Sensibilidade

Foto de KAUE DUARTE

sentinela

Sentinela
Em seu posto gelado
Dia e noite, sol e chuva
E o sentinela preparado
concretizado em um só querer
com o olhar fixo no breu
nada vê, tudo sente
o ar gelado te da a sensibilidade
o vento que sopra forte te da ousadia
e o medo te da coragem
sentinela
focado em quem está por vir
não cochila nem vacila
armado, fardado, soldado
em pé protege os demais
sozinho impõe a paz
sua guerra é interior
quando lhe perguntam
como está a noite
o sentinela diz
a manhã já vem chegando
o nascer do sol é o aviso
de que sua jornada termina
pois passou a noite
chegou o dia......(kaue jessé 28/10/2010 *)

Foto de JORMAR

Pensar

O ato de pensar é importante pois ele sustenta os nossos sonhos, é preciso realmente acreditar pois o pensamento é o pai de toda ação. Ou seja, para que tudo se concretize é necessário um pensamento idealizado anteriormente na mente. Mais cedo ou mais tarde, todos os nossos desejos intensos tenderão a se concretizar. Acredito que nosso encontro foi fruto de um desejo muito grande de estarmos com algúem que se encaixasse nos moldes daquilo que somos e que gostamos de ser e de viver, expressando os sentimentos de caráter, sensibilidade, amorosidade e respeito. Continue pensando só nao esqueça de pensar que te amo e sempre irei te amar, seja ai, aki.... em qualquer lugar.
(Marisa Cruz)

Foto de Carmen Vervloet

ROSA LIBERDADE ANIL

Nascemos Anjos inocentes,
asas longas, vôos inconseqüentes
num mundo sem maldades, sem limites
voamos para onde o sonho permite
sem noção do perigo
que ao nosso redor existe...
E ainda na tenra infância, nossas asas
são podadas qual roseira de jardim...
E nos seus critérios a vida vai passando assim.
Desfolha a nossa rosa liberdade
nos conceitos e preconceitos da realidade.
Mas quando desabrocha a lucidez
num vigor que mata
a erva daninha da insensatez
renasce a rosa liberdade
e com qualidade e arte
tinge em anil os céus da vida!
Voa por inusitadas avenidas
na busca de um paraíso
que não tem placa de aviso,
que não consta de nenhum mapa
que se conquista em etapas
que exige acuidade e sensibilidade...

Nos vôos livres da rosa liberdade
eu colho e junto pétalas de felicidade!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

Oração a minha mãe

Teu dia se aproxima...
Aquele no calendário marcado.
Mas, na verdade, deveria ser todo dia.
Um só é muito pouco
pelo muito que deve ser comemorado.

Mãe, mesmo não estando aqui
de corpo presente,
vejo-te a todo momento, em qualquer tempo...
Onipotente!
Estás em tudo que faço, sinto e falo
porque sou parte de ti...
Eternamente!

Te fazes presente em minha inspiração,
nas rimas de minha poesia,
naquela nossa canção
que cantávamos em sintonia
e gargalhávamos inventando a melodia...

Nas tardes de primavera
em que tua beleza se confundia à dela,
nas flores que colho de nosso jardim,
rosas , hortênsias, lírios, jasmins,
postas num vaso da sala
onde teu perfume exala.

Como crer que não mais existes
se a tudo tu me assistes...
Quando chego da rua,
gelada de frio, molhada da chuva
e em minha mão sinto a tua
é teu calor a me esquentar...
Ao fazer aquele bolo de fubá,
o cheirinho de café a se espalhar...
Outro como o teu não há!

E mesmo quando estou triste
sinto teu colo, teu amparo,
tua canção de ninar, teu embalo...
Meu coração se consola,
minha alma se revigora
e volto a sorrir, reconfortada agora...

Mãe, mudaste de patamar, de andar,
sem nunca deixar nosso lar...
E ao mesmo tempo em mim ficaste,
senão como explicar toda sensibilidade,
tanto amor que me invade,
que em mim sinto vibrar,
se não é teu ser, teu coração
que me fazem seguir em tua direção?

Mãe, neste dia
em que se reverencia
o símbolo do amor em profusão,
aceite esta minha poesia
como se fosse uma oração!

