Recomeço

Foto de EDER TEODORO DE SOUZA

recomeço

" há tempos atras você me conheceu mas na época não tinha afeto,carinho e amor
e assim por mim você não se envolveu e nesse não envolvimento me abandonou.
os tempos se passaram e a lembrança daquela pessoa que no pouco tempo entrou em sua vida e que te deu carinho e atenção nunca da sua cabeça saiu mas aquela pessoa tinha mudado de cidade e você nunca mais o viu.
mas certo dia essa pessoa aparece e volta pra sua cidade ai você vê que um sentimento forte começa a aflorar dentro de si e vê que aquela pessoa que um dia você abandonou agora você o deseja e quer que ele faça parte de teus sonhos e de sua vida, mas ele sente receio pois ha anos atras ela o abandonou mas este sentimento forte e avassalador o domina e o faz se apaixonar novamente mas não como antes mas sim com uma força exorbitante fazendo-os se apaixonarem novamente como se fosse um recomeço....."

Foto de Carmen Lúcia

Para, mundo!

Para, mundo!
Nem que seja por segundos.
Espaço ínfimo de tempo,
pra que eu recobre as forças
e ressuscite os momentos
em que morri em diversas partes
e amarguei a felicidade.

Para, mundo!
Uns segundos sem girar...
Preciso reaprender a amar,
dar o último beijo,
o primeiro abraço,
afagar quem não vejo,
pensar num recomeço,
falar de um amor, sem jeito,
ter tempo pra me retratar.

Mundo, ouve meu apelo.
Compadece-se desse meu apresso,
faz o meu andar sem pressa.
Quero olhar bem devagar,
descobrir sentimentos, pessoas,
profundidades,
reaver minha identidade,
os dias felizes,
voltar às minhas raízes.

Para, mundo!
Quero acertar meu passo
que na ânsia de chegar
deixou vazar a essência,
por imprudência...
Pisou trilhas erradas,
caminhou em descompasso,
girou mais rápido que você.
E ao topar com a chegada
se perguntou: Por quê?

Quem sabe se ao recomeçarem
as viravoltas que você dá
encontre-me no mesmo lugar
em que desci pra sonhar...

Caso lá não estiver
continue rodando,
enquanto puder.
É que encontrei o que perdi
e me perdi ao me encontrar.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Quero

Quero...
Ser o elo entre o mundo e a paz,
a vida simples de quem é capaz
de unir humildade e grandeza,
sabedoria e beleza
com a mansidão de um barco
aportando o cais...

Quero...
Ser rio que chega ao mar
vencendo as batalhas de seu fluxo
ao tornear pedras , colidir em rochas,
modelar-se à opressão das margens,
nortear as águas durante seu percurso,
único recurso para estancar a sede.

Quero...
ser o filme dos instantes felizes,
o ancoradouro das melhores lembranças,
a saudade que faz companhia
quando a ausência marca triste mudança
e a vida mostra o outro lado da face,
um lado sombrio, que se desconhecia.

Quero...
ser a frágil bailarina,
girar o corpo ao redor da rima,
de seu interior ouvir a melodia
inspirada na arte que combina
passos , compassos, coreografia ,
todo espaço irreal, sua geografia
sendo transformada em poesia.

Quero...
ser a tarde e sua nostalgia,
cores indecifráveis a findar o dia
num céu que rouba toda a magia
na transição de fim e recomeço,
reverenciando a noite, o luar,
as constelações do espaço estelar
preparando mais uma manhã.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Com os olhos do amor

Quero voar nas asas do amor
e por onde eu for
suas marcas deixar...
Quem quiser viajar,
só deixar-se levar
seguindo as pegadas
bordadas no ar,
candeias no mar,
no chão, reluzentes,
luzes incandescentes
que a beleza transcendem..

Quero enxergar o mundo de longe
seguindo a emoção, o meu coração...
Poder me esconder atrás do horizonte,
de lá surpreender
o dia amanhecer
ofertando a manhã
embrulhada em papel,
recomeço de vida,
presente do céu...

Nas asas do amor voarei...
Com os olhos do amor “ a cor darei”
valores que estão adormecidos...
Nada passará despercebido.
Detalhes alcançarei,
mesmo os que o homem não vê
com os seus olhos físicos,
porque a verdadeira beleza
reside na essência
e é invisível.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Não faz sentido

Não faz sentido viver por viver
sem abraçar sequer uma nobre causa,
viver sem ver a luz do amanhecer,
página aberta induzindo a recomeços,
convite incessante para perceber os erros
e com eles, uma alavanca para os acertos.

A cada recomeço, novas pedras a remover.
A cada cansaço, nova pausa pra se refazer,
onde o silêncio pede para refletir
o que é viver ou simplesmente existir.

Não faz sentido viver sem amar,
não cravar no cerne das pessoas nossa marca,
fazer a diferença na vida de alguém
e ter alguém ao lado em nossa caminhada.
A estrada é longa e triste sem ninguém.
Sozinhos não alcançaremos nada.

