Rimas

Foto de SATURNNO

A Morte do Poeta na Tempestade das Letras

Em uma negra tempestade de letras desgarradas
Encontra-se o poeta em senis gargalhadas,
Pois também desgarrado caminha em suas jornadas.
E na intempérie das letras espargidas,
Acometido de insânias progressivas,
Segue em incessantes caminhadas,
Ainda em busca de rimas arrojadas.
Porém, sem precisas paradas,
Ressoavam apenas frases reprisadas,
Apenas versos replicados,
Apenas filmes do passado.
E, como toda tormenta, esta também passou.
Até que o poeta para dentro de si olhou,
E lá, um vasto e estéril vazio avistou.
No lugar do seu coração, apenas um galho que secou.
E neste, apenas uma folha verde encontrou,
Que murchou e caiu, lançou-se ao vento e revoou.
Exausto, triste e derrotado o poeta adormeceu,
E nunca mais acordou.

João F..R. 19/11/2012

Foto de Carmen Vervloet

Cidades Frias

Nas ruas cheias de gente
busco sorrisos, abraços,
apertos de mão,
gestos de cortesia!
Qualquer fragmento me satisfaz...
(Eu e esta minha mania de pensar
que tudo deve vir do coração!)
Abro os braços,
esqueço as rimas, presto atenção!
Meus olhos se abrem melosos
tentando atrair alguma abelhinha
ou quiçá um beija-flor
neste jardim não sei se de medo,
indiferença ou de pouco amor.
Mas tudo ilusão!
Entre passos apressados
encontro apenas
a mão do vento que me afaga
e vai embora
sem sequer olhar meu rosto.

Foto de Carmen Lúcia

Paisagem Urbana (modificada pelo homem)

O sol começa a se espreguiçar.
É a rotina...São dez da matina...
Embaçado, pretende acordar a manhã,
iluminar a estação...Primavera?
Tão linda ela era...

O céu se acinzenta...
Nuvens?Não!Fumaça!
Fusão de azul e petróleo
sobre veículos e pedestres apressados...
Odor de óleo queimado...
Som estridente, alterado.Rock and Roll?
Não!Buzinaço a todo vapor...

Barulhos de trens do metrô...
Agitos do vai e vem...
Luta do dia-a-dia!
Pela sobrevivência...pela conveniência!
Alguém ainda dorme no banco da praça.
Cachaça?Acordar?Não tem graça!

Algo surge no céu, sem escarcéu...
Não é nave espacial...
É a lua prestigiando um luau.
(saudade dos velhos saraus)
Pontinhos cintilam fraquinhos...
Vaga-lumes?Não!Estrelinhas!
(nas entrelinhas)
Querem dar o ar da graça!
Coitadas!Tão sem graça!

E o corre-corre continua...
Agora a paisagem é crua e nua!
Luzes incendeiam bordéis...
E os sonhos?Vendidos aos tonéis!
Casas noturnas, peças teatrais...
Encenam vidas reais...
Travestis e prostitutas disputam locais,
esquinas se enchem de marginais...

O êxtase excita, alucina,
domina atitudes tribais, canibais...
Poetas observam...perdem-se nas rimas.
Um barzinho, um cantinho e um violão...
Um estampido, um grito, sirene e furgão.
Numa igreja, louvores e cânticos,
nos cantos, clamores do sexo,
e toda a fé perde o nexo...

De repente, um seqüestro-relâmpago...
Nas casas, noticiários na televisão,
em volta, grades de prisão!
Uma coruja espreita, assustada...
Espera surgir o dia
Pra dormir...sossegada(?).

(Carmen Lúcia)

Foto de ivaneti

Eu sou aquela...

Eu sou aquela
Aquela que de repente quer ver noticias
Aquela que se abala e chora
Aquela que sente dor em todo seu ser
Aquela que sonha em ver um mundo melhor

Eu sou Aquela

Aquela vestida de preto
Aquela que faz seus versos sorrirem
Aquela que sente arrepio diante da justiça
Aquela que ler e reler suas escritas com convicção

Eu sou Aquela

Aquela poetisa que transcreve a dor em versos
Aquela que veste seus personagens coloridos
Aquela que faz do amor as rimas amarelas
Aquela que perde a conotação diante da situação

Eu sou Aquela

Aquela que assistiu as piores noticias
Aquela que perdeu a emoção com tantas tragédias
Aquela poetisa...
Aquela de alma transparente

Eu sou Aquela que perdeu a motivação
Eu sou aquela que por fim
Perdeu a inspiração diante da Televisão.

Foto de Bel Souza

As minhas rimas riem de mim!

Já não tenho precisão
Com meu coração tomando conta
tem sobrado emoção!
Choro fácil e choro mesmo, lagriminhas sem sabor.
Falta tristeza nos olhos, mas no coração tem amor!
Quando penso que esqueci, vem o vento me trazer
as lembranças que eu pedi aos céus pra me conceder!
Tem harmonia, sossego e calor, também quero alegria, bagunça, cheirinho de flor!
As borboletas fugiram do estômago e foram dançar com o vento!
Mas, elas voltarão, é uma questão de tempo!
Sinto medo, é verdade. Mas, isso faz parte de mim!
Sorrir pra brincar com a dor deixa muito triste o fim!
Nem todo pedaço de pedra a gente transforma em giz
E o azul com certeza fica menos feliz!
Acaba escrevendo alguns dias com uma pontinha de carvão,
Por isso meu bem eu lhe digo vivo longe da perfeição!
O medo vai pra bem longe, sabe que não é capaz!
Dar as mãos pra você, fica fácil demais,
Olhar dentro dos seus olhos, me faz humana, ainda mais!
Me perdoa a pobreza dessas rimas fáceis e iguais,
É que você retira as vírgulas e bagunça os meus tempos verbais!