(Carmen Lúcia)

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
03/05/2008

Foto de Carmen Vervloet

Mãe ou Anjo? (Homenagem às Mães)

mescla de mulher e anjo
.os dois se costuram... se fundem
e se misturam...
aqui disfarçada, por Deus infiltrada
preposto do divino
ajuda na construção de todos os destinos
agraciada com sexto sentido
sua vara de condão
sensibilidade do seu coração
mostra a estrada certa
sua alma... janela aberta
gera seres humanos em seu ventre
da natureza, a mais genial semente
e não satisfeita em gerar a vida
oferece, com amor, o alimento
leite sugado de seus seios,
sangue de seu sangue,
tantas vezes.. exangue...
mas maior do que o cansaço
é o seu infinito amor
conduz os filhos pela mão,
ensina-lhes a viver a vida
envolve-os com carinho e proteção,
prepara-os para a dura lida
oferece-lhes amor incondicional
e disponibilidade total...
ensina valores com seu exemplo
respeita de cada um o tempo
muitas vezes enérgica
sem nunca deixar de ser fada
entrega-lhes a alegria da manhã dourada
mistura tudo e faz uma poção de luz e cor,
junto ao seu encantamento e sentimento
e quando eles partem para a vida
para sua efetiva viajem,
em busca de seus sonhos e suas paisagens
parte-se... mas também se alegra seu coração.
um pedaço vai com eles,
e o outro é a eterna morada deles.
e torce para que andem de mãos dadas
com a felicidade
no caminho do trabalho e da honestidade
sempre pronta a lhes oferecer seu colo e proteção
impreterível... em qualquer situação

Carmen Vervloet

Foto de Mário Dias Miranda

MULHER

Você é mulher...
E é bonita.
Eu gosto das mulheres...
Elas são bonitas
Não é pelos seus olhos
Eles só fazem enxergar...
É por algo mais sutil
É pelo seu maravilhoso olhar.

É pelo seu sorriso
Que nasce da alma;
É pela alma
Que às vezes teimosa,
Brilha, traduz emoção,
Brinca nos olhos
Mas vem do coração.

É pela sensibilidade que transmite
E pela emoção, que de repente
Arrebata.
É porque gosta da lua
E ama estrelas,
O mar e a mata.

É porque sentes saudades
Que às vezes quase mata,
E porque às vezes, és criança.
E sempre MULHER.
És frágil
És forte
Temes a chuva
E ama o luar, gosta de lutar.
De brincar;

E se apaixona,
Odeia,
E a vida às vezes arrebata.

Gostas de dançar,
De ler, de brincar,

Foto de Elias Akhenaton

O AMOR É SUBLIME!

“Quando a ternura, delicadeza, sensibilidade,
humildade, perdão, beleza d’Alma e a solidariedade
afloram do jardim secreto do ser humano, o coração,
indubitavelmente nele habita o mais nobre dos
sentimentos, o Amor...
O Amor é o imã que atrai todos os outros
nobres sentimentos. “

Elias Akhenaton

Foto de Lou Poulit

UM INCENTIVO À REFLEXÃO DE TODOS OS PROSADORES TÍMIDOS

Continuando uma conversa, esquecida noutro lugar...

Dei-me conta de um outro conceito integrante do curso, que também tem tudo a ver com essa reflexão sobre os nossos personagens na vida. E avança sobre fazer arte, sobre percorrer um trajeto evolutivo, lucidamente. O que inclui escrever prosa (a arte da palavra fluída) de modo mais artisticamente pretensioso, e não exatamente presunçoso...

Depois de entrar no ateliê, com a coragem e a desenvoltura de quem entrasse no castelo de Drácula, e tentar compreender alguma coisa da parafernália que havia ali, que equivalia a uma avalanche de informações visuais e olfativas nem sempre esperada, pinturas e esculturas por toda a parte, rascunhos espalhados como que por alguma ventania, uma infinidade de miudezas, coisas difíceis de imaginar e fáceis de fazer perguntar "pra que serve isso?"... O aluno iniciante dizia, como se ainda procurasse reencaixar a própria língua: eu não sei desenhar nada, sou uma negação, um zero à esquerda, nem sei direito o que estou fazendo aqui...

