom da vida, portanto um presente nunca pode ser desprezado, ainda mais sendo divino, cuide da sua vida nem que seja por pura educação.

Sê cego fosse, enxergaria os caminhos de DEUS,
Sê surdo fosse, ouviria os ensinamentos divinos.
Sê não pudesse falar, mesmo assim DEUS ouviria minhas orações.
O que devo temer depois de tudo isso?

DEUS tem um plano a cada criatura, a ti estão reservadas coisas maravilhosas.

Quanto mais afastado de DEUS estiveres, não testemunharás suas obras, portanto a duvida será constante em sua vida.

Terás muito mais chance de encontrar DEUS na casa dele, procure-a.

Meu DEUS me dê forças para nunca dobrar os joelhos, a não ser na tua presença.

Confie em DEUS ele sabe o caminho.

É meu pai, o fundo do poço foi apenas o meu recomeço, clamei a ti senhor e tu me honraste com bênçãos sem medidas.
Meu pai ilumina a minha vida com sabedoria, humildade bondade e amor, que a luz que emana de ti me ajude a encontrar o caminho.

Meu pai toda vez que vou a sua casa, saio dela forte e feliz e os dias que se seguem parecem mais fáceis.

Sê o que sabes fazer são coisas ilícitas, obscuras, teu professor não foi Jesus.

Quanto mais pesado é o teu fardo, maior é a confiança que DEUS depositou em ti.

Quando você realmente quer, DEUS envia seus anjos para te auxiliar na tua obra.

Senhor ainda que vivesse cem anos, ainda que não precisasse dormir e ficasse as 24 horas de cada dia de toda a minha vida agradecendo a ti pelas graças que já recebi, com certeza não conseguiria agradecer por tudo que já me destes.

Não te esqueças do que pedes a DEUS em oração, para que quando receberdes não te esqueçais de agradecer.

Para que possas encontrar com DEUS, terás primeiro que te encontrar, depois com o próximo, só assim estará apto a encontrar com DEUS.

Quando realmente tiveres a certeza de que tudo pode, é porque acabastes de encontrar o caminho de DEUS.

Ame tudo e todos, o tempo todo.

Perdão o mais nobre e sensato de todos os sentimentos.

Amar é querer o bem para a pessoa amada, e não necessariamente a sua Campânia.

Nascemos para sermos bons, sê não o somos é porque não atingimos nosso objetivo.

Sem dinheiro, sem trabalho, sem objetivo, vivemos mal, mais sem amor, nem nascemos.

Amar significa respirar, planejar, viver, sentir o mundo melhor sorrir, dormir, sonhar e acordar e continuar amando, e vivendo em absoluto estado de graça.

O homem mal amado é o que enche as listas de mal sucedidos, presidiários, alcoólatras, viciados, doentes. Marginais assassinos e toda sorte de insatisfeitos.

Por traz de cada sorriso tem um lindo caso de amor, uma boa conta bancária e uma excelente aposta no futuro.

Feliz do homem que acertou na escolha de uma boa companheira, o resto fica tão fácil.

Amar é tão bom, que quando estamos amando acabam-se os problemas.

Ninguém é feliz com a infelicidade do outro.

O amor é o coletivo de sentimentos, tais como, atração, paixão, desejo, amizade, companheirismo, cumplicidade e dedicação, sem algum destes sentimentos a relação de um casal fica muito difícil.

Depois de uma grande noite de amor. Ah como a vida é linda.

Pode haver discussões entre um casal, desde que os objetivos.
Sejam os mesmos, mas se não forem aconteceram brigas.

Amarre uma mulher a um homem, seja o lugar aonde cada um quer chegar o mesmo não haverá nem brigas nem atrasos, mas se não for, será uma tragédia.

Solidão, presente ou castigo?
Depende muito do que antecedeu.

Hoje acordei com saudades minhas, olhei no espelho, penteei os cabelos, sorri e disse em voz alta a vida é linda, gozado, nem sei mais como você é, dia desses preciso encontrar uma foto sua para me lembrar de ti.

Sê todos lideres do mundo tivessem mãe, com certeza viveríamos melhor.

Mãe quando pensei que não tinha nada, lembrei-me de ti, meu coração se encheu de esperança e alegria, ai sim vi que tinha tudo.

Quem tiver mãe, não se esquecer de todas as manhas pedirem-lhe sua benção, com certeza o dia será melhor.

Sê trabalhar só por dinheiro, sempre receberás menos que pretende.

Quem não tem o dom da inteligência, estuda para trabalhar para quem não estudou.

Ao invés de pedires emprego, ofereças trabalho.

Cuide bem do material do teu chefe, sê assim o fizer com certeza um dia serão seus.

Em todo continente europeu se paga para aprender, só em paises de terceiro mundo recebe-se sem ser qualificado.

Tecnologias, know-how, custam dinheiro, as empresas têm que vender seus conhecimentos.

Ser eficiente é saber fazer bem feito,
Ser eficaz é saber o que precisa ser feito.

A habilidade do homem começa sempre pela boca, sabendo usar o jogo das palavras já se andou um bom caminho.

Um bom profissional é aquele que tem a sua caixa de ferramentas cheia de talentos.

Contra a indolência, a incapacidade e a intolerância não existem vencedores.

O que falta ao empregador é pensar vez ou outra como empregado, e o contrario também é bem aceito.

Faça seu salário, se possível o maior possível, nunca se esquecendo que tudo o que produzires levara apenas um terço.

Nunca espere uma segunda ordem para fazer um só serviço.

Um lugar se torna extremamente importante na medida em que descubro ser o ponto de partida para mais uma vitória.

Quando o negocio é bom, tem que ser para os dois lados,quando só você ganha, da próxima vez só você vai perder.

Perseverai no trabalho, para que tenhais tranqüilidade material, e perseverai na fé, para que tenhais paz de espírito e felicidade.

Teu trabalho é o mantenedor de tua vida material, assim como a oração e a obediência a DEUS mantem a tua vida espiritual.

Objetivo é o que todo ser humano precisa para se manter motivado e produtivo.

Ao diminuir-me não te esqueças que poderás estar diminuindo teus sonhos.

Ao conhecer-te me dei por inteiro foi uma vida de renuncia e ansiedade, agora com tua partida, estou reencontrando pedaços do meu eu que sempre foram importantes e que nem me lembrava mais. Quanto mais ter afastas mais me completo, o medo que tinha de te perder impedia que me reencontrasse.

Quando te aproximastes ofuscastes a minha vida com teu brilho intenso, fiquei todo este tempo na sombra, pois não sobrou espaço para minha tênue luz, só agora com a distancia é que estou conseguindo irradiar o brilho que ficou guardado, mas não me arrependo, economizei energia e sinto que daqui para frente vai ser brilhante.

Mulher desconfiada machuca mais do que faca afiada.

Por traz de todo grande homem sempre tem uma grande mulher, e o contrario também é verdadeiro.

Mulher uma das maiores manifestações da existência divina.

Ao pensar em falar alto com uma mulher, pense no que ela representa e tenho certeza que mudará de idéia.

Algumas mulheres têm a força de um tornado para magoar e a fragilidade de uma porcelana chinesa para se sentir magoada.

Não se desesperes porque a mulher amada se foi porque falistes, na vitrine aonde a encontrastes tem muito mais, ganhe bastante dinheiro e vá la e escolha outra.

Sempre haverá tempo para se encontrar um novo amor, ame primeiro a si próprio depois verá que será menos exigente, mais flexível, mais amável e mais amado.

Se a mulher foi feita a partir de uma costela de Adão, a mulher é um homem aperfeiçoado.

Alimenta - te de teus afazeres para que teus direitos não se transformem em deveres.

Teu fardo será sempre muito leve, se a companheira de labuta for a alegria.

Farei sempre o melhor possível,
No menor tempo possível,
Pelo melhor preço possível.

Hoje será o melhor dia da minha vida, baterei todos os recordes.

Hoje meu chefe vai ser promovido e eu ocuparei seu antigo posto.

Trave uma competição consigo mesmo,crie barreiras e as transponha,crie dificuldades e as derrote, estabeleça metas e as aniquile.

Enalteça o produto e a empresa que trabalha o tempo todo.

Fale com o cliente como se ele fosse uma das pessoas mais importantes do mundo.

