Progresso

Foto de Melquizedeque

Rio Madeira

No rio tem estórias... Lá tenho morada
Um folclore que encanta que dança e enfeitiça
Gente que sabe, conhece essas águas
Com olhos sofridos contemplam essa vida
Pés descalços que pisam no rio
Na beira há moradas, crianças se criam
Um universo distante bem perto de ti
Idosos falantes uns velhos tão sabidos
Que sabem de tudo, respostas eles têm
Se o pescado é bem farto, logo agradecem
Com mãos para o alto e preces nos lábios
Pra casa eles voltam no fim desse dia
Gratos estão, pois na mesa hoje há o pão
E é do rio que eles tiram o sustento da vida
Excluídos de todos na pacata morada
Assim vivem eles, sob tetos de palha
De madeira é o chão... Arte feita pelo pai
Artesão de nascença e que propaga sua crença
Na beira do rio constroem essa história
Com sorrisos e lágrimas, e suor na camisa
Enfrentam a selva e os perigos que vêem
Desse jeito simplório, sensato e gentil
Acordam bem cedo, com coragem e vigor
Com família formada e um sonho na mente
Que do rio venha o pão e na boca haja dentes
Desse jeito nos ensina em tão simples vivência
A cultura de um povo esquecido pelo progresso
E abandonada pela ciência.

(Melquizedeque de M. Alemão, 03 de janeiro de 2011)

Foto de Carlos Henrique Costa

Auto

És um pálido pungente de desgosto,
Solidão enruga a tua tez de tristeza,
Descomunal ruína arruína tua sutileza,
Cívica ordem e progresso, lhe tem posto!

Nas quatro cores de toda a natureza,
Uma palavra ao paladar dita ao rosto,
Não aos grilhões, aos cordéis do encosto,
O sumo da paz, audaz pela vã beleza.

Em meio a tantos outros, somente um!
Uma só inquietude com atitude varonil,
Ergue sua bandeira, ato heróico incomum,

Num mundo corroído a desilusão viril,
Mas um fato conhecido vivido e comum,
Ao sentimento nobre a um pobre vazio.