Eu tentava ser simpático, e sorria sem caninos, para provar que não era o Drácula. Depois pedia ao rapaz espinhento (convenhamos que o fosse neste momento) que desenhasse aquilo que melhor soubesse desenhar, entregando-lhe uma prancha em formato A2 e um lápis. A velha senhora (agora convenhamos assim) procurava uma mesa como se houvesse esquecido a sua bússula, e a muito custo conseguia fazer a maior flor que já fizera, de uns 15 cm numa prancha daquele tamanhão, e muito distante do centro da prancha. Claro, eu não conseguia evitar de interromper, se deixasse ela passaria a tarde toda ali improdutivamente. Aquele desenho já era o bastante para que eu pudesse explicar o que pretendia.

O executivo que arrancara o paletó e a gravata para a primeira aula, depois do expediente, com a gana de quem subiria num ringue para enfrentar um Mike Tison no maior barato e cheio de sangue no álcool, olhava pra mim, a interrompê-lo, como quem implorasse deixá-lo continuar! Queria mostrar talvez que eu deveria investir nele, que estava disposto a tudo, e que ele estava ali para que eu fizesse com ele o que bem quisesse. E eu finalmente explicava: não é necessário, já vi que você pode fazer. Me diga, quantas vezes você estima que já tenha desenhado esse mesmo Homem-Aranha que acabou de rascunhar?... Ah, não contei, mestre... Claro que não, mas talvez possa fazer uma estimativa, em ordem de grandeza. Uma vez? Uma dezena? Uma centena? Mil vezes?...

O velhote, com jeitão de militar reformado, pôs a mão no queixo. Mas em vez de estar fazendo alguma conta para responder, na verdade tentava avaliar (com a astúcia que custa tantos cabelos brancos) que imagem a sua resposta produziria, na cabeça do jovem mestre. Afastou as pernas uma da outra e naquele momento eu pensei que ele pretendia bater continência para mim, mas não, aquilo era um código comportamental. Sempre fui antimilitarista, mas procurei entender o seu personagem íntimo. Afinal, ele resolveu arriscar: Mais para mil vezes... Alguém poderia acreditar nisso – perguntei a mim mesmo? Se o velhote houvesse desenhado Marilyn Monroe, vá lá que fosse. Ou a bandeira do Brasil, um obuz, uma bomba atômica, ao menos um pequeno porém honroso canivete suíço!... Mas não. Um militar que estimava ter desenhado quase mil vezes o Papa-Léguas – antigo personagem de quadrinhos e desenhos de televisão – ou tinha algum grave desvio (talvez culpa do canivete) ou estava construindo naquele momento um personagem específico para a sua insegurança, o que mais convinha deduzir. Antes que ele dissesse “Bip-bip” e tentasse correr pelo ateliê, eu tratei de prosseguir com a minha aula.

Mas qualquer que fosse o aluno, eu pedia então que sentasse nas almofadas que ficavam pelos cantos do espaço, e em seguida me sentava no chão, sem almofada. E perguntava: você já ouviu falar no Maurício de Souza, o “pai” da Mônica?... Sim, das revistas... Isso mesmo. Sabe que ele é capaz de desenhar a Mônica (mas talvez não outro dos vários personagens que assina) de olhos vendados?... O aluno tentava refletir, mas eu não esperava pela resposta. Garanto a você que ele faz isso. Sabe por que?... Acho que não, assim de surpres... Por um motivo muito simples e óbvio: ele já fez tantos desenhos semelhantes, que não precisa mais se preocupar em construir nenhuma imagem do desenhista que ele é. Muito menos com o desenho que vai fazer.

Eu não estou pretendendo estabelecer nenhuma comparação com a sua pessoa, mas somente adiantando para você uma espécie de chave para quase todas as perguntas inerentes a aprendizados. Você pode achar até que é um zero à esquerda, quer diga isso ou não. Não é. Mas a sua memória técnica é. E essa seria a principal razão de você achar que não sabe desenhar, ou não ser capaz de ver-se como artista. Todo mundo nasce com alguma sensibilidade, percepção para o belo, capacidade de fazer associações psíquicas, afetivas, emocionais e tal. Isso tudo é inato, intrínseco à natureza humana. Contudo para transpor o que está dentro de você (imaterial) para fora, de modo que outros, além de você próprio, possam compreender através de alguma sensorialidade, é preciso usar um meio físico, também chamado de veículo. Para fazer essa materialização você terá que lançar mão de uma técnica, e a técnica não é inata (salvo em raros casos).

