Seriedade

Foto de Felipe Ricardo

Conto Sobre Um Dia Perfeito

Logo no inicio da noite, términos de suas aulas, Renato, um jovem estudante de direito de uma universidade local, se dirigia ao trabalho de alguém que para ele era muito especial que se encontrava em seu trabalho, cerca de 20 minutos de onde ele estava.
- 17:30 ela sai, então tenho que me apressar – Dizia ele sempre apreensivo por ter medo de chegar e não vê-la.
Com pouco mais de 5 minutos de adiantamento lá ele chega e logo seu olhar se completava em preocupação e alegria, pois na porta de seu trabalho lá ela estava sentada com certo ar de cansaço e dor.
- Bianca o que você tem? – Perguntava a ela com um tom de preocupação
- Não estou bem, sinto muita dor de cabeça, acho que estou passando mal e ainda tenho que espera a Julia – Dizia ela com uma voz que fraquejava em cada palavra dita e com um olhar abatido.
Bianca trabalhava em um órgão publico de seu estado ligado à medicina, mas ela cuidava da área administrativa e ela sempre tinha o costume de ir com esta amiga que morava perto de sua casa, uma velha amiga de escola
- Sente-se e descanse que eu fico a espera Julia – Falou Renato olhando-a com uma ternura sublime, como alguém que faria tudo para que a outra ficasse bem.
- Sim, esta bem, vou me sentar aqui nos degraus da porta – O respondeu e logo se sentou.
- Não! Entre e fique lá pelo vidro estarei lhe vendo e lhe chamarei se ela estiver a vir – Disse serio, com certo ar de ordem, mas visando o bem esta dela.
E em um olha ele a leva para dentro de seu trabalho e no lado de fora ele divide suas atenções para a chegada da amiga e os cuidados da amada
Sim para ele Bianca era um das razões dele sempre ir ao trabalho dela, sempre desejando sua presença para fazer o dia dele melhor como ele sempre dizia.
- Onde a Bianca esta? – Perguntou Julia meio preocupada por não vê-la
- Esta lá dentro – Disse apontando para a porta.
- Por que ela esta lá dentro? – Perguntou com preocupação.
- Não esta se sentindo bem, por que você não entra e fica lá com Lea? Não “se preocupe eu fico aqui esperando o ônibus – A responde com uma seriedade de quem se preocupava.
Então ela entra e após 10 minutos ambas voltam e com um semblante ainda pálido o abraça de maneira terna e tranqüila. Para Renato o mundo não importava mais, ele apenas queria protegê-la, vê-la melhor com a velha expressão jovial que tanto o fez se apaixonar inúmeras vezes, mas sua timidez o tirava a escassas oportunidades de fala a ela o seu verdadeiro sentimentos e em sua cabeça ele ficava há imagina o dia que em tais abraços nasceriam os mais sublimes carinho e os mais sinceros beijos, mas ele sempre dizia:
- “Ninguém tem o direito de invadir o mundo de alguém e fazê-lo dele
O que quiser, só porque simplesmente se apaixonou por esse alguém”.

...

... O ônibus chega, coisa estranha para aquele horário, um ônibus vago, ate se sentaram algo raro em suas viagens de vinda, mas parecia que os “Deuses lá de cima” teciam cada segundo deste momento que assim acontecia. Ele como um verdadeiro guardião, disposto a proteger sua amada, velava os caminhos dela como se nada mais importasse.
Elas conversavam, brincavam e ele sempre sereno “quebrando suas regras”.
No fim eles chegam e como por milagre ou brincadeira de algum anjo ela torna a ser a beleza jovial que tanto incandescia as velhas poesias mortas, de um jovem “poeta falido”, que vivia a procura palavras e inspirações em outras vidas e pessoas.
- Renato obrigado por hoje, você é muito especial para mim – Disse ela com um olha cheio de ternura e amor.
Tal agradecimento inflou seu coração de tal maneira que ele sentiu que era à hora de contar o que tanto sentia.
- Não há de que menina, você também é especial para mim, de uma fora maior... – disse ele com um olhar fixo nos olhos dela.
- Como assim? – O perguntou de forma espantada por tal complemento.
- È... Seu ônibus vem!
Ele a puxa pelo braço, não quer que ela se atrase e pelo bem dela ele sacrifica mais uma oportunidade de dizer a ela o que tanto lacerava seu peito de uma forma tão amórfica que nem ele mesmo sabia quanto tempo ele poderia espera para ter ela finalmente em seus braços e fazer dela a criatura mais sublime e primordial, mas não era hora e nem momento e num abraço ele diz em seu ouvido:
- “Jamais esquecerei daquilo que faço imortal, jovem Ondina!” – Disse ele da maneira mais terna que alguém poderia sussurra para alguém.
- “Ondina”, o que é isso Renato? – O pergunta meio sem saber o que significa tal palavra.
- Leia o que tem nesse “envelope laranja”, você saberá, mas agora tchau Bianca e Julia - Fala isso segurando sua mão de maneira bem carinhosa.
- Tchau Renato – Fala Julia.
- Tchau, depois conversamos – Disse Bianca já no ônibus.
- Tá certo meninas – Fala isso com um sorriso no rosto e uma expressão jovial em sua face.
Depois que Bianca se perdeu de seu olha ele para e diz bem baixinho de uma forma onde só ele e ela pudessem escutar:

- “Amo-te, Bianca!” –

E ele parte para sua morada feliz por saber que ela esta bem e que seu dia foi perfeito ao lado dela.

-Fim-

Foto de Fernando Vieira

Palco da minha evolução

Enfim um clarão, um lampejo
Um raio em minha direção, um desejo
Quem sabe uma consolação pro meu medo
Palavras são informações que anseio

Vida minha, dela o que eu seria?
Se não tivesse tempo , todo o tempo ainda
A chance e a oportunidade
De poder ouvir e falar a verdade

Sentindo e compreendendo
Chorando e me arrependendo
Caindo , mas me levantando
E pra frente continuar andando

Sonhando, trilhando, buscando
Trabalhando, sorrindo e brincando
Com seriedade e honradez
Corrigindo sempre aquilo que se fez

Pedido forças sempre lá pro alto
Pra não tropeçar, não cair do salto
Aproveitando o tempo, todo tempo ao máximo
Enquanto estiver em cima desse palco

Fantástico palco...
Fantástico chão
Fantástico Planeta
Palco da minha evolução...

