Foto de nelllemos

Incontrolavel

Um desejo incontrolável
Uma loucura
Uma vontade de mim que te invadiu
Você desatinou
Não pensou em mais nada
Só no tal desejo
Naquela vontade te corroendo
Tirando-te o juízo
Fazendo o errado parecer certo
E o certo ficar perdido
Um desejo que me comeu com os olhos
Todos os olhos eram seus
A me comer
A me engolir
Mastigar-me
Deglutir-me
Fazendo-me seu
Naquele momento que era nosso
Castiga-me com o teu prazer
Vem me ter
Meter em mim você
Inteiro completo sem restrições
Um desejo sem delongas
Sem meio termo
Tão cúmplices que somos um
Quando um é do outro
Como somos siameses
Como somos tão iguais
Nós nossos lençóis
Somos carne fogo e paixão
Somos sem duvida
O melhor da melhor parte
Dessa loucura tão pura e sã

Nell Lemos

Foto de Bia Marquez

InConfissões

sou louca,
vivo mistérios e devaneios,
surtos confessionários
imaginários
que sou?
a camisa de força dos loucos
a virgem que deu a luz sem trepar
em gritos roucos
sou o veneno que me salva
e a hóstia que me condena
sou ácida
ai de quem me provar!

sou hera maldita
o delírio dos devassos
o desespero dos pudicos
lúdicos em banheiros públicos
punhetando Josefinas
sonhando com Divinas
sã hipocrisia
melhor ter um cobertor de orelha
do que morrer de frio no inverno
VERDADEIRO INFERNO!

Bia Marquez

Foto de Carmen Lúcia

Rainha do cais

Mais que um simples cintilar
Tênue gota sã de orvalho
Tanta estrela a destilar
Pelo mar, seu assoalho
Seus tão súbitos queimores.
A rosa, tangendo o cais
Turge escuros hormonais
E implora: Luz, não demores...
Vendo-a assim, intumescida
De anseios desfalecida
Carne em sismos abissais
Vêm ao espelho-mar cardumes
Dalvas, qual mil vaga-lumes:
Goza, rainha do cais!

_Carmen Lúcia/Lou Poulit

Foto de Lou Poulit

Em Ti Jaz Meu Desencanto

Suspenso no espaço venço
A distância e assim liberto
Pouso e num abraço eu ouso
Arrebatá-la ao deserto.

Vala pantanosa e sã
Que me penetra a alma meiga
Por que me espalmas tão vã
Se em meus vãos habitas leiga?

Acorrento-me à pelica.
Absolvo-me por ser teu
E dissolvo-me ao teu pranto...

Se te apraz a minha cica
Coma todo o sonho meu...
Que em ti jaz meu desencanto.

Foto de Lou Poulit

Soneto Inglês Para Um Sonho

Hoje sonhei com as suas palmas tão preclaras

Roçando esses meus cabelos agrisalhados

Mas lutando em si, para não despetalar

A sã flor lúcida dos meus sonhos escuros.

Com que desespero louco quis despertar

Percorrer com os meus dedos cada linha sua

Onde caminha esse meu amor penitente?

Onde me levará dar-me sem condições?

Porque em sua emoção, meiga, não me acordou

Lamentei não ser meu caminho pertencido

E assim ainda eu pertencer a ele, infindo...

Silêncio das chamas que à noite me devassam.

Quando torpe, enfim me apossei desse meu corpo

Dei-me conta de uma devassidão voraz

Entranhada nos meus pacificados músculos

E emergindo do pântano, qual doce bruma...

Soube porque as suas palmas não me pisaram.

Não vinham, partiam... Para poder voltar.

Foto de Lou Poulit

Vida Longa aos Escritores!

Todo o meu trabalho artístico, artes plásticas e literatura, é o resultado de longos anos de um tipo de solidão pouco conhecida, docemente imposta pelo espírito da arte. Parece absurdo? Asseguro que não é. Se observarem bem, outras profissões também são muito solitárias.

O pescador que passa o dia e a noite no mar, por exemplo, só pode conversar com o próprio silêncio. Ninguém ouvirá a sua gargalhada, caso esteja alegre. Mas ninguém lhe dará um conselho ou amenizará os seus temores em momentos em que, pela própria solidão, o medo se apresenta concreto, tangível dentro dele. Todo pescador é solitário de alguma forma. Então compramos o fruto do seu esforço, sabendo que é saboroso e nutritivo. E por uma involuntária ironia, raramente o saboreamos sozinhos.

