Próprio

Foto de ek

o palhaço que serei

acho que já cansei de ser o palhaço dos outros,
este palhaço alheio
esta na hora de começar a ser meu próprio palhaço
o palhaço do meu próprio circo,
pro meu prazer,
para a minha diversão
este personagem que visa o meu bem

chega de tentar te fazer feliz,
fazer todos felizes
arrancar sorrisos que não me fazem rir
cuidar de quem não cuida de mim

já cansei de ser teu protetor
ser teu pai, e teu irmão
já cansei de ser o amigo que te ajuda
que se esforça pra fazer por você
o que queria ser feito por mim

serei o palhaço de mim mesmo,
e das cabeçadas que der
a meu favor serão
e das vezes que eu falhar,
tudo bem
já que vocês só fez falhar por mim

tudo bem....
está tudo bem....
eu sei que tudo se encaminha....
no circo da minha vida

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Foto de Graciele Gessner

Acreditar no Tempo? (Graciele_Gessner)



... O tempo que vai deslizando pelas mãos e pelo espaço.




Tudo ao seu tempo, ao seu momento. Mas que tempo? Carregamos o tempo em se responsabilizar por nossas falhas, por nossas atitudes ou mesmo por falta de iniciativa e de coragem. O tempo leva a nossa história não vivida. O tempo leva o nosso imaginário. Damos ao tempo o papel principal, a culpa de algo que não deu certo.

Refletindo com os meus pensamentos, chego a pensar que o tempo pode sim, ajudar em momentos de indecisão, no entanto, não podemos deixar sobre o tempo a ação de intervir em nosso próprio destino.

O tempo está aí, correndo a nosso favor, só estará contra quando quisermos andar pelo caminho errado. Entendo que temos o nosso tempo, todavia, nem sempre podemos ficar parados esperando que o tempo tome alguma alternativa em nossas vidas. A vida pede atitudes, pede ações muitas vezes imediatas.

Eu acredito que tudo gira em torna das minhas próprias opções, que o tempo nada mais é do que um alerta de que algo está para acontecer, ou mero aviso intuitivo.



07.03.2010

Escrito por Graciele Gessner.



*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Felipe-Mazza

Saudade é uma palavra pequena

Difícil é tentar esquecer uma pessoa, é uma tarefa árdua, complicada, quase impossível.

Eu às vezes me pego pensando o “porque” dessas coisas acontecem, pensando se eu estraguei tudo, se não era pra ser, pensando nas coisas que aconteceram durante, depois, e principalmente nas coisas que não iram acontecer.

São essas que me deixam mais triste com tudo, saber que elas não vão acontecer, saber que nunca mais ocorreram brigas, nem reconciliações, que não terão mais encontros, nem despedidas, que um futuro a que eu sonhei tanto que acontecesse não existira, que a vida que sonhei com ela também, que aniversários, natais e dias dos namorados e o próprio dia-dia com ela deixaram de existir, que filhos e netos e envelhecermos juntos já não acontecerá.

É ai que surgi à saudade, mais que saudade é essa de uma coisa que nunca ira existir. Sempre ai que me pego com lagrimas nos olhos, a saudade bate e nunca vai embora.

Saudade é uma palavra pequena para descrever o que eu sinto, sinto falta de tudo nela, de como falava, de como brincávamos, de como agia comigo, sinto falta de simplesmente saber que ela já esteve lá, e agora sei que não está mais. E pensar que estraguei tudo simplesmente me arrasa.

Queria ter sido uma pessoa melhor para ela, ter mostrado tudo de mim, toda a minha capacidade, mais não consegui e acabei pagando o preço, e a perdi totalmente, isso que realmente machuca por dentro é o que faz meu coração sangrar ainda mais, saber que ainda a amo e ter a certeza que ninguém jamais chegara perto desse sentimento que eu tive por ela, só quero que onde quer que ela esteja nesse momento e com quem ela esteja, que esteja feliz.

Às vezes ainda me pego lendo coisas antigas, vendo suas fotos, e lembrando de como era, de como eu me sentia bem com ela, de como eu amei, de como quis que desse certo e não deram. Sinto falta dela todos os dias, não só pelo amor que sinto por ela, mas pela amizade que tínhamos criado.

O destino une e separa pessoas, mas mesmo ele sendo tão forte, é incapaz de fazer com que esqueçamos pessoas que por algum momento nos fizeram felizes.

“Eu prefiro ter a beijado uma vez, ter a abraçado uma vez, ter a tocado uma vez do que passar a eternidade sem isso”

Foto de Anjo Violinista

Reflexão

A infância trás lembranças de um tempo sem mudanças, de um mundo dos sonhos, de obrigações sem conseqüências, das atitudes com pequenas dores e de um perdão intenso.

