Rosto

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

AS BUNDAS

AS BUNDAS
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Admiro muito uma bunda, aquelas duas metades divinas
Sejam loiras, mulatas, negras ou brancas , as bundas favoritas!
Elas sao a melhor parte do traseiro das belas meninas
Que desfilam diante dos meus olhos com suas caras bonitas

Admiro muito uma bunda, mesmo das orgulhosas argentinas
Mas conheco bundas que deveriam ser enxertadas ou esquecidas
As bundas magras, desengoncadas , as chamadas bundas caidas
Que nao vejo nas duas preciosidades que sao as minhas primas

Acaricio e beijo todas as bundas de uma boa distancia
Mas so com os meus olhos e coracao que continua admira-las
Bundas perfeitas para acalmar a minha ansia!

Pois assim fico livre de sofrer um tapao no rosto
De mulheres ofendidas de bundas que quero aperta-las
E desfrutar destas duas metades divinas que tanto gosto

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Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

RESPIRAR

RESPIRAR
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Tua presenca cora o meu rosto
E meus olhos nao ousam olhar os teus
Converso com os amigos
Olhos pro quadros antigos
E escondo os olhos meus

Procuro fugir de tua presenca
Buscando lugares onde eu desapareca
Bebo um copo de vinho
Fujo para a varanda sozinho
E comeco a contar as estrelas

Mas eis que de repente sinto um respirar
Bem perto de meu pescoco
E sinto o cheiro de teu perfume
Olho a Lua escondendo-se de ciume
E olho teu lindo rosto

Fico ali hipnotizado por uns segundos
Pisando,mas nao sentindo este mundo
Procurando as palavras mais corretas
Mas sem que eu perceba os meus atos
Me entrego aos teus beijos molhados
Sendo observado pelas pessoas indiscretas

Tua presenca incendeia meu coracao
E me vejo com desejo de beijar teus labios
Que alguns sabios juraram que nao eram para mim
E te seguro com as maos tremulas ainda
Te levando comigo para o meu abrigo, linda
Onde podemos ficar a sos, enfim!

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Luiz Islo Nantes Teixeira

Foto de von buchman

O que queres saber?

Tu me perguntas quem sou eu ?
Sou o mar cheio de mistérios...
Sou o vento que gosta de te tocar ...
Sou o luar que resplandesce ao teu chamar...
Sou a brisa da manhã que vem pra te amar...
Sou o orvalho da madrugada...
Sou a primavera cheia de amor...
Sou o verão cheio de paixão...
Sou o inverno gostoso para se amar...
Sou um camaleão, me transformo
só para realizar e amar quem me quer ...
Sou aquele que ama e gosta do sonhar...
Sou um pensador, que sentado a uma pedra, fica a fantasiar
e realisar sonhos e desejos me deixando amar...
Sou amante do mar, de suas águas seus mistérios ...
Sou um admirador das coisas puras e delicadas,
de anjos como você, de uma linda
e bela mulher de preferencia, dengosa, romantica
e sensual igual a você ...
Sou um poeta apaixonado, que escrevo do meu coração ,
dos meus sonhos, das minhas fantasias
e desejos que um dia contigo quero realizar...
Sou o que você sonha e o que você quer que eu seja...
Sou aquele que gosta de música romantica ,
dançar de rosto colado, fazendo convites
tentadores ao teu ouvido...
Sou aquele que gosta de namorar,
olhando nos olhos te fazendo juras de amor e paixão..
Sou aquele que gosta de dar flores a quem eu amo,
fazer poemas de amor para alcançar o teu coração...
Sou homem, menino, sapeca, galanteador,amante, um caso,
um anjo que adora contigo pecar...

Quer saber mais de mim?
Então leia meus poemas e due,
Pois em cada versejar me conhecerás....
Em cada verso de amor sentirás do meu amar...
Em cada poema erótico o meu desejar e o meu sonhar...
Quanto as minhas fantasias você sabe realizar...
Meu carinho te dou...
Beijocas e miminhos de paixão vão para o teu realizar....
Mas meu coração você terá que conquistar...