Foto de João Felinto Neto

Poesias selecionadas

APELO À MISÉRIA

Quem me dera, miséria,
eu fosse parte
de um baluarte de sonho e de quimera.
Pela boca mantém-se assim o povo,
a lavagem é a comida que a si, dera.
Na vergonha de reconhecer-se porco,
ter o rosto metido na sujeira,
enlameado atrás de uma porteira
seu anseio é mantido na espera.

Quem me dera, miséria,
eu me calasse
e ocultasse o meu rosto na janela.
Meus princípios mantêm-me assim exposto.
Sou mau gosto travado na goela.
Quem engole as palavras que eu digo
traz de volta a vontade de lutar,
elas tocam a ferida no umbigo
que o conformismo já ia cicatrizar.

Quem me dera, miséria,
quem me dera,
que de ti eu pudesse me livrar.

PERSONAGENS INFANTIS

Será que o lobo é tão mal.
O lobo ama também.
Ele protege os filhotes que tem.
Caçar, para ele é natural.

A chapeuzinho, talvez,
quando crescer seja outra.
Se torne uma megera
que não gosta de criança
e perca toda a esperança
de voltar ao que era.

O caçador, o herói tão valente
que salvou a vovozinha,
costuma matar friamente a fêmea,
deixando a cria sozinha.
Ele acabou sendo preso
por caçar ilegalmente.

A vovozinha morreu.
Pois, a idade a levou.
Mas, quantas vezes brigou com a vizinha da frente.
Isso prova que a bondade e a maldade,
na verdade,
são apenas uma história diferente.

O POEMA QUE EU DEIXEI DE ESCREVER

O poema que eu deixei de escrever,
Falaria de você,
De nosso tempo,
De angústia, de tormento,
De alegria e de prazer.
Iria contradizer
Cada palavra
Que as nossas falas
Tinham pouco a dizer.

O poema que eu deixei de escrever,
Seria na verdade,
Uma ameaça.
Calaria minha boca,
Qual mordaça.
Não seria uma desgraça,
Por não ser.
Os meus versos,
Talvez fossem sem querer,
Uma ofensa
A sua crença,
Que eu acreditava
Ter.

O poema que eu deixei de escrever,
Não seria
De valia.
Sem valia,
O deixei de escrever.

SEPULTAMENTO

Os meus olhos pregados
no infinito
como os pregos nas tábuas
cravejados,
e de pontas viradas,
redobrados,
sustentados e fixos
numa curva.
No aconchego da madeira macia,
minhas costas
nos ossos da bacia
consolam meu corpo
tão curvado.
Pelo tempo que tenho acumulado,
a ferrugem do mundo
me comeu,
e a tampa que pregam
me prendeu
para sempre num rito consumado.
Por debaixo da terra
condenado
a ser parte da mesma
e não ser eu.

CANTO DE SEREIA

Como um canto de sereia
de belíssima harmonia,
letra correta, verdadeira poesia
e melodia
que eterniza nossa alma.
Por onde anda
a sereia encantada
nas profundezas desse mar de ignorância?
Letra incorreta com falta de concordância
e melodia
que nos faz perder a calma.
Só na lembrança,
o teu canto nos enleva
na emoção que tua voz nos faz sentir
e na saudade, o nosso coração desperta
pra realidade,
não há nada mais pra ouvir.

PEDESTAL DE BARRO

Revogo silêncio
ante palavra e voz.
Reato os nós
que me prendem ao medo.
Reavivo memórias
em busca de segredos
que já não interessam mais.
Reclamo por paz
em meio a intensa guerra.
Replanto a erva
que não nasce mais.
Relato as dores
de males e fome.
Repito o meu nome,
antes de dormir.
Reato os laços
que me prendem aqui,
ao pedestal de barro.

TORRE DE BABEL

O juiz do supremo,
Jeová,
se irrita e sai do sério,
quando seu filho Jesus
vai à noite, ao cemitério.

No boteco do Davi,
onde quem manda
é o Golias,
não há funda,
quem afunda
na cachaça, é o Isaías.

No salão do senhor Sansão,
quem faz o cabelo
é sua mulher Dalila.

As mulheres de Salomão,
o cafetão lá da vila,
choram e sentem solidão
quando estão de barriga.

Lúcifer anda arrasado,
o seu mundo virou trevas,
por ter visto abraçados,
Adão e a senhora Eva.

Noé, o velho barqueiro,
não gosta de animais.
No entanto, adora um peixe-frito
no barzinho lá do cais.

Essa torre de Babel
é o mundo em que vivemos,
onde não há inocência.
Se algum nome ou fato ofender,
é mera coincidência.

A MULHER DA MINHA VIDA

A mulher da minha vida,
Sempre é lida em meus versos,
De uma forma ou de outra.
É a sua voz que ecoa
Reclamando meu regresso.
É bem mais que uma amante,
Que uma amiga e companheira.
Necessária como a fonte
No deserto de areia.
A mulher da minha vida,
Entre linhas abstratas,
Põe em mim, doces palavras
E expressão de alegria.
A resumo em poesia,
Tal qual em cartas,
A saudade que nos mata
Se envia.
A mulher da minha vida
É a graça
Que um devoto em desgraça,
Alcançaria.

O LABIRINTO

Pelas ruas infinitas,
Não encontro meu destino.
Endereço repentino;
Então, me pára.
Não é nada;
Sigo em frente, o meu caminho.

A mim mesmo, ainda minto:
- Logo chegarei em casa.

Em calçadas,
Eu percorro o labirinto
(Cruzamentos, sinais verdes e paradas).

O suor não pára o tempo;
Lágrimas, enxuga o vento;
E um triste pensamento
Não se afasta.

A cidade, assim, se fecha em semelhança.
A lembrança,
À realidade, não se adapta.
Eu confundo o momento
E me perco no silêncio
De um triste monumento
Que me agrada.

Minha calma é necessária
Para espantar o medo,
Desvendar todo o segredo
Que o labirinto encerra.
Os meus pés seguem por terra,
Minha alma por promessa,
O meu corpo por saudade.
Edifícios, tais quais pedras,
Alicerçam a cidade;
Conduzindo minha mocidade
Eterna,
De encontro ao passado.
Eu me torno um condenado
Num presente adulterado,
Que me enterra.