O tempo se passa e vem outras manhãs e milhares de outras, o inverno chega e a ausência de calor faz a maturidade querer a infância.

Mas o tempo não volta atrás e o que é já foi; e o que há de ser, também já foi...

Podemos aceitar os desvios acentuados quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da vida as feridas que eles vão causar não serão mais possíveis de serem cicatrizadas.

Das dificuldades que tive que carregar durante minha existência, não culpei ninguém por isso, afinal muitas vezes somos responsáveis por colocar nosso próprio dorso, ou permitir que fosse colocado.

Aceitei as coisas como elas são sem pensar que tudo se conspira contra mim. Porque parte de nós é faculdade de conceber e entender as coisas, a outra parte de nós é prática inicial de ofício aprendido.

Pois a escola da vida é longa e a prova que nos aplica faz aprendiz das próximas que virão após delas, pois parte de nós é o que vivemos e outra parte é o que esperamos.

Que durante a vida possamos construir sentimentos verdadeiros, que aceitemos daqueles que passaram sobre a sombra e um dia esperamos encontrar a luz e usufruirmos dela.

Na qual estamos aqui de passagem e nada trouxemos e nada levaremos, deixaremos sim para os que ficarem a lembrança plena de uma história terrena...

Foto de Graciele Gessner

Um Presente de Aniversário! (Graciele_Gessner)



Categoria: conto



O dia tão esperado chegou - o aniversário dele. Aquele capaz de provocar gostosas sensações só num gesto de carinho. Por fim, ela programou tudo para passar aquele dia com ele, porque ele pediu por “ela” numa noite. Porém, ele não sabia que seria em seu próprio aniversário.

Para completar a surpresa, o dia do aniversário caiu justamente num sábado, à noite saíram sem destino. O intuito dele era estar com ela, não importasse como, mas estaria. De início procuraram um lugar que pudessem estar a sós, num lugar privado, que estivesse só ele e ela e mais ninguém para interferir.

Chegando ao local escolhido, lá tudo poderia ser feito e dito, e principalmente desfrutar o presente – ela! Além da atração que ambos sentiam, existe cumplicidade em seus olhares, existe confiança entre eles. Muitas qualidades na cama, muitos segredos fora dela.

... Ele jamais teria imaginado que em seu aniversário seria surpreendido. Tantas vezes desejou dormir com ela, passar uma noite inteira com ela, que agora, estava prestes em acreditar que sonhos podem virar realidade.

Assim aconteceu, passaram as melhores horas que duas pessoas num ato de amor poderiam ter passado. Aquela noite, aquele aniversário, o presente que jamais esqueceria.

O mais importante: valeu a pena esperar por ela. Ele recordou como foi difícil de conquistá-la. Como ela relutou com a aproximação dele. Por fim, ela caiu em seus braços, entregou-se numa noite especial.



06.03.2010

Escrito por Graciele Gessner.



*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Rosinéri

SER SÓ

Se estas só não fiques triste,
Da ouvidos à solidão e fala com o outro lado de ti,
Ficarás assim em presença do teu maior amigo.
Aquele ser invisível a quem pedes conselhos,
Com quem dialogas em pensamento,
A quem pedes compreensão para contigo.
Vais descobrir coisas lindas todos os dias,
Vais com ele até à tua infância,
Com ele, vais em busca do futuro,
Com ele dividirás tristezas e alegrias,
Com ele descobrirás a tolerância,
Com ele navegas pelo seguro.
Estavas só e triste,
Mas um novo aliado já descobriste.
Sê forte e continua as tuas descobertas,
Agora na outra face do teu ser,
Aqui há também um inimigo,
O que te tira o sono,
O que te tira o prazer.
Mas ouve-o, escuta-o com atenção,
Ele tem coisas para te dizer.
Coisas más, por certo,
Coisas terríveis, às vezes,
Mas não fiques triste,
Mantém o teu espírito aberto.
Este inimigo vai-te tentando,
Vai-te obrigando a fazer o que tu não queres,
Vai estar contra o teu amigo também,
Mas... Luta, luta porque vale a pena.
São duas forças contra uma,
A tua e a do teu amigo,
São dois contra o exterminador.
Mas uma batalha perdida
Não significa perder a guerra,
Se tudo for feito com amor.
Como vês, não estas só!
Se não esta só, não pode estar triste.
Então abre o teu espírito à convivência,
Continua a dialogar contigo próprio,
Um dia sorrirás de alegria,
Quando olhares à volta do teu "EU"
E vires uma imensa multidão
Que te dá vivas e te adora.
Se estás só, não fiques triste,
Porque afinal a maior tristeza
É a de pensar que estás só.
Não tens razão para estar triste,
Porque afinal a palavra SÓ não existe

Foto de Lou Poulit

UM INCENTIVO À REFLEXÃO DE TODOS OS PROSADORES TÍMIDOS

Continuando uma conversa, esquecida noutro lugar...