Não esqueça de dizer, o meu produto é o melhor, o seu preço esta a altura da sua qualidade, e é tudo o que o senhor precisa no momento.

Não tenho só o produto que o senhor precisa, eu tenho a solução para seus problemas.

De agulha a avião eu sou a solução.

Nunca se preocupe em vencer as guerras, se ocupe tão somente em vencer as batalhas.

Sorria, faça a barba, escove os dentes, engraxe os sapatos, tome um bom banho, vista roupas bem passadas e caminhe em direção a vitória.

Todos os dias, sobre todos os aspectos, eu vou indo cada vez melhor.

A nossa vitória é a minha meta.

Por mais sinuoso que seja o caminho, ande em linha reta em direção a vitória.

Trate o cliente que te compra centavos da mesma forma que o que te compra milhões.

Imagine que dentre milhões de espermatozóides você foi o vencedor, portanto começaste vencendo ,continue.

Por mais absurdo que seja o seu projeto se você realmente acreditar que é possível executa-lo, certamente terá êxito.

Existe algo em que és melhor que todas as pessoas do mundo, olhe para dentro de você e descubra.

Não a dificuldade que resista a insistência da objetividade.

Sucesso, união de mentes trabalhando em prol do mesmo objetivo, a conquista.

Chegara fácil aos milhões se te preocupares com os centavos, mas perdera até o ultimo deles se só se ocupar dos milhões.

Dinheiro só compra as coisas sem importância, todas as outras coisas rendem dinheiro.

Dinheiro tem dono, o lucro não.

Todo homem tem seu preço, os mais baratos são aqueles que o dinheiro pode pagar.

A maior fonte de riqueza que um ser humano pode ter é a sua mente, portanto mantenha-se lúcido.

Vender dá dinheiro, todo o resto custa dinheiro.

A ânsia de ganharmos dinheiro nos impede de vivenciarmos coisas mais importantes.

Conheci pessoas importantíssimas que tinham pouco dinheiro.

Se viveres a vida só em prol do dinheiro, deixaras tantas coisas passarem acabaras não ganhando dinheiro.

Confie sempre nos amigos que tem mais dinheiro que você, pois é amizade sem interesse.

Sucesso a maioria das vezes nada tem a ver com dinheiro.

Ninguém aufere lucro com o prejuízo alheio.

O grande segredo é fazer mais com menos.

O grande patrimônio de um homem de talento são suas idéias.

O homem é considerado rico pelo que gasta com sua qualidade de vida, e não pelo que tem acumulado.

Dinheiro bom é aquele que você pode mostrar que tem.

Feliz do homem que consegue comprar com dinheiro o objeto de seus desejos.

Riqueza é algo muito mais amplo que uma conta bancaria recheada.

Se toda riqueza do mundo se resumisse a dinheiro, oh como seriamos pobres.

O dinheiro não só traz a felicidade como também evita muitos aborrecimentos.

Se interromperes o vem e vai do dinheiro, ele não vai, mas também não vem.

Se humilde para que possas ficar rico, e continues humilde para que possas manter seu patrimônio.

Cobre para administrar seu próprio dinheiro, pague primeiro a ti e depois aos demais.

Abra mão de coisas supérfluas, assim sendo gastara menos, gastando menos não precisara trabalhar tanto e sobrara mais tempo para aproveitar a vida.

A décima parte de seus vencimentos são seus para guardar, com o restante pague suas contas.

Quem sabe se você fosse mais fiel a seus princípios seus resultados não seriam melhores.

Dinheiro, felicidade de uns, desgraça de outros.

Administrar com dinheiro não é tão difícil, quase impossível é administrar a falta dele.

Nenhum homem foi concebido só defeitos ou virtudes, o melhor homem é aquele que tem o maior numero de virtudes para cada defeito apontado.

Ao burro se da o trabalho, ao cão a vigília, ao gato a prudência e ao homem a liberdade.

Existem homens que nasceram para tocar piano, e outros para carregá-lo, mas também existem alguns poucos e privilegiados homens que vivem na condição de poder se deliciar com o som maravilhoso das teclas de um belo e pesado piano.

Escolhemos a mulher cedo demais, antes de entendermos que precisamos muito mais que um belo corpo.

Por mais rico que seja o tesouro o homem não deve se curvar ao ponto de se humilhar para consegui-lo.

Se ao saíres de casa se sentes derrotado pelos seus não sobraram forças para enfrentares as batalhas do dia a dia.

Se estas sendo atacado pelos flancos certamente não terá tempo de se defender de quem te ataca de frente.

Difícil se sentir inteiro após uma separação, pois ao nos unirmos a alguém doamos metade de nossa vida, e na separação não recuperamos tudo.

Grande é o homem que se preocupa com os menos favorecidos.

Todo homem tem o direito de errar, mas também tem o dever de corrigir, cuida para que teus erros não sejam insolúveis.

Desconfie do homem que não honra sua própria casa, pois todas as outras tem menor valor.

Tive uma época na vida de muita fartura, todos me conheciam, hoje em época de vacas magras sou eu quem os conhece.

A desculpa é uma arma super eficiente para aquele que não quer fazer algo, quem realmente deseja encontra meios para fazê-lo.

Sintonia, amizade, cumplicidade é quando você ouve o que ainda não foi dito mais que se fazia necessário.

Arte, começa a sacanagem quando termina o talento.

Há de se tomar muito cuidado com o caráter, a estrutura psico-ideologica e as preferências sexuais de certos diretores de filmes e novelas para que não insiram suas vontades, pensamentos ou taras nas cabeças de jovens incautos.

A arte desde seus primórdios emocionava as pessoas que delas se deleitavam, hoje ridicularizam o ser humano, a arte hoje ale de cômica é bizarra.
Aqueles que realmente fazem o mundo acontecer vez ou outra são atrapalhados por aqueles que dizem não ser possível.

Se acreditares que consegues, já o conseguiu,
Se acreditares que podes fazer, já o fez.

Quanto maior for o desafio, maior será a minha conquista.

Se desejar algo que não tens, faça algo que não fizeste.

O medíocre faz 50% do que precisa ser feito,
O regular 75%,
O bom faz 100%,
O excelente sempre faz mais do que precisa.

Se tem que se fazer que se faça já.

Depois de caminhar por algumas horas você chega a um rio largo e fundo, se for pessimista ira se lamentar por não poder atravessá-lo, mas se o olhar com otimismo, Vera um rio lindo maravilhoso.

Use todas as formas erradas de se fazer algo, quando se esgotar você acertara.

Se fizeres o que sempre fez, obterá o que sempre obteve, se quiser algo diferente faça algo diferente.

Se fores exigente com todos será um homem comum, para ter uma posição de destaque terás que ser exigente consigo mesmo.

A distancia entre o vencedor e o perdedor na maioria das vezes só são alguns centímetros, seja criterioso.

Você nunca deve se envergonhar de ter errado e sim de nunca ter tentado.

O sucesso não tem receita, mas tem princípios.

Tudo o que fazemos, o fazemos única e exclusivamente baseados em esperança.

Na se constrói uma empresa 100% com colaboradores 50%.

Quando todas as adversidades se fizerem presentes, é sinal que a normalidade esta prestes a ser restabelecida.

O dia começa bem cedo, portanto quem acorda tarde tem menos chance de ser bem sucedido.

Não existem grandes empresas sem grandes colaboradores.

Ajude teus colaboradores a crescerem, só assim serás maior que eles.

A melhor fase da minha vida é justamente esta que estou vivendo hoje, só perde para o amanha.

O dia se torna extremamente curto na medida em que te envolves sentimentalmente com o trabalho.

Não existem pessoas pobres ou ricas o bastante que não possa ter algumas horas de lazer.

A saudade só é sentida quando se abre um espaço na felicidade.

Quando você quiser algo, avise o maior numero de pessoas o seu objetivo, eles jamais deixarão você esquecer seu compromisso.

A ansiedade aliada ao mau gerenciamento de suas atribuições, são os elementos determinantes ao fracasso.

Por falta de um bom planejamento é que muitas pessoas perecem.

Se esvazie de toda tua pretensa sabedoria, jogue fora toda tua bagagem de maus feitos e maus costumes, recomece do começo, as habilidades aflorarão, e os defeitos tu os abandonará.

Não reclame, trabalhe!
Não revide, perdoe!
Não pare, ande!
Não odeie, ame!

