Saber

Foto de José Herménio Valério Gomes

O PARALELO DA VERDADE

Que fazes,em que pensas tu amigo
Sentado de costas para a rua
Dizes que a vida não faz mais sentido
Dentro do teu mundo, que não tem mais lua

Murmuras desejo de morte
Um sentimento por ti convidado
Que chegou num cavalo fantasma a galope
Para te levar a outro lado

Tal como tu,meu amigo
Vivi um grande e louco amor
Por isso hoje estou aqui contigo
Pedir-te que te afastes ,para sempre dela

Somos a lenda onde tudo aconteçe
Pensando saber que esta àgua não beberei
Mas nem tudo assim parece
Pois a vida tornou-nos fora-da-lei

Fomos afastados da sociedade
Perdemos a confiança,de quem em nós acreditava
Foi quando a revolta,nos pareceu a verdade
E afinal perdeu-se tudo e aqueles de quem gostava

Um dia aconteceu assim
Estava eu em espera num abismo
Quando alguem se apróximou de mim
Como se quebrasse um feitiço

Peço-te amigo,estas palavras não esqueças
Quero que voltes tambem a usufruir este mundo
Por favor ,nesse lado não adormeças
Quero rever-te de volta,mais que estes segundos.........?

Foto de P.H.Rodrigues

Uma manhã

Comi, o que tinha para comer
Bebi, o que tinha para beber
E ainda assim,
não me senti preenchido por você.

Enrolei-me na Beta
Beta, não é você, Beta, é minha Coberta
E toquei os cabelos da Gertrudes
Que não me ilude.

Gertrudes, é meu violão.
E ainda assim, não tenho você
Em meu coração.

Acordei hoje sem teu cheiro
Sem teu calor,
Apenas com as sombras de um erro
E o aperto no peito

De saber que por desleixo
Perdi-te, minha doce Realejo.

Foto de pétala rosa

PAIXÃO

PAIXÃO

Deito-me na almofada da ternura
acordo abraçada nas lágrimas que escrevo
na poesia que sinto dentro da alma.

Sou choro abafado, solto e morno
no teu colo, na hora da despedida.

Sou a voz do horizonte que procuro
dia após dia perdida em veus de emoção.

Sou, talvez, aquela que tu amaste entre
pétalas, e uma mistura de paixão e desejo.

Sigo entre veredas de estrelas, mas, à noite
canto a tua canção, e sinto-te na fresta da porta,
e, adormeço tão só na minha ilusão.

No santuário das tuas palavras
sinto que escreves no pó das estrelas
as páginas dum livro que guardarei entre
uma dança inebriante e o teu beijo de amante.

Hoje, continuo sem saber quem sou.
e, de ti, sinto sempre saudade
porque vives loucamente na minha pele...

amália LOPES

Foto de José Herménio Valério Gomes

O QUE NÂO ESCOLHI SER

DEIXA-ME ESCREVER O QUE SEI
SOBRE ESTE MUNDO COLORIDO
COM MENOS CORES QUE EU IMAGINEI
DEIXANDO-ME PENSAR ,QUE NEM TUDO ESTÀ PERDIDO

SABES QUE QUANDO NASCEMOS ACEITES
NUMA SOCIEDADE DE VALORES AFIRMADOS
SOMOS LEVADOS COMO LEITÔES DE LEITE
PARA CRESCER ,NUM ILUSIONISMO ORQUESTRADO

NASCI COMO A PALAVRA IMPARCIAL
E A VISÂO PARA O MEU MUNDO ,ERA A MAIS CERTA
ATÈ SABER, QUE ME DEIXEI INTEGRAR NO TEMPO
POR ALGO QUE TENTEI, RECUSAR DENTRO DO ALERTA

...GOSTAS DE OUVIR MUSICA
...GOSTAS DE QUALQUER DISCURSO
...ENCONTRAS NOME PARA A TUA MUSA
...E ESCREVES UM LIVRO TÂO CONFUSO

NÂO ESTÀ CERTO ESCONDER O SOPRO
DE QUE FALAMOS E NÂO TEM ALIVIO
DEVENDO AINDA AGRADECER,POR NOS DAREM UM CORPO
PARA CONTINUAR A ELIMINAR CORES,AO MUDAR RUAS DE SITIO...

(zehervago 25/03/2014)

Foto de estefane oliveira

Como se apaixonar?