Dei-me conta de um outro conceito integrante do curso, que também tem tudo a ver com essa reflexão sobre os nossos personagens na vida. E avança sobre fazer arte, sobre percorrer um trajeto evolutivo, lucidamente. O que inclui escrever prosa (a arte da palavra fluída) de modo mais artisticamente pretensioso, e não exatamente presunçoso...

Depois de entrar no ateliê, com a coragem e a desenvoltura de quem entrasse no castelo de Drácula, e tentar compreender alguma coisa da parafernália que havia ali, que equivalia a uma avalanche de informações visuais e olfativas nem sempre esperada, pinturas e esculturas por toda a parte, rascunhos espalhados como que por alguma ventania, uma infinidade de miudezas, coisas difíceis de imaginar e fáceis de fazer perguntar "pra que serve isso?"... O aluno iniciante dizia, como se ainda procurasse reencaixar a própria língua: eu não sei desenhar nada, sou uma negação, um zero à esquerda, nem sei direito o que estou fazendo aqui...

Eu tentava ser simpático, e sorria sem caninos, para provar que não era o Drácula. Depois pedia ao rapaz espinhento (convenhamos que o fosse neste momento) que desenhasse aquilo que melhor soubesse desenhar, entregando-lhe uma prancha em formato A2 e um lápis. A velha senhora (agora convenhamos assim) procurava uma mesa como se houvesse esquecido a sua bússula, e a muito custo conseguia fazer a maior flor que já fizera, de uns 15 cm numa prancha daquele tamanhão, e muito distante do centro da prancha. Claro, eu não conseguia evitar de interromper, se deixasse ela passaria a tarde toda ali improdutivamente. Aquele desenho já era o bastante para que eu pudesse explicar o que pretendia.

O executivo que arrancara o paletó e a gravata para a primeira aula, depois do expediente, com a gana de quem subiria num ringue para enfrentar um Mike Tison no maior barato e cheio de sangue no álcool, olhava pra mim, a interrompê-lo, como quem implorasse deixá-lo continuar! Queria mostrar talvez que eu deveria investir nele, que estava disposto a tudo, e que ele estava ali para que eu fizesse com ele o que bem quisesse. E eu finalmente explicava: não é necessário, já vi que você pode fazer. Me diga, quantas vezes você estima que já tenha desenhado esse mesmo Homem-Aranha que acabou de rascunhar?... Ah, não contei, mestre... Claro que não, mas talvez possa fazer uma estimativa, em ordem de grandeza. Uma vez? Uma dezena? Uma centena? Mil vezes?...

O velhote, com jeitão de militar reformado, pôs a mão no queixo. Mas em vez de estar fazendo alguma conta para responder, na verdade tentava avaliar (com a astúcia que custa tantos cabelos brancos) que imagem a sua resposta produziria, na cabeça do jovem mestre. Afastou as pernas uma da outra e naquele momento eu pensei que ele pretendia bater continência para mim, mas não, aquilo era um código comportamental. Sempre fui antimilitarista, mas procurei entender o seu personagem íntimo. Afinal, ele resolveu arriscar: Mais para mil vezes... Alguém poderia acreditar nisso – perguntei a mim mesmo? Se o velhote houvesse desenhado Marilyn Monroe, vá lá que fosse. Ou a bandeira do Brasil, um obuz, uma bomba atômica, ao menos um pequeno porém honroso canivete suíço!... Mas não. Um militar que estimava ter desenhado quase mil vezes o Papa-Léguas – antigo personagem de quadrinhos e desenhos de televisão – ou tinha algum grave desvio (talvez culpa do canivete) ou estava construindo naquele momento um personagem específico para a sua insegurança, o que mais convinha deduzir. Antes que ele dissesse “Bip-bip” e tentasse correr pelo ateliê, eu tratei de prosseguir com a minha aula.