Foto de eduardohenriques

Ao meu PORTUGAL

Triste o destino de um País.
Que não tem filhos e perdeu os pais.
E que ao jugo de negros destinos.
Já não canta seus hinos.
Ao seguir os gritos de igualdade.
Que somente fecundaram deslealdade.
E um fosso abissal, entre a Nação e os políticos.
Que sem quaisquer preceitos éticos.
Criaram em Portugal abismal fosso de desigualdade.
Num viver sem política nacionalidade.
Maldito Politizar.
Sem a Nação ajuizar.
Nem o País respeitar.
Mundo controverso e politicamente manhoso.
Aberto ao inferno do tinhoso.
Num todo de maldade.
E política instabilidade.
Portugal! Caíste um danoso reviralho.
Numa revolução que não te dará agasalho.
Mas encher-te-á de fome e de desempregados.
Em triste mundo de retornados.
Peitos secos e esfomeados.
De tantos escamoteados.
Em traiçoeiro correr a político aproveitar.
Num inferno de governos sem nacional projecto.
Nem Pátrio afecto.
Portugal! Como te deixaste levar?
Por este gritante traiçoeiro enlevar.
Por esta gritante política maternidade.
A fecundar precariedade.
Malfadado político egoísmo.
A afundar Portugal em negro abismo.
Dias de morte em cantada falsa liberdade.
Politizados ao assassínio da Portugalidade..
Neste cruel cair na desonra e mentira.
É um ver quem mais do erário tira.
Num pandemónio de partidarismos.
Feitos de nulos patriotismos.
Que vão desonrando a Lusa bandeira.
E negando a Pátria fronteira.
Mas enriquecendo economicamente a política sociedade.
Que sem moralidade nem equidade.
Se auto financia nas leis que em seu favor vão instituindo.
E na forma como as populações vão espremendo e punindo.
De crise em crise, como se a culpa, fosse das populações.
E não das fraudulentas especulações.
Que as políticas vão autorizando
E até mesmo legalizando.
Na fornalha dos paraísos fiscais.
Criados ao proteccionismo da finança e seus chacais.
Portugal! Desonras o erigido.
Neste politizar fingido.
Matando assim duas vezes os heróis da Portuguesa Nação.
O Conquistador da fundação.
O verdadeiro Libertador.
O Real conquistador.
Que, com a sua espada e diplomacia inteligente.
Deu a Portugalidade à Lusa Gente.
Ao fazer de um condado, uma Nação independente.
Um País por todos reconhecido.
Que ao mundo, mostrou ser merecido.
Quando no saber do Infante o Navegador.
De Guimarães, dobrou o bojador.
E sempre com a Cruz de Cristo nas Alvas velas.
Seguiu mar fora em suas caravelas.
E não tarda! É o tenebroso vencido!
Entra Portugal no Indico! Até então desconhecido.
O cabo das tormentas foi dobrado!
Passa a ser o cabo da boa esperança.
Ao mundo Portuguesa herança!
Assim o mundo, dá novo brado!
Daí à Índia, é um pouco mais de vento.
E a continuidade do Luso alento.
Portugal! Quanta honraria.
Meu Deus! Virgem Maria.
Por todo o planeta a Pedra de Portugal ergue o seu Padrão.
Como Divino Clarão.
A anunciar à planetária comunhão e aproximação.
Na égide de uma nova planetária relação.
Portugal! Depois de tanto conseguido.
E por todo o planeta tanto valor erguido.
Como te deixaste cair nesta abrilada?
Nesta nefasta cilada.
Para passares de campeão.
A um miserável peão.
Ao jugo de uma Europa politicamente enfraquecida.
E sem projecto político que a dê enriquecida.
De uma Europa, a viver de postais ilustrados.
E dos ecos dos passados brados.
De uma Europa desmilitarizada.
E socialmente politicamente martirizada.
Devido a uma política socialmente desenraizada.
Das verdadeiras necessidades.
De quem vive as actuais instituídas dificuldades.
Mas em contra partida!
Porque as políticas lhes dão guarida.
Vêem-se os políticos com rápidas e milionárias reformas.
Instituídas e estabelecidas por políticas normas.
Meu Deus! Que vergonha! Nojento proteccionismo.
Desta política de infame sectarismo.
Que em político favoritismo.
Cria infernal desordem social e populacional descontentamento.
Entre as gentes, que descriminadas, vão gritando o seu lamento.
Europa! Teus castelos vão ruir.
Pois já não sabes construir.
Vives na grandeza.
E na extrema pobreza.
Numa Europa a duas velocidades.
Ao sabor das partidárias políticas veleidades.
Que cegas não vêem as Europeias realidades.
Em fim, numa Europa sem política nem justiça.
A instituir-se de forma bizarra e castiça.
Enquanto vai instituindo catastrófico.
E não menos maléfico.
Fosso social entre as populações.
E até mesmo entre as Nações.
Portugal! Toma mão no teu seguir.
Mas olha! Com esta gente, não vais conseguir.
Olha para o que tinhas! E vê o que tens!
E será? Que o pouco que te resta manténs?
Ou serás? Com mais impostos sacrificado?
E ao jugo desta ruinosa política crucificado.
Para que os políticos, sem qualquer valimento.
Mantenham o seu político sustento.
Enquanto tu, trabalhador! Vives sempre em social agravo.
A trabalhar que nem um escravo.
Miserável serventia.
Sem sopro de valentia.
Político mundo de falaciosos prometimentos.
Sem concretos valimentos.
A boiar num parlamento de ditos controversos.
Que pelas bancadas vão saltando dispersos.
Entre políticos que no parlamento, nunca deram uma palavra.
Que autentica-se a sua política lavra.
Mas neste mundo viciado.
Eles batem palmas e gritam apoiado.
Como obedientes neófitos ao partido filiados.
Mas em dois mandatos de aplausos políticos.
Porque para estes afilhados, os políticos não são semíticos.
Conseguem a reforma por inteiro.
Em autentico saque ao público mealheiro.
Abril aonde enterraste a liberdade?
Uma liberdade de direito sem marginalidade.
Aonde deixaste a igualdade?
De social dignidade.
Diz-me? Aonde ficou a solidariedade?
O respeito por quem trabalha.
E infelizmente, nesta nova política nada amealha.
Tudo vai para a crise e seus mentores
Para estes políticos, sem quaisquer nacionais valores.
Neste País incendiado.
E politicamente extraviado.
Com uma justiça incoerente e manhosa.
E uma saúde tardia e vergonhosa.
Num ensino sem educação.
Mas com muita bélica armação.
Tristeza progresso.
Facultai-me a porta do regresso.
Ao passado que foi mais justo.
Sem tanto político fausto.
Portugal! O teu Império saquearam!
Com traiçoeiras armas que armaram
Mas o Luso falar! Esse não anularam!
Porque as armas eram viciadas.
E criminosamente municiadas.
Por quem não lutava para o bem das populações.
Mas sim! Para obter os bens das suas possessões.
Portugal! Sempre foste um País de serviços.
Hoje, infelizmente, restas um país de políticos vícios.
Com a politicagem a viver e a comer imperialmente
Anafada e contente.
Como se tivesse-mos um império milionário.
O todo planetário.
Mas o trabalhador! Esse coitado, verga-se desgraçado.
Ao imposto do político império forçado.
Vegeta pelo político kafequiano império escravizado.
E na justiça do político império, deambula martirizado.
Portugal! Não te deixes amesquinhar!
O Luso Padrão! Ainda é pedra a brilhar!
E o Luso falar! Ainda é planetário cantar!
Por todo o planetário altar.
Portugal! Os Americanos tiveram coragem!
E fizeram a sua lunar viagem.
Também passaram os seus tormentos!
Sentados em sofisticados instrumentos.
Mas tu, Portugal! Foste ao mundo!
Pelo mar profundo.
Em tosca caravela.
Com a Cruz de Cristo na tua Lusa alva vela.
E com um Portugal valente
Ao abraço de mais planetária gente!
Eduardo Dinis Henriques

Foto de João Felinto Neto

Poesias selecionadas

APELO À MISÉRIA

Quem me dera, miséria,
eu fosse parte
de um baluarte de sonho e de quimera.
Pela boca mantém-se assim o povo,
a lavagem é a comida que a si, dera.
Na vergonha de reconhecer-se porco,
ter o rosto metido na sujeira,
enlameado atrás de uma porteira
seu anseio é mantido na espera.