O segredo do sucesso é saber quanto você custa e se preparar adequadamente para ganhar um pouco mais do que isso.

Se você quer e trabalha pelos seus objetivos o universo é teu aliado.

Amigo é aquele que te estende a mão na hora em que precisas e não aquele que espera que tu te humilhes.

Tanto quanto destes
E a soma real de tudo a que tem que receber
Embora tente ter mais do que mereces
Apenas terás mais que aprender.

Na brisa leve e solta de teu olhar
Refresquei meus sonhos
E projetei nosso futuro.

As boas intenções são sempre avalizadas por seres superiores, que nos dotam de sentimentos e sensações dignas.

Até as rosas que sem duvidas são exemplos de beleza e fragilidade, tem suas defesas, espinhos, quem dirá nós seres humanos.

Se notares que não és seguido nem imitado por ninguém, te preocupes, pois só os bons têm seguidores.

No auge da prosperidade, há de se reservar tempo para visitar a casa de DEUS, e agradecer ao senhor pelas conquistas.

O relógio do tempo e implacável, não espera o atrasado nem corre atrás do apressado, cumpre seu trajeto a seu tempo.

Cultive o belo, tudo o que fizeres, faça da maneira mais bonita possível, pois tudo na natureza prima pela beleza.
Pior do que sofrer algumas pressões é ser totalmente desprovido de contestações ou julgamentos.

Quem age por bem não desconfia de ninguém.

Para os que não sabem vencer, até os louros da vitória machucam.

Meu glorioso DEUS, muitas foram às guerras que eclodiram em seu majestoso nome, nem os que ganharam nem os que perderam tinham seu apoio.

Tempera tua vida assim como os alimentos, não abuse do amargo.

Belo é o homem que da beleza extrai o seu ritmo de vida.

No ponto mais alto da montanha, olhei para baixo e contemplei o que tinha conquistado, desci com a certeza de ser um vencedor.

Digno é aquele que enaltece seus antepassados, só assim será reverenciado pelos seus descendentes.

Se tiveres que usar de modos não ortodoxos, que a causa seja justa.

Vez ou outra a justiça usa de expedientes injustos para fazer justiça.
O sucesso é uma seqüência de acertos.

A vida se apresenta tal qual nós merecemos.

Quem renega a sua pátria também se envergonha de seus pais, não é um bom companheiro.

Vitima do descaso, é o cidadão que vive sem se importar com seus direitos.

O amor é a fonte de energia que move o universo, e o ódio é apenas um curto circuito temporário.

Sete entre dez pessoas preferem amar a odiar, as outras três só amam.

Mas claro que água límpida do riacho é o propósito de DEUS na tua vida.

Pequenos erros são cupons que você ganha para concorrer a grandes acertos.

A ambição descomedida desatrela o fluxo do equilíbrio natural a que fomos programados a suportar.

A pressão a que o homem moderno se impõe é descomunal e desnecessária, há de se promover a volta ao passado, sem microondas, sem computador sem carros de luxo, ai sim se trabalha menos e se vive muito mais.

Ao nos desligarmos do nosso corpo terreno, voltamos ao mundo extra-dimensional que sempre foi e será nossa casa.

A inconveniência assim como a intolerância é
Atributo dos inexperientes

Quero que meu sucesso seja o teu sucesso, que o meu bem estar seja igual ao seu, e quero ser feliz do jeitinho que você merece.

Só, nada farás de significativo para a sociedade, mas para DEUS teus feitos têm o mesmo peso dos feitos de um exercito inteiro.

Agradeça aquele que te fez o mal da mesma maneira dos que te fazem o bem, só assim terás a oportunidade de evoluir.

Não fique ansioso na véspera de um esperado acontecimento, a ansiedade é á manifestação da duvida se podes ou não realizar aquele feito esperado, fique tranqüilo, deixe chegar a sua hora e tudo será realizado.

Com a certeza de sempre fazer o melhor herdara do universo a cumplicidade proporcional ao seu envolvimento cósmico.

Fala aos demais que teu pai é glorioso, para que possam igualmente a ti sorver teus ensinamentos.

A esperteza nem sempre é sabia, a sapiência é muito esperta.
Ainda me lembro do tempo em que à cortesia era um ritual praticado por todos, precisamos com urgência plantar novamente esta semente para que as pessoas possam viver melhor.

A caminho das respostas encontramos um monte de perguntas.

O que vale na vida é o que ela nos presenteia a cada novo dia, o que nos traz de informações de prazeres de sonhos e de realizações.

Para enfrentar o futuro contamos com a ajuda preciosa do companheiro passado e do amigo presente.

Aos que nunca falharam meus respeitos, e aos que embora falhando continue tentando, minha admiração.

A caminho da vitória enfrentamos a derrota constantemente.

Que a dignidade esteja sempre a frente e em posição de destaque perante qualquer interesse que não seja a verdade, a honradez, a sensatez e a tolerância.

A decência e a dignidade jamais poderão ser flexíveis, se moldando a cada situação, quem sabe o que quer, faz o que deve.

Quem sabe o que fazer, faz o que deve ser feito.
Com a pratica do bem, se credencia a receber as bênçãos dos céus.

O acaso não produz nada, o que funciona é o compromisso com o ideal, e o envolvimento com o trabalho direcionado para o bem, só assim é que se faz a produção dos lucros da felicidade e do bem viver.

Quem espera sempre alcança ledo engano, quem espera só espera, quem alcança é quem literalmente faz esse sim sabe o que quer.

Você não consegue ser o que não consegue ver.

Quase que todas as pessoas mal sucedidas tem por habito reter consigo todo o dinheiro possível, quebrando assim a corrente.

Quando DEUS me chamou para esta missão não me avisou que seria tão prazerosa, obrigado meu pai.

O olhar de gratidão de quem quer que seja ilumina o caminho do bom homem.

Horrível é a estada aqui na terra do homem cujo único objetivo é o dinheiro.

Sábia é a natureza que nunca si quer nos decepcionou com mudanças não esperadas, o dia sempre amanhece e o ar nos brinda com abundancia, os frutos da terra saciam nossa fome e o sol aquece nossos corpos.

Quando você quer e começa a caminhada em busca de seu objetivo, ele caminha na mesma velocidade dos teus passos a teu encontro.

Quase que por encanto tudo da certo para quem se preocupa em fazer o bem, sem se preocupar a quem, independente, de cor credo, idade ou posição financeira.

Quando te conheci e admiti teus erros matei nosso futuro.

Não abuse do seu direito de ser compreendido, use mais a sua duvidosa capacidade de pensar para fins mais dignos.

Apesar e acima de tudo ainda me restam o sol a lua o ar, e muitas estradas para percorrer.

Você sabe por que partimos?
Será que é porque não somos daqui?

O dia em que não formos mais dependentes do petróleo 90% dos nossos problemas estará resolvido.

Preocupo-me muito com aqueles que não tem a menor intenção de facilitar a vida dos outros, pois só estão complicando a sua.

Deixe que te amem ou te odeiem, são sentimentos com explicações e razoes lógica, não deixe que teus atos ou atitudes deixem quem quer que seja indignado, pois esse sentimento é fruto de um engano.

A pouca cultura de um povo os fazem percorrer caminhos mais longos e seu fardo é o mais pesado.

A energia que emana do cosmos e que banha os seres humanos sempre é positiva, se alguém age negativamente é porque se esconde nas trevas para não recebe-la.

O conhecimento é como ferramentas nas mãos de profissionais, produzem riquezas.

O homem foi dotado de auto-suficiência, se algo lhe falta é porque estas sendo preguiçoso.

O espaço que tenho como cidadão é proporcional a minha abrangência cívica.

Proporciona a ti todo aparato necessário a teu bem viver, não desperdice e nem acumule o que não for de bom uso.

Para que tanta empáfia, tanta pretensa superioridade, se não sabes nem quem és, nem da onde viestes, nem do que fostes feito.

Não te esqueças de alimentar os sonhos, que amanha será tua fonte de alimentos.

A prosperidade é um estado de espírito, e não um calculo matemático.

O que proferirdes com a língua pagara com o resto do corpo.

A formula do sucesso que cabe a ti só você tem acesso, procure-a e a encontrara.

Glorifique ao senhor por tudo o que recebes se assim o fizer não terá tempo para nada pedir, estará sempre agradecendo.

A resposta do cristão as injustiças, é a exuberância da felicidade a que ele se faz merecedor.