Observo as vidraças
Das janelas,
Onde o sol ofusca a vista
Com a luz que é minha guia
Na escuridão tardia
Do passado.

Cada praça
Me congraça,
Tal um templo
Erigido como um marco à memória.
Cada uma conta a história
De seu tempo,
De sorriso e sofrimento,
De conquistas e derrotas.

Novamente, me encontro sem saída,
Apesar de tanta via planejada.
Já não reconheço nada
Do que havia,
Já não reconheço nada.

Alimento meu silêncio,
O tempo passa,
Onde pombos batem asas
Sem voar.
Não consigo encontrar
O meu caminho;
O meu ninho
Não encontro em meu lugar.
Continuo a me enganar,
Ainda minto,
Preso a esse labirinto
A me fechar.

À DERIVA

Posso até perder o brilho dos meus olhos,
Mas jamais, deixar de ver tanta tristeza.
No esbanjar de pratos sobre minha mesa,
Vejo a fome refletida nos teus olhos.

O que faço se estou preso ao sistema
Onde a indiferença
Sobrepõe a caridade,
Onde a verdade
É varrida
Pra debaixo da mentira
E onde a vida
É um barco à deriva
Sem ações de piedade?

UM POUCO MAIS

Percebo
A minha vida esvaindo-se entre meus dedos
Em minha mão aberta
A dar adeus ao mundo
Pela janela.
A minha juventude
Em quietude eterna,
Silencia os meus dias.
As velhas alegrias
São lembranças tristes.
Os sonhos não resistem
Aos carinhos da morte.
E que meu sono suporte
Os meus pesadelos,
Já que meus apelos
Ao que me resta de força
Não me sustenta.
Talvez, o mundo não entenda
Esses meus ais.
Não tenho medo de morrer.
Eu só queria era viver
Um pouco mais.

O GRANDE DIA

Ai de nós se não fosse o profeta
Para converter o nosso coração.
Do contrário, Deus feriria a terra
Com terrível maldição.

Com o Senhor não há perdão.
Seu grande e terrível dia
Não será de alegria
E sim de destruição.

O poder de sua mão
É extremamente acintoso.
Deus é um ser ambicioso,
Quer de todos,
Atenção.

Não importa a condição,
Será imposto
Sofrimento e desgosto
Por qualquer contravenção.

Deus não quer nos dá lição,
Quer aniquilar a todos
Pelo caráter odioso
Que passou à criação.

EPITÁFIO XIV

Ela se aproxima
Sorrateira e linda,
Com seu manto escuro,
Sua mão suada.
Não nos pede nada,
Mas nos toma tudo.
Deixa então, de luto,
A pessoa amada.

Ela não se importa
Com aquele que fica.
Pois só se dedica
Ao que se despede.
Sorrateira, impede
Que a gente viva.
E sutil se infiltra
Sob nossa pele.

Ela só se afasta
Quando mata a alma
E deixa o corpo inerte.

ETERNA SOLIDÃO

O que eu tive na vida
Além da data esquecida,
Da dor no peito, contida,
E da perdida ilusão?

O que mantenho na mão,
Já na forma cadavérica,
Senão,
A luta sem trégua
Com os germes que a terra
Colocou em meu caixão?

Os meus feitos,
Foram em vão.
Meus defeitos,
Exaltados.
Não sou de Deus nem do Diabo.
Sou um louco condenado
A eterna solidão.

ESPANTALHO MORIBUNDO

Minha alma sempre está
Num silêncio tão profundo,
Que eu chego a duvidar
Que ainda estou no mundo.

Espantalho moribundo,
Onde a morte vem pousar.
Talvez para lhe falar:
Sinto muito! Sinto muito!

Num milésimo de segundo,
Volta o corpo a respirar.
Espantalho vagabundo,
Fecha os braços para o mar,
Abre os olhos para o mundo.

FRUTO SEM CASCA

Espalhando letras
Sobre velhas páginas,
Semeei palavras
Que insatisfeitas
Deram-me em colheita
Uma grande safra
De um fruto sem casca,
A minha tristeza.

Uma fruta fresca,
Presa pela boca
Em que uma ou outra
Tenta mordiscar,
Murcha sem parar;
Se tornando feia,
Seca na areia
Quando o vento dá.

Versos pelo ar,
Lágrimas e poeira,
Solidão na mesa
Onde o fruto está
Exposto, sem par,
Sem mostrar beleza,
É minha tristeza
A me alimentar.

HOMENS DE FUMAÇA

No arrastar de minhas sandálias
Pela casa,
Tenho as lembranças arranhadas
E esquecidas.
Por onde andam as conversas conduzidas
Pelos homens de fumaça?

Se desfizeram com o tempo,
Nas costas de um tênue vento,
Pela janela escancarada.

O velho barco na distância, ainda aguarda
Pela tripulação dispersa,
Numa espera
Que parece eternizada.

Em meio a tralhas,
Depuseram suas velas.
Em meio a elas,
O seu capitão se apaga.

O FRACASSO

Eu sei que a vida me leva em trapos.
Caldeirões de barro
De bruxos modernos.
Favelas de inferno,
Diversos buracos.

São armas de ferro.
São balas de aço.
Sou eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que a morte me olha de perto;
Que chego a sentir o seu frio abraço.
Eu fumo, eu prego
Minha mão no maço
De notas sem eco.

São barras de ferro.
Algemas de aço.
Eu sei que sou o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que caminham lado a lado,
O errado e o certo,
A ira de Deus
E a fama do diabo,
Senhores e servos,
Patrões e empregados,
Progresso e atraso.

São os mãos-de-ferro
Em torres de aço.
Sendo eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

OLHOS DE AZULÃO

O que busca essa mulher
Pela qual minto,
Senão
A mesma solidão
Que sinto
Quando longe de seus olhos de azulão?

Os mesmos olhos
Que me olham da gaiola
Quando eu abro a porta
E eles vêem a imensidão.

SE FOSSEM SÃOS

A rima
É mera aflição
Dos versos que me espelham
Naquilo que são.

De forma nenhuma dirão
Do que são feitos.

Meus versos
Seriam perfeitos
Se fossem sãos.
Mas nada são,
Senão
Defeitos.

QUANDO CHORO

Onde andam os meus olhos
Quando choro,
Se não consigo encontrar
As minhas lágrimas?
Nas migalhas,
Além de meus remorsos?
Nos meus ossos,
Aquém de minha alma?