. . . . . . . . . . . . . .
Tenhas meu eterno amar e meu mais ousado desejar...
Beijos e mimos de paixão
de quem nunca poderá esquecer-te
ou deixar de amar-te..
ICH LIEBE DICH ...
do Von Buchman

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

MULHER NUA

MULHER NUA
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Eu te admiro deitada nua ao lado da cama
E o teu perfume invade o meu nariz
Toda mulher nua e uma divina dama
Nao importa o que o padre puritano diz

Eu te admiro como a definitiva arquitetura
Que causa inveja aos arquitetos desleais
Mulher e o pinaculo de toda formosura
Que gracas aos ceus deslumbra meus olhos mortais

Eu te admiro de todos os angulos do quarto
Mas viajo nas tuas curvas nas esquinas do paraiso
Sou escravo e sou senhor em teu doce abraco
Mas me sinto encantado diante de teu sorriso

E quando tu me ofereces as delicias de teu corpo
Eu encontro o mais aconchegante porto
Onde posso desfrutar dos prazeres de tua carne
E assim fechamos a noite num ato de amor gostoso
E ate a lua la no ceu compactua conosco
E nos dar sua limpida luminosidade

Eu te admiro mulher nua na minha cama
E para mim es o presente que mais adoro
E todo carinho teu mulher, tem uma chama
E e onde eu me queimo, gozo, desfruto e choro.

E de manha ainda posso admira-la ao meu lado
Os olhos bonitos checando para ver se estou excitado
Os cabelos se esparramos no meu rosto sonolento
Tuas maos deslizam dentro do meu calcao, macias
E as minhas maos acariciam as tuas nadegas sadias
E tu sentas em mim, dando-me seu total consentimento

Eu te admiro gemendo nua no meu colo suado
E sinto-me todo dentro de ti, num vai e vem feliz
Toda mulher gozando no corpo do homem amado
E santa, doce, pura, mulher, sabia ou aprendiz
E nao esquecer tambem que e dama, esta declarado
Nao importa o que o mundo puritano diz

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Foto de Observador1

Presença apaziguante

O teu rosto, suave e macio como a seda, instiga-me a beijar-te até meu último suspiro.

Teus olhos, inspiradores como a noite estrelada, revelam em ti uma luz que aquece-me.

Meus sentidos alucinam sem tua presença:
O meu olfato procura a teu cheiro suave; minha audição parece chorar por não poder ouvir tua voz; minha visão parece ouvir teus passos chegando mais perto, porém angustiosamente não a vê; meu paladar, anseia por sentir o sabor de teus lábios; meu tato, parece querer tocar-te, mesmo a distância. Por isso, não rejeites meus elogios, nem desprezes meus carinhos.

Como queria poder sentir a tua respiração próxima a mim constantemente. Gostaria de ouvir-te, de beijar-te, de acariciar-te, de sentir o teu cheiro suave como o da rosa que desabrocha na manhã de primavera.

Não imaginas o quanto me sinto atordoado quando não estou perto de ti, e o quanto fico alucinado com teu olhar, quando estou em tua presença.

Só para saberes, minha princesa: Sinto algo que arde dentro de mim toda vez que chego perto de ti; quando penso em ti, quando imagino teus lábios tocando os meus, mesmo que por breves segundos, sinto algo inexplicável, algo que não consigo distinguir, somente sentir.

Não tendo mais palavras para expressar o imenso sentimento que sinto por ti, despeço-me, e peço-te novamente: Não rejeites meus elogios, nem desprezes meus carinhos.