Nós somos o mal do mundo, vamos melhorar como humano, nem que seja só para melhorar o mundo.

A força do homem esta na consistência da manutenção de seus objetivos.

Suas duvidas são do mesmo tamanho da tua negligencia com DEUS.

Cuidado ao exigir das pessoas aquilo que elas não estão preparadas para fazer, pois você pode as estar empurrando para o abismo da insatisfação.

Ouse mas não abuse
Trabalhe mas não seja escravo
Descanse, mas não pratique a ociosidade.
Faça tudo com moderação
O sucesso é a sincronia de responsabilidades.

O inconveniente é ser conivente com a inconveniência.

O castigo do esperto é a constatação da sua própria ignorância.

Sê jovem para trabalhar e sê velho para descobrir no que trabalhar.

Quanto mais te afastas do teu compromisso cósmico, maior é a tua angustia.

A humildade nunca pode ser confundida com submissão
A bondade jamais poderá chegar às raias da falta de personalidade e a honestidade não pode ser encarada como burrice.

Estarás pronto para ganhar muito dinheiro no dia em que teu objetivo principal estiver focado na realização de um bom trabalho.

Na vida o importante não é saber muito de uma coisa só, e sim um pouco de tudo.

O homem é do tamanho da sua fé, e suas posses tem a exata dimensão do seu envolvimento com o trabalho.

Sê humilde para poder percorrer teu caminho e continues humilde para adentrar a porta do paraíso.

Os mistérios da nossa criação são aos poucos revelados ás pessoas muito especiais.

O que a alma revela ninguém pode duvidar, sempre que ela se pronuncia leva consigo o aval do espírito santo.

Quando o homem tenta resolver os problemas causando outros, não é inteligente.

A caminho dos seus sonhos espantaras os fantasmas do fracasso.

A tranqüilidade caminha junto com a objetividade, assim como a depressão é irmã gêmea da ociosidade.

O homem pode estar completamente livre dentro de um elevador, ou se sentir preso dentro do mundo, tudo vai do seu estado psicológico.

Feliz é todo aquele em que as pessoas depositam suas esperanças.

Credencia-te a participar das decisões da tua sociedade para que possa um dia influenciar no futuro da humanidade.

Quando soubermos quem somos, ficara muito mais fácil saber de onde viemos e consequentemente para onde vamos.

Julgue só a ti, para não ser julgado por outrem.

O poder consciente e integro é soberano e emana das mentes privilegiadas em prol dos menos favorecidos.

Quando te pegares a meditar em prol de outras pessoas, estarás pronto para receber as honras de um bom cidadão.

Teu sucesso tem o exato tamanho do teu envolvimento com o trabalho.

Solidariedade não é dar algo que não usas mais, e sim suprir as necessidades de quem precisa.

Quem vive a trabalhar sem achar tempo para o laser, acaba arrumando tempo rapidamente para adoecer.

De frente para os obstáculos fica muito mais fácil suplanta-los.

O dia fica mais cumprido e proveitoso quando se é objetivo.

A ética exagerada confunde-se com a burrice.

Procura-te nas historias em que contas, e te observa.

Pondera tuas atitudes
Tempera teus sentimentos
Escuta teu silencio
E saboreie a realização.

Que não estamos sós, não há duvidas, mas onde estão nossos vizinhos.

Nunca ambicione dinheiro e sim lucro
Nunca ambicione reconhecimento e sim conhecimento.
Nunca ambicione posição e sim compromisso.

Perder vez ou outra até pode acontecer, mas nunca se acostume com perdas.

Mais claro que a água límpida tem que ser seu procedimento.

A realidade da vida é que morrer é uma realidade.

Tudo o que vejo através do para brisa, é a estrada da vitória, o caminho do sucesso.

Farás um bem enorme a sociedade quando fizeres apenas a sua parte.

Um pouco antes do lugar onde queres chegar esta o lugar aonde deve fazer.

A boca do profano fere mais que adaga.

Só existe uma doença capaz de acabar contigo, a incredulidade.

Ao chegares mais próximo dos enigmas sobre a formação da terra, estarás bem mais perto de DEUS.

Priorize o necessário que o supérfluo lhe será acrescentado.

Chagaras mais rápido aos teus objetivos se for bastante objetivo.

Tua historia não será enriquecida pela quantidade de anos que viver e sim pelo numero de boas ações a que se fizer credor.

Cala-te e senta, ouça a voz do teu eu interior, ai levanta-te e ajas.

Que tuas palavras não firam como uma seta e nem teus gestos machuquem como o açoite.

Na ânsia de querermos sempre mais participamos muito menos das principais decisões sobre nossa própria vida.

Acredito muito mais do que os olhos e os corações das pessoas dizem do que a boca.

O amor é apenas uma arma que vence todas as dificuldades.

Quando tiveres a capacidade de ouvires o silencio, entraras no corredor da evolução.

Observar e a melhor maneira de aprender.

Quem não se permite trocar se credencia a perder.

Cortar o bolo é fácil, difícil é fazê-lo.

Comprometendo-se com seus deveres jamais seus direitos serão cerceados.

Todo trabalho tem diversas maneiras de ser feito, não o faça de qualquer maneira.

Cala-te na hora da ira
Medite na hora da calma
E fale na hora da razão.

Quando o coração fala, quase sempre a razão esta dormindo, mas quando esta se pronuncia o coração sempre chora.
Para que se sinta livre, tire teu Cristo da cruz, liberte-o e serás liberto.

As soluções são sempre criadas antes dos problemas, portanto tudo tem solução.

Cala-te e observa, fala e enfarta com tuas próprias palavras.

Sempre será absolvido no júri divino, o que diferencia conforme a gravidade dos teus erros são as tarefas que serão incumbidas de realizar.

No jogo perder é uma possibilidade, mas buscar a vitória é obrigação.

Na hora certa, no lugar certo com a pessoa certa tudo pode acontecer.

Por que choras? Existe dentro de ti a solução, procure-a.

A certeza de uma justiça imparcial nos torna justos.

Ao abdicares dos bens terrenos, estarás construindo tua morada nas alturas.

A arvore frutífera e frondosa que te acolhera e sustentara será exatamente do tamanho da tua crença.

Se quiseres mudar o mundo, muda primeiro e exclusivamente a ti, para que sirvas de exemplo para as outras pessoas.

Excesso de informação gera confusão.

Para viveres uma vida de abastança te ocupes de prover o pão do dia e um grão do outro dia, não deixando a ganância te rondar, se assim o fizer estará com o futuro garantido.

A sua meta sempre tem que ser elástica, quando a estiver alcançando, estique-a mais um pouco, assim se manterá motivado.

Não existe seqüência no dia a dia, cada dia tem que ser construído desde o seu começo, para horas mais tarde contemplares seu crepúsculo.

Você pode até não concluir um projeto que começou, mas com certeza jamais terminara algo que nunca começaste.

Quem limita suas ações, é você mesmo pense grande e seja grande.

A satisfação esta no fazer e não no obter.

A vida nem sempre nos presenteia com pétalas de rosas, de vez em quando surgem pedras no meu caminho, mas eu as guardo para ajudar na construção do meu jardim.

O hoje se tornara presente se o ontem for dignamente vivenciado, e o amanha só se tornara possível se o hoje for igualmente vivido.

O paradoxo dos paradigmas
Leva ao caos e a anarquia
Todo ser que vive sem disciplina
Acaba sozinho com a mente vazia.

No compasso do espaço
Os limites não existem
Onde os ângulos não têm traço
E suas formas não sobrevivem.

Velas aos ventos
Falas perdidas
Um buraco no tempo
Desperdícios de vidas.

A saúde é uma dádiva
E quem a deu não te condena
Só espera que tu cuides
Viver sem ela não vale a pena.
No limite da esperança
Atravessei até oceano
Uma vida me esperava
Nem avisei e fui chegando.

O alimento do teu corpo
A terra pode te dar
Já o alimento da tua alma
Só Deus pode arrumar.

No sabor da brisa leve
Sorvi todo alimento
O inimigo nem se atreve
Pois sua vida é um lamento.

No teu corpo franzino
Com saúde já comprometida
Carregastes o mundo nas costas
E abreviastes demais tua vida.

Como é bom te amar
Fazer parte dos teus anseios
Alimentar teus desejos
Viver tuas fantasias.