Como se apaixonar?

É tão simples,basta colar
e nunca mais soltar,
basta amar e saber espera,
basta sorrir mesmo querendo chora;

É tão simples,é só aprender
a dizer sim,e só não lembrar si,
é só pensar que amar é assim;

E de repente ela se apaixona e
você é que agora se questiona,
depois de todo esse tempo é que
dúvida se ama;

E de repente você vai embora,
pega a felicidade,o amor e
bate a porta,e no seu
adeus ela chora;

E finalmente a vida segue,
novamente s e apaixona e
não percebe;

Pobre menina,ainda há
muita paixão para ser vivida.

Foto de Arnault L. D.

O sabor da tempestade

Foi durante uma tempestade,
o mundo, louco, em turbilhão
fazendo das coisas brinquedo
e mais difusa a realidade.
Se abrigo, ou prisão, sim e não,
a buscar tudo e tendo medo.

O que foi luz, ou relâmpago?
O que foi palavra, ou trovão?
O toque; um corpo, ou vento?
E o gosto que a boca trago,
um beijo...? Talvez, uma ilusão.
Tudo em meio ao tormento.

Nossa vida, a se encolher,
a um passo ao próximo passo.
Chuva nos retém dentro de nós.
Para longe, os pés querem correr
e pouco penso, apenas faço.
Sou instinto... e reflito após...

Busquei calor, algum abrigo
e seu tocar foi bom, e morno...
Aconchego que encontramos.
Lá fora, chuva e perigo.
O horizonte era seu contorno,
um território que nos damos.

E foi assim, numa tormenta
de encontros sem perceber,
temporal a envolver e tomar,
corpo molhado, alma sedenta,
sem saber, ver o que eu viver,
sem entender, ou sequer parar.

Agora, o céu limpo e claro
e o sol arde em meu rosto.
A chuva se foi, virou rumor,
mas, algo marcou, reparo,
na boca, molhada... um gosto...
de chuva, ou beijo... o sabor...

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Vida

O que é a Vida?
Vou tentar esclarecer...

A Vida é uma mulher louquinha;
Não se explica
Muito
E simplesmente acontece;
Ela é ao mesmo tempo muito bonita
E ao mesmo tempo muito feia;
A Vida tem muitas caras
Mais de mil
Mais de sete bilhões
Mais que as galáxias
Onde ela se esconde
Como um segredo que a gente gosta de saber

Mais do que tudo
Mais do que eu mesmo
Eu te amo, Vida
E é tudo o que tenho pra dizer

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo Final

Amanheceu e chegou setembro. E quando setembro chega, por essas bandas do hemisfério sul, a primavera se faz presente e espalha as suas flores de plástico que não morrem, as pessoas ficam felizes, elas renascem das angústias e amansam seus ímpetos, elas colocam enfeites nas janelas, esperam a banda passar, alçam os pensamentos ao mais alto Parnaso e para a mais verdejante Arcádia. Os corpos se aqueciam, como se um forno tivesse sido aceso na sua mais adequada temperatura. Tudo parecia lindo.
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A turma do pastoreio gritava em sonoros brados:

- Baco! Dionísio!

Os tambores ressoavam o vento dos leques, os Miami Bass dos moleques, os maculelês dos pivetes. Sonos eram interrompidos pela festa popular. Num determinado momento, dois ou três já desfilavam sem roupa. Quando a balbúrdia foi notada, os ditos dominantes trocavam de pele na rua. Não se obedecia a nenhuma hierarquia estabelecida. As pessoas nasciam e morriam no torpor da natureza humana, viva e bruta como a de qualquer outro animal, os instintos eram deflagrados, nem Freud e nem Jung eram mais uns reprimidos. Lembrava em certo ponto até o Brasil.

- As flores! Não se esqueçam nunca das flores!

Os miseráveis eram coroados e os nobres decapitados, mas ninguém deixava de ser alegre. Um tarja preta virtual assegurava a plena satisfação dos envolvidos na comédia. O paradeiro de muito era desconhecido. O que importava isso agora? Me diz? É dia de rock, bebê. Se você não entende a sensação de atravessar a Sapucaí e repetir o batuque da bateria, então vá embora, o seu lugar não é aqui. Dona Clarisse, com seu erro ortográfico e seu rosto reconfigurado, até arriscava uma derradeira conclusão.