Foto de angela lugo

(PEDOFILIA)

"A inteligência é o único meio que possuímos para dominar os nossos instintos."
Sigmund Freud

Pena ter alguns que não fazem uso da inteligência

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Hoje vendo o jornal da tarde fiquei estupefata com a notícia.
“Pai estupra a filha de um ano e um mês,”-senti um arrepio na alma e chorei.
Nesta hora queria ser um Deus ou mesmo o Freud para tentar entender o que se passa na cabeça de um ser humano – se é que é possível chamar de humano uma pessoa que assim, se faz presente em nossa sociedade.
O que leva um homem destes a sentir prazer com um bebezinho que não sabe e não conhece a palavra SOCORRO. Que força negativa é esta que se apossa de um ser para que possa cometer uma barbaria destas.
A mãe estava entregue ao pranto e quase não conseguia falar para os repórteres, com a voz fraquinha, foi contando o sucedido em sua casa, em rede nacional.
“Estava na cozinha fazendo mamadeira para a bebê quando ouvi seus gritos”, como poderia imaginar que não era de FOME e sim de DESESPERO que ela gritava.
“Entrei no quarto eles estavam nus sobre a minha cama”, como pode este homem despir sua própria filha e se deitar em cima dela,- NÃO ME CONFORMO.
“A minha filhinha estava com o cobertor no rosto”, covarde cobriu o rosto da filha para nem sequer lembrar que ela de fato era sua filha, mas mesmo que não fosse como pode fazer tamanha barbaria, para um bebê.
“A cama estava ensangüentada o sangue estava também no berço dela”, cá com meus botões fico pensando: porque ela demorou tanto para ir ver o que estava acontecendo, claro, qualquer mãe não pode nem imaginar que o pai que está lá cuidando da filha possa de fato com tamanha maldade a estuprar e quase a matar.
A menina foi hospitalizada devido ao grande “estrago” em seu corpinho. Quanto tempo será que este “monstro,” esteve com a bebê. Como pode usar e abusar dela. Fico aqui me perguntando e entro em desespero por nada poder fazer
Minha religião prega que não devemos tirar a vida de ninguém, mas nestes tipos de casos infelizmente eu sou a favor da pena capital.
“Pai do céu” me perdoa pelo meu pensamento, mas não consigo parar de pensar, ela é apenas, UM BEBEZINHO INDEFESO.
A mãe diz: “se eu chamar a polícia ele falou que me mata”, aplaudo esta mãe que denunciou sem se preocupar com a ameaça de morte e espero que muitas sigam o seu exemplo e coloquem estes, “monstros,” no lugar em que deveriam estar desde o dia em que nasceram, - ALIAS NEM DEVERIAM TER NASCIDO, - no inferno da prisão.

“Quanta falta de amor
Quanta falta de humanidade
Quanta falta de discernimento
Do verdadeiro amor
Quanto... Quanto pode pesar
O desamor no coração de alguns”

Foto de Sonia Delsin

ESTRELA DE QUATRO PONTAS

ESTRELA DE QUATRO PONTAS

No meu sonho a estrela vinha.
Se aproximava de mim.
Eu via que numa ponta estava grudadinha eu bebê.
Bonitinha.
Uma gracinha.
Na outra eu mais grandinha.
Uma menina-moça.
Magrinha.
Na outra eu aos trinta anos.
Bonitona.
Na outra eu com a idade de agora.
Nos olhos todas as lembranças de outrora.
Em todas um sorriso perdurava no meu rosto.
Nenhum ar de desgosto.
A estrela de quatro pontas vinha me mostrar que pela vida eu passei pisando leve.
Quase flutuando.
Vivi sempre poetando.

Foto de Sirlei Passolongo

Sonhos de uma estrela

A noite cai silenciosa
as luzes se acendem
cidade afora...
Ela vem apressada
na penumbra,
vestida de mistérios
e minúcias
beleza que encanta,
deslumbra...

O rosto rosado do blush
salto alto valorizando
o vestido curto,
em seus lábios
caliente batom rubro

Ela segue seu rumo
noite adentro,
vez por outra
desequilibra
no salto,
mas um sorriso disfarça
seus desaprumos...
Na rua vai deixando
seu perfume...