Quantas vezes entramos em um elevador, saímos e não nos lembramos de cumprimentar o ascensorista. Esse é um profissional solitário muito especial. Passa horas infindáveis em um espaço exíguo, por vezes lotado de pessoas que talvez não lhe escutassem, mesmo que mostrasse a elas o que existe no seu silêncio.

Creiam, não há tanta diferença assim no trabalho artístico. E por isso não se julgue o artista, mais que o seu trabalho. Há, entre a transitoriedade de tudo e a edificação de uma identidade artística (desde os seus alicerces conceituais e técnicos até o seu acervo propriamente) uma infindável e caudalosa sucessão de alegrias e tristezas profundas, de certezas frágeis e receios ferrenhos, que ele precisa amalgamar. Isso mesmo, é um amálgama. Todo artista é meio anjo e meio bruxo. Só que paga com a própria juventude a aquisição do seu arcabouço empírico, porque nenhum livro o daria.

Não vejo sentido útil em nenhuma arte egoísta. Nenhuma obra de arte, produto concreto da escuridão do seu autor, tem luz própria! Mas quando a escuridão do artista consegue tocar a do observador, usando a sua obra como veículo físico, aí a luz se faz... Não pela materialidade, ao contrário, pela sua expressão imaterial e subjetiva. O artista plástico trabalha recriando a luz física, muito especialmente os que trabalham sobre planos bi-dimensionais, como os pintores, mas é aquela luz, e não essa, que lhe alimenta a alma voraz.

Me perguntaram se são artistas os anjos-bruxos da arte escrita. Pode parecer um questionamento estúpido, mas tenho o hábito antigo de duvidar do que aparenta ser óbvio demais (antigo postulado dos ascetas da magia). A literatura é uma arte relativamente recente, porque prescindiu do estabelecimento (e, muito depois, da transmissão) de uma codificação gráfica, simbólica, que expressasse claramente as idéias para a posteridade.

Todas as artes expressam idéias, porém, muito antes do surgimento das instituições da justiça, os chefes sacerdotais desenvolveram, declararam sagrada e mantiveram em tumbas e labirintos as chaves da codificação. Vejam bem, embora tão no início, numa época de completo analfabetismo e desinformação, já percebiam aqueles senhores o imenso poder dos rabisquinhos nada caligráfricos que desenvolveram. Poder... Essa palavra tem tudo a ver com a história de sucessivas civilizações. Expressa uma idéia que tem amplitude máxima nas mãos do próprio Deus. Confunde-se com Ele.

Vejam que belo, a arte sempre surgiu como manifestação e meio de acesso ao divino. Ou seja, a escrita nasceu divina! Embora, inafortunadamente, tenha seduzido, por isso mesmo, a natureza egoísta e dominadora do homem. E mantida em cárcere, molestada por alguns privilegiados e seus favorecidos, durante muito tempo.

Vida longa aos poetas e escritores! Acabarão por entender que atribuir imortalidade ao seu amor, está muito além de constituir um mero lirismo. Hoje, a massificação da tecnologia multiplica esse poder, mas entenderão que há, mesmo no amor do menor dos poetas, um ideal divino de resgate. O poeta, esse tipo quixotesco não tem nada de louco, nem seu Rocinante é um pangaré inútil, nem sua Dulcinéia pode ser tão casta!

Sim, os escritores são artistas. Mas não o são como os outros artistas. Eles somatizam muito mais. Seus “eus” são de verdade, são muitos, e todos partilham o mesmo teto! Os escritos se vão, mas personagens ficam com todas as suas vicissitudes. São sacerdotes que sacrificam e são sacrificados, prostitutas que vendem sortilégios mas não compram a própria sorte, chegam a ser o céu de todas as suas estrelas e o mar que se esbate nos rochedos infindamente. Na sua escuridão dores e afagos, gritos e silêncios, sorrisos e lágrimas, não são vistos mas sentidos. Seus orgasmos são íngremes e sua paz pode ser um abismo insondável. Ora em sã penitência, ora uma orgia ambulante. Sempre sem testemunhas humanas.