A FANTASIA

Amo você
Com o mesmo ardor da juventude,
Na quietude
De minha atual idade.
Amo-a na ausência
Como num dia de saudade,
Detenho-me a cada ínfima lembrança,
Com a mesma paz
Que traz
Aquela esperança
Após uma guerra.
Amo-a em terra
Com a cabeça pelas nuvens.
Amo atitudes
Que jamais seriam minhas,
Como entre linhas,
Leio uma poesia.
Amo como se ama o alvorecer
De cada dia,
Como o sorriso
Na inocente alegria
De um bebê.
E ter você,
Ainda parece utopia.
Mas, quis a vida
Que eu vivesse a fantasia
De meu ser,
Que é para sempre,
Você.

MINHA GERAÇÃO

Essa amargura
Que me faz um homem rude,
É mera atitude
De defesa.
Odeio a pobreza
Que aos pés de Deus se ilude;
Enquanto a juventude,
Nada almeja.
Desprezo a mania de grandeza
Que o rico tem com tudo.
Não sou um carrancudo
Por frieza;
Somente faço uso
Da tristeza
De um sisudo,
Por ser fruto
De uma geração que aceita.

SONETO DA VITRINE
(Sombras & espelhos)

A vidraça estilhaçada,
Não desfaz a minha imagem,
Não subtrai da cidade,
A luz do sol ofuscada.
De pé, fiquei na calçada
Com minha mão estendida.
Exorcizei minha vida
Na pedra que arremessara.
Por um instante, escutara
O som de ossos quebrados
Da montra fragmentada.
Meu corpo feito estilhaços
Que os passantes pisavam
Entre espanto e gargalhadas.

POETAS
(Sombras & espelhos)

São tantos os poetas
Quanto estrelas,
Dispersos em bandeiras
Pelo mundo.
Eternos e profundos
Pelas letras,
Em digressões soberbas,
Em dimensões sem fundo.
São tantos os poetas
Que o planeta,
Em tinta de caneta,
É resumo.
Enorme rascunho
Em línguas estrangeiras.
A tradução perfeita
Das emoções do mundo.

MOSAICO
(Sombras & espelhos)

Em minha mão,
Mil pedaços.
Antigo quadro,
Uma mesa,
Alguém que come calado
Com discrição ou tristeza.
E lado a lado
Na mais extrema destreza,
Enfileirado
Sob a antiga nobreza,
Assenta-se o mosaico.
Sob os meus pés, o passado
Em um quadrado,
Pintado
Nesse retalho do tempo.
Breve momento
Guardado
No mais antigo mosaico
Preso à calçada,
Ao tempo.

SÓ EM TE AMAR
(Sombras & espelhos)

Só em teus lábios,
Eu encontro meus gemidos.
Só em meus gritos,
Eu consigo te encontrar.
Como enganar
A emoção de estar aflito.
Eu te preciso
Como a noite, do luar.
Só em teus passos,
Eu caminho decidido.
Surpreendido,
Tento não justificar.
Sem teus abraços,
Os meus beijos são sofridos
Como os feridos
Que não podem se curar.
Só em te amar
É que eu encontro o sentido
De tudo aquilo
Que consigo imaginar.

NUMERAL UM
(Sombras & espelhos)

Eu atribuo
Minhas palavras ao poeta.
Uma espera
Numa tarde em jejum.
Nós como dois,
Dividimos.
No que dera?
Apenas um.
Eu me situo
Nas medidas de uma régua.
A mais complexa
Ou talvez a mais comum.
Sou menos um,
Minha conta se completa
Com menos um.
Eu me anulo
Numa soma que me zera.
Um dois que nega
A existência de mais um.
Sou incomum,
Tabuada que ainda preza,
Numeral um.

CONTRACEPTIVO
(Tríptico)

Eu não sei se é o desespero
que me leva à loucura
quando o sexo estupra
a minha alma,
ou a calma
que advém do meu tormento
pelo tempo
que passou em minha palma.
Movimento anormal
de penetração moral
em sua saia,
e no cheiro da indecência,
feromônio da ciência
em uma jaula.
Uma fera excitante
que no último instante, ofegante,
cospe a vida
no seu couro de borracha.
Não há luta, nem corrida;
há uma triste despedida
de um suposto vencedor
que foi fruto de um amor
e se enforcou
com a própria cauda.

SONHOS
(Tríptico)

Os meus sonhos
são apenas fragmentos de memória,
pequenos focos de luz
como cristais dispersados
num caleidoscópio de pensamentos,
distorções esdrúxulas da realidade.
Rumores, amores e momentos,
abertos numa gaveta destrancada.
Minhas pálpebras fechadas
num caixão de quase nada.
Um quase definido como os sonhos
que são versos que componho
numa noite agitada.
Movimento involuntário dos meus olhos,
que entre risos, ainda choro
por apenas acreditar sofrer.
Entre cartas mal escritas e seladas,
vem a calma ao chegar o amanhecer.
Vem enfim, o esquecimento
desse quase fingimento
que é sonhar.

EM DEMASIA
(Tríptico)

Eu sou demasiado triste,
pelos versos que componho.
Eu sou demasiado louco,
pelo pouco
que proponho.
Não deveria o mundo ser assim,
em demasia.
Talvez não seja o mundo,
seja enfim,
minha poesia
Demasiada em meu tédio,
sem remédio,
em grafia;
em longas noites mal dormidas;
nos insultos
que eu ouvia.
Não caberia em minha mão,
toda a visão
que em mim cabia.
Eu sou demasiado em tudo,
que ironia,
demasiado em meu luto
por ser fruto
de utopia.
Em demasia são os dias
que me escapam entre os dedos
como uma teia
que é lânguida e esguia.
O mais sublime pensamento
que perde tempo
em demasia.
Demasiado, meu tormento,
pelo tanto
que eu não via.
Demasiadamente eterno,
meu inferno em agonia.
Em demasia sou
quem sou,
um astronauta que acordou
num mundo estranho
em demasia.

DISLATE
(tríptico)

Talvez minhas palavras sejam tolas,
minhas ações, inconseqüentes;
as minhas brincadeiras, ironia;
eu próprio seja falho e negligente.
O meu discurso seja sátira;
minha seriedade, uma piada.
O meu humor seja mau gosto;
o meu dislate, permanente.
Meu riso entre dentes, atimia;
a minha faina seja ociosa;
meu pranto, uma lição jocosa
e o jeito infantil, idiotia.
Talvez a minha vida seja um fracasso;
meus versos, um engodo imoral.
Em epítome, sou um gracejo nefasto.
Meu desejo, um esboço abnormal.