Uma calçada numa esquina
movimentada,
as luzes das casas
já se apagaram;
mas entre os carros
que passam,
ela surge...

Não demora
uma proposta,
um convite
e lá vai ela
sorrindo
vender amor,
mas por dentro
ela cala triste.

Sonhava ser capa de revista.

(Sirlei L. Passolongo)

Direitos Reservados a Autora

Foto de NiKKo

Levo você dentro do meu coração.

Eu ainda sinto teu cheiro impregnado em mim.
Em minhas mãos eu sinto o calor de sua mão.
Sinto a maciez de seus lábios quando fecho meus olhos
e através deles deixo rolar a minha emoção.

Hoje estamos longe e separados pela distancia
mas guardo em mim cada segundo vivido contigo.
Guardei em minha mente cada traço de seu rosto,
o sabor e suavidade de seu lindo sorriso.

O toque de seus dedos raspando as costas de minha mão
levando o sangue nas veias mais rápido a correr,
transformaram o sonho em uma realidade concreta,
com elos de ternura que nada e ninguém vai romper.

Assim hoje aqui sozinha revivo meu sonho a teu lado
como uma miragem onde meu amor se revelou.
Transbordando a emoção em cada gesto e olhar
em versos e poesia a minha alegria tatuou.

Por isso eu sei que neste momento em que escrevo
meus pensamentos e meu coração estão com você.
Sou sua inteira, sem traumas ou medos
levo você dentro de mim; sem medo de sofrer.

Foto de Sonia Delsin

ELEONORA

ELEONORA

Conheci Eleonora numa festa há alguns anos. Ela era uma mulher pequenina e muito bonita. Meu filho caçula se a tivesse conhecido decerto diria que ela era uma "baixinha gostosa". O mais velho diria que era uma pequena sereia.
O fato era que Eleonora era uma bela mulher e tinha o corpo muito bem feito. O rosto era sensacional, a boca carnuda; olhos oblíquos, intensamente azuis. O bumbum era redondinho e arrebitado e levava qualquer homem a olhar mais de uma vez.
Quando ela soube que eu gostava de escrever quis me contar sua história e eu tento transcrevê-la aqui neste conto:

