Minha mente quer o foco
destas sílabas contadas,
do ritmar cada bloco,
pela rima intercalada.
Quer a luta, uma barreira
ao meu livre pensamento,
e contornar eira e beira
feito água, feito vento...
Quer a dor do improvável,
o optar pelo complexo
à banalidade estável,
o multiplicar do nexo.
Quer a forma mais bonita
por mais que ela lhe custe,
sem atalho que evita,
sem trapaça, sem embuste.
Meramente o sublime
lhe parece razoável...
porém, isto não exime
do falhar inevitável.
De enganar-se em transladar
o que no sentir havia,
por mais que busque em tornar
o que pensei em poesia...
É preço pago ao siso
por leva-lo aonde tudo
torno longe donde piso,
meu abrigo e escudo.