Reciprocidade

Foto de pedacinhos de mim poemas

Quem Me Dera

Quem dera quê: A vida fosse feita na medida,
na medida que desejássemos...
Quem dera quê: O saber fosse total,
na medida de cada sonho....
Quem dera quê: Quando almejássemos todas as sortes,
chegassem na medida de cada desejo...
Quem me dera quê: Quando pensasse em ti,
houvesse reciprocidade na medida, na justa medida....
Quem dera!...

Celia Torres
Direitos reservados

Foto de Lou Poulit

O Beiço da Feiosa

Cansado demais para continuar meus trabalhos de pintura no ateliê, de falar com meu próprio silêncio, decidi dar um tempo a mim mesmo. Assim também, escapava um pouco do convívio com o senso crítico de artista plástico. Tinha e ainda tenho esse hábito. Em arte, faz bem de vez em quando apagar tudo o que há no consciente. Depois deixar que o subconsciente, onde de fato habita a arte, aos poucos recomponha toda a estrutura de critérios e conceitos. Fazia uma tarde morna e abafada, típica do verão carioca. A tática era escolher um lugar sossegado no calçadão da praia de Copacabana, de onde pudesse observar de perto as milhares de pessoas que vão e vem caminhando. O apartamento da rua N. Sra. De Copacabana, onde havia instalado o ateliê, era de fundos e de lá não se via ninguém. Um artista precisa observar, muito, como um exercício diário. Apenas observar e deixar que seu silêncio assuma o lugar do piloto. Então uma série de impressões, não apenas luz e forma, serão armazenadas. E quando ele voltar ao trabalho elas estarão lá, disponíveis no subconsciente.

Depois de alguns poucos minutos esparramado numa cadeira de quiosque, já havia conseguido reunir tantas observações que era difícil mantê-las na mente de modo organizado. E ainda mais concluir alguma coisa daquela bagunça. Tentei interromper a observação para fazer uma seleção prévia sem novos dados. Muitíssimo difícil. Minha mente estava de tal modo seduzida pelo que estava em volta, que não podia evitar o assédio da sucessividade. Sempre que sentia a alma crescer e “viajar” nas próprias avaliações, subitamente era trazida novamente ao fundo do abismo por alguma sensação irresistível, como num grande tombo, que só poupava a cadeira de plástico. Tentei fechar os olhos então, mas isso também se mostrou inútil, ainda pior. O estímulo causado pelas demais percepções, que dessa forma ficam mais conscientes do que o normal, era poderoso o suficiente para provocar a mais estranha angústia de não ver com os olhos. Reabri-los seria quase um orgasmo!

Mas depois de um obstinado esforço consegui finalmente identificar algo suficientemente freqüente e interessante: muitas pessoas aparentam imaginar que são alguma coisa muito diferente do que aparentam ser! Talvez ainda mais diferente do que na realidade sejam. Achou confuso? Não, é muito simples. Veja, o nosso senso crítico tem a natural dificuldade de voltar-se para dentro, ademais, os defeitos dos outros não são protegidos pelas barreiras e mecanismos psíquicos de segurança que criamos para nos defender, inclusive de nós mesmos. Por exemplo, um jovem apenas fortezinho e metido numa sunga escassa, parecia convencido de ser uma espécie de exterminador do futuro super-dotado. Um senhor setentão, parecia convencido de ser mais rápido e poderoso que o Flash Gordon (um dos primeiros desses super-heróis criados pela fantasia americana do norte). Uma mulher com pernas de uma cabrita, difícil descobrir onde guardara os seios, fazia o possível para falar, aos que ficavam para trás, com uma linguagem de nádegas, que na verdade mais parecia uma mímica de caretas.

