Sabão

Foto de Cecília Santos

DELICADA TRANSPARÊNCIA

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Por um instante, meus olhos fechei.
Nesse doce instante revivi uma eternidade.
Afável segundo que em ti pensei.
Uma colônia de borboletas alvoroçadas,
em meu estomago senti novamente.
Instante esse que chega, quando a saudade
é maior que os meus pensamentos.
Que ocupam todos os espaços existentes ao meu redor.
Não sei se rio ou se choro, só sei que meu coração
está em total descompasso.
E por mais que eu queira não consigo alcançar o seu compasso.
São instantes de pura magia, onde te vejo feliz.
Onde o tempo parou feito um doce feitiço.
Onde estendo as mãos e toco seu coração.
Instantes felizes, mas tão rápidos, são como bolhas
de sabão, com as cores emprestadas do arco-íris.
Girando e dançando no ar, delicada transparência
que estoura no ar, deixando suave perfume no lugar
da imaginação.

Cecília(Ceci) SP/01/2009*

Foto de Carmen Lúcia

Uma Maria entre tantas... (Homenagem às Mulheres)

(Poesia já postada ha tempos atrás.)

"Na favela era ela
quem descia a ladeira
a semana inteira.
Uma trouxa na mão,
lavava contente
as roupas com sabão
na bica, de contramão.

Em seu ventre levava
o filho que esperava
o que mais desejava
e a fazia sorrir...

Sentiu dores...
Chegara a hora
de seu filho nascer.
Deitou-se num colchãozinho
num cantinho, no chão.
Ajeitou-se sozinha...
Enfim, era Maria,
nada tinha a temer
mas sim a agradecer
pelo sonho realizado...

E os anos se passaram,
a criança cresceu...
Os trabalhos dobraram...
Pra ver o filho criado
tinha que haver sacrifício,
renúncia e dedicação...

E assim ela o fez...

Revirou-se ao avesso
pra lhe dar educação...
Mas como toda Maria,
consigo trazia triste sina;
o pior aconteceu...

Na favela anoitecia,
(ou seria em todo lugar?)
Hora da Ave- Maria!
Trouxeram seu filho querido
num lençol branco manchado
de sangue derramado,
onde jazia, sem vida,
vítima de bala perdida
que encontrou seu coração...

Hoje Maria ainda chora...
A saudade jamais vai embora
e em seu peito mora...

Ah! Saudade!
“É o revés do parto...
é arrumar o quarto,
pro filho que já morreu...”

E espera que chegue a hora
de tê-lo de novo em seus braços...
Sonho que nunca descreu.

*trecho de Chico Buarque

(Carmen Lúcia)

Foto de Gonzaga de Carvalho

Ode Ao Aleijadinho

Com a própria alma
Feita cinzel de uma raça,
Você burilou eternidade
Em pedra sabão.
Confeitando a Doçura
Com feitio de igrejas
Ou bipartindo a bravura
Em barbas bíblicas,
Deu eloquência barroca
À simplicidade de Minas,
E ainda hoje esculpe em nós
O espanto.

Pois boquiabrimo-nos
Ante o milagre de tanta harmonia
Forjada com dissonâncias,
Tanta riqueza cinzelada
Em blocos de miséria!

A povoar com símbolos de Deus
A solidão, você mergulhou
Num deslumbramento,
Para esquecer o abandono,
A injustiça, os aleijões da vida.

Como prêmio de assim
Ter posto alma em pedra,
Quanta beleza resplandece em suas obras,
Santificando-lhe o gênio
E erigindo a glória do seu nome!

Foto de rumos4

Prosa ao amanhecer

Prosa ao amanhecer no desfolhar da alvorada do meu despertar
em que as pétalas dos meus suspiros caem leves no teu colo
e as nossas mãos enlaçam-se em voos de pássaros brancos
que poisam levemente no brilho dos primeiros raios de sol.

Do teu rosto emana a simplicidade do sono simples e justo
e dos teus pequenos gestos irradiam como em bolas de sabão
pequenos arco-íris que coloram o ar que respiramos
e poisam levemente no brilho do teu sorriso.

Ufano meu corpo estremece no calor da manhã
teus braços estendem-se como ramos da arvore
que em sua imobilidade me alcança e me dá o descanso do seu tronco
e eu poiso levemente no brilho da tua sombra.

Num amplexo estridente de mil pássaros de luz
criando vagas do tamanho dos nossos corpos,
volteando espirais sobre um mar incandescente
poisamos levemente na prata da lua.

Já o Sol vai alto colhemos as maçãs dourados dos seus raios
E no esplendor da luz branca manto diáfano dos nossos corpos
num sorriso imenso como fosse o ultimo da existência
Poisamos levemente os nossos olhares.