Quem me dera, miséria,
eu me calasse
e ocultasse o meu rosto na janela.
Meus princípios mantêm-me assim exposto.
Sou mau gosto travado na goela.
Quem engole as palavras que eu digo
traz de volta a vontade de lutar,
elas tocam a ferida no umbigo
que o conformismo já ia cicatrizar.

Quem me dera, miséria,
quem me dera,
que de ti eu pudesse me livrar.

PERSONAGENS INFANTIS

Será que o lobo é tão mal.
O lobo ama também.
Ele protege os filhotes que tem.
Caçar, para ele é natural.

A chapeuzinho, talvez,
quando crescer seja outra.
Se torne uma megera
que não gosta de criança
e perca toda a esperança
de voltar ao que era.

O caçador, o herói tão valente
que salvou a vovozinha,
costuma matar friamente a fêmea,
deixando a cria sozinha.
Ele acabou sendo preso
por caçar ilegalmente.

A vovozinha morreu.
Pois, a idade a levou.
Mas, quantas vezes brigou com a vizinha da frente.
Isso prova que a bondade e a maldade,
na verdade,
são apenas uma história diferente.

O POEMA QUE EU DEIXEI DE ESCREVER

O poema que eu deixei de escrever,
Falaria de você,
De nosso tempo,
De angústia, de tormento,
De alegria e de prazer.
Iria contradizer
Cada palavra
Que as nossas falas
Tinham pouco a dizer.

O poema que eu deixei de escrever,
Seria na verdade,
Uma ameaça.
Calaria minha boca,
Qual mordaça.
Não seria uma desgraça,
Por não ser.
Os meus versos,
Talvez fossem sem querer,
Uma ofensa
A sua crença,
Que eu acreditava
Ter.

O poema que eu deixei de escrever,
Não seria
De valia.
Sem valia,
O deixei de escrever.

SEPULTAMENTO

Os meus olhos pregados
no infinito
como os pregos nas tábuas
cravejados,
e de pontas viradas,
redobrados,
sustentados e fixos
numa curva.
No aconchego da madeira macia,
minhas costas
nos ossos da bacia
consolam meu corpo
tão curvado.
Pelo tempo que tenho acumulado,
a ferrugem do mundo
me comeu,
e a tampa que pregam
me prendeu
para sempre num rito consumado.
Por debaixo da terra
condenado
a ser parte da mesma
e não ser eu.

CANTO DE SEREIA

Como um canto de sereia
de belíssima harmonia,
letra correta, verdadeira poesia
e melodia
que eterniza nossa alma.
Por onde anda
a sereia encantada
nas profundezas desse mar de ignorância?
Letra incorreta com falta de concordância
e melodia
que nos faz perder a calma.
Só na lembrança,
o teu canto nos enleva
na emoção que tua voz nos faz sentir
e na saudade, o nosso coração desperta
pra realidade,
não há nada mais pra ouvir.

PEDESTAL DE BARRO

Revogo silêncio
ante palavra e voz.
Reato os nós
que me prendem ao medo.
Reavivo memórias
em busca de segredos
que já não interessam mais.
Reclamo por paz
em meio a intensa guerra.
Replanto a erva
que não nasce mais.
Relato as dores
de males e fome.
Repito o meu nome,
antes de dormir.
Reato os laços
que me prendem aqui,
ao pedestal de barro.

TORRE DE BABEL

O juiz do supremo,
Jeová,
se irrita e sai do sério,
quando seu filho Jesus
vai à noite, ao cemitério.

No boteco do Davi,
onde quem manda
é o Golias,
não há funda,
quem afunda
na cachaça, é o Isaías.

No salão do senhor Sansão,
quem faz o cabelo
é sua mulher Dalila.

As mulheres de Salomão,
o cafetão lá da vila,
choram e sentem solidão
quando estão de barriga.

Lúcifer anda arrasado,
o seu mundo virou trevas,
por ter visto abraçados,
Adão e a senhora Eva.

Noé, o velho barqueiro,
não gosta de animais.
No entanto, adora um peixe-frito
no barzinho lá do cais.

Essa torre de Babel
é o mundo em que vivemos,
onde não há inocência.
Se algum nome ou fato ofender,
é mera coincidência.

A MULHER DA MINHA VIDA

A mulher da minha vida,
Sempre é lida em meus versos,
De uma forma ou de outra.
É a sua voz que ecoa
Reclamando meu regresso.
É bem mais que uma amante,
Que uma amiga e companheira.
Necessária como a fonte
No deserto de areia.
A mulher da minha vida,
Entre linhas abstratas,
Põe em mim, doces palavras
E expressão de alegria.
A resumo em poesia,
Tal qual em cartas,
A saudade que nos mata
Se envia.
A mulher da minha vida
É a graça
Que um devoto em desgraça,
Alcançaria.

O LABIRINTO

Pelas ruas infinitas,
Não encontro meu destino.
Endereço repentino;
Então, me pára.
Não é nada;
Sigo em frente, o meu caminho.

A mim mesmo, ainda minto:
- Logo chegarei em casa.

Em calçadas,
Eu percorro o labirinto
(Cruzamentos, sinais verdes e paradas).