TURGESCÊNCIA
(Sob meus calcanhares)

Eu sinto os teus cabelos
entre meus dedos,
teus lábios comprimidos
ao meu desejo,
o arfar de teu cansaço
entre meus braços
e ouço teus gemidos.
Vejo teus olhos tolhidos
fitar meu medo
de não tê-la satisfeito ainda.
Tenho todos os sentidos
na extensão do meu leito.
E no auge da turgescência,
me torno uma larva imersa
em teus fluidos.

O RAMO
(Sob meus calcanhares)

Onde está minha alma,
que não encontro?
Onde está meu encanto,
minha calma?
São perguntas que faço,
ainda em pranto,
ao meu eu freudiano
que me cala.
Onde está este anjo
que me fala?
Um quebranto
que minha mãe me pôs.
Ouço a antiga canção
que ela compôs
em minha rede embalada.
Vejo um ramo na árvore desfolhada,
resistir ao vento,
envergado.
Nesse instante me sinto
envergonhado
pelo meu triste pranto.
Minhas lágrimas
são simplesmente água
que faz falta ao ramo.

O DIÁLOGO
(Reticências desfeitas)

- Dou-te a palavra
para principiares o diálogo.
- Fico muito grata
por ceder-me o favor.
És muito amável.
Vou falar de amor,
sentimento imensurável
que é tão natural
quanto o desabrochar da flor.
- Já vou interpor.
O que tu estás dizendo?
O amor é um invento
cultural e sem valor.
- Estou espantada.
És um homem insensível.
O amor é indizível.
É nosso maior legado.
- É soma sem resultado.
O amor não é normal.
É estóico, irracional,
nos mantêm aprisionados.
- És um homem insuportável.
Mas o que dizes é refutável.
De que vale a liberdade,
sem motivo para a saudade.
- És uma eterna sonhadora.
De que vale um sentimento
que só nos provoca medo,
fraqueza e sofrimento.
- O amor é imortal.
A mais pura poesia.
Nos fere, é natural.
Mas compensa com alegria.
- É uma simples utopia.
Inconstante, passageiro.
Quem se entrega por inteiro,
viverá em agonia.
- Vou deixar por encerrado
o nosso breve diálogo
em tua cética pessoa.
Mas eu sei
não é à toa
que nós dois somos casados.

ELA
(Quadrilátero)

Ela me leva,
me engana
e ainda me desafia.
Levou meu corpo
para a cama,
enquanto me distraía.
Deu-me o fruto do pecado,
enquanto Eva,
e compensou com redenção,
quando Maria.
Em Joana D'arc
foi Vitória,
também rainha.
Já foi de todos
e só minha.
Ela é pouco e é demais.
Como Helena,
ela foi guerra.
Como Tereza,
ela foi paz.

INDECENTE
(Quadrilátero)

Não sou um cavaleiro imaginário,
apenas um vassalo
que caminha.
Pela realidade,
um escravo
que tem a ilusão
que é livre ainda.
Não sou nenhum beato,
nem um cão.
Eu não uso sermão
e nem batina.
Meu rosto
é palidez,
enquanto expiro.
Meu sexo
sem estilo,
estupidez.

MUNDO FICTÍCIO
(Pax-vóbis)

Uma criança brincava
Com a comida, na mesa.
Corria de pés descalços,
Sem ninguém a seu encalço,
Pela ruazinha estreita.
Não enxergava a sujeira,
No seu mundo fictício,
Do real desconhecido;
Tudo era brincadeira.
Contudo, era tão bonito
Ver o mundo d’aquela maneira:
Sem ter ódio,
Ser ter vício,
Sem sombra de sacrifício,
Sem pecado
E sem tristeza.

SOMBRA DE NANQUIM
(Pax-vóbis)

Que a vida,
Mesmo frágil, continue.
Que perdure
Meu amor, além de mim.
Que não tenham fim,
Meus passos pela rua.
Que dissipe sob a lua,
Minha sombra de nanquim.

A PEQUENA D’ARC
(Olhos de guri)

A guria
não gostava de pia,
de casinha ou fogão.
Para ela,
tudo era opressão.
Ela ouvira
sua mãe reclamar
que a mulher tende a trabalhar
só com água e sabão.
Por que não
brincaria de guerra,
de doutora,
de terra na mão?
A guria,
parecia antever
que seu mundo seria
uma doce ilusão.

A SOMBRA
(Olhos de guri)

Minha sombra
que se perde no escuro,
salta o muro
quando o sol
no céu desponta.
Se arrasta no chão duro,
se encolhe,
se estica,
passa rente a dobradiça
e se perde pela casa.
Mas à noite,
minha sombra cria asa,
voa quando saio a rua.
Pela luz que vem da lua,
minha sombra me abraça.
Me divirto e acho graça
quando atravessa a fogueira.
Minha sombra, não sou eu,
mas é minha companheira.

TAMBÉM SOU
(Letras, ...)

O louco
é apenas mal ouvido.
Seu riso,
tenebrosa gargalhada.
Sua fé,
um constante, eu duvido.
Sua mente,
uma porta escancarada.
Seu pedido de ajuda
é um grito.
Seu gemido incontido,
uma dor.
Seu amor,
um abraço emotivo.
Sem motivo,
eis que louco
também sou.

A GRAÇA
(Letras, ...)

Deus me deu o fardo
para eu achar pesado
o termo ser livre.
Deus me deu o espelho
para ver se aceito
esse meu rosto triste.
Deus me deu o segredo
para pensar, eu mesmo,
o que é ser tolice.
Deus me deu a culpa
para eu pedir desculpa
por qualquer deslize.
Deus me deu a dor
para eu sentir pavor
do seu dedo em riste.
Deus não me deu nada,
eu que faço a graça
crendo que ele existe.

VERSÃO REFRATADA
(Letras, ...)

Quantas vezes eu tive
que mergulhar no sorriso
para fugir do abismo
que é o existencialismo
de mim mesmo.
Quantos pueris desejos
entre prosaicas conversas.
Quando nada interessa,
meu mundo me dá medo.
Eu sou apenas ensejo
que o acaso consagra.
Uma versão refratada
na ilusão do que vejo.
Quando não me percebo,
é sinal de que eu mesmo
sou a soma do nada.