Quando a flor que nos alegra, murcha.
Aquele que sorri cerra o semblante
Quando aquele que ama, morre.
Aquele que é amado morre ali, logo adiante.
“Quem se curva às conveniências, esquece o caminho da decência”.

“Senti mais falta de ti quando estavas ao meu lado, do que agora em que o tempo e a distancia se fazem presentes”.

“Para quem quer duvidar, nenhuma explicação é convincente, mas para quem quer acreditar, nenhuma explicação é necessária”.

Foto de Fredson Leite

Uma Nova Chance

Havia um homem muito rico, possuía muitos bens, uma grande fazenda, muito gado e vários empregados a seu serviço.Tinha ele um único filho, um único herdeiro, que ao contrário do pai não gostava de trabalho nem de compromissos. O que ele mais gostava era fazer festas e estar com seus amigos e de ser bajulado por eles. Seu pai sempre o advertia que seus amigos só estavam ao seu lado enquanto ele tivesse o que lhes oferecer, depois o abandonariam. Os insistentes conselhos do pai lhe retiniam os ouvidos e ele logo se ausentava sem dar o mínimo de atenção. Um dia o velho pai, já avançado na idade, disse aos seus empregados para construírem um pequeno celeiro e dentro dele, ele mesmo fez uma forca, e junto a ela uma placa com os dizeres: Para você nunca mais desprezar as palavras de seu pai. Mais tarde chamou o filho e o levou até o celeiro e disse:- Meu filho, eu já estou velho e quando eu partir, você tomará conta de tudo o que é meu, e sei qual será o seu futuro. Você vai deixar a fazenda nas mãos dos empregados e irá gastar todo dinheiro com seus amigos, irá vender os animais, e os bens, para se sustentar, e quando não tiver mais dinheiro, seus amigos vão se afastar de você. E quando você não tiver mais nada, vai se arrepender amargamente de não ter me dado ouvidos. É por isso que eu construí esta forca, sim, ela é para você. Quero que você me prometa que se acontecer o que eu disse, você se enforcará nela.
- O jovem riu, achou absurdo mas para não contrariar o pai prometeu, pensou que jamais isso pudesse ocorrer. O tempo passou, o pai morreu e seu filho tomou conta de tudo, mas assim como se havia previsto, o jovem gastou tudo, vendeu os bens, perdeu os amigos e a própria dignidade. Desesperado e aflito, começou a refletir sobre a sua vida e viu que havia sido um tolo, lembrou-se do pai e começou a chorar e dizer: - Ah, meu pai, se eu tivesse ouvido os teus conselhos, mas agora é tarde, é tarde demais! Pesaroso, o jovem levantou os olhos e longe avistou o pequeno celeiro, era a única coisa que lhe restava. A passos lentos se dirigiu até lá entrando viu a forca e a placa empoeirada e disse: - Eu nunca segui as palavras do meu pai, não pude alegrá-lo quando estava vivo, mas pelo menos desta vez vou fazer a vontade dele, vou cumprir minha promessa, não me resta mais nada.
Então subiu nos degraus e colocou a corda no pescoço, e disse: - Ah, se eu tivesse uma nova chance.- Então pulou, sentiu por um instante a corda apertar sua garganta. Mas o braço da forca era oco e quebrou-se facilmente. O rapaz caiu no chão, e sobre ele caiam jóias, esmeraldas, pérolas e diamantes. A forca estava cheia de pedras preciosas, e um bilhete que dizia: Essa e a sua nova chance, eu te amo muito.
Seu pai.
Assim é o evangelho que aprendemos, um evangelho de oportunidades, novas chances. Nosso Pai Celestial deseja que saibamos caminhar com nossas próprias pernas, tomando decisões sábias, mesmo em momentos de dificuldades. Sejamos pois valentes e honestos conosco.

Foto de HELDER-DUARTE

Conto continuação

II - A FAMILIA
Realmente continuava o senhor Alberto nos seus pensamentos, o certo era que toda a família de Francisco Simão, que era o pai do nosso jovem de quem temos vindo a ficar a conhecer o lado bom de sua vida, ainda que como todo ser humano, teria certamente um lado menos bom. De facto diziamos, toda aquela família eram boa vizinhança. Era uma família que no ano de 1969, se houvera mudado de Monchique, sitio do Vale do Linho, perto da estrada para os Casais de Monchique, se houvera mudado, para o litoral Algarvio, para o sitio da Ladeira da Nora, em Alvor. Fôra em 1969 que se dera o sismo que todos nós nos lembramos, sismo que afectara todo o nosso país, principalmente o sul de Portugal. Isto influenciou a que estes buscassem melhores condições de vida. Os pais de José, continuaram a trabalhar na faína agrícola e os filhos empregaram-se no sector turístico. Ainda que alguns deles, tivessem feito só parte do secundário, outros fizeram-no totalmente, até ao 12º ano de escolaridade. O próprio José tinha completado este ano escolar em 1984. Depois porque não tivera outra oportunidade, começou a trabalhar como empregado de mesa.

III- VAI JOSÉ... VAI
Prosseguia ele o seu caminho para o emprego, estando a metade da distância, quando sua mente sentira uma forte pressão e garnde cansaço. Então para se livrar de tão elevada tribulação, a única alternativa que optou por fazer, foi clamar várias vezes, pelo nome de JESUS CRISTO. Assim o fez repetidamente, até que sentiu paz em todo o seu ser. José sabia que Jesus estava vivo e que o seu nome tinha poder para dar paz. Estava ele já confortado e cheio de alegria, pois o espírito de Deus o consolara, de todo aquele mal, quando sente que alguêm que não viu falava, com ele: - José vai anunciar pelo mundo o meu evangelho, pois só eu posso transformar este mundo humano que como sabes está um caos! Vai José... vai... vai...
- Senhor Jesus, porque me chamas a mim?!... Aliás como posso eu ir na condição de pecador? Meu Senhor!! Tu sabes que tenho uma vida impura, ainda que confio em ti. Como queres que eu vá em teu nome anunciar a tua palavra, que é a verdade; O poder de DEUS; A verdadeira santidade que procede de ti e que só pode transformar vidas, se ao sair da minha boca ter a tua autoridade, isto é tem que habitar na minha vida em todo o meu ser!

IV- CONTO (FIM)
Que vou anunciar?... O meu pecado apenas tenho para mostrar ao mundo! Na minha vida só existe pecado e estou ouvindo para ir anunciar o poder de Deus!? Não posso ir portanto!... - Não te preocupes com o teu pecado, porque eu o tirarei da tua vida. Entrega-me-o pela tua fé em mim. Foi então que José, sentiu dizer as seguintes palavras: - Senhor! Dá-me do teu poder e dar-te-ei o mundo nas tuas mãos. Mas dá-me o teu poder e irei... Foi então que aquela voz mansa e calma se calou, deixando José, numa paz, que não tem palavras para se defenir. Ele nunca esqueceu aquela chamada. Quando deu por si encontrava-se às 14:30 horas à porta de serviço do hotel D. João II, na praia de Alvor, para entrar ao serviço às 15:00 horas. Apartir daquele momento nunca esquecera o que prometera ao Senhor do universo, que virá outra vez e cujo reino é eterno, COMO DIZ A BÍBLIA. AS PALAVRAS QUE PROMETERA FORAM "DAR-TE-EI O MUNDO NAS TUAS MÃOS..."