Mas qualquer que fosse o aluno, eu pedia então que sentasse nas almofadas que ficavam pelos cantos do espaço, e em seguida me sentava no chão, sem almofada. E perguntava: você já ouviu falar no Maurício de Souza, o “pai” da Mônica?... Sim, das revistas... Isso mesmo. Sabe que ele é capaz de desenhar a Mônica (mas talvez não outro dos vários personagens que assina) de olhos vendados?... O aluno tentava refletir, mas eu não esperava pela resposta. Garanto a você que ele faz isso. Sabe por que?... Acho que não, assim de surpres... Por um motivo muito simples e óbvio: ele já fez tantos desenhos semelhantes, que não precisa mais se preocupar em construir nenhuma imagem do desenhista que ele é. Muito menos com o desenho que vai fazer.

Eu não estou pretendendo estabelecer nenhuma comparação com a sua pessoa, mas somente adiantando para você uma espécie de chave para quase todas as perguntas inerentes a aprendizados. Você pode achar até que é um zero à esquerda, quer diga isso ou não. Não é. Mas a sua memória técnica é. E essa seria a principal razão de você achar que não sabe desenhar, ou não ser capaz de ver-se como artista. Todo mundo nasce com alguma sensibilidade, percepção para o belo, capacidade de fazer associações psíquicas, afetivas, emocionais e tal. Isso tudo é inato, intrínseco à natureza humana. Contudo para transpor o que está dentro de você (imaterial) para fora, de modo que outros, além de você próprio, possam compreender através de alguma sensorialidade, é preciso usar um meio físico, também chamado de veículo. Para fazer essa materialização você terá que lançar mão de uma técnica, e a técnica não é inata (salvo em raros casos).

Essa é razão mais elementar pela qual está me pagando. Mas eu não fabrico desenhistas. Apenas, com base na minha própria experiência e na minha memória técnica, vou traçar um atalho para você chegar ao que definiu como suas preferências, na nossa conversa inicial. Bastará que você faça apenas algumas coisas simples, mas que podem exigir alguma disciplina: que não faça os exercícios como faria um robô, que preste atenção com intuito de memorizar o que vou lhe dizer (como se fôsse um robô!) e que não jogue fora nem mesmo o pior dos seus resultados, pelo menos até que termine o curso. Os seus resultados de exercício, em ordem cronológica ou pelo menos lógica, por mais que pareça entulhar a sua vida, serão como os frames de um filme que só existe na sua memória, e que serve para estruturar a sua memória sensorial. Será a mais eficiente forma de avaliar o processo de aprendizado, e poderá estar sempre disponível para reavaliações.

Sua verdadeira obra, será construir um arcabouço de informações técnicas. Muito naturalmente e sem começar pelo fim ou pelo meio, você irá armazenando o conjunto da sua sensorialidade ao exercitar. Não irá memorizar tão somente o desenho em si, mas a interação entre os materiais, os sons, o cheiro, a impressão tátil de manusear e pressionar, enfim, tudo será memorizado, e a partir de certo ponto, além de saber, você estará compreendendo o que faz. Contudo, não tem que esperar o fim do curso para estabelecer uma relação mais madura consigo próprio, enquanto artista. Poderá começar a amadurecer (e reorientar) desde logo o seu foco preferencial, a sua linguagem e estilo próprios, seus conceitos e o seu próprio personagem de artista...

Isso mesmo, o artista, seja pintor, músico ou escritor, tem um personagem próprio. Para as pessoas que só podem conhecer a sua arte a partir do veículo e não a sua pessoa, será inevitável eleger atributos para agregar referencialmente ao seu nome, ou para humanizar o seu nome, e torná-lo mais compreensível. As pessoas “tocam” o produto artístico como se tocassem a pessoa do artista subconscientemente. Por isso, se você não quiser criar lucidamente o seu personagem e torná-lo compreensível para eles, os admiradores da sua arte o farão instintivamente e você só saberá depois, ou talvez passe pela vida sem saber como é visto, ou pior ainda, imaginando o que não corresponda nem de longe à realidade.

Não importa muito a linguagem artística que se escolhe. O processo evolutivo é muito semelhante. E todo aquele que reluta em mostrar seu trabalho e predispor-se a um julgamento que não se submete ao seu próprio, apenas retarda a sua própria evolução.

Foto de Lou Poulit

A JANELA

A janela é um arremedo, estreita demais para o universo que me assedia. As rendas da cortina balançam, como fossem marionetes da minha lascívia, refém de outro nível de consciência. Tenho medo... Morro de medo dessas intimidades com outros níveis de consciência. E como em qualquer mulher fêmea o medo excita, busco refrigério no corpo que ao meu lado afunda. O lençol desalinhado é de cor areia (e mais parece movediça), onde afundam de cansaço as marcas dos meus dentes, na carne cujos arrepios me cansaram, nos músculos que não me arrepiam agora mais que essa janela e a sua brisa. Os cheiros que eu buscava estão lá fora. O gosto que eu queria na garganta, os puxões nos meus cabelos, o rasgo comprido até a alma, o roçar dos pelos nas costas, os dedos cravados nos peitos... Ah!... Tudo está lá fora. E eu aqui, encolhida, refém de mim mesma.