QUEM SOU EU
(De versos, ...)

Sou um jovem ateu
Que entra na igreja
Para tomar cerveja
E beber café.
Desconheço a fé,
Mesmo na ressaca.
Rio quando a graça
É de um milagre
De ser eu, um padre
Que toma conhaque
Num cálice de vinho
E vive sozinho
Pensando que sonha
Em ser um demônio
Que se sente Deus,
Ser o próprio Deus
Se sentindo humano,
Ser um santo insano
A brincar de ateu.

DESESPERANÇA
(De versos, ...)

Quem é essa
Que me tira o sono,
Que arrebata o dono
De uma humilde casa?
Quem é essa
Louca, desvairada,
Que ao seio me prende
Sem saber se sente
A dor que a outro causa?
Lábios que procuram vida
Carne apodrecida
No envelhecimento.
Quem é essa
Que corrói por dentro
Como um veneno
Sem nenhum antídoto?
Eu sou outro,
Sou um homem dito,
Dito morto
Pela agonia.
Quem é essa
Musa e tirania,
Mistura que havia
Desde minha infância?
Quem é essa
Triste companhia?
Talvez seja a morte,
A desesperança.

O MATUTO
(Cálice)

O matuto está triste,
cabisbaixo e pensativo.
Não encontra um só motivo
para saber se existe.
Tal canário sem alpiste,
preso a uma velha gaiola,
vendo longe a aurora,
sem ter ânimo pra cantar.
Com vontade de voar
para longe, ao horizonte;
a saudade o consome
antes mesmo de partir.
O matuto fica ali,
a pensar no que seria
sem a única companhia,
a choupana em que vive.
Tal amor só visto em versos,
o matuto é regresso
de um lugar que não existe.

SEM CONDIÇÃO
(Cálice)

Seus ombros à amostra,
me deixam insinuado.
Seu corpo ainda agora,
me deixa provocado.
Seus seios contornados
pela blusa,
me fazem sinal da curva
do seu corpo ondulado.
Seu jeito comportado
não me mantém à distância.
Na sua tolerância,
encontro o meu pecado.
Seus olhos não perturbam minha paz,
além do mais,
recebem meu recado.
Seu pare, deixa disso, mais cuidado,
só fazem aumentar o meu querer.
A dúvida faz crescer
minha ilusão,
que eu terei nas mãos
a chance de fazê-la entender.
Amar é mais que ter.
É aceitar querer
sem condição.

CONVÉS
(Cálice)

Foste meu caminho sem regresso
em um verso.
Minha poesia mais bonita.
Entre as estrelas,
rabisquei um só desenho,
o seu rosto,
como eu bem queria.
Foste a derradeira flor
perdida no deserto.
Em meu universo,
um farol de guia.
Arrancaste o aviso que dizia:
“Uma saudade”.
O vazio da idade,
preenchias.
Foste o colorido
de uma tela que eu pintava.
A mão que segurava o meu filho.
O espírito de um cético
que chorava.
A paz esperada
por um homem aturdido.
Foste o barco rijo
que sustenta a onda em fúria.
O pescador que nada
à procura de si mesmo.
Para mim,
a mais incrível criatura.
A doce loucura
do desejo.
Foste na verdade,
o meu mundo.
Hoje, na saudade,
apenas és
um velho convés
com o qual afundo.

GRAMATICAL
(Cabaz)

Só em letras imprimo minha alma.
Mais do que texto
sou contexto indecifrável.
Meu sinônimo é antônimo de si mesmo.
Um sujeito indefinido
que é objeto de um erro
gramatical.
Entre modos e tempos,
triste verbo
que ecoa na forma nominal.
Orações que são subordinadas
aos meus vícios de linguagem.
Um início em letras ordenadas
e um fim
numa expressão oral.

AFLORA UM POETA
(Cabaz)

Assim se fez um poeta.
Como talhe na madeira
esculpi minha poesia.
De uma maneira fria
infundi minha alma no papel.
Nas costas de um corcel
cavalguei por entre versos;
muitas vezes sem regresso,
o poema, me tornei.
De um sono despertei
enquanto escrevia,
da caneta então fluía
as idéias que sonhei.
Quem sabe se eu errei?
Foram mais de trinta anos,
foram tantos desenganos
que poeta, me tornei.

INGÊNITO
(Cabaz)

Seguir os passos
a um lugar perdido na distância;
entrar na dança
de um ritual de acasalamento;
sentir nas mãos
o instintivo dom
que vem de dentro;
ouvir o som
de vozes ecoadas;
e nas entonações
das poesias declamadas,
revelar-se poeta.

LIAME
(Cabaz)

Sou livro
intitulado.
Um desabafo.
Sou todo
em parte.
Um lacre violado.
Sou tudo
num nada
dissipado.
És flor
dissecada
na mão aberta
em palma.
És colo e calma
na casa onde cresci;
moeda encontrada
que perdi;
o berço
em que nasceu
minh'alma.

Foto de Carmen Lúcia

Outono e saudade

O outono já me fez feliz...
Quando no tapete de folhas douradas
eu corria atrás do tempo
que quase se deixava pegar
pra me fazer acreditar
que apenas queria brincar...
quebrando a seriedade que lhe cabia,
senhor da razão, feitor de marcas e feridas,
e mostrar quão dourada era a vida,

O meu rosto confiante resplandecia
e todo meu corpo estremecia,
hipnotizado pelo reflexo do ouro
trazido pelos raios de sol
numa fusão com a cor da estação,
dando a impressão de que cada arrebol
era prenúncio de chegadas, sem despedidas.

Hoje o outono é saudade...
Não vejo o tapete de folhas,
só a cor destoada,
e encaro a verdade...
o vazio de árvores peladas,
lágrimas vertidas e amareladas.
Vêem o vento roubando-lhes as folhas
que tristonhas se enroscam no tempo
pedindo que as deixem ficar...
e assim eu me sinto...
perdida a vagar...