O suor não pára o tempo;
Lágrimas, enxuga o vento;
E um triste pensamento
Não se afasta.

A cidade, assim, se fecha em semelhança.
A lembrança,
À realidade, não se adapta.
Eu confundo o momento
E me perco no silêncio
De um triste monumento
Que me agrada.

Minha calma é necessária
Para espantar o medo,
Desvendar todo o segredo
Que o labirinto encerra.
Os meus pés seguem por terra,
Minha alma por promessa,
O meu corpo por saudade.
Edifícios, tais quais pedras,
Alicerçam a cidade;
Conduzindo minha mocidade
Eterna,
De encontro ao passado.
Eu me torno um condenado
Num presente adulterado,
Que me enterra.

Observo as vidraças
Das janelas,
Onde o sol ofusca a vista
Com a luz que é minha guia
Na escuridão tardia
Do passado.

Cada praça
Me congraça,
Tal um templo
Erigido como um marco à memória.
Cada uma conta a história
De seu tempo,
De sorriso e sofrimento,
De conquistas e derrotas.

Novamente, me encontro sem saída,
Apesar de tanta via planejada.
Já não reconheço nada
Do que havia,
Já não reconheço nada.

Alimento meu silêncio,
O tempo passa,
Onde pombos batem asas
Sem voar.
Não consigo encontrar
O meu caminho;
O meu ninho
Não encontro em meu lugar.
Continuo a me enganar,
Ainda minto,
Preso a esse labirinto
A me fechar.

À DERIVA

Posso até perder o brilho dos meus olhos,
Mas jamais, deixar de ver tanta tristeza.
No esbanjar de pratos sobre minha mesa,
Vejo a fome refletida nos teus olhos.

O que faço se estou preso ao sistema
Onde a indiferença
Sobrepõe a caridade,
Onde a verdade
É varrida
Pra debaixo da mentira
E onde a vida
É um barco à deriva
Sem ações de piedade?

UM POUCO MAIS

Percebo
A minha vida esvaindo-se entre meus dedos
Em minha mão aberta
A dar adeus ao mundo
Pela janela.
A minha juventude
Em quietude eterna,
Silencia os meus dias.
As velhas alegrias
São lembranças tristes.
Os sonhos não resistem
Aos carinhos da morte.
E que meu sono suporte
Os meus pesadelos,
Já que meus apelos
Ao que me resta de força
Não me sustenta.
Talvez, o mundo não entenda
Esses meus ais.
Não tenho medo de morrer.
Eu só queria era viver
Um pouco mais.

O GRANDE DIA

Ai de nós se não fosse o profeta
Para converter o nosso coração.
Do contrário, Deus feriria a terra
Com terrível maldição.

Com o Senhor não há perdão.
Seu grande e terrível dia
Não será de alegria
E sim de destruição.

O poder de sua mão
É extremamente acintoso.
Deus é um ser ambicioso,
Quer de todos,
Atenção.

Não importa a condição,
Será imposto
Sofrimento e desgosto
Por qualquer contravenção.

Deus não quer nos dá lição,
Quer aniquilar a todos
Pelo caráter odioso
Que passou à criação.

EPITÁFIO XIV

Ela se aproxima
Sorrateira e linda,
Com seu manto escuro,
Sua mão suada.
Não nos pede nada,
Mas nos toma tudo.
Deixa então, de luto,
A pessoa amada.

Ela não se importa
Com aquele que fica.
Pois só se dedica
Ao que se despede.
Sorrateira, impede
Que a gente viva.
E sutil se infiltra
Sob nossa pele.

Ela só se afasta
Quando mata a alma
E deixa o corpo inerte.

ETERNA SOLIDÃO

O que eu tive na vida
Além da data esquecida,
Da dor no peito, contida,
E da perdida ilusão?

O que mantenho na mão,
Já na forma cadavérica,
Senão,
A luta sem trégua
Com os germes que a terra
Colocou em meu caixão?

Os meus feitos,
Foram em vão.
Meus defeitos,
Exaltados.
Não sou de Deus nem do Diabo.
Sou um louco condenado
A eterna solidão.

ESPANTALHO MORIBUNDO

Minha alma sempre está
Num silêncio tão profundo,
Que eu chego a duvidar
Que ainda estou no mundo.

Espantalho moribundo,
Onde a morte vem pousar.
Talvez para lhe falar:
Sinto muito! Sinto muito!

Num milésimo de segundo,
Volta o corpo a respirar.
Espantalho vagabundo,
Fecha os braços para o mar,
Abre os olhos para o mundo.

FRUTO SEM CASCA

Espalhando letras
Sobre velhas páginas,
Semeei palavras
Que insatisfeitas
Deram-me em colheita
Uma grande safra
De um fruto sem casca,
A minha tristeza.

Uma fruta fresca,
Presa pela boca
Em que uma ou outra
Tenta mordiscar,
Murcha sem parar;
Se tornando feia,
Seca na areia
Quando o vento dá.

Versos pelo ar,
Lágrimas e poeira,
Solidão na mesa
Onde o fruto está
Exposto, sem par,
Sem mostrar beleza,
É minha tristeza
A me alimentar.

HOMENS DE FUMAÇA

No arrastar de minhas sandálias
Pela casa,
Tenho as lembranças arranhadas
E esquecidas.
Por onde andam as conversas conduzidas
Pelos homens de fumaça?