Essa é razão mais elementar pela qual está me pagando. Mas eu não fabrico desenhistas. Apenas, com base na minha própria experiência e na minha memória técnica, vou traçar um atalho para você chegar ao que definiu como suas preferências, na nossa conversa inicial. Bastará que você faça apenas algumas coisas simples, mas que podem exigir alguma disciplina: que não faça os exercícios como faria um robô, que preste atenção com intuito de memorizar o que vou lhe dizer (como se fôsse um robô!) e que não jogue fora nem mesmo o pior dos seus resultados, pelo menos até que termine o curso. Os seus resultados de exercício, em ordem cronológica ou pelo menos lógica, por mais que pareça entulhar a sua vida, serão como os frames de um filme que só existe na sua memória, e que serve para estruturar a sua memória sensorial. Será a mais eficiente forma de avaliar o processo de aprendizado, e poderá estar sempre disponível para reavaliações.

Sua verdadeira obra, será construir um arcabouço de informações técnicas. Muito naturalmente e sem começar pelo fim ou pelo meio, você irá armazenando o conjunto da sua sensorialidade ao exercitar. Não irá memorizar tão somente o desenho em si, mas a interação entre os materiais, os sons, o cheiro, a impressão tátil de manusear e pressionar, enfim, tudo será memorizado, e a partir de certo ponto, além de saber, você estará compreendendo o que faz. Contudo, não tem que esperar o fim do curso para estabelecer uma relação mais madura consigo próprio, enquanto artista. Poderá começar a amadurecer (e reorientar) desde logo o seu foco preferencial, a sua linguagem e estilo próprios, seus conceitos e o seu próprio personagem de artista...

Isso mesmo, o artista, seja pintor, músico ou escritor, tem um personagem próprio. Para as pessoas que só podem conhecer a sua arte a partir do veículo e não a sua pessoa, será inevitável eleger atributos para agregar referencialmente ao seu nome, ou para humanizar o seu nome, e torná-lo mais compreensível. As pessoas “tocam” o produto artístico como se tocassem a pessoa do artista subconscientemente. Por isso, se você não quiser criar lucidamente o seu personagem e torná-lo compreensível para eles, os admiradores da sua arte o farão instintivamente e você só saberá depois, ou talvez passe pela vida sem saber como é visto, ou pior ainda, imaginando o que não corresponda nem de longe à realidade.

Não importa muito a linguagem artística que se escolhe. O processo evolutivo é muito semelhante. E todo aquele que reluta em mostrar seu trabalho e predispor-se a um julgamento que não se submete ao seu próprio, apenas retarda a sua própria evolução.

Foto de Elias Akhenaton

A MAGIA DA POESIA! 14 de março, Dia Nacional da Poesia.


A MAGIA DA POESIA!
14 de março, Dia Nacional da Poesia!

"A poesia me encanta
com sua sensibilidade e magia,
verdadeira pedra de Alquimia.
Me acalanta
em todos os momentos do dia!"

Elias Akhenaton

Foto de Carmen Lúcia

Simbologia do Amor(Homenagem à Mulher)

Da nota mais aguda e vibrante da canção,
do arrepio eletrizante de uma emoção,
da lágrima sentida e cristalina do pranto,
da beleza singela de uma flor do campo,
do amor de mãe entoado no acalanto,
dos versos colhidos no frescor do dia,
da sensibilidade aguçada em cada gesto,
do sorriso que ilumina e irradia,
da coragem frágil que predomina,
da pequenez que de repente se agiganta,
da razão ponderada pelo coração,
do amor incondicional e sem limite,
da vida que gera vida
e que Deus permite...

Da graça de ser, de crer, de haver,
da semelhança com Maria,
Mãe abençoada do Salvador,
da mais perfeita poesia
surgiste tu, Mulher,
simbologia do Amor!

Carmen Lúcia

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