Carmen Lúcia

Foto de Paulo Zamora

Vida preciosa (www.pensamentodeamor.zip.net)

Vida preciosa
A preciosidade da vida somente é vista quando nos encontramos com ela. Quanto tempo faz que você não admira algo na criação? Descobrimos o amor quando nos permitimos mudar de comportamento. Há uma grande possibilidade de vivermos com qualidade. Você se permite ver a vida com os olhos do coração? Você já conseguiu se ver no espelho da alma?
Nossas ações pecaminosas podem ser vencidas, primeiro você precisa reconhecer a necessidade de mudar, de questionar os assuntos mais importantes e saber que; o prazer de viver está na complexidade do seu ser, esperando você permitir compreender um simples motivo talvez, saber viver é encarar a seriedade da existência.
A emoção é a parte mais sensível de uma pessoa, então por favor, tome cuidado para não machucar sua emoção; todas as dores possuem curas, e você pode aprender lições com os erros do ontem, mas uma decisão tomada significa vida renovada, e além do mais o tempo nunca voltará; por isso não faz sentido achar que amanhã será como ontem ou mesmo hoje, tudo muda, todos mudam...
Pode-se ter a certeza de que chega um dia de importantes decisões em sua vida, quanto aos planos e sonhos, é quando se consegue ver a estrada, esta formada por um destino escrito por você mesmo; com seus comportamentos. Quer levar uma vida diferente? Então, a faça ser diferente. Ao tomar uma decisão hoje não se esqueça amanhã de tal. Existe a fraqueza, assim como existe a certeza de que podemos vencer o mau.
Ame com um amor capaz de perdoar, ame acreditando que as pessoas sonham e se modificam; ame pensando em ajudar sempre com um verdadeiro afeto; ame sem medidas, até mesmo diante de lágrimas que se perdem...
A vida é preciosa, muito preciosa. Não minta quando falar dos sentimentos, eles retratam você. Não se engane confundindo amizade, nem todos os atos revelam uma paixão, tem todo comportamento nasce de um desejo ardente da carne.
Defenda o que é correto aos olhos de Deus, ame, sonhe, transmita virtudes e lute contra os defeitos da imperfeição. Os conceitos mudam com o passar do tempo. A juventude nunca esteve contida na pele, mas é algo tão perfeito na mente que não se permite ver rugas; você escolhe entre ser jovem ou idoso.
Qual é a sua maior esperança? Não desista, os obstáculos tendem a nos cansar e pensar que nada mais vale a pena, que não há mais tempo, quando se precisa unicamente de coragem para continuar se enriquecendo na maturidade. Quem não ama não consegue ver a realidade da vida. Quem não sonha não tem alegria no sorriso. Me diga, você alguma vez já sentiu a preciosidade da vida fluindo no seu ser?
Não se feche, não feche os outros, saiba que nem tudo aquilo que você acredita é verdade, nem tudo aquilo que duvida tem que ser como você quer; há contradições, não tem como negar; mas uma coisa é verdade, quanto mais tempo você passar dando asas para a negatividade mais complicará sua vida. Você é um ser feito de amor, vislumbre mesmo sem perceber, defenda a vida, acredite no seu potencial de mudanças, mesmo que sejam radicais; se é para seu bem, isso é uma escada...
A tristeza é um sentimento muito pequeno comparado com as branduras do amor, a vida é feita de escolhas, se hoje está como você não quer, infelizmente foi você quem escolheu, e se amanhã espera ser um dia melhor, com certeza dependerá das suas escolhas no hoje. Compreende aonde quero chegar com esse assunto? Mudar é preciso, e você precisa; sonhar é meta, e deve-se ser cumprida. Você é uma vida preciosa, como deseja levar sua vida? Responda ao coração e encontre dentro da emoção armas capazes de lhe fazerem um campeão.
(Escrito por Paulo Zamora em 28 de janeiro de 2010)

www.pensamentodeamor.zip.net

Foto de Carlos Henrique Costa

Soneto da traição

Declaro o fim desse amor, em rol de seriedade,
Tudo era flores, amores, entusiasmo de mel,
Enfeitar o céu de azul e branco, vestido e véu,
Era o meu desejo no berço da eternidade.

Sobrevém as sombras e tempestades no céu,
A descolorir meu arco-íris com sua veracidade,
As algemas vibram nos grilhões da verdade;
Traição! Destruição da paixão e do amor fiel.

Laços formados, amores desfeitos, nessa ação,
Imposição soberba da luxúria, relato, sofrimento,
Pois quem ama, jamais quer viver esse momento.

E no alvorecer de um novo e belo sentimento,
O coração a mercê do que é essa escuridão,
Fica na desconfiança e pesa na balança a razão

Foto de Edson Rufo

Não Leve a Vida Tão à Sério

Não leve a vida tão á sério

Quantas são as irritabilidades que somamos nas nossas vidas nesse famoso dia-a-dia.
Chegamos a perder a direção do nosso dia.
Muitas vezes ocupamos valiosa parte de nosso tempo avaliando a vida dos outros, sendo que precisamos todos os dias rever e aperfeiçoar nossa própria existência.
.
Quantos anos você tem? Quantos anos você ainda terá?

Olhamos para nosso passado e deixamos que as horas passem e nos perdemos no tempo pensando, pensando.
Vivemos a vida de outras pessoas ou até menos os problemas dos outros e o nosso vão passando.
Levamos as coisas tão à sério que deixamos de ver que a seriedade esta em sorrir e brincar.
Acorde para o dia e para vida sentindo o cheiro que sempre lhe foi peculiar, olhando para imagens que sempre te fizeram bem, lembrando das pessoas que se uniram à você para contribuir e somar.
Traga para sua vida um novo dia e uma nova esperança de viver.

Ah! Não leve a vida tão a sério!

Deite e descanse, não durma somente.
Sente-se e almoce, não coma apenas.
Ligue a TV e assista a um bom filme, não só veja.
Leia um livro e não só folheie as páginas.
Caminhe devagar sentindo o ar no rosto e não simplesmente vá.
Ame cada dia como se fosse o primeiro.

Tenha sempre ouvidos para ouvir e palavras para elogiar.
Ouça tudo e não simplesmente finja que está escutando.
Tenha olhos que enxerguem os verdadeiros valores humanos sem descriminar

Ah, viver a vida novamente,
Seja no momento que você esteja agora, não interessa a idade
Não interessa as dificuldades.
Somente conseguimos chegar aonde podemos, e muitas vezes vamos longe.

Não olhe somente para o céu para ver se vai chover ou se o dia será bom.
Veja a emoção e o sentimento que tudo isso lhe trás.