Se desfizeram com o tempo,
Nas costas de um tênue vento,
Pela janela escancarada.

O velho barco na distância, ainda aguarda
Pela tripulação dispersa,
Numa espera
Que parece eternizada.

Em meio a tralhas,
Depuseram suas velas.
Em meio a elas,
O seu capitão se apaga.

O FRACASSO

Eu sei que a vida me leva em trapos.
Caldeirões de barro
De bruxos modernos.
Favelas de inferno,
Diversos buracos.

São armas de ferro.
São balas de aço.
Sou eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que a morte me olha de perto;
Que chego a sentir o seu frio abraço.
Eu fumo, eu prego
Minha mão no maço
De notas sem eco.

São barras de ferro.
Algemas de aço.
Eu sei que sou o fracasso
De um programa sem sucesso.

Eu sei que caminham lado a lado,
O errado e o certo,
A ira de Deus
E a fama do diabo,
Senhores e servos,
Patrões e empregados,
Progresso e atraso.

São os mãos-de-ferro
Em torres de aço.
Sendo eu, o fracasso
De um programa sem sucesso.

OLHOS DE AZULÃO

O que busca essa mulher
Pela qual minto,
Senão
A mesma solidão
Que sinto
Quando longe de seus olhos de azulão?

Os mesmos olhos
Que me olham da gaiola
Quando eu abro a porta
E eles vêem a imensidão.

SE FOSSEM SÃOS

A rima
É mera aflição
Dos versos que me espelham
Naquilo que são.

De forma nenhuma dirão
Do que são feitos.

Meus versos
Seriam perfeitos
Se fossem sãos.
Mas nada são,
Senão
Defeitos.

QUANDO CHORO

Onde andam os meus olhos
Quando choro,
Se não consigo encontrar
As minhas lágrimas?
Nas migalhas,
Além de meus remorsos?
Nos meus ossos,
Aquém de minha alma?

A FANTASIA

Amo você
Com o mesmo ardor da juventude,
Na quietude
De minha atual idade.
Amo-a na ausência
Como num dia de saudade,
Detenho-me a cada ínfima lembrança,
Com a mesma paz
Que traz
Aquela esperança
Após uma guerra.
Amo-a em terra
Com a cabeça pelas nuvens.
Amo atitudes
Que jamais seriam minhas,
Como entre linhas,
Leio uma poesia.
Amo como se ama o alvorecer
De cada dia,
Como o sorriso
Na inocente alegria
De um bebê.
E ter você,
Ainda parece utopia.
Mas, quis a vida
Que eu vivesse a fantasia
De meu ser,
Que é para sempre,
Você.

MINHA GERAÇÃO

Essa amargura
Que me faz um homem rude,
É mera atitude
De defesa.
Odeio a pobreza
Que aos pés de Deus se ilude;
Enquanto a juventude,
Nada almeja.
Desprezo a mania de grandeza
Que o rico tem com tudo.
Não sou um carrancudo
Por frieza;
Somente faço uso
Da tristeza
De um sisudo,
Por ser fruto
De uma geração que aceita.

SONETO DA VITRINE
(Sombras & espelhos)

A vidraça estilhaçada,
Não desfaz a minha imagem,
Não subtrai da cidade,
A luz do sol ofuscada.
De pé, fiquei na calçada
Com minha mão estendida.
Exorcizei minha vida
Na pedra que arremessara.
Por um instante, escutara
O som de ossos quebrados
Da montra fragmentada.
Meu corpo feito estilhaços
Que os passantes pisavam
Entre espanto e gargalhadas.

POETAS
(Sombras & espelhos)

São tantos os poetas
Quanto estrelas,
Dispersos em bandeiras
Pelo mundo.
Eternos e profundos
Pelas letras,
Em digressões soberbas,
Em dimensões sem fundo.
São tantos os poetas
Que o planeta,
Em tinta de caneta,
É resumo.
Enorme rascunho
Em línguas estrangeiras.
A tradução perfeita
Das emoções do mundo.

MOSAICO
(Sombras & espelhos)

Em minha mão,
Mil pedaços.
Antigo quadro,
Uma mesa,
Alguém que come calado
Com discrição ou tristeza.
E lado a lado
Na mais extrema destreza,
Enfileirado
Sob a antiga nobreza,
Assenta-se o mosaico.
Sob os meus pés, o passado
Em um quadrado,
Pintado
Nesse retalho do tempo.
Breve momento
Guardado
No mais antigo mosaico
Preso à calçada,
Ao tempo.

SÓ EM TE AMAR
(Sombras & espelhos)

Só em teus lábios,
Eu encontro meus gemidos.
Só em meus gritos,
Eu consigo te encontrar.
Como enganar
A emoção de estar aflito.
Eu te preciso
Como a noite, do luar.
Só em teus passos,
Eu caminho decidido.
Surpreendido,
Tento não justificar.
Sem teus abraços,
Os meus beijos são sofridos
Como os feridos
Que não podem se curar.
Só em te amar
É que eu encontro o sentido
De tudo aquilo
Que consigo imaginar.