Foto de Carmen Lúcia

Poesia, um caso de amor...

Danço a poesia, sou bailarina no esplendor da arte,
exponho em poesia fragilidades e limitações,
silencio em poesia o meu grito sem fazer alarde,
brado poesia com orgulho e ostentação,
confesso em poesia fraquezas e imperfeições,
bebo poesia com as palmas das mãos,
respiro poesia, perfume das manhãs,
rego poesia com o orvalho da madrugada,
rezo poesia na hora da Ave-Maria,
faço da poesia alegria da chegada,
canto poesia dando ênfase à melodia,
toco poesia com o lirismo da sonata,
vivo a poesia, essência de minh’alma,
choro a poesia movida pela emoção,
expando em poesia mágoas que viram rimas,
sonho em poesia todo encanto da magia,
cultivo a poesia e colho rosas em botão,
caminho com a poesia e afasto a solidão,
voo com a poesia rumo à fascinação,
gero a poesia e é ela quem me dá à luz,
sinto a poesia e me arrepia a inspiração,
navego em poesia ancorando em corações,
penso a poesia e dou asas à imaginação,
amo poesia... e sem mais explicação.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

O mistério que te envolve

Esse mistério que teu ser exerce
dando-te um quê sobrenatural,
força enigmática que me enfraquece,
que me alcança e ganha de modo natural,
fazendo-me frágil, vulnerável ao teu anseio,
reles mortal que se dá por vencida
sucumbindo à luz de teu devaneio,
gerando em mim incontrolável desejo
de ir ao teu encontro, semi-adormecida.

O misticismo que te envolve a alma
é o que me move e meu ser acalma,
inunda-me o corpo tua doce magia,
afaga meu espírito, aguça a fantasia
ao transformar-me em versos de tua poesia,
nas rimas mais sinceras, a nossa sintonia,
calando o universo, que ouve extasiado
as notas melodiosas de uma sinfonia
tocada pelo encanto místico de teu teclado.

E me entrego a esse encanto,
sonho e mistério solidificados.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Meu grande amor

Não fosse pelos toques de mãos,
pelos olhares meigos ou atrevidos,
pelo desejo a nos deixar atônitos,
pelos beijos que não demos, mas sentimos,
diria que foi amor platônico...
Mas mentiria, pelo muito que vivemos,
num curto espaço de tempo.
Tempo ido e sido,
porém jamais esquecido...

Tínhamos a juventude a nos cumpliciar
e tudo que nos reserva os belos momentos...
Os mais implícitos, os mais íntimos,
os mais profundos e amenos;
a própria vida a nos presentear,
o mundo todo a nos circundar
de amor, que éramos nós,
do amor que só coube a nós.

O encanto de sua música ao piano
fazia-me girar, levitando...
tornava-me bailarina, plena de rimas,
entregue à atração que exercia
o azul de seu olhar,
confundindo realidade e fantasia,
céu e mar...
Amor assim não se acaba...
Permanece a chama que não se apaga
mesmo quando a distância se pronuncia,
fica no ar a melodia...

Hoje a ouço, driblando a nostalgia,
sorriso no rosto, esperança de um dia
viver mais uma vez o nosso sonho,
ainda que em outro universo,
ou em outra estratosfera,
mesmo após eras e eras...
e eras.

Como ainda é...e era.

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Devolução

Devolvo-te as rimas, os versos frementes
da poesia que retrata teu suposto amor,
devolvo-te os frêmitos, impactos ardentes
embalados e lacrados com a minha dor.

Devolvo-te os momentos, os melhores já vividos,
disfarçados num sorriso para não te constranger...
Neles me situo e ainda que fingidos
foram momentos que me ensinaram a viver.

Devolvo-te a alegria transformada em tristeza
que me movia ainda que o mundo não movesse
e me fazia crer que me falavas com franqueza.

Devolvo-te a vida: é como se eu morresse
e todo meu amor imbuído de verdade...
Fico com a lembrança e toda essa saudade.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

O nascer da poesia

Frêmitos navegam meu corpo, ancoram minh'alma,
despertam sensações latentes vertendo mares desconhecidos,
vêm com o calor que queima e a mansidão que acalma,
veleiros a velejar por versos ainda não traduzidos.

Clamam por detalhes despejados pelos cantos,
sonhos demolidos, paixões alcovitando esquinas,
pedintes que esmolam ignorando seus encantos
que afloram a minha frente rabiscando rimas.

Partículas que teimam iluminar a escuridão
rogando que as recolham pra cumprirem suas sinas,
pedaços que imploram por gestos de restauração.

Fecho meus olhos e me entrego ao devaneio
e o nascer da mais divina inspiração
gera a poesia aquietando meu anseio.

_Carmen Lúcia_

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