Lembre-se que no passado você brincava e não agendava.
Lembre-se que no passado você sorria e não encenava.

Ah! Mais não leve tudo tão à sério.

A vida e feita de pequenos detalhes que nos passam sem ser absorvidos.
Que a vida sempre será de alegrias e tristezas, é fato.
Mas tudo tem seu caminho e solução, e o que não tem, deixa prá lá...
Lembre das pessoas que lhe fizeram bem,
Ou vai esperar que elas adoeçam para ligar ou visita-lás?

Quanto mais você pensa mais se afasta de tudo.
E quanto mais você critica mais se esconde dos seus erros.
E quando você não admite que erra mais se perde nas decisões.

Você sabe tudo que hoje você tem e tudo que já conquistou.
Mas deve saber que ainda tem muito a buscar.
Agora se levar tudo tão a serio vai perder tempo e as horas passam...

Seja você e sorria!
As pessoas te olham e te avaliam todos os dias, mas que se danem tudo isso, o importante é tudo que você quer e sabe que lhe faz bem.

Seja você a sua vida e deixe a sua vida fazer você viver.

Sabemos que temos tantos defeitos e esperamos tanto para mudar isso
Mas lembre-se, “amanhã eu faço” pode nunca chegar.

Sonhe sempre e ame de verdade, pois os erros do amor são as paredes de uma grande construção.
Viva por você e viva pra viver.

Ah, um simples detalhe da vida, não leve ela tão à sério.

Edson Rufo
Terapeuta
Consultor de Qualidade de vida
e Saúde Empresarial

Foto de KEKE

Biel, meu amigo angelical

Levando a vida na boa
Sem mostrar preocupação
Pra quem não conhece até soa
Como se não tivesse emoção.

Pronto pra curtir
Pra ir numa boa farra
Mas isso não o impede de sentir
De achar em quem se amarra;

Mistura de cara responsável e garoto travesso
De zuera e de seriedade
Já é um bom começo
Quem consegue ter sua amizade;

Amor de verdade não acha existir
Não consegue acreditar
Mas no fundo quer sentir
O que é o verdadeiro amar;

Conquistar ? isso ele não quer
Não que falte carisma pra tal
Ele prefere ser conquistado
Que aconteça de uma forma natural;

Não dá pra saber o que ele realmente é
O que se tem no coração
Até que se torne pra ele especial
E perceba que ele é pura simpatia , que carinho tem de montão;

É assim com seu jeito independente
Tipo que sabe o que quer
Mas tem sim o seu lado carente
Mas pra apoiá-lo não quer uma qualquer,

Pra tocar seu coração
Tem que ser capaz e especial,
Assim conseguirá jogar a barreira que criou no chão
E conquistar esse ser angelical;

É isso ai o meu amigo
É o lado que me mostra
Pode levar uma certeza consigo
Aqui tem alguém que de você gosta.

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"PARA QUEM RECLAMAR???"

“PARA QUEM RECLAMAR???”

Caramba sou Brasileiro, tenho 56 anos, tenho três filhos e três netos, o que devo fazer???
São tantos nomes que não caberia aqui, vou deixar um link para pesquisas.

http://br.geocities.com/coninfu/utilidade_publica/listaA.html

Bicho, me sinto sozinho, para onde olho tem ladrão, será que não dá para requisitar ajuda Internacional e mostrar que estamos nas mãos de uma grande quadrilha???

É normal esta situação???
Será que dormi estes 56 anos e acordei no meio de uma guerra???
Parece que nossos representantes roubam até papel higiênico dos banheiros públicos.
A impressão que tenho é que parece que o Brasil vai fechar daqui a sessenta segundos, os políticos roubam tudo o tempo todo, com uma ganância desmedida.
O povo parece que não sabe ler nem ver, elegem ladrões confessos, Renan Calheiros fez o que fez e esta lá, Maluf também, Sarney no meu entendimento é a maior piada, foi Presidente sem um voto, é Senador por um Estado que nunca nem tinha passado, e o povo os elege, isto é surreal.
Não tenho para onde ir, meu País é este, mas meu referencial de político não.
Acredito ainda no ser humano, por tal motivo acho que político não é humano.
Na esperança que eu acorde e consiga olhar algum Parlamentar com a seriedade que seus cargos deveriam merecer, vou dormir!!!

Foto de Tatiana soares de almeida

Parada Gay

Olá!

Passado quase uma semana da manifestação mundial em buscas das causas GLBTS, eu vim aqui escrever um pouco sobre.

Depois de alguns telefonemas, mensagens, lá vou eu a Av. Paulista!! Afinal vem gente dos 4 cantos do mundo para este “tal” evento, e eu que moro aqui em SP não iria?? JAMAIS!!!

A festa não estava tão bonita qto a dos outros anos.

Na verdade acho que a Parada Gay já deixou de ser uma manifestação, para virar uma orgia, e longe de mim estar falando isso por preconceito, nem posso, afinal faço parte dessa classe.

Muita gente, muita gente mesmo, jornais informam que cerca de 3,100 milhoes de pessoas estiveram por lá, e de todas estas pessoas, garanto que menos da metade estava lá com o verdadeiro intuito “A igualdade”, a maioria foi para a “orgia”.

Andando pela Avenida pude ver, e não só uma vez, pessoas que nem se conhecia e simplesmente paravam umas em frente as outras e se “atracavam”, sim atracavam, porque não há outra palavra para descrever aquilo, e depois seguiam em busca de mais um, e mais outro, e outro, e outro... e tem aquelas pessoas também que acordaram e saíram de casa, roupas estranhas, cabelos coloridos,bagunçados, pearcing’s e tauagens por todo o corpo, teme a classe dos Teen’s também, é, os Teen’s/Emos que acham super na moda ser Gay/Lésbica.

E depois de muito andar, de muita gente eu ver, até eu que sou Lésbica fiquei com um pouco de receio (porque acho preconceito uma palavra muito forte) com os homossexuais, como queremos tanto a igualdade, os mesmos direitos com estas manifestações ridículas, vergonhosas.

É preciso colocar mais seriedade naquilo que almejamos, como cobrar o respeito dos outros se “nós” mesmo não damos este tal respeito??!!
Não é assim chocando as pessoas com estas atitudes que vamos conseguir algo, é preciso inteligência e não burrice para alcançar nossos objetivos!
Let’s go.

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