NUMERAL UM
(Sombras & espelhos)

Eu atribuo
Minhas palavras ao poeta.
Uma espera
Numa tarde em jejum.
Nós como dois,
Dividimos.
No que dera?
Apenas um.
Eu me situo
Nas medidas de uma régua.
A mais complexa
Ou talvez a mais comum.
Sou menos um,
Minha conta se completa
Com menos um.
Eu me anulo
Numa soma que me zera.
Um dois que nega
A existência de mais um.
Sou incomum,
Tabuada que ainda preza,
Numeral um.

CONTRACEPTIVO
(Tríptico)

Eu não sei se é o desespero
que me leva à loucura
quando o sexo estupra
a minha alma,
ou a calma
que advém do meu tormento
pelo tempo
que passou em minha palma.
Movimento anormal
de penetração moral
em sua saia,
e no cheiro da indecência,
feromônio da ciência
em uma jaula.
Uma fera excitante
que no último instante, ofegante,
cospe a vida
no seu couro de borracha.
Não há luta, nem corrida;
há uma triste despedida
de um suposto vencedor
que foi fruto de um amor
e se enforcou
com a própria cauda.

SONHOS
(Tríptico)

Os meus sonhos
são apenas fragmentos de memória,
pequenos focos de luz
como cristais dispersados
num caleidoscópio de pensamentos,
distorções esdrúxulas da realidade.
Rumores, amores e momentos,
abertos numa gaveta destrancada.
Minhas pálpebras fechadas
num caixão de quase nada.
Um quase definido como os sonhos
que são versos que componho
numa noite agitada.
Movimento involuntário dos meus olhos,
que entre risos, ainda choro
por apenas acreditar sofrer.
Entre cartas mal escritas e seladas,
vem a calma ao chegar o amanhecer.
Vem enfim, o esquecimento
desse quase fingimento
que é sonhar.

EM DEMASIA
(Tríptico)

Eu sou demasiado triste,
pelos versos que componho.
Eu sou demasiado louco,
pelo pouco
que proponho.
Não deveria o mundo ser assim,
em demasia.
Talvez não seja o mundo,
seja enfim,
minha poesia
Demasiada em meu tédio,
sem remédio,
em grafia;
em longas noites mal dormidas;
nos insultos
que eu ouvia.
Não caberia em minha mão,
toda a visão
que em mim cabia.
Eu sou demasiado em tudo,
que ironia,
demasiado em meu luto
por ser fruto
de utopia.
Em demasia são os dias
que me escapam entre os dedos
como uma teia
que é lânguida e esguia.
O mais sublime pensamento
que perde tempo
em demasia.
Demasiado, meu tormento,
pelo tanto
que eu não via.
Demasiadamente eterno,
meu inferno em agonia.
Em demasia sou
quem sou,
um astronauta que acordou
num mundo estranho
em demasia.

DISLATE
(tríptico)

Talvez minhas palavras sejam tolas,
minhas ações, inconseqüentes;
as minhas brincadeiras, ironia;
eu próprio seja falho e negligente.
O meu discurso seja sátira;
minha seriedade, uma piada.
O meu humor seja mau gosto;
o meu dislate, permanente.
Meu riso entre dentes, atimia;
a minha faina seja ociosa;
meu pranto, uma lição jocosa
e o jeito infantil, idiotia.
Talvez a minha vida seja um fracasso;
meus versos, um engodo imoral.
Em epítome, sou um gracejo nefasto.
Meu desejo, um esboço abnormal.

TURGESCÊNCIA
(Sob meus calcanhares)

Eu sinto os teus cabelos
entre meus dedos,
teus lábios comprimidos
ao meu desejo,
o arfar de teu cansaço
entre meus braços
e ouço teus gemidos.
Vejo teus olhos tolhidos
fitar meu medo
de não tê-la satisfeito ainda.
Tenho todos os sentidos
na extensão do meu leito.
E no auge da turgescência,
me torno uma larva imersa
em teus fluidos.

O RAMO
(Sob meus calcanhares)

Onde está minha alma,
que não encontro?
Onde está meu encanto,
minha calma?
São perguntas que faço,
ainda em pranto,
ao meu eu freudiano
que me cala.
Onde está este anjo
que me fala?
Um quebranto
que minha mãe me pôs.
Ouço a antiga canção
que ela compôs
em minha rede embalada.
Vejo um ramo na árvore desfolhada,
resistir ao vento,
envergado.
Nesse instante me sinto
envergonhado
pelo meu triste pranto.
Minhas lágrimas
são simplesmente água
que faz falta ao ramo.

O DIÁLOGO
(Reticências desfeitas)

- Dou-te a palavra
para principiares o diálogo.
- Fico muito grata
por ceder-me o favor.
És muito amável.
Vou falar de amor,
sentimento imensurável
que é tão natural
quanto o desabrochar da flor.
- Já vou interpor.
O que tu estás dizendo?
O amor é um invento
cultural e sem valor.
- Estou espantada.
És um homem insensível.
O amor é indizível.
É nosso maior legado.
- É soma sem resultado.
O amor não é normal.
É estóico, irracional,
nos mantêm aprisionados.
- És um homem insuportável.
Mas o que dizes é refutável.
De que vale a liberdade,
sem motivo para a saudade.
- És uma eterna sonhadora.
De que vale um sentimento
que só nos provoca medo,
fraqueza e sofrimento.
- O amor é imortal.
A mais pura poesia.
Nos fere, é natural.
Mas compensa com alegria.
- É uma simples utopia.
Inconstante, passageiro.
Quem se entrega por inteiro,
viverá em agonia.
- Vou deixar por encerrado
o nosso breve diálogo
em tua cética pessoa.
Mas eu sei
não é à toa
que nós dois somos casados.