Não faz sentido viver sem viver
um grande amor, uma paixão desenfreada
ou, acomodados na mesmice da rotina,
deixar que o tempo leve nossos sonhos
sem que nos apaixonemos novamente pela vida.

Não faz sentido ver o mundo da janela
onde a tramela não permite perpassar por ela
pra desvendar o novo, no afã da descoberta,
ver as belezas das paisagens que acenam,
cair e levantar e começar de novo.
O recomeço faz a vida ser mais bela.

Não faz sentido aprisionar os sentimentos;
a autenticidade é trampolim à liberdade.
Seremos livres libertando os pensamentos,
voar com eles em busca de emoção,
dar vazão ao catarse, alívio emocional
e na hora do adeus final
percebermos que viver não foi em vão.

_Carmen Lúcia _

Foto de CarmenCecilia

PRIMEIRO DE MAIO (HOMENAGEM)

PRIMEIRO DE MAIO (HOMENAGEM )
No meu trabalho ralo...
E como ralo!
Ralo
Às vezes ralho...
E se ralho
Às vezes falho.
Sou diurno...
Sou noturno...
Sou da madrugada.
Atrevo-me...
Ouso… melhor dizendo.
Recolho-me
Estou bem...
Muitas vezes mal
Sou etc. e tal...
Um “tal” de fazer coisas
Com tamanha euforia
Que me levam ao
Encantamento
À alegria
Deslumbramento
Dedicação a toda prova
É o que eu sou.
Renovo... Inovo...
Recomeço de novo.
Repentinamente
Tormento...
Sou rotina...
Sou motim...
Sou tristeza…
Sou tudo enfim.
Mas ai de mim...
Sem meu trampo...
Sem meu campo...
Os cabelos arranco…
Mesmo nos contratempos.
Pois o trabalho
Preenche os meus vazios,
Faz-me progredir.
Seguir em frente...
A minha meta
É produzir...
Marchar adiante...
É semear...
plantar…
Colher…
E rechear a vida...
Com a dádiva do trabalho

CARMEN CECILIA & MARIA GORETI ROCHA

Foto de CarmenCecilia

MEU OUTRO LADO

Meu outro lado...

Vem subitamente...
Instantaneamente
Toma conta da minha mente...
E eu nesse meu avesso...
Sou recomeço...
Não meço
Tudo que me mostra...
Esse outro lado...
Que demonstra
Meus medos...
Meus monstros...
Encontros e desencontros...
Sou afável...
Sou fel...
Sou teu mel...
E também aventura
Não levanto muros...
Sou leve e breve...
Peço que a tudo relevem...
Mas não revelo...
Esse novelo...
Em que cada dia mais enredo...
As portas fechadas
Segrego meu segredo...

Carmem Cecilia

Foto de CarmenCecilia

INCONDICIONAL POEMA DUO

I N C O N D I C I O N A L

Meu coração acelerado às vezes falha.
Some o som, o tom e fica tudo em vão...
sinto-o rasgar-se…
como se uma navalha o transpassasse e
dele saltasse o amor.
Atinge-me em cheio e titubeio...
perco o chão.
Grita no meu peito a dor que já não cala!
Intercalando com minha fala
brota nas veias um vermelho em flor.
Fico pelo avesso e peço um recomeço...
Meu sex(t)o sentido me diz que sim.
De volta o meu apreço... novo endereço...
Meu coração volta a bater de um jeito…!
Alongo o passo e o compasso...
Enlaço-me
num forte e caloroso abraço.
Levito...
Evito e gravito...
Imito meu íntimo...
Estou feliz, enfim!

CARMEN CECILIA & MARIA GORETI ROCHA

Foto de Cesar Jardim

Viver a vida

Me sinto pequeno em frente ao medo,
me sinto ausente ao lado meu,
inconsequente a minha dor,
ferido por mim mesmo,
amargurado por rancor.

Lutando contra o castigo,
aprisionado em minhas vertentes,
sutilmente entregue ao tempo,
e ainda assim mesmo sabendo,
que ainda é cedo pra chorar.

Resguardando a essência,
que algum tempo era perdida,
ao recomeço de uma vida,
encontrar novas respostas,
assim é viver a vida.

Foto de Alexandre Montalvan

Pingos de Amor

No negro escuro da minha alma, vastidão!
Em fétidos charcos de catarros, lodaçais!
Pensamento imerso nesta grande podridão
Entre aves de rapina famintas, bestiais!

Triste este fim sem recomeço, sem perfume argentino
A essência das celas, entre feras e medo, sente o cheiro
Desta morte que rola na escada, neste imenso atoleiro
Este é o mar dos desatinos e das noites sem destino
Das eternas madrugadas.

As sombras se esgueiram nos caminhos
Coladas em suas burras negras perniciosas
Rebolos nas mãos e cobertas de espinhos
Naifas que ferem que sangram perigosas

Na morada do fogo que arde em meio ao inimigo
O passado me condena com a mão do insensato criador
De joelhos imploro o perdão deste amargo castigo
Neste mundo eu não tive nem um pingo de amor

Alexandre Montalvan

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