Cresci numa fazenda do interior do Brasil em meio a bois e cavalos. Meus pais eram moralistas e criaram a mim e a meu irmão na mais rígida educação. Minha mãe não me deixava jamais vestir calças compridas e montar.
Eu via Jorginho montando lindos cavalos e aquilo me deixava enfezada. Por quê não eu? O que havia demais em ter nascido sem aquilo no meio das pernas?
Claro que eu sabia a diferença que existia entre nós dois. Eu nascera com aquela fenda e ele com um apêndice. Escondidos de mamãe nós tomávamos banho de cachoeira completamente nus. Foi o idiota do Chicão que nos surpreendeu um dia e contou ao papai.
Jorginho era um ano mais novo que eu e me adorava. Eu também amava aquele menino sardento e irrequieto.
Havia também na fazenda os filhos dos colonos: Mariana e Marcelo. Eles eram mulatinhos e muitas vezes também conseguimos driblar a vigilância de mamãe e brincamos juntos. Marcelo era uns dois anos mais velho que eu e tinha o pênis bem maior que o de meu irmão. Quando nadávamos nus ele encostava aquele enormidade em mim e eu achava tão bom.
Papai me dizia que eu precisava tomar cuidado com a minha fenda porque ela poderia ser o motivo de minha perdição. Na época eu não conseguia entender o porquê de uma coisa daquelas ser prejudicial a alguém.
Eu era uma menina esperta e aos doze anos parecia ter pelo menos quinze. Foi nessa época que Marcelo mudou-se da fazenda.
Antes de mudar-se ele me pediu uma prova de amor e eu me entreguei a ele. Foi em meio ao feno e ao fedor de estrume que nós nos pertencemos. Ele estava trêmulo quando arrancou meu vestido. Foi uma penetração difícil porque ele era muito bem dotado e éramos completamente inexperientes. Sangrei muito e chorei de dor. Nós dois queríamos que o pênis dele me penetrasse inteira; mas não conseguimos de forma alguma. Nós nos movimentávamos para baixo e para cima como estávamos acostumados a ver os cavalos fazendo com as éguas --escondidos espiávamos, é claro). Depois de várias tentativas Marcelo acabou gozando nas minhas coxas. Eu não conseguia crer que fosse assim.
Tempos depois nós também nos mudamos para a cidade e conheci Alfredo. Este era um vizinho e possuía os olhos mais azuis deste mundo. Esqueci-me completamente de meu amiguinho de infância e me apaixonei por ele. Alfredo era um rapagão esnobe e não me dava a menor bola. Tinha treze para quatorze anos e ardia por ele.
Nas noites intermináveis eu precisava masturbar-me para conseguir conciliar o sono. Era pensando naqueles olhos intensamente azuis que eu me masturbava. Nunca parei para pensar como seria transar com ele. Era pelos olhos dele que eu havia me apaixonado.
Fomos apresentados um ao outro numa festinha que meus pais deram para comemorar os treze anos de Jorginho.
-- Prazer. Você é bonita. -- Pensei que você nunca houvesse me notado.
-- Não dá para não notar você, apesar de ser tão baixinha.
Os olhos eram ainda mais lindos de perto. Mas a voz tão arrogante!
Ainda nos falamos umas banalidades e só no final da festa ele me arrastou para um canto escuro e esfregou-se em mim.
-- Quero você.
-- Agora?
-- Encontre-se comigo amanhã atrás da varanda, embaixo daquela grande figueira.
Não consegui dormir a noite toda. Como seria transar com aquele gato?
Ele estava lá na hora combinada e nos deitamos no gramado. Alfredo me garantiu que todos da casa haviam saído. Ele arrancou rapidamente minha saia e minha calcinha e abaixou a calça. Foi tudo muito rápido e só depois de tudo terminado é que pude notar que ele era muito magricela e que tinha um pinto pequenino que não poderia nem ser chamado de pênis comparando-se com o do primeiro homem de minha vida.
Não me satisfez em absoluto e depois desta transa eu nem quis mais encontrá-lo.
Nos anos subsequentes dediquei-me de corpo e alma aos estudos.
Os rapazes começaram a dar em cima de mim e não achava graça em nenhum deles. Jorginho vivia rodeado por garotas e reclamava com mamãe que eu acabaria ficando solteirona.
Nessa época eu já completara dezoito anos e nunca tivera sequer um namorado. Minha experiência amorosa era nenhuma e sexual só acontecera de ter tido aqueles dois encontros que marcaram a minha vida.
Sentia um medo danado de não sentir prazer da próxima vez e vivia adiando um novo encontro com alguém.
Conheci Sérgio quando passei no vestibular para Odontologia. Eu vivia dizendo a papai que não era o que eu sonhava para meu futuro, mas ele praticamente me obrigava a estudar o que achava que seria bom para mim.
-- Você gosta de Odonto? Perguntou-me ele.
-- Não é bem o que eu queria.
-- Então por que optou por isso?
-- Não foi bem assim. Optaram por mim.
Sérgio olhou-me com seus enigmáticos olhos pretos.
-- Você parece ter personalidade. Não consigo entender.
-- Quero evitar discussões inúteis.
-- Mas trata-se de sua vida.
Pegando minha mão na sua ele puxou-me para um banco.
-- Quer namorar comigo?
Eu precisava tentar pelo menos. Vivia tão só nos últimos anos.