Mas houve uma outra (essa definitivamente feia, tanto vindo quanto partindo) que me surpreendeu, me deixou de fato muito fulo da vida, me arrancou dos meus pensamentos abrupta e cruelmente: vejam vocês que ela torceu o beiço pra mim, em atitude de desdém, como se eu houvesse dirigido a ela algum tipo de olhar interessado... Onde já se viu?! Quanta indignação! Ora, se com tanta mulher bonita no calçadão de Copacabana, de todos os tipos e para todos os gostos, passaria pela cabeça de alguém que eu dirigisse algum olhar interessado logo para ela? Só mesmo na cabeça dela.

Assim que ela passou me aprumei na cadeira, levantei-me e tomei o rumo de volta para o ateliê. A princípio me senti muito irritado com aquela feiosa injusta, no entanto, como caminhar no piloto-automático facilita as nossas reflexões (embora aumente o risco de atropelamento) já a meio-caminho havia mudado de opinião. Não quanto à sua feiúra, nem tão pouco quanto àquela grosseria de sair por aí torcendo o beiço para as pessoas, inocentes ou não. Mas o motivo de promovê-la a feiosa perdoável era o seguinte: sem querer, me ofereceu muito mais do que havia saído para procurar! E por quê?

Bem, antes de mais nada demonstrou ter se apercebido de mim. Não tenho esse tipo de necessidade, normalmente faço o possível em espaços públicos para não ser percebido, mas o fato é que algumas centenas de pessoas também passaram no mesmo intervalo de tempo sem demonstrar nenhum julgamento, nem certo nem errado, bom ou ruim.

Ora, o meu objetivo ao sair não era o de fugir do julgamento alheio, mas sim do meu próprio senso crítico, que mais parece um cão farejador infatigável e incorruptível (capaz de desdenhar altivamente todos os biscoitinhos que lhe atiro), sempre fuçando eflúvios psíquicos e emocionais nas minhas reentrâncias almáticas. Outro ponto a favor da boa bruxinha: o julgamento alheio desse tipo (au passant) não permite qualquer negociação, como acontece por exemplo quando criamos subterfúgios e argumentos para falsear nosso próprio juízo, às vezes oferecendo até uma boa ação como magnânima propina!

Pensando bem, ela me deu algo muito mais importante. Pergunte comigo: não seria razoável imaginar o tipo constrangedor de reação que ela recebe quando homens jovens, bonitos ou interessantes têm a impressão de perceber alguma intenção no olhar dela? Claro, não apresentando nada de bonito nesse mundo onde todos somos tão condicionados à superfície das coisas e pessoas, qualquer reciprocidade seria mais provavelmente uma gozação. Então, nesse caso, a minha presença (não intencional) na prática ofereceu a ela a generosa e graciosa oportunidade de se vingar! Ou, dizendo isso de uma forma mais espiritualizada: de restaurar sua auto-estima e elevar o nível dos seus pensamentos. Quer saber? Me deu uma vontade de estar lá todos os dias.

Depois de algum tempo, certamente eu a levaria às portas do céu! Isso parece muito penoso? Nadica de nada, esforço nenhum. Veja bem, eu precisaria de muito mais tempo, abnegação, e força de vontade (dentre outras) para levá-la às portas do céu por meios, digamos, mundanos! Isso seria tarefa para um desses rapazes “bombados”, cheios de tatuagens, pierces, juventude e vigor, e sem 40 anos de alcatrão nas paredes arteriais! Nunca leram o Kamasutra, ou O Relartório Hite, ou coisa do tipo, mas pra que? Quando eu era jovem não os tinha lido ainda e não senti nenhuma falta disso.

Em resumo, de quebra ainda fiz a minha boa ação do dia e assim posso manter a esperança de chegar algum dia às portas dos céus, digo dos céus celestiais, lugar cuja direção desconheço completamente... Agora, penoso mesmo (e definitivamente brochante) seria encontrar a dita cuja lá! Sim, por ter chegado antes ela poderia sentir-se à vontade para fazer o meu julgamento e proferir solenemente que todas essas palavras que aqui escrevi não são mais do que uma mísera propina, só para liberar a minha mísera auto-estima do meu sentimento sovina de rejeição! Se assim acontecesse, eu não daria mais para a frente o passo consagrador, ao invés disso daria muitos de volta (sem saber em que direção ficaria o meu ateliê). Ainda juraria para todo o sempre aceitar o meu próprio senso crítico (assim como as demais pessoas comuns do meu convívio) e nunca mais sair do ateliê, interrompendo o meu processo produtivo, com o mesmo fim.

Copacabana, mar/2006

Foto de lex_nog

"Erros ao Amar Demais"

Erramos, quando nos desmerecemos.
Erramos, quando damos a demasia segurança.
Erramos, quando amamos demais.
Erramos, quando consideramos demasiadamente alguém.
Erramos, quando não somos amado.
E mesmo assim, insistimos neste absurdo!!!.

Erramos, quando nos descuidamos.
Erramos, quando perdemos a Razão.
Erramos, quando agredimos o que feriu o nosso coração.
Erramos, quando nos importamos com o desprezo desse outrem.
Erramos, quando buscamos uma solução do porquê?;
Como se soubesse o que fizemos de errado, para recebermos tamanho: "DESPREZO".

Erramos, quando essa pessoa insisti em pisar,
E mesmo assim, não possuímos a força de fazer esta situação se parar.

Erramos, em não dizer: "Que verdadeiramente não precisamos dela!".

Acertamos, quando buscamos a Auto Estima!.
Acertamos, quando o nosso amor Próprio é MAIOR!.
Acertamos, quando damos um basta a tudo isto!.

Acertamos, quando verdadeiramente descobrimos;
Que o real valor é ter alguém, que verdadeiramente lhe ama.

Acertamos, quando somos felizes independente se existe alguém ou não!.

Pois para todo amor verdadeiro!, é o que se possa ser compartilhado!
De de igual e mesma intensidade e tamanho.
Que Haja assim, a reciprocidade!
Pois se ela não existir?
De nada valeu todo esse amor...

O que vale é a reciprocidade do poder amar...
E se assim acontecer?, que abra o seu coração...
Para finalmente, nos deixemos Apaixonar!.

Autor:Alexandre Nogueira
Data :30/11/2006

Foto de krodrigo

Pensamentos (03/05/98)

Via Embratel matei a saudade de sua voz.
Não sei ao certo se deveria estar sentindo o que sinto em relação a nós.
Sentimentos aprisionados em minha época de infância teimam em querer um "seção nostalgia" com você.
Quando nos falamos, sinto o corpo tremer, a voz embargar e as mãos suarem.
Será isso sinal de paixão?
Ou serão resquícios de uma carência mal resolvida?
Como diferenciar sentimentos tão íntimos, tão dependentes quanto esses?
Não sei o que é, mas sei que é bom senti-lo.
Mas... como escrever sobre o que se sente?
Botar no papel sensações tão íntimas, tão pessoais.
Porém o pior é não saber se sinto isso tudo sozinho, se somente eu estou interessado em entender esses por quês.
Gostaria de saber se existe uma reciprocidade de sensações, de desejos.
Desejos... sonhos... vontades.
Como fazer para colocá-los para fora de meu peito, materializar esses sentimentos todos que estão trancados em minha alma, que povoam meus devaneios?
Será possível viver-se bem com todas essas vontades reprimidas?
Queria ter seus braços me aquecendo nessa noite fria.
Sua presença me protegendo dessas incertezas.
Seu corpo acendendo novamente a paixão, o desejo de meu ser.
Quisera ter, além das estrelas da noite e da lua que ilumina o céu, você por testemunha dessas mal traçadas linhas.
Mas, ao menos por enquanto, sua ausência se faz presente e me recolho em lembranças suas, lembranças nossas, simples fatos do passado que confortam meu coração pelo resto da noite.
Fica no entanto a esperança de um dia transformar esse simples texto em uma bela história, tendo você como personagem principal.
"I'll be there for you"

Foto de Juli Lima

Preencha-me...