FIM

LAMEGO, 1 DE MAIO DE 2005

HELDER DUARTE

Foto de MARTE

VIVA O DIA DA LIBERDADE....SEMPRE

MARCHAR PELAS RUAS
COM CRAVOS BEM SEGUROS
AO RITMO DA DEMOCRACIA DO POVO

Num dia assim, milhares de pessoas saíram à rua.
Foi há 33 anos que se fez a revolução.
Depois foi o que se viu, tantos mais ontem
do que hoje andaram pela liberdade de punho
erguido, de voz bem alta e com muitos cravos.
E veio o 1º de Maio, celebrado, e eram todos um só!
Amanhã volta-se a sair à rua para gritar em liberdade,
democracia para o povo.
Empunhando cravos e bandeiras, ao ritmo de
slogans históricos e ao som das músicas e letras
que marcaram a mudança e continuar a
rodear os festejos da efeméride com as gerações
a cruzarem-se avenida abaixo, num testemunho em
larga escala de um cenário a viver de
Norte a Sul do País.
Celebrar as conquistas do 25 de Abril, de
olhos postos no futuro, feito de novos desafios
políticos, económicos, sociais, contra o fascismo
e o racismo.
No dia da liberdade, os motivos e causas
de luta do presente e do amanhã devem-se
fazer passear pelos cartazes de homens
e mulheres, civis e militares, novos e velhos,
que em jeito de protesto renovem os ideais
que deram flor e ditaram o fim da ditadura.
Para lembrar o que muito ainda falta
fazer, 33 anos depois da grande revolução,
que devolveu o poder ao povo, mas cuja
classe dominante continua a exercer o
seu poder e a esquecer os mais desfavorecidos.
Em vésperas do 1º de Maio, a manifestação
promete voltar a sair à rua e ganhar
novo fôlego, o da festa...num grito
de revolta pelo muito que ainda falta fazer.
Façamos juntos um 1º de Maio de Luta!
Basta de Crimes, Exploração e Opressão!
Viva a Luta da Classe Trabalhadora!*
Em todo o mundo, milhões de homens, mulheres
e crianças passam fome e miséria e vivem
nas piores condições.
Quanto mais a riqueza se acumula nas
mãos de poucos, mais o desemprego aumenta por toda
parte, causando a queda dos salários
e a retirada dos direitos dos trabalhadores,
principalmente em países como o Brasil e Potugal.
Indiferente a tudo isso, a burguesia continua
a contar com os favores de seus governos
para seguir acumulando riquezas pela exploração
do trabalho de todos nós.
Como se isso não bastasse, o capitalismo
vem destruindo o ambiente, provocando desastres ecológicos
e o aquecimento global, colocando em risco
a própria sobrevivência da espécie humana .
As guerras imperialistas em nome do lucro
e da ganância e as inúmeras bases militares norte-americanas
em todo o planeta promovem a cultura da violência,
sustentam a indústria armamentista
e assassinam milhões de pessoas.
No Oriente Médio, no resto da Ásia e na América Latina,
as intervenções imperialistas dos EUA levaram e continuam
a levar a inúmeras guerras de ocupação visando
a pilhagem das riquezas, a golpes de Estado, ditaduras
militares e guerras civis a serviço dos interesses
perversos de suas grandes empresas.
Nesse contexto, o governo Bush ainda recebe a colaboração do
governo Lula, que insiste em manter as tropas brasileiras
no Haiti, arriscando a vida de soldados
numa clara demonstração de subserviência aos EUA
e de completo desprezo pela soberania do povo haitiano.
Essa realidade só pode ser modificada pela organização
e luta consciente dos trabalhadores de todo o mundo
para construir uma sociedade em que a riqueza
produzida por nosso trabalho possa estar
a serviço da maioria real da população, os trabalhadores,
os jovens e o povo pobre ?
Uma sociedade socialista.
O 1º de Maio simboliza a luta dos trabalhadores,
que nesse dia saem às ruas em todo o mundo
para manifestar-se contra a violência,
a exploração e a opressão capitalistas.
No Brasil, o governo do PT e seus aliados traíram
a classe trabalhadora para seguir o mesmo caminho
dos governos anteriores: com as mais altas taxas de
juros do mundo, governam para nutrir os privilégios
dos banqueiros, especuladores, latifundiários,
empresários e políticos corruptos;
governam para fazer as reformas neoliberais
que retiram direitos históricos dos trabalhadores
(Reforma da Previdência, Reforma Sindical e Trabalhista,
entre outras);governam para promover o arrocho salarial
e sucatear os serviços públicos;
governam para seguir pagando a dívida fraudulenta aos ricos,
que a nesta altura já abocanham metade do orçamento público
e impedem que o povo brasileiro possa
se beneficiar dos impostos que pagam.
Hoje como ontem, a luta continua sempre...
até à vitória final.
Viva o 1º de Maio em liberdade...sempre
(30/04/2007)

Foto de Lou Poulit

São Jorge e o Dragão

Sentados em bancos tipo meia-bunda, Hermes e Cuia haviam acabado de chegar ao balcão da birosca. Cuia era bebedor dos bons. Mulato quase negro, de fala mansa e bigodinho de chinês. Bom malandro, sobrevivente a tudo. De terno e gravata daria um excelente relações públicas. Só bebia cachaça e tinha preferência: Ô Portuga, dá meu marimbondo aí! Já seu amigo Hermes era letrado. O Vela, como era chamado na adolescência, era magérrimo, branco como um defunto, parecia meio lento em tudo. Havia se afastado dali por alguns anos e nesse tempo fez faculdade, arrumou emprego, casou, separou, casou de novo, separou de novo, casou mais uma vez... Continuava mal bebedor, pedindo a mesma marca de uísque: Ah... Bota qualquer um aí, Portuga.

O Cuia só observando. Em sua cabeça um silêncio era bom conselheiro: gozado, o tempo passa e as pessoas vão se misturando. Aquela que conhecemos desde dos tempos das pipas e peladas, agregam-se com outras que não conhecemos ainda, mas parecem tão importantes quanto as antigas, senão mais. E todas se dão muito bem umas com as outras, dentro do mesmo corpo.

Era manhã de domingo, dia de decisão no campeonato local de futebol. A birosca na encosta da favela já parecia lotada. Se a polícia chegasse de repente, com certeza ganharia o dia, porque já era quase impossível aos de dentro vigiar os que viessem de fora. O tumulto pacífico da birosca era como o Hermes. Com o passar dos anos alguns não arredam pé. Outros, desconhecidos, chegam, depois voltam e vão ficando. E outros tantos somem, por algum tempo ou definitivamente. Mas a birosca ainda era a birosca do Portuga e as alterações individuais não modificavam muito a mistura. Fora a fauna birosqueira, tudo mais parecia continuar nos mesmos lugares: as garrafas de bebidas mais caras, os salames e enlatados cobertos de poeira, no nicho de táboa a lâmpada devia estar iluminando o São Jorge que, a despeito da ausência de uma lança, não fora ainda comido pelo dragão, apesar de tantos anos de luta. O próprio Portuga sempre se dizia convencido de o aquele dragão enchia a cara de madrugada, depois que fechava as portas, e que só por isso não conseguira ainda comer o santinho.

O Hermes agora tinha uma identidade virtual, a julgar pelo palavriado que estava usando e que provocava a indignação dissimulada dos bebuns mais próximos: sabe, Cuia, o Portuga devia deletar aquele mictório compactado... Como é que é? – Espantou-se o amigo. É verdade, mermão... Aquilo é um banco de vírus! O Portuga é meio lento mesmo. Ele quer que esses caras acertem uma latinha daquelas. Já viu bêbado bom de mira?... Não – Cuia achou melhor não interromper – Nunca vi não... Então, Cuia, pra começar você tem que se espremer pra passar na portinhola. Só nisso já vai um risco. Depois tem que segurar a bebida, o cigarro, a portinhola... A portinhola?... Claro, mermão, vai que alguém deixa pra última hora e entra lotado. É uma senhora “portada”!... Riram-se os dois e o Cuia completou: É o que chamo de um arranca-rabo!... E o cara que não queria encostar em nada... Vai chegar em casa todo molhado – Hermes interrompeu - e a dona encrenca vai inserir o cara na casinha do quintal, vai passar a noite junto com o Totó!

Ô Hermes, por falar nisso, cadê a Laurinha?... Laura? Ô Cuia, que estória é essa de “por falar nisso”? Eu nunca dormi com o Totó não. Você precisa ler as atualizações do meu perfil... Ler as atualizações... – Repetiu o outro perplexo. E faz isso rapidinho, porque eu tô saindo, Cuia... Você tá saindo... Já vai embora?... Que vou embora, cara? Quis dizer que tô desistindo das mulheres dos outros... – e aproximou-se do ouvido do amigo – Estou apostando todas as fichas na mentirinha... Que mentirinha, Hermes?... Ô rapaz, aquela gata gorducha, que trabalha na “lan house”, vai dizer que nunca viu?... Sei, da loja de internet ali no fim da ladeira. Mas não era a Laurinha a razão da sua vida?... Laurinha nada... Se arrumou com o dono da firma, agora desfila de gerente... Ô meu irmão... – O Cuia mostrou-se penalizado – Que azar... Azar? Você não sabe da missa a metade. Depois dela já tive a Mariazinha, a Teresinha e a Socorrinho... É mesmo Hermes?... Tô te falando, Cuia, mulher dos outros agora pra mim é homem!... Nenhuma delas deu certo, né?... Não podia dar: A Mariazinha só queria saber de ganhar coisas caras... Ih, mermão, isso ia te deixar na miséria... Deixou mesmo. A Teresinha no início era uma santinha, o marido tinha sido atropelado, vivia numa cama, e ela passava o dia fazendo sexo pelo computador... Mas isso não resolve, Hermes... Não, a gente saía toda semana... Então, qual foi o problema?... Ela acabou viciada, Cuia. Perdeu a fibra... Como assim, não era a sua mulher?... Não!! Era mulher do computador!!... Ô Portuga, dá mais um aqui pro Hermes!