-- Topo.
Ele beijou-me e a sensação foi boa. Senti ferver novamente um vulcão que eu imaginava extinto. Sua língua começou a explorar a minha boca, suas mãos acariciaram meus mamilos e eu senti que poderia sentir prazer ao lado de um homem.
Nos primeiros dias ficávamos nos abraçando e nos beijando até que ele me levou para seu apartamento, e lá eu pude descobrir que mesmo um homem de pênis tamanho normal poderia me proporcionar muito prazer.
Ele me beijou inteira e deixou meu corpo todo desejando-o. Sua língua me explorava toda enquanto suas mãos também procuravam pontos em mim que me deixavam completamente excitada.
Foram as duas horas mais loucas de minha vida e jamais pensei que um dia pudesse ser daquela forma. Eu nem imaginava que um dia faria sexo oral e anal. Aconteceu com ele e foi muito bom.
Sérgio deitou-se relaxado ao meu lado e perguntou-me baixinho se havia gostado. Ele sabia que sim e só perguntara por perguntar.
Namoramos por dois anos. Eu continuava a estudar Odontologia.
Papai faleceu quando eu começava o terceiro ano. Desisti do curso e comuniquei a todos que voltaria a morar na fazenda. Era o que eu queria para mim.
Neste meio tempo acabamos terminando o namoro.
Mamãe também disse que ficaria morando na cidade com Jorginho, que também já estava na faculdade.
Não me importei de voltar só para lá; pois era o que eu sonhava. Viver entre bois, cavalos, estrume. Eu adorava cavalgar pelas nossas terras e mamãe não tinha pulso com os empregados. Eu sim saberia lidar com eles.
No início senti falta de Sérgio, das vezes em que ficávamos em seu apartamento; mas sexo não era tudo na vida. Era muito bom, mas não era tudo.
Em poucos meses na fazenda eu soubera me impor e todos os empregados me respeitavam muito.
Vivia vestindo roupas de montaria e foi cavalgando que conheci Luciano.
Era um homem feio. A pele marcada por acne, olhos verdes e frios. Ele vestia um jeans imundo e as botas estavam sujas de estrume. Era verdade que eu também vivia no meio de bois e minhas roupas eram grosseiras, mas procurava me manter limpa.
A princípio aquele homem rude me causou asco.
-- Pode me dizer que horas são?
-- Por que quer saber as horas neste fim de mundo?
-- Talvez pelo mesmo motivo que a senhorita esteja usando este relógio no braço.
Não gostei dos modos daquele estranho que encontrei enquanto cavalgava. Apertei o pé no estribo e Samara disparou num galope. No início ele pôs-se a me seguir, mas o cavalo em que estava montado não era um puro sangue como a minha Samara.
Chegando em casa desmontei a bela égua e deixei-a aos cuidados do Namberto. Tomei um banho e desci para almoçar.
A Albertina me avisou que tínhamos visita.
-- Quem está aí?
-- O novo vizinho.
-- Como é ele?
-- Um homem estranho. Fede que só ele.
Imediatamente lembrei-me do homem que havia encontrado. Seria o mesmo?
Chegando à varanda eu o vi parado, me esperando.
-- Peço que me desculpe pelo ocorrido, vim só para oferecer meus préstimos.
-- Fico agradecida -- disse sem saber se devia estender a mão.
Ele notando meu constrangimento foi dizendo:
-- Não se preocupe em me estender a mão senhorita. Desculpe-me pelo estado em que me encontro. Foi um problema que tivemos esta manhã. O touro rompeu a cerca e tivemos um trabalho danado para juntar a boiada. Fui grosso lá na estrada e vim pedir desculpas.
Ele se apresentou e eu pude observar que era realmente um homem feio, mas havia alguma coisa diferente nele. A verdade é que ele me atraia.
Dias depois ele apareceu na fazenda montando um lindo cavalo árabe.
-- Acabei de comprar. Gostou?
Eu era uma admiradora de cavalos de raça e lhe disse que era lindo demais.
Conversamos algum tempo sentados nas grandes cadeiras de vime da varanda e Albertina nos trouxe um suco de frutas bem geladinho.
Pouco tempo depois já nos falávamos como dois conhecidos de longa data. Ele me contou que havia se separado da mulher e que comprara aquelas terras para se instalar de vez ali.
Eu também lhe falei que pretendia passar o restante de minha vida naquelas terras que eu tanto amava.
-- E sua mãe? Seu irmão?
-- Mamãe gosta demais da cidade e meu irmão está estudando medicina.
-- Não se sente só aqui?
-- Às vezes.
Ele me disse que poderia voltar mais vezes para conversarmos.
Na despedida segurou algum tempo minhas mãos nas suas e uma corrente elétrica passou por todo meu corpo.
Luciano voltou outras vezes e acabamos nos tornando amantes. Descobri que ele conseguia me envolver emocionalmente mais do que sexualmente, mas era bom. Ele tinha um charme especial e sabia agradar uma mulher.
Um dia lhe perguntei porque não dera certo o primeiro casamento e ele me disse que a ex-mulher se apaixonara pela amiga.
Eu não me casaria com ele mesmo que me pedisse. Queria deixar as coisas como estavam. Quando ele queria vinha me ver e quando eu o queria ia ao seu encontro. Para que modificar o que estava sendo tão bom?

O nosso capataz sofreu um acidente fatal e eu precisava urgentemente de outro. Foi Luciano que sugeriu um homem que ele conhecia bem.
-- É um mulherengo, já aprontou das suas. Tenho um amigo que já perdeu a mulher por causa dele, mas acho que não tem nada a ver.
-- Então o que está esperando? Preciso deste homem para ontem.
-- Se tudo correr bem amanhã mesmo ele estará aqui.
No dia seguinte à tardinha Albertina veio me informar que o rapaz havia chegado.
Fui rapidamente atendê-lo. Precisava logo resolver aquela situação.
Um mulato alto estava de costas para mim e ele olhava tudo à sua volta.
Quando ele voltou-se para mim um sorriso enorme se estampava em seu rosto.
. Então era ele o tal homem? Agora eu podia entender o porquê de um homem perder a esposa para tal sujeito.
Fiquei sem ação. Marcelo estava diante de mim.Devia correr para seus braços, estender a mão?
Sorri gostosamente e gaguejei:
-- Que saudades! Que surpresa boa!
Foi ele que correu para me abraçar e sussurrou em meu ouvido:
-- Desculpe-me se faço isso. Fui louco em vir até aqui. Não conseguirei jamais ser um empregado seu.
Afastei-o delicadamente e pus-me a examiná-lo de cima a baixo. Vi que se tornara um homem alto e bonito demais. O corpo atlético e atraente. Lembrei-me de quando nadávamos nus em nossa infância. Lembrei-me daquela vez em que me entreguei a ele no meio do feno.
Só então me dei conta de que nunca quis um homem em minha vida mais do que quis aquele.
Foi a minha vez de abraçá-lo.
Albertina que se empregara na casa há pouco tempo estranhou aquela cena.
Era verdade que o tempo tinha passado, mas ele havia voltado e só isto me importava naquele instante.
-- Nunca consegui esquecê-lo.
-- Nem eu consegui esquecê-la.
Olhei-o diretamente nos olhos procurando a verdade e convidei-o para conversarmos sentados na varanda.
Albertina entendeu que eu queria estar a sós com ele e afastou-se.
Perguntei por onde andara, o que fizera da vida e se ainda estava solteiro. Ele respondeu que ainda estava "solteirinho da silva". Tivera um caso ou outro.
Sorrindo ele não se cansava de repetir:
-- Nunca me amarrei a ninguém. Acho mesmo que nunca a esqueci. Lembra-se daquela vez? Eu fiquei tão preocupado achando que a tinha machucado. Parti daqui me sentindo um verme. Tinha medo de me aproximar de uma moça e machucá-la. Fiquei mesmo traumatizado e foi só depois de muitos anos que consegui estar com uma mulher. Aos poucos fui apreendendo a lidar com ele -- dizendo isso ele abaixou os olhos em direção ao seu pênis. Você me perdoou por ter agido daquela forma?
Não pude deixar de rir e dizer que éramos completamente inexperientes. Fora só por isso.
Ele foi taxativo em afirmar que jamais conseguiria ser meu empregado e quando já ia se despedir sugeri que ficasse mesmo assim. Teríamos uma relação de amizade e ele me ajudaria enquanto eu não conseguisse outra pessoa.
Marcelo concordou em ficar, por uns tempos.
Luciano ficou me olhando com aqueles olhos gelados enquanto eu lhe contava que o Marcelo crescera na fazenda ao meu lado.
-- Você fala dele de um jeito.
-- Não diga que está com ciúmes!?