Apenas os seus textos poderão ser vistos. Escolherão algumas palavras, para usar como uma larga estrada em direção ao seu âmago. Mas logo ela será uma picada pedregosa e um pouco além, não mais que rastros. No entanto, quando suas próprias escuridões forem tocadas, a luz se fará. E não será mais necessário seguir as palavras. Porque sendo elas plenamente compreendidas ou não, o messiânico destino do artista estará cumprido. Mais que isso: a luz da arte estará gravada na memória celular da posteridade e produzirá outras gerações. Ninguém mais julgará a sanidade do poeta... E dirão com muito mais lucidez: “Os poetas não morrem”.

Foto de Zedio Alvarez

Agonia passageira

Por causa de ti perdi um amigo.
De novo você reaparece...
Desta vez para uma amiga.

Vai embora...
Sai dela!...
E por favor não deixe sequela.

Você é covarde e se esconde,
Nem um recado manda...
Aproveita-se de um pequeno descuido humano.

Pare de dar seu bote de covardia,
Apareça saia da clandestinidade.
Nem vou dizer o nome da agonia

Não terás chance de me apunhalar...
Ninguém vai te dar guarida.
Por favor deixa a minha Vida!

Não explore as fraquezas da vontade
Procure a casa da solidão,
Sem proliferar a tua maldade.

(Esta poesia fiz para uma amiga poetisa, que certa vez estava doente. A poesia está pronta há uns 3 meses, mas somente agora é que estou revelando a oração daquele momento ruim que, graças a Deus, a doença se foi, e minha amiga está aí sã, alimentando todos nós, com seus versos)

Foto de InSaNnA

Somos nós,os loucos?

Uma brincadeira em poesia..rs

Os loucos chamam a vida,
Os "normais" travam,
andam pouco,
esperam muito..
A vida sã,
a morte se liga
faz-se,irmã
O louco grita,
fica rouco..
a vontade afina,
vira arma,
branda,
A salvação !
Palavra pura,
Em mantra

IN

(in ) --- SA --- (na)

(Afi ) --- ----- NIDADE

Banha os poucos (os que restaram)
com a imperfeição
Somos agora,
todos loucos..
unidos pela liberdade !
Ansiedade?
trata-se com dons,
escolha..
poesia ou arte?
Insanos..
seres normais
com os seus anormais
enganos..
Somos imperfeitos..(ainda bem )
somos felizes
Perfeitos na luta..
Pela igualdade.

Foto de @iram

Melodia psicótica

Toda uma vida é um movimento lento- acelerado em que tudo tem uma música.
Até este meu escrito tem música, tem letra, tem batida tribal; psicótica, inteligente...

Imagem/ pensamento/ sentimento/ luz/ música/ transcendente/ elevado/ viajem/ busca/ encontro/ sonho/ sonhos/ olhar/ tu/ olhar/ eu/ silêncio/ paz/ luta/ elevar/ buscar/ alcançar/ envolvente/ eloquente/ telepatia/ dança/ magia/ natureza/ tribalesca/ imenso/ todo/ concentrar/ absorver/ verter/ dar/ calor/ loucura/ sã/ viajante/ psicadélica/ bom caminho/ espírito sagrado/ porta/ luz/ escuridão/ sabedoria/ divindade/ expressão/ curiosidade/ medo/ paz/ harmonia/ saúde/ divino/ nós/ humanidade.

Lídia de Sousa 26-05-2003

Foto de cricket_ba

Teus Lábios

Pelos teus lábios, eu senti o doce calor da paixão.
Por eles saiu às palavras que lavaram me alma.
Foi neles que sentir o sabor do teu amor.
É neles que sonho nas noites frias do meu quarto.

Pelos teus lábios, eu descobrir a macieis da tua alma.
Por eles saiu o canto que me enfeitiçou o coração.
Foi neles que experimentei a verdadeira felicidade de amar.
É neles que procuro relaxar os meus desejos.

Pelos teus lábios, eu ouvir você dizer o que é amar.
Por eles aprendi a saber como falar sobre meu ser.
Foi neles que desejei sentir alegrias quando chorava.
É neles que me conforto quando quero gritar.

Pelos teus lábios, eu encontrei o que a muito procurava.
Por eles eu deixava até de falar para somente ouvir.
Foi neles que provei o que nunca tinha imaginei provar.
É neles que recebo o que nunca sonhei ser presenteado.

Pelos teus lábios eu me perco e me encontro.
Por eles eu enlouqueço e fico sã.
Foi neles que me embebedei e me corei.
É neles que eu viajo e retorno .

Páginas

Subscrever Sã

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma