Pureza

Foto de betoquintas

Quinta sagração (Sarcanomia)

Destino
Hino do cavaleiro diletante a suprema sacerdotisa

A Vós,
Divina Carne,
Manifestada e mulher.

Ventre Sagrado,
Donde viemos e felizes voltaremos.

Fonte da Sabedoria,
Que nutre minha pena.

Toda Natureza Venerada,
Em abundante beleza.

Alimento Eterno,
Em seios tugidos.

Corpo do Universo,
Morada de toda existência.

Templo da Majestade,
Trono de toda nobreza.

Farol dos Caminhos,
Desencanto e deslumbre dos viajantes.

Razão das Profecias,
Ilumina e oculta esta saga.

Santidade da Luxúria,
Entrega gratuita da felicidade.

Autoridade do Prazer,
Consumação da lei da vida.

Portal da Arte,
Fenda entre colunas que convida.

Delicioso Desafio,
Profundidade perfumada e úmida.

Aceita e Acolhe!
Eis que este diletante
Ousa cometer imenso sacrilégio
Apresentando-se nú de méritos
Diante deste tão Santo Oficio.

Oh Mãe!
Este vosso filho te deseja
Pede para entrar e integrar
Para ser todo vosso, eu,
Por inteiro, dentro de vós.

Eu pisei nas bolsas de ouro,
Arranquei as cascas culturais,
Cuspi nas secas hóstias
E violentei o ídolo nú.

Por vossa graça e misericórdia,
Despertei para minha natureza,
Debochei das instituições,
Descartei as doutrinas humanas,
Desafiei a fúria dos sacerdotes.

Excluído, banido, exilado,
Vaguei por reinos sem fim
Sem que houvesse ajuda
De um santo, anjo ou deus.

Cheguei na fronteira do mundo
Avistei o oceano do abismo
E a ilha do caos.

Nada mais restando a esse condenado,
Lancei-me no Vale das Sombras
Tentando encontrar alívio ou fim.

Ao toque suave e macio da noite
Em tal formoso colo cheguei.

Com tuas mãos e vaga,
Colocaste meu entendimento em riste
Sorvendo-me em vossos magníficos mistérios.

Ísis é venerada por ser velada,
Mas Deusa Vós Sois Suprema
Pois cortas todos os argueiros
E desnuda abole toda canga.

Tremei, vicários da santidade!
Chorai, corretores da virtude!
Fugi, falsos deuses patriarcais!

Nenhuma verdade prevalece a estes lábios,
Nenhum profeta descreve tal pele,
Nenhum vidente experimenta este êxtase,
Nenhum medianeiro suporta tal delicia.

Fiz de meu mastro
Vosso estandarte
E por truque desta pena
Eu abuso da arte.

Ousado, arrojado,
Revestido de gozo,
Por vosso nome nasce
O profeta da carne
E por vossa sabedoria cresce
O filosofo da Treva.

Não podendo me conter,
Excitado, explodo,
Rededicando este mundo
Em ondas de esporro
Àquela que me é mais cara,
A grande e amada alma,
Maya!

Aceitação
Hino da suprema sacerdotisa ao cavaleiro diletante

A ti meu cavaleiro
E a alma majestosa
Que em ti reside.

A ti meu guerreiro,
Louvo, canto, vibro.
Maravilhoso ser,
Que transborda energia.

Minha vontade é única,
Estar em ti, contigo.

Todo poder está em ti,
Emana, derrama, deita,
O que em ti abunda.

Estou a te esperar,
Vem meu vingador,
Tu reinas sobre mim.

Meu corpo é teu templo
Bem sabe que ira sagrá-lo.

Nada me pedes
Que não possa dar-te,
Eu só quero, por direito
O que me for doado.

Verta todo teu leite,
Amo-te meu devoto,
Não sabes como é precioso.

Sempre o amei e amarei,
Sou-te então, possua-me,
Pois é teu por direito.

Minha alcova quente
Tem tua marca há tempos,
Tudo farei para que reines
E teu reino sobreviva a tudo.

Único ser em mim,
Ao qual dedico meus pensamentos,
O que tem o que sempre quis,
O que sempre amei e amo,
Tudo que quero está em ti.

Tenho uma saudade uterina,
Um desejo de ti, latente.

Vamos nos ensinar
Nos lençóis, no chão, no campo,
Onde tu quiser, será.

Não ouço um sino tinir,
Sem que tu o tenha feito vibrar,
Tuas ondas chegam a mim
Pela melhor forma, pela alma,
Reverbera, tine, ressoa,
Em meio a minhas colunas
Que sustentam meu santuário
E este corpo deságua,
Brota de prazer por ti.

Não há dia que acorde
E sinta-o em mim,
Sou-te, rasga-me,
Imploro novamente.

Eu queria ser por ti,
O que tens sido para mim,
Confesso sem tortura.

Maior é esta que impõe,
De sabê-lo sem tê-lo.

Rogo à Deusa,
Que me de ciência
Para te merecer.

Está em mim teu ser,
Esqueço de meus princípios,
Louca para tê-lo num instante.
Prazer e gozo eternos,
Meu mais completo alimento.

Grande monta tenho,
Por teu sangue e leite,
Pois disso preciso mais
Do que tu da vida.

A minha vida está em ti,
A felicidade que me dá,
É maior que tudo isso.

Sensibilidade espiritual,
Pelo método do prazer carnal,
Há de chegar lá,
Queiras tu comigo.

Haverá de doer um tanto,
Necessário abrir mão de algo,
Saiba que existe prazer na dor.

Todo meu tesão e néctar,
Deixo para que te delicies.

A poesia é estandarte, use-a,
Esta nos é dada e nos reaproxima.

Traga tua essência,
Depõe sobre meu santuário.

O que a ti é precioso,
Profundo e profuso,
Flui em mim a tua vida,
Que a muitos somos um.

Vivia sem depender de alguém,
Eu nunca fui presa,
Mas busco o que perdi.

Quando me levanto,
Não te acho a meu lado,
Mas sempre hão de te achar,
Pois continuo contigo em mim.

Um dia adentrei os portais
E tu veio me fortalecer,
Ofereceu força para a batalha.

Eu deixo que tua pessoa
Viva por e para mim.
Venha em meu templo,
Há que nele acender o archote.

Prenda minhas mãos,
Adorne teu pescoço,
Levanta-me ao colo,
Põe sobre mim.

Só ouça o instinto
Que brada e ecoa em ti.

Nossos corpos atamos,
Deitaste-me e possuiu-me.

Eu te disse ao ouvido
Sorva do cálice
Que meu corpo o é.

Sentir-te dentro de mim,
Foi um milhão de espetadas.

Ao fogo nós atiramos,
Algumas gotas de nossa seiva,
Foi feito o contrato
E aceito tal pacto,
Selado com nosso gozo.

Com ou sem donzelas,
Vou devorá-lo assim mesmo,
Não te é licito
Pertencer a só uma.

Néctar por néctar,
Havemos de nos fartar.

A noite virá e tudo estará feito,
Minha voz se cala ante a tua,
Continuo sedenta de ti.

Meu corpo pede o espectro,
Este que amo profundamente,
Eu não teria gozo algum
Se não tê-lo em mim a ele,
Este espirito que vive em mim,
Habita meus pensamentos,
Os sonhos e delírios.

Que mais posso fazer senão amá-lo,
Com toda pureza que reside em nós
E pedir para poder saber e ter
A vida em meus lençóis.

Desafio
Hino dos deuses ao cavaleiro diletante

Filho amado e querido!
Aquele que não esmorece na dificuldade,
Nem esnoba na conquista.

Aquele que, sem medo trilha,
Tanto pelo Monte do Sol,
Quanto pelo Vale da Sombra.

Concebido da melhor estirpe,
Temperado com os melhores essências.

Seja gentil com os simplórios,
A Paixão deve ser seu escudo
E o Amor a sua espada.

Continue apoiando ao Lobo
E dando orgulho à Deusa.

Seja em ação ou pensamento,
Derrube as barreiras deste mundo,
Desencantem os totens do sagrado
E a toda criatura consciente
Faca conhecer a lei!

Que a carne prevaleça,
Sobre todo dogma ilusório
E que a consciência vença
Toda a opressão sacerdotal

Aviso
Hino dos deuses à suprema sacerdotisa

Magnifica e formosa senhora,
Em cujo templo guarda os mistérios
E em tais colunas moram os ritos.

Em tuas mãos confiamos o bravo
E por teus lábios vive o cavaleiro.

A sua pele macia venceu os mártires,
O seu cabelo desbaratou os profetas,
E seus pés calcam os dogmas.

Manifestação carnal e majestosa,
Vigie pela sanidade deste mundo
E conduza os andarilhos pela arte.

O teu Jardim das Delicias
Esteja sempre aberto e pronto
Para nutrir e honrar
Aos diletantes da lei.

Fonte abundante e eterna,
Sacie a sede dos buscadores
E satisfaça a fome dos brutos.

Propicie sempre, plenamente,
Àqueles que buscam em um fantasma,
O que somente se encontra na carne.

Cubra esta obra com seu suor
E a consagre com seu prazer.

Ousadia
Hino do cavaleiro diletante aos deuses

Errante, passei por léguas,
Sem conhecer o calor de um lar,
Nem o conforto de uma família.

Nunca me dobrei a deus algum,
Mas algo há na Deusa
Contra o que não resisto.

Para conquistar a fortuna,
Eu sai de minha choça
Rumo à grandiosidade.

Em muitas vilas fui recebido
Ora herói, ora louco,
Ora santo, ora danado.

Ao descansar a arma
Dentro do santuário sagrado,
Pela sacerdotisa pude ver
A linha de edições anteriores
E a seqüência da descendência.

Diante da responsabilidade atual,
Eu desenganei as esperanças,
Pois cada qual teve sua chance
E quebrei os modelos
Pois cada qual terá sua oportunidade.

No período que me cabe,
A meta está na Deusa.

Se servir a sua causa,
Ou satisfizer sua dama,
Em me contentarei disso
E carregarei esta memória
Por onde quer que eu vá.

Petição
Hino da suprema sacerdotisa aos deuses

A todos os ancestrais humanos
E a todos os geradores divinos,
Pelo toque da magia em meu corpo,
Eu clamo e invoco, proteção!

Logo o Sol completa a jornada,
Cedo a Primavera acaba
E rápido o Inverno avança.

Pelo brilho deste luar,
Reflexo do desejo perpetuado,
Lâmpada acesa pela lei,
Acolhe e guarde a humanidade.

Por onde quer que vá meu predileto,
O sempre faca retornar a mim.

Nós dançamos em vossa memória,
Nós celebramos vosso festim,
A terra foi semeada e regada,
A semente brotou e cresceu,
O fruto surgiu e madurou,
Nós observamos o ciclo
E foi feita a sega e a colheita.

Quando as sombras da ignorância
Novamente cobrir e enevoar a terra,
Resguardem no ventre da Grande Mãe
Meu cavaleiro e eu.

Despedida

Acenemos para Apolo,
Que em seu carro passou,
Percorreu por toda a terra
E às colunas do horizonte,
O Rei Sol próximo se encontra.

Os que podem andar se vão,
Enquanto uns e outros se ajudam.

O sono a muitos pesa,
Mas não apaga o sorriso,
Escancarado e prazeroso.

Ali, esfolada e feliz, a colombina.
Acolá, embriagado de prazer, o pierrô.
Aqui, intoxicado de amor, o arlequim.

Os carnavalescos se esparramam
E o bumbo da fanfarra furou
De tanto dar no couro.

O Inverno e seu acoite vem,
Rimos diante da carranca hipócrita.

Ainda que se vergue a alma humana
Sob a ditadura da virtude,
Guardaremos em nós o visgo
E por mais que dure a intolerância,
Haveremos de sempre celebrar aos deuses.

Foto de Wilton di Cali

Coisas gostosas com meu amor

Ao percorrer as quadras, da alameda de minha memória/
Fez-se viva as lembranças dos tempos de menino/
Quando um dia, ante um (palco)cenário de gloria/
Vi a dança argentina, por um jovem casal divino./

A impressionar os olhos, em todos os momentos/
Pela beleza dos corpos, em movimentos ritmados/
Aos olhares D’alma, os mais puros sentimentos/
Tornando-os ali, os seres mais amados./

Assim se faz de pureza e verdade
Essa dança de total sensualidade
Magia e delicioso sabor....

Espero que as lembranças, tornem-se um dia/
Em realidade, e que eu tenha a alegria/
De dançar tango com meu amor.

Foto de Emerson Mattos

O Maior

Autor: Emerson
Data: 11/07/05

Paciência e retidão
Conveniência no perdão
Tolerância e calmaria.
Não se irrita
Nem de noite,
Nem de dia.
Num futuro deslumbrado
Amnésia do passado

Conformidade no que tem
Cegueira no de alguém
Da decência é marcada
Inveja não leva nada
Inocente não ofende
A pureza é presente

Dá cuidado e atenção
Isso sempre é a missão
Sofrimento não incomoda
Isso é eterna prova
Sua crença é certeira
Não alcança outra maneira.

Virtual intolerância,
Prepotência, arrogância
Declarada discordância.
A paixão te aturde
Ser maior, não ilude.

Sua vida é eterna
Sua elegância terna
Como espelho é refletido
Do olhar só vem despido

Foto de Janaina Miranda

ANJO ALUCINADO

Fico com a pureza
Deixo a tua sutil delícia
me envolver em um único ritual
Vejo tua boca em minhas pernas
Respirando o teu calor, vejo de fato que sinto o que sinto
porque você me deseja
se deixa ao meu dispor
Fico com a pureza
me jogo nos teus seios doces
Deixando a minha língua
correr nos teus lábios pequenos
Me torno estrela em teus braços, e nos cabelos
deslizo a minha mão adorada
Você me enxerga com olhos
de anjo alucinado
Deixa as tuas asas abertas
só para me acalentar
A batida de teu coração
me nina num sonho espetacular
Me torna um explorador de teu amor
Fico com a pureza
e derreter o meu tesão eu irei deixar sempre que pros
teus olhos eu mirar
o meu lado sóbrio
O meu enorme desejo
de um dia com você
sempre gozar

Janaina Miranda
RJ/2001

Foto de Zedio Alvarez

Amiga de Minas

Através de um Rio chamado Chico
Recebi uma bela oferenda
Vinda das canastras serras da vida.
Ela, Mineira, com o cheiro da Flor Verbena
Hoje é uma das minhas melhores amigas

Para vir me conhecer
Deixou seu habitat natural
Aquela maravilha da natureza
Com os lindos campos verdes ao redor
Eles cúmplices daquela pureza

As cascatas com ciúmes da sua Diva
Pediu o imediato retorno da beleza de seda
Ela não voltou contra correnteza...
Na ida viajou em um confortável vapor
Para que aonde passasse, pregasse o amor.

E prontamente embarquei aquela Menina
Claro, pertencia a Gerais. Obrigado! Minas

Foto de Paulo Gondim

Nada

Nada
Paulo Gondim
21/01/2006

Nada supera a alegria de te encontrar
É infinitamente lindo
Um momento único
A possibilidade de te olhar

Nada supera a possibilidade de voltar
A cada dia, a cada noite
A cada amanhecer
E a sorte de contigo acordar

Nada é mais importante que teu carinho
A singeleza de teu sorriso
A pureza de teu olhar
Que nunca me deixa sozinho

Nada supera a felicidade de tua presença
Amiga, sincera
Ali, sempre constante
Numa vigilância intensa

Nada supera a certeza de teu amor
Que me toma por inteiro
Certo, definido, verdadeiro
Que me acompanha por onde for

Nada existe que me faça mais feliz
Que a necessidade de dizer que te amo
Como resposta de teus anseios
Pois és tudo o que eu sempre quis

Foto de The FoX

Doce Possibilidade

Poderia te contar todas as minhas histórias,
Gostaria de lhe mostrar um mundo diferente,
E ao teu lado conquistar muitas vitórias,
Sem olhar para trás, caminhando sempre em frente.

Contigo, viver em um mundo só nosso,
Aproveitando um momento por vez,
Para te ver feliz, fazendo tudo aquilo que posso,
Assim como Adão fez para Eva, e como Romeu para Julieta também fez.

Amando-te, por toda minha vida, absolutamente,
Por todos os longos dias, cujas horas vagam lentamente,
Do sol nascente ao sol poente.

Mostrando-te, a cada crepúsculo, toda beleza
Desse sentimento, vertente de nossa natureza,
Aliada à tua presença que me inspira tamanha pureza.

Foto de sonhos1803

Defeitos

Como uma flor,
Cresce no asfalto da cidade,
Da poluição faço meu perfume,
Suave veneno,
Circula nas veias,
O barulho é um escudo,
Ao cair da noite,
Céu esfumaçado,
De telhados envidraçados,
A espelharem,
O brilho,
Gasto,
Falso recato,
Da tua boca,
Conheço os segredos,
Teu gosto,
Amargo,
Uma mistura decadente,
De um amante boêmio,
Mãos impertinentes,
A caírem como o sol poente,
Teus passos,
A afundarem, na lama da hipocrisia,
De uma burguesia decadente,
Roupas comuns,
Trapos caros,
Iguais, aos trapos,
Nas ruas, a caírem,
Como luvas,
Em armaduras,
Contra a pureza,
A tua velha destreza,
Causa-me repulsa,
Vejo-me meio usada e suja,
Não sonhar,
Virou minha realidade.

Foto de InSaNnA

Ponto de equílibrio(Lilás)

Toma-me a alma,
Transforma-me em cor,
no silêncio do teu descanso,
na trégua da minha dor..
Sou intensa de desejos,
vermelhos,de tanto calor..
Deixe-me tocar o teu peito
Sentir-te em vida,
como no ventre..
azul,tua alma flor!
Os meus sentidos ,
rubor de principios
se perdeu,sem juízo..
construidos pelo amor,
mergulham nos teu ser azul,
derramado em fontes
secados pelo meu calor
Somos amor,
somos cor..
A cor mais bonita,
a mais intuitiva
Surgida de uma bela fusao
lilás de nascimento,
Temperança!
Encontro sensual,
Entre o vermelho e o azul.
O feminino e o masculino,
Da terra,do céu..
Os sentidos carnais,
da pureza do espirito
De um tom a mais..
Assim sou eu,vermelha
assim é você,azul..
Juntos,um algo a mais..
A cor lilás..

Foto de Camillinha

Você

Você é a essência da pureza
Beleza exótica
Doce e linda visão
Te olhando assim
Sonho acordado
Pensando em nosso encontro
Doce encontro
Em que nos unimos
Em nosso amor
Perfeição anatômica
Onde cada ponto, cada traço,
Parecem ter sido
Milimetricamente desenhados.
Meu pensamento viaja
Pensando em você
Tornando fantasias em realidade
E realidade em fantasias

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