-- E não é para estar? Seus olhos brilham enquanto você fala dele. E pensar que eu é que tive a idéia de trazê-lo para trabalhar aqui!
Luciano socou a mesa violentamente.
Eu nunca soubera lidar com um homem violento. Procurei agradá-lo, mas só consegui piorar a situação.
-- Ele a atrai, dá até para um cego ver. E você também o atrai.
Luciano saiu resmungando, montou o belo cavalo árabe e saiu galopando feito louco. Suspirei fundo.
Marcelo se aproximou de mim e pegando a minha mão foi dizendo:
-- É melhor que eu me vá logo daqui. Estou atrapalhando a sua vida. O seu namorado está com ciúmes de mim. Não significo mais nada para você, não é mesmo?
-- Não é assim.
A sombra de um sorriso passou pelo seu rosto.
-- Você ainda sente alguma coisa por mim?
Hesitei em dizer que sim. Ele estava um homem feito, já não tinha mais nada do menino que crescera conosco na fazenda.
Disfarcei dizendo que as recordações eram tantas.
-- Você não está sendo sincera, sente alguma coisa ou não?
-- Não sei.
Sei que fui evasiva, mas estava tão confusa. Os homens que cruzaram meu caminho deixaram marcas e aquele que estava à minha frente fora o que mais me marcara.
Eu poderia assumir o que estava sentindo. Poderia brigar até com o mundo por ele. Teria forças para isso. Mas ele corresponderia?
Ainda segurando minha mão ele me cobrava uma resposta mais direta. De repente perdeu a compostura e beijou-me ardentemente.
Segurou-me apertadamente de encontro ao corpo másculo e senti que iria mergulhar de cabeça nessa nova situação.
Foi a minha vez de colocá-lo contra a parede.
-- Você me ama de verdade? Se disser que sim eu enfrentarei qualquer coisa neste mundo.
Ele respondeu-me com um beijo e perguntou-me se poderia ser como da primeira vez naquele paiol que soçobrara ao tempo.
Meu Deus! Naquela altura de minha vida! Eu já não era uma menina de doze anos!
Fui caminhando abraçada a ele de encontro ao paiol. Não precisava dar satisfações de minha vida a ninguém. Era dona de tudo ali, dona de minha vida.
Como da primeira vez foi em meio ao feno e ao cheiro forte de estrume. Ele delicadamente tirou minha roupa e fez coisas que eu nunca sequer pude imaginar que aquele menino de antigamente iria aprender. Beijou minha boca suavemente e depois passou a beijar meu corpo inteirinho.
Quando finalmente ele me penetrou eu compreendi que com homem algum seria igual. Ele era fabuloso. O pênis se tornara ainda melhor com os anos. A minha obsessão na vida fora pênis avantajado e descobri que ele conseguia me penetrar inteira. Havia espaço suficiente sim!
Depois de completamente saciada de amor eu repousava em seu peito forte quando ele me perguntou se desta vez também eu iria começar a chorar.
Sorri e contei-lhe que andara pela vida procurando um homem com os requisitos dele. Não encontrara, era evidente.
Casamo-nos em dois meses e continuamos fazendo amor nos lugares mais estranhos e diversos. Nem preciso dizer que continuamos apaixonados um pelo outro e que o que mais desejamos é estar juntos.

SONIA DELSIN

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