Essa janela não merece viver... Antes fosse arrebatada de mim, molestada, possuída. Não por todas as estrelas mas sim por todos os escuros, não por gritos de piedade mas por todos os sussurros velhacos, que condenam o meu caminho enrugado, conduzida que fui, como novilha ao abatedouro do tempo. Onde todas as mulheres vêem a sua película de outra forma, e reviram gavetas e rasgam fotografias, como se o passado pudesse ser tocado como foram elas. Até que a sua ira se erguesse das areias, do fundo do poço. Até que fizesse tremerem o céu e a terra, e o seu corpo de fêmea, e as suas vísceras profanadas, empurradas aos trancos e safanões para a beira do penhasco. E só então, ao escorrer de uma gota de leite, e do gozo caudaloso que se precipita, se precipitasse no vazio do próprio espelho...

Há de abrir suas asas imensas ante o desconhecido. Há de sobrevoar todas as antigas estruturas, como em uma visão apocalíptica. E há de alinhar-se ao horizonte antes intangível, e de lá saltar para o sempre. Porque agora sabe que a mulher e o abismo são uma coisa só, e não tem ela porque temê-lo, nem ao seu predador. E que... Por que não comê-lo?! E que não precisa da ira para isso... Aliás, o medo e a ira são duas faces de uma mesma moeda. Chamam-na Juventude, ou Hebe, filha legítima de Zeus e Hera na mitologia grega. Com ela paga-se por toda a sabedoria acumulada no caminho da vida...

Uma mulher, uma legítima mulher de carne e espírito, não lamenta a perda da juventude. Mas não lamenta porque não a perdeu, em vez disso a transfigurou. E descerra em si própria a sua janela, e sem querer fugir para fora grita a todos os astros: Pois que venham! As minhas veias vos esperam...

Mas eles não virão facilmente. Talvez só depois que perderem o medo.

Foto de Graciele Gessner

Saindo de Casa. (Graciele_Gessner)







Sinceramente, nunca pensei na questão de sair de casa. Porém, nos últimos anos tenho pensado em ter o meu próprio espaço, sem interferências, sem controle das saídas e horário que volta. Nos meus avançados anos, não conheço bem o que seja a tal liberdade. Às vezes dá até medo de sair sozinha, por estar sempre adaptada nas mesmas companhias.

Sair de casa não é uma questão fácil, pois se perde a comodidade. O aconchego que existe na casa dos pais não terá onde for morar – ainda mais se for morar sozinho.

Outra questão a ser mencionada é quando saímos de casa quando casamos, até ali é uma questão natural da vida. Difícil é admitir o filho sair de casa para morar sozinho. Vejo tantos pais desesperados quando os filhos decidem ter a sua própria vida, que receio em fazer o mesmo. Estou neste patamar, quero ter o meu espaço, a minha vida.

A escolha de sair de casa é muitas vezes promovida com uma guerra emoção dos pais, mas os filhos têm o direito de conhecer o mundo - mesmo que os pais não aprovem.

É melhor sofrer logo no início, do que depois quando não tivermos para onde pedir socorro. Pois um dia, nossos pais não estarão mais ao nosso lado...

17.02.2010

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

Foto de Graciele Gessner

Roupas que Gostamos. (Graciele_Gessner)

As roupas de que gostamos muitas vezes não são a mesma preferência de outra pessoa. As roupas que vestimos revelam a nossa personalidade, revelam o que somos sem querermos.

Eu particularmente, gosto de uma blusa básica, uma calça jeans e um tênis confortável. Também aprecio um vestido leve e prático. Gosto de jardineira, mas nos últimos tempos não andei mais usando, quando usava parecia uma menina.

Às vezes chego a pensar que me daria muito bem se morasse num local de nudismo. Já pensou não precisar usar roupa alguma? No verão esta opção cairia muito bem!

Contudo, quando queremos arrasar nada como usar um salto alto para complementar o visual. Ou então, incrementar com algum acessório como pulseira, brinco... É importante mudar. É importante se arrumar.

Cada qual com o seu jeitinho, com o seu próprio estilo. Não é necessário seguir tendência, mas ter o bom-senso de quando for escolher algo para vestir. Detalhe: lembrando que a roupa nos revela.

16.02.2010

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor mencionar a devida autoria. Obrigada!

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