Cuia precisou pedir mais bebida para dissimular. Tinha muita gente em volta olhando, querendo saber quem era aquela tal mulher do computador. Sem se dar conta e parecendo soterrado de alguma culpa, Hermes foi se explicando: Mas a Laura, ô Cuia, ela não foi a única culpada, sabe? Porque quando comecei a desconfiar dei de ficar deprimido. Depois, sabe... Eu não dava mais cem por cento, depois nem oitenta, e foi diminuindo, diminuindo a transmissão dos dados... Entende?... Os dados? Ah, sim, acho que entendo. Mas e a outra?

Quem, Cuia? Já te falei, depois foi a Mariazinha... Me deixou numa miséria de dar gosto. Ô acesso caro aquele, sô... Aí eu não podia mais fazer outras coisas das quais gostava e sentia falta, não tinha grana pra nada. Estourei o cartão de crédito. Ninguém olhava mais pra minha cara, mermão... Tentando entender melhor, o Cuia perguntos pelos dados... Ah, a transmissão voltou a cair, né? Chegou a menos de um quilobite por segundo! Ô desespero o meu... Por que você não fez uns programas, pra variar?... Programa, não fiz nenhum, Cuia. Mas baixei tudo que pude baixar. Todo dia era dia de “down”... E nada de “up”... Nem um cachorrinho? – O Cuia perguntou brincando, para tentar levantar o astral do amigo... Nem um, era só cavalo-de-tróia!... Essa eu não conheço ainda, mermão... Nem queira, Cuia. Depois você tem que fazer uma faixina geral. É muito chato mesmo. E se perdesse o HD nunca mais vinha aqui beber com você. Em falar nisso, ô Portuga! Cadê o meu uisquinho?... Já vos dei, ó pá!... Tão dá outro!

Da posição em que estava, Cuia percebia o interesse crescente dos bebuns em volta na estória do Hermes, mas achou melhor não interromper. O amigo devia estar precisando desabafar. Depois, eles não poderiam mesmo entender aquele dialeto de informática. Também não entendia bem. E o Vela continuava falando: Agora a Teresinha, Cuia, nas primeiras vezes aquilo chegava sem jeito, olhando pro chão... Mas dali a pouco a santinha virava o demônio com rabo e tudo. Caraca, mermão! – O Cuia completou – Você só no piloto-automático... É isso, Cuia, o navegador era dela. Ela que escolhia a página... E num tinha anúncio não!...

Ao ouvir tais palavras, um dos bebuns já bastante calibrado, amigo dos tempos das pipas, chegou-se ao ouvido do Cuia e perguntou: Ele tava vendo televisão ou o que?... O Cuia dissimulou: Ainda não sei, mermãozinho. Fica na tua aí, na moral. Deixa o cara acabar de falar, valeu? O bebum voltou meio inconformado pro canto dele e o Hermes falando: Mas foi assim só nas primeiras vezes. Pôxa, Cuia, eu já tava apaixonado por ela quando, numa tarde, começou a balbuciar umas arrôbas diferentes... Que arrobas, Hermes?... Endereços, Cuia... Ah, dos outros amantes dela?... Que outros amantes? Amante era eu, o resto era virtual! - Hermes indignou-se, deu um murro na táboa do balcão e pediu mais uísque. Do seu canto, sentindo-se desprezado, o bebum disse com a voz lenta: Taí... Que machão que ele é... E recebeu um olhar enviezado do Cuia.

O Vela nem se dava conta do que acontecia à sua volta, ia desfiando o seu rosário enquanto a audiência dos bebuns aumentava: Eu não queria bloquear nem excluir a Teresinha, mas a cada nova tentativa ficava pior... Aí conheci a Socorrinho, que também era Maria, Maria do Socorro... E qual era o problema dela, mermão?... Não era ela não, Cuia. O problema era o marido dela... Ué, por que?... Porque o cara tinha mais de dois metros de altura, era muito forte e ruim que só o cão... E ele sabia que era chifrudo?... Sabia, mas era apaixonado pela Socorrinho e já tinha mandado dois pra lixeira, cara!... Ih, canoa furada, Hermes... Então uma tarde ela me chamou na casa dela... E você foi, maluco?!... Fui, ela me disse que estava precisando de um desencanador... Ocê é doido... É foi doidice mesmo. Quando eu pensei que ia carregar o arquivo, a trezentos kilobites por segundo... O cara te deu o flagrante... Não, tocaram a campanhinha... Ô mermão, ninguém toca a campaínha pra entrar na própria casa... Pois é, mas já derrubou a velocidade, né? Era o filho da vizinha. Ela despachou o moleque a agente voltou pro matadouro...

O bebum desprezado era um bebum respeitado. Toda hora fazia uma careta, ou um gesto, e os demais bebuns, formando já uma meia-lua às costas do Hermes, trocavam impressões. Percebendo tudo, o Cuia tentou levantar a moral do amigo: Aí você fez o couro comer... O bebum balançou o dedo indicador e fez beiço, querendo dizer que não acreditava. O Hermes respondeu: Mais ou menos, Cuia... Os bebuns metidos a jurados dissimularam uma estrondosa risada, quando o bebum desprezado saiu da birosca fazendo uma porção de gestos. Mas não demorou muito, alguns minutos depois lá estava ele novamente, pedindo licença para passar e voltar ao seu canto. Que mais ou menos é esse? – Perguntou o Cuia. Eu disse mais ou menos porque quando o programa estava quase carregado, ela me sussurrou que ouvira um barulho na cozinha. De repente o cara entrou no banheiro, já tirando a roupa, e quando me viu perguntou o que eu estava fazendo ali... E você, mermão, por que não pulou a janela?... Que janela, Cuia? Primeiro porque não tinha uma por onde eu pudesse passar. Segundo porque o banheiro era tão pequeno e o cara tão grande, que eu tinha a impressão de que éramos duas sardinhas numa lata. Ou melhor, uma sardinha e um tubarão! Que coisa, rapaz. Ele entrou tirando a roupa e eu tentando vestir a minha!... E aí?... Ai eu disse que já sabia qual era o problema... Como assim, Hermes?... É, mermão. Vou explicar: Quando corri pro banheiro, logo vesti a cueca. Aí ouvi o cara falando que havia chegado o caça-vírus. Então, em vez de por a roupa, eu desenrosquei o sifão da pia e abri a torneira. Só não deu tempo de abotoar as calças... E o cara caiu nessa? Mas que otário!... Bem isso eu não sei. Porque eu disse a ele que no dia seguinte voltava pra tirar o entupimento. Ele me pediu que saísse do banheiro porque queria olhar o serviço. Enquanto ele olhava eu fui saindo. Quando pus o pé na rua, mermão, desembestei que nem a mula-sem-cabeça! E ainda passei uma semana correndo. Vendo o cara atrás de tudo que era poste.