Preencha-me...
Com a poesia
E toda sinergia
De seu olhar...

Preencha-me...
Com as redescobertas
Brejeiras, sapecas
De seu beijar...

Preencha-me...
Com as travessuras
Tão sem censuras
De seu abraçar...

Preencha-me...
Com as carícias
Inundadas de malícias
De seu arrebatar...

Preencha-me...
Com o alucinado
Um tanto dissimulado
De seu explorar...

Preencha-me...
Com freqüência
Da pulsante essência
De seu desejar...

Preencha-me...
Com a reciprocidade
Da intersubjetividade
De seu amar...

Foto de Rolizey

Sentimentos

Queria beijar teu sorriso e abraçar teu olhar, em derradeira visão de esperança, trago preso na lembrança teus olhares furtivos, que na tentativa de fugir dos meus olhares te fizeram se entregar, e confiante, me entregastes o baú da tua felicidade, e a insatisfação e o vazio interior que residiam em minha honra, foram banidos para longe, onde vivem! Nao sei, nem quero saber! Só sei que amar é sentir com a alma as mais pequeninas sensações que pode um ser amado e que ama sentir, e na sintonia em que vivemos tudo é muito claro, tudo é muito certo, nada é errado! Como poderia um sentimento dotado de perfeição ser inceto, não! A certeza trago de teus olhos, de tudo que nos eleva ao mais alto escalão de harmonia e reciprocidade, que seria eu sem ti? Voltaria a ser a própria insignificância que em sua pequenez nunca fora avistada por olhos que enxergam, Está chegando o momento de sua vida habitar a minha, e um entorpecimento cobre-me o hálito de calor, inevitavelmente amo-te com a loucura de um louco e vivo da dor que sinto com a ausência que vive hoje em mim por sua falta, e a atitude segura de meu coração em esperar-te, causa-me grande comoção deixando-me segura diante da decisão difícil que está prestes a ser tomada, então, deparo-me feliz diante das poblemáticas existentes e não resolvidas, que amasiadas ao meu viver tentam sucumbir-me sem objetivo real,
atentamente absorvo-te o semblante tranquilo que eleva-me ao auge do sentimento que guardo de ti; O amor! Ah o amor! Sentimento que quando autêntico nos fortalece e nos guia nos caminhas dos nossos dias mais felizes, e eternizo-te na memória da alma gêmea para nunca mais perder-me de ti, e agradecida a vida pela afetividade legitima e nítida que recebo de tua essência, regozijo numa festividade íntima que entorpece-me o ânimo causando-me grande furor ao intelecto que há muito havia adormecido; E através dos sonhos navego procurando respostas de quanto te vale meu amor, por certo saberia que te vale muito; Amo-te no meu maior estado de sensibilidade, emoção e suavidade, e a ilusão que sobrevive na mais profunda ilusão dos meus sentimentos transforma-se em realidade; Ah! Soberano amado que embala os meus sonhos em teu ser numa alegria de suave carinho que de alegre contagia de leveza os meus gestos e afagos, que me purificam a alma e dão conforto e segurança aos donínios das soluções insólitas dos meus dias, trazes o arrimo que me enxuga as lágrimas e transforma minhas dores em alívios, na passagem desta minha vida saberia eu viver sem ti sonho meu? Sabes bem a resposta! E deslizando meu olhar sobre ti, insaciavelmente absorvo-te, impregnando de altivez minha alma com teu aroma e teu sabor, a verdade concreta dos meus sentimentos não se exprimem nas palavras que são singelas para descrever a essência de tua vida no meu existir, e ao te criar e recriar em minha memória, sorrio feliz e completa; A originalidade e volúpia dos teus feitos comovem-me e elevam-me ao auge de toda felicidade, primorosamente contruistes dentro de mim um amparo fraternal que é desde sempre a sua morada.

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