- Eu nunca mais quero acordar desse sonho...
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Luís Maurício, que não havia se manifestado até então, pede a palavra:

- Amigos, é chegada a hora da reconciliação. A hora em que seremos livres de todas as nossas culpas e arrependimentos. Eu declaro anistia geral! Constituiremos desde já uma nova república, uma democracia quase que direta, uma pátria do Arco-Íris e do pote de ouro, um paraíso na Terra, um novo Éden, a Canaã que deu certo!

Clarisse recosta-se ao palanque improvisado.

- Eu posso ficar...? - Silaba.

- Evidente.

- Que sim ou não?

Feito isso, ela coloca-se para se despedir de Dimas.
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Um homem estava parado no meio da multidão. Ele dava alguns passos para trás, com o devido cuidado de não deixar nenhum folião o encochar. Ele andava de lado, como quem ia para fora. Clarisse o viu perto do portão pelo qual se sai para sempre da Sociedade.

- Espere... Eu tenho que te falar mais algumas coisas...

- Diz.

- Eu não te amo e nunca vou te amar um único segundo da minha vida.

- Eu sempre soube e nunca me iludi do contrário.

Tânia, incógnita até então, não se sabe observando de longe ou entretida com outra orgia, puxa o lixo pelo braço e faz cara de que se estivesse com ciúmes.

- Ele é meu, ouviu? Meu! Dá o fora logo sua vaca! Vai procurar o homem dos outros! Ele já tem a quem comer, tá, queridinha! E não adianta dizer que ele tá te querendo, que se você tentar alguma coisa, eu mato os dois! Sua puta, sua piranha! Você não me conhece! Não sabe o que sou capaz de fazer! Eu sou mulher de verdade, sua vagabunda! Rapa fora daqui!

Dimas sorriu, e por um exato milésimo de segundo sentiu-se amado de verdade. Clarisse debochou com a mão, engoliu a tragédia de ter desperdiçado o único sentimento cristalino que já havia presenciado e deu suas costas, andando tropegamente de volta ao seu destino. Uma lágrima furtiva caiu sobre seu cenho? Procurou a corda mais próxima? Não saberemos, e nunca vamos saber. Ela disse que não se importava, e esta ficará sendo a versão oficial. Se falarem alguma coisa sobre o que aconteceu com ela ou então comigo é mentira, o que vale é o que está registrado nessas linhas. Enfim, temos um final.
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- Vamos, amor, ser felizes para sempre?

Tânia e Dimas atravessaram o portal daquele mundo.

Ao que se sabe, não existiriam mais pessoas de sangue frio ou quente naquela realidade. Apenas pessoas, Tudo aconteceria conforme o planejado, por todas as eras, e nunca mais mudaria, pois não era necessário.

O casal apaixonado corria nu pelos prados. Correram até não aguentar mais, até um lugar que parecia longe o distante para que fizessem amor pela eternidade. A tarde caia, e com ela o pulsar atingia seu auge. Tânia e Dimas se abraçaram e deitaram na relva, um beijo selaria a felicidade interminável consagrada naquela união.

- Eu te amo e pra sempre vou te amar! - a Torta nunca fora tão reta na sua declaração.

E ela foi sincera como poucas vezes se viu em toda a existência.

Até que um dia sua pele começou a descascar...

Foto de João Victor Tavares Sampaio

Setembro - Capítulo 11

Outro dia eu estava andando pela rua, e vi um monte de coisas que nada me acrescentaram. Eu vi uma mulher cega, andando com uma bengala. Vi um oleiro fazendo um pote. Um macaco pulando de galho em galho. Um barco com duas pessoas, num rio sinuoso. Uma casa muito engraçada, com seis janelas. Um casal se abraçando, não sei se amavam, mas abraçavam. Um homem que foi atingido, um homem dramaticamente atingido, com uma flecha no rosto, uma brutal sensação. Um bêbado com uma garrafa, seu desejo, vontade indefinitiva. Um homem com uma fruta, uma maça, uma pera, sei lá, o cara estava apegado com uma fruta vulgar e substituível. Uma mulher grávida. Uma mulher dando a luz. Uma pessoa carregando um cadáver. Uma roda. Três venenos. Seis reinos. Um vai e volta que encarnava e desencarnava até dizer chega.
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- Eu sou a Discórdia. Eu não vim para explicar nada. Eu simplesmente aconteço. Eu sou também a vida, às vezes, pelo menos na parte ruim dela quando você está meio sem sorte, ou quem sabe, quando está muito bem. Eu também sou o cara que passou uma porção de coisas sem precisar e agora fica resmungando ao mundo as nossas verdades desnecessárias, como se as necessidades também não passassem com o tempo. Eu moro com a minha mãe, mas meu pai vem me visitar. Eu moro em qualquer lugar.