Foto de carmencunha

CIDADE DOS ANJOS CIDADE

Em algum lugar do passado,
muito além dos nossos sonhos
unidos dois corações bordaram um poema
para emigrar no tempo do Infinito verbo Amar
Ora anjos, ora homens...
Somam-se e divide-se nas emoções
Agora sou teu anjo, amanhã serás meu!
Meu olhar é prisioneiro da luz dos teus olhos.
Teus lábios ficam embriagados na boêmia dos lábios meus,
Sentes minha presença, mas não podes me tocar
Junto nossas lágrimas e faço bolhas de sabão.
Jogo ao vento buscando tua alma, faz vôos rasantes
em teu coração, onde fica minha alma e a tua,
Ora anjos, Ora homens...
Hoje moro na cidade do Anjos e você na cidade dos Sonhos
Até quando?...Deus quiser!Vamos caminhando em Busca
do amor perdido... Chegaremos à cidade

Foto de Carmen Vervloet

Eterno Recomeço

Eterno Recomeço

Não há chama que dure para sempre,
nem amor que seja imortal...
Floresce em tempo de ventura
estrelas brilham no olhar
mas eis que de repente
irrompe o vendaval
apagando a chama ardente
desse amor pleno e total!

Amor guardado em diamante
quebra-se como cristal
só a dor é real!

Fragilizado sentimento em bolha colorida
soprada por crédulo coração,
qualquer sopro mais forte
espalha a bolha em mera ilusão,
efêmeras bolhinhas de sabão!

Troca de carinhos, afagos, beijos,
divisão de sonhos, alegrias e tristezas,
construída com desvelo
a beleza da união!
Nos olhos desfeita a chama da paixão
então o que resta é saudade e recordação!

E por mais que se queira
ser sentimental
percebe-se que no amor
a perfeição não é arte final.

Pranto de horas doridas,
guardião de lembranças vividas,
buscando novos caminhos
na insensatez do coração...
Recolhidas estrelas da lama,
Acende-se nova chama,
eterno recomeço!

Nada escrito, ou assinado...
Sonhos (re)acordados!

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados à autora.

Foto de sofiaclarisse

Nem onde nem quando

Flores tombam no jardim:
miosótis, verbenas e jasmins.
A brisa estende a mão suave
e convida-as para valsar.
Lá vão,
rodopiando
ao som das aves e do mar.
O jardim calmo e perfeito
deixa exalar o perfume
salgado
misturado com o aroma das flores
e o cheiro da luz alva.

Sobre o altar, a toalha
branca de pureza e linho.
A jarra de vidro,
a vela onde a vida arde.

Nem onde nem quando.
Os sinos ecoam
pelo infinito resplandecente de frescura.
Da luz
explodem bolas de sabão,
de onde saem pombas brancas
e as maravilhosas crianças encantam
com suaves melodias.
Os amantes surgem:
NÓS.

Felizes e em Paz.
Vamos caminhando.
Deus está à espera
e os chilreios celebram

o Amor

que vai casar.

Clarisse

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

CHALEIRA NA MÃO

CHALEIRA NA MÃO

Lá vem Gesmar
Com a chaleira na mão
Após um trago de cigarro
Lá vem Gesmar...
Com a toalha e sabão.

Lá vem Gesmar
Com a chaleira na mão
E o olhar desconfiado
Meio que contrariado
Tomar banho de calção.

Lá vem Gesmar
Água fervendo no fogão
Discutindo com a Dita
E o caçula que irrita
Assim vem o tar Gesmar...
Com a chaleira em sua mão.

Lá vem Gesmar
Com a chaleira vazia
Depois do banho bem tomado
De caneca e bacia
Lá vem Gesmar
Todo cheio de razão
Com a chaleira em sua mão.

Homenagem a Gesmar José da Silva

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Novembro de 2002 no dia 21
Itaquaquecetuba (sp)

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

ÁGUA BARRENTA

ÁGUA BARRENTA

Lavadeira menina, na beira do rio...
Trouxa e sabão parecem tua sina
Logo pela manhã te aqueces do frio
Das rotinas esfregadas, lavadeira menina;

De sorte que o sertão de Pernambuco
Mais judia o sol que fascina
Volta os trapos quase enxuto
No balaio na cabeça da menina;

São dez irmãos e muita peça feminina
Na trilha que desconfia teus pés
A caminho do rio, lavadeira menina;

E voltas do trabalho árduo, como aguenta!
São muitas as tuas lavadas
Por causa desta água barrenta.

(soneto)

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Dezembro de 2008 no dia 23
Village Itaquá

Foto de DAVI CARTES ALVES

A VIAGEM DA BOLINHA DE SABÃO

No calçadão densamente povoado
as pessoas correm pressurosas,
como se o intumescido formigueiro humano
fosse pisoteado

num impactante contraste
a bolinha de sabão,
feito jóia irisada, centelha de colibri
faz seu pequeno périplo ascendente, suave
sublevando como que sob o som,
de violinos enternecidos

lá embaixo, o olhar adocicado da garotinha
com o dedinho de nacar apontado
obstinada, é puxada com força pela mãe
para o sumidouro arfante das gentes

de súbito, o término da sua viagem encantadora
pluft ploc!
Pensei em como a vida é efêmera
quanta fragilidade, fugacidade
e aquela tenacidade das coisas,
se dissolve, orgulho e prepotência
tudo tão evanescente,
quanto uma bolinha de sabão

dulcificado, lembrei do meu amor
ela é um anjo, é uma mulher?
Não, é um abraço afetuoso,
e perene
o palpitar de minha vida
tão deseperadamente desejada
neste momento do dia...

poesiasegirassois.blogspot.com

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