ELA
(Quadrilátero)

Ela me leva,
me engana
e ainda me desafia.
Levou meu corpo
para a cama,
enquanto me distraía.
Deu-me o fruto do pecado,
enquanto Eva,
e compensou com redenção,
quando Maria.
Em Joana D'arc
foi Vitória,
também rainha.
Já foi de todos
e só minha.
Ela é pouco e é demais.
Como Helena,
ela foi guerra.
Como Tereza,
ela foi paz.

INDECENTE
(Quadrilátero)

Não sou um cavaleiro imaginário,
apenas um vassalo
que caminha.
Pela realidade,
um escravo
que tem a ilusão
que é livre ainda.
Não sou nenhum beato,
nem um cão.
Eu não uso sermão
e nem batina.
Meu rosto
é palidez,
enquanto expiro.
Meu sexo
sem estilo,
estupidez.

MUNDO FICTÍCIO
(Pax-vóbis)

Uma criança brincava
Com a comida, na mesa.
Corria de pés descalços,
Sem ninguém a seu encalço,
Pela ruazinha estreita.
Não enxergava a sujeira,
No seu mundo fictício,
Do real desconhecido;
Tudo era brincadeira.
Contudo, era tão bonito
Ver o mundo d’aquela maneira:
Sem ter ódio,
Ser ter vício,
Sem sombra de sacrifício,
Sem pecado
E sem tristeza.

SOMBRA DE NANQUIM
(Pax-vóbis)

Que a vida,
Mesmo frágil, continue.
Que perdure
Meu amor, além de mim.
Que não tenham fim,
Meus passos pela rua.
Que dissipe sob a lua,
Minha sombra de nanquim.

A PEQUENA D’ARC
(Olhos de guri)

A guria
não gostava de pia,
de casinha ou fogão.
Para ela,
tudo era opressão.
Ela ouvira
sua mãe reclamar
que a mulher tende a trabalhar
só com água e sabão.
Por que não
brincaria de guerra,
de doutora,
de terra na mão?
A guria,
parecia antever
que seu mundo seria
uma doce ilusão.

A SOMBRA
(Olhos de guri)

Minha sombra
que se perde no escuro,
salta o muro
quando o sol
no céu desponta.
Se arrasta no chão duro,
se encolhe,
se estica,
passa rente a dobradiça
e se perde pela casa.
Mas à noite,
minha sombra cria asa,
voa quando saio a rua.
Pela luz que vem da lua,
minha sombra me abraça.
Me divirto e acho graça
quando atravessa a fogueira.
Minha sombra, não sou eu,
mas é minha companheira.

TAMBÉM SOU
(Letras, ...)

O louco
é apenas mal ouvido.
Seu riso,
tenebrosa gargalhada.
Sua fé,
um constante, eu duvido.
Sua mente,
uma porta escancarada.
Seu pedido de ajuda
é um grito.
Seu gemido incontido,
uma dor.
Seu amor,
um abraço emotivo.
Sem motivo,
eis que louco
também sou.

A GRAÇA
(Letras, ...)

Deus me deu o fardo
para eu achar pesado
o termo ser livre.
Deus me deu o espelho
para ver se aceito
esse meu rosto triste.
Deus me deu o segredo
para pensar, eu mesmo,
o que é ser tolice.
Deus me deu a culpa
para eu pedir desculpa
por qualquer deslize.
Deus me deu a dor
para eu sentir pavor
do seu dedo em riste.
Deus não me deu nada,
eu que faço a graça
crendo que ele existe.

VERSÃO REFRATADA
(Letras, ...)

Quantas vezes eu tive
que mergulhar no sorriso
para fugir do abismo
que é o existencialismo
de mim mesmo.
Quantos pueris desejos
entre prosaicas conversas.
Quando nada interessa,
meu mundo me dá medo.
Eu sou apenas ensejo
que o acaso consagra.
Uma versão refratada
na ilusão do que vejo.
Quando não me percebo,
é sinal de que eu mesmo
sou a soma do nada.

QUEM SOU EU
(De versos, ...)

Sou um jovem ateu
Que entra na igreja
Para tomar cerveja
E beber café.
Desconheço a fé,
Mesmo na ressaca.
Rio quando a graça
É de um milagre
De ser eu, um padre
Que toma conhaque
Num cálice de vinho
E vive sozinho
Pensando que sonha
Em ser um demônio
Que se sente Deus,
Ser o próprio Deus
Se sentindo humano,
Ser um santo insano
A brincar de ateu.

DESESPERANÇA
(De versos, ...)

Quem é essa
Que me tira o sono,
Que arrebata o dono
De uma humilde casa?
Quem é essa
Louca, desvairada,
Que ao seio me prende
Sem saber se sente
A dor que a outro causa?
Lábios que procuram vida
Carne apodrecida
No envelhecimento.
Quem é essa
Que corrói por dentro
Como um veneno
Sem nenhum antídoto?
Eu sou outro,
Sou um homem dito,
Dito morto
Pela agonia.
Quem é essa
Musa e tirania,
Mistura que havia
Desde minha infância?
Quem é essa
Triste companhia?
Talvez seja a morte,
A desesperança.

O MATUTO
(Cálice)

O matuto está triste,
cabisbaixo e pensativo.
Não encontra um só motivo
para saber se existe.
Tal canário sem alpiste,
preso a uma velha gaiola,
vendo longe a aurora,
sem ter ânimo pra cantar.
Com vontade de voar
para longe, ao horizonte;
a saudade o consome
antes mesmo de partir.
O matuto fica ali,
a pensar no que seria
sem a única companhia,
a choupana em que vive.
Tal amor só visto em versos,
o matuto é regresso
de um lugar que não existe.

SEM CONDIÇÃO
(Cálice)

Seus ombros à amostra,
me deixam insinuado.
Seu corpo ainda agora,
me deixa provocado.
Seus seios contornados
pela blusa,
me fazem sinal da curva
do seu corpo ondulado.
Seu jeito comportado
não me mantém à distância.
Na sua tolerância,
encontro o meu pecado.
Seus olhos não perturbam minha paz,
além do mais,
recebem meu recado.
Seu pare, deixa disso, mais cuidado,
só fazem aumentar o meu querer.
A dúvida faz crescer
minha ilusão,
que eu terei nas mãos
a chance de fazê-la entender.
Amar é mais que ter.
É aceitar querer
sem condição.

CONVÉS
(Cálice)

Foste meu caminho sem regresso
em um verso.
Minha poesia mais bonita.
Entre as estrelas,
rabisquei um só desenho,
o seu rosto,
como eu bem queria.
Foste a derradeira flor
perdida no deserto.
Em meu universo,
um farol de guia.
Arrancaste o aviso que dizia:
“Uma saudade”.
O vazio da idade,
preenchias.
Foste o colorido
de uma tela que eu pintava.
A mão que segurava o meu filho.
O espírito de um cético
que chorava.
A paz esperada
por um homem aturdido.
Foste o barco rijo
que sustenta a onda em fúria.
O pescador que nada
à procura de si mesmo.
Para mim,
a mais incrível criatura.
A doce loucura
do desejo.
Foste na verdade,
o meu mundo.
Hoje, na saudade,
apenas és
um velho convés
com o qual afundo.

GRAMATICAL
(Cabaz)

Só em letras imprimo minha alma.
Mais do que texto
sou contexto indecifrável.
Meu sinônimo é antônimo de si mesmo.
Um sujeito indefinido
que é objeto de um erro
gramatical.
Entre modos e tempos,
triste verbo
que ecoa na forma nominal.
Orações que são subordinadas
aos meus vícios de linguagem.
Um início em letras ordenadas
e um fim
numa expressão oral.

AFLORA UM POETA
(Cabaz)

Assim se fez um poeta.
Como talhe na madeira
esculpi minha poesia.
De uma maneira fria
infundi minha alma no papel.
Nas costas de um corcel
cavalguei por entre versos;
muitas vezes sem regresso,
o poema, me tornei.
De um sono despertei
enquanto escrevia,
da caneta então fluía
as idéias que sonhei.
Quem sabe se eu errei?
Foram mais de trinta anos,
foram tantos desenganos
que poeta, me tornei.

INGÊNITO
(Cabaz)

Seguir os passos
a um lugar perdido na distância;
entrar na dança
de um ritual de acasalamento;
sentir nas mãos
o instintivo dom
que vem de dentro;
ouvir o som
de vozes ecoadas;
e nas entonações
das poesias declamadas,
revelar-se poeta.

LIAME
(Cabaz)

Sou livro
intitulado.
Um desabafo.
Sou todo
em parte.
Um lacre violado.
Sou tudo
num nada
dissipado.
És flor
dissecada
na mão aberta
em palma.
És colo e calma
na casa onde cresci;
moeda encontrada
que perdi;
o berço
em que nasceu
minh'alma.

Foto de Felipe-Mazza

O tempo não passa

To cansado de me falarem para “dar tempo ao tempo” de quando tempo eu preciso pra esquece - lá?
Por mais que eu deixe de pensar nela durante os dias, parece que tem algo que me força a lembrar, me força a sofrer tudo de novo. Tudo volta a minha mente, cada dia, cada hora, cada minuto, cada gesto, cada olhar trocado, cada frase dita, cada minuto de silencio, cada ato de carinho.
Tudo volta a minha mente e parece que não fiz nenhum progresso, então porque o tempo não passa logo, porque tenho que lembrar de tudo de novo, de sofrer tudo de novo, porque a amei tanto assim, porque não posso acordar um dia e poder dizer “pronto a esqueci, você um dia viveu em meu coração e hoje não vive mais” porque não consigo dizer isso, porque nunca sinto isso, acho que nunca vou esquece – lá, acho que não por completo, sei que ele vivera para sempre em meu coração.
Mais e se o tempo não for suficiente para curar minhas feridas, e se o que eu sinto for alem do tempo, alem da vida.
E se for um amor alem da vida

Foto de Paulo Zamora

Várias Reflexões do poeta e escritor Paulo Zamora (Três Lagoas MS)

Quando se está na noite do quarto