Eu sou o Dimas, nessa história. Mas na vida real eu sou pior. Eu sou um sonso. Eu sou um cínico que finge saber o que preciso e descartar o que não quero. É claro que tenho qualidades. Tudo depende do ângulo no qual se enxerga as situações. Ser ruim é uma qualidade? Até onde você vai para ser feliz? Engana-se você que ao ler isso pensa que eu falo de respostas. Esse é uma história de perguntas. Habilita-se em respondê-las? Eu até responderia, mas prefiro te provocar. É o que você faz sempre também, mas não admite. Eu estou ganhando tempo me perdendo em continuar, cada inspiração e cada expiração é uma declaração ao mundo que estou aí e vou persistir, enquanto for possível, ou aceitável. Recorda o que te disse e você nem percebeu.
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- Clarisse, eu vou aproveitar que você está fingindo que está me escutando e te falar tudo o que sinto. Eu vou te fazer a maior declaração de amor que você já recebeu. Eu farei como Dante, com menor qualidade, mas não menos paixão. Eu vou contar tudo o que ocorreu sem mencionar o seu nome. Eu vou dizer como você, como os outros são, vou rasgar o verbo sobre tudo o que me está sufocado. Se você gostar mais do que o maldito te disser, azar seu. Se repercutir, ótimo. E quando tudo acabar, eu vou embora sem explicar nada. Eu vou ser feliz com o pouco que me cabe nesse latifúndio. É como eu sempre faço e como a vida sempre acontece. Que se dê o drama!

E você não me rendeu nenhum milésimo de atenção. Fez bem. Se prestou nota nesse momento, lamento.
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- Eu vou ficar aqui.

- De toda forma vou embora.

- E ela?

- Fica comigo até se cansar e procurar outro cara.

- Eu não me importo.

- Eu também não.

- Eu não sou má. Eu fiz apenas o que era o melhor.

- Fico feliz por você.

- Eu também te amo, de certa forma.

- Isso é você que está dizendo.
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Nós somos jovens. Enquanto estamos vivos somos jovens. As possibilidades de se estar vivo são infinitas. As fichas não acabaram. As fichas não acabam até se estar morto. O que interessa não é se eu vou te amar para sempre ou até a próxima esquina, mas sim o encontro das almas que acontece nessa realidade, a pele que se inflama com os impulsos elétricos e quase enigmáticos do amor e da consciência, os mistérios da fé e da religião, da profanidade, do brilho do seu olhar.
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- Esse traste vai logo ou não vai?

Chegará enfim o último capítulo.

Foto de SATURNNO

Filhos do Mar (em meio ao caos)

Em meio ao caos instalado,
Anjos flamejam, estrelas se apagam,
Heróis são ceifados, galhofados.
Ignóbeis bandidos glorificados
Derribam um povo fragilizado.
Se está tudo errado?
Sim, está.

Enaltecidos mais, seriam canonizados
Não pelas cabeças rolando
Em meio às pedrinhas e cascalhos,
Mas pelo advento de estradinhas
Luminosas, brilhosas, pavorosas,
De devaneadores abastados.

Opulentos sanguessugas renomados,
Que vagarosa e ardilosamente,
No decorrer de uma era recente,
Norteados pelo bigode reluzente,
Geram um povo insipiente,
Que com pouco se faz contente.

E em sua parcimônia descabida
Consomem a mente do inocente,
O qual ávido permanece na vida,
Em uma casinha de palha,
A ensejar à beira dessa estrada
Um futuro que desconhece.

Pobre moribundo,
Programado a pouco pensar,
A quase nada saber,
Dá graças ao escasso que tem,
É só o que pode fazer.

Ao longe, incapaz de imaginar
Que se em uma taberna estivesse,
Em meio a putas e ladrões cincerros,
Existiria mais sossego e esmero
Do que nesta puta nobreza sem clero,
De mesas fartas e onerosas,
De lagostas desonrosas
E vinhos finos à mercê.

João F..R. 25/01/2014

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