A turma de bebuns já não dissimulava mais as risadas e os julgamentos. E já não era composta apenas de bebuns, nem somente de homens. Haviam chegado mais torcedores e algumas prostitutas mas, devido a bebida já em conta alta e ao peso das lembranças, o Vela não se importava. Expunha-se ao ridículo, despertando a piedade de alguns. Cuia não sabia mais o que fazer. Pensava em como levar o amigo para casa, enquanto ele ainda pudesse andar com as próprias pernas. Mas de repente o Hermes se empolgava e recomeçava a falar, sem tramelas na lingua já melosa. Estava claro que ele não se submeteria a nenhum conselho: E tudo por causa daquela piranha, Cuia! A gente era feliz. Eu percebi muito antes e falei com ela. Disse que o Afrânio ia querer lotar o disco, secretária novinha, com tudo no lugar, se sentindo importante... É, o cara foi esperto... Ela é que foi uma vagabunda! Eu avisei antes, ela aceitou porque se entusiasmou com as gentilezas do Dr. Afrânio – disse o Hermes com desdém... Mas clama, mermão, isso agora já é passado. Esquece essa estória e vai em frente. Você não quer pegar agora a mentirinha? Então pega e esculacha, mermão. Vai te fazer esquecer as outras. Inclusive a Laurinha... Ah, a Laura não, Cuia. Eu não consigo esquecer o que ela me fez. Nunca, jamais vou perdoar aquela mulher. Se encontrar com ela na rua eu arrebento a piranha de porrada.

Sem sair do seu canto, o bebum desprezado balançava o dedo e fazia beiço. Os demais, já em franco debate, se dividiam. As prostitutas, em grupo, se defendiam. Alguns torcedores defendiam as prostitutas, para que tivessem o que fazer depois do jogo, afundar a mágoa em caso de derrota. O Portuga não tomava partido, bastava-lhe vender bebidas para todos. No fundo todos se divertiam, aproveitavam o fim-de-semana. Até o dragão se divertia com aquele São Jorge sem lança! Menos o Vela. Estava realmente consternado, não parava de imaginar formas alternativas de trucidar a Laura. E usava as opiniões dos bebuns para reorientar as suas tramas, curtindo a dramatização da sua desgraça, como se lhe causasse prazer. Numa dessas, ao dirigir-se ao grupo de prostitutas para ver sua reação, percebeu que uma delas saia de trás do grupo e atravessava em sua direção. Ele não queria falar com ela, era apenas uma puta, como dizia ser também a Laura. Tudo farinha do mesmo saco! – Disse em definitivo.

Quando o Hermes escutou aquela voz de mulher lhe dizendo um curtíssimo “Oi” pelas costas, imaginou que o mundo havia parado de repente. Um silêncio palpável preencheu o ambiente. O Vela tentava decidir o que fazer, sob o peso de muitos olhares. Quando se voltou para trás, viu que havia uma mulher muito bonita no centro de um pequeno espaço, obviamente aberto para ela. Apesar do congelamento generalizado, apenas o bebum desprezado balançava a cabeça, mas agora positivamente. O Hermes não conseguia articular uma só palavra. Dentro do seu íntimo encharcado de uísque “qualquer um”, tudo era escuridão, uma multidão de vultos ia e vinha, sem que ele pudesse organizar o pensamento. Não teve coragem de dizê-lo, mas não restava nenhuma dúvida: só podia ser a Laura. Queria olhar dentro dos seus olhos, pois conhecia-lhe o olhar, mas a bebida já não o permitia. E quando a mulher lhe estendeu docemente a mão, com um sorriso calmo e soberano no rosto, o Vela não conseguiu fazer resistência. E deixou-se levar lentamente para fora, pela mão, como uma criança ingênua. Atravessando o silêncio estupefato e o julgamento sem veredicto de cada um dos presentes, sumiram os dois entre os torcedores que, na rua, preparavam-se empolgados para tomar o caminho do estádio. Como se houvessem ali dois mundos paralelos, o casal e os torcedores não se confundiam, mal se notavam. Era de se pensar que não estivessem no mesmo tempo e no mesmo lugar. Uma mão imensa e irresistível parecia abrir aquele mar de gente, enquanto o casal sereno e mudo escapava dos julgamentos, sem que se molhassem sequer no suor dos torcedores.

Na birosca, foi o bebum desprezado que quebrou a perplexidade. Deu um tapa na lateral do balcão, fazendo um estrondo que deixou o Portuga furioso. Ô Portuga! Dá outro marimbondo aqui pro meu amigo Cuia, que ele está pagando o meu também – e virando-se para o mulato, que se mantinha pensativo, sussurrou - como nos bons tempos, hem Cuia? Uma a uma as pessoas foram se reacomodando pela birosca. O bebum sentou-se no banco, que o Hermes deixara morninho, disse com ar sábio: Ah, o amor. Coisa mais linda é o amor... Encafifado, o Cuia não respondeu mas quis saber: Sabe, você até pode me achar com cara de panaca, mas eu não tenho certeza de que aquela mulher era a Laurinha. Se bem que era muito parecida, não vejo há anos, mas acho que não era não... O bebum virou a sua cachaça toda de uma vez e depois ficou olhando para o chão, reflexivo, com um sorriso torpe nos lábios. Depois de um tempo, finalmente falou claramente: Não era ela mesmo, Cuia... Mas então, quem era ela?... Depois de fazer uma careta, como se rebuscasse o passado, explicou: Você não se lembra da Fátima? Não, né. A menina que vendia bala na estação do trem... Não, não me lembro mesmo... Eu conheci as duas desde pequenas, desde quando eu era um homem respeitado. A Fátima é mais nova, mas sempre foi parecida com a Laura. Depois meteu-se com aquele bandido, famoso por cortar as orelhas dos seus desafetos... O Pinga-Fogo... Isso, ele mesmo. Ele sustentava a ela e a outras molecas. A Fátima engravidou para se sentir mais segura, mas o cara apareceu cheio de buracos pouco antes do bebê nascer. Ela então andou na mão de um e outro bandido, pra manter o pirralho. Depois desapareceu de repente. Passou uns anos fazendo programas com gente endinheirada, gerentes de banco, diretores de empresa. Tem três meses que ela reapareceu, está morando no bairro aí de trás... Mas por que ela tomou aquela iniciativa?... Porque, como lhe disse, coisa mais linda é o amor...

O Cuia estava inconformado, não conseguia entender direito. Não vai me dizer que ela está apaixonada pelo Hermes?... Que apaixonada, Cuia. Ela nem conhecia ele direito... E como ela veio parar aqui na birosca?... Eu chamei, ora. Ela é puta, não é adivinha. Mas eu conheço ela muito bem. Você sabe que conheço as putas daqui. Não posso mais pagar pelos serviços delas, mas conheço bem várias delas e sou amigo delas... Que coisa de doido, quem vai pagar? Quando o Vela entender tudo não vai tirar um tostão do bolso... Nada de doido não, Cuia. Ela não veio receber dinheiro não... Como não?... O bebum parou, se ajeitou no banco e continuou: Cuia, meu velho Cuia... Eu já vivi um pouco mais que você. E lhe digo com toda a convicção: As mulheres que vivem de programa não são todas iguais. Mas são seres humanos todas elas, têm sentimento. Eu não pedi, apenas perguntei se ela queria fazer isso. Ela confiou em mim e topou fazer... Mas o Hermes não ama essa mulher... Já deve estar amando, Cuia... Não é a Laurinha... Que diferença faz, Cuia? Ele precisava amar, se regenerar, tirar o paredão de dentro dele. Você acha que o amor dele, que ele não pode exercer e não serve pra nada, é mais amor que o da Fátima, dado de graça, pela necessidade dele e por amizade a mim? E ademais ela não tem nada a perder, tem a dar. Qual o pecado nesse caso? Mas o Vela podia ter perdido a vida, lá no banheiro do caça-vírus. E noutras vezes, porque ficar pegando as mulheres dos outros...

O Cuia ainda não aceitava plenamente a conversa do amigo, porém reconhecia certa razão. E será que o Vela vai segurar a peteca? Do jeito que saiu daqui, não sei não... Ora, Cuia, ela é uma mulher sofrida, experiente, com certeza vai dar o jeito dela... Mas ele não vai se casar com ela, né?... Casar? Acho que ela não ta pensando nisso, não. Prostitutas nunca pensam em casamento numa primeira ocasião. Não é esse o trato. Se você sair com uma delas e falar em casamento, nunca mais ela sai contigo, pra não apanhar do cafetão... Mas vai que a Fátima pensa... E daí? Eu não sou cafetão, não ganho dinheiro com ela... O Cuia pediu a conta ao Portuga, pagou a cachaça e pendurou o uísque, reclamando do preço. Depois, com ar de satisfeito, disse ao amigo: bom, tomara que pelo menos você esteja certo e ela saiba acender velas. Senão, quando ele voltar aqui, vai dizer que de repente bateu um vento... Que nada, Cuia, você num entende nada de velas. Ele vai dizer que quando o programa estava carregado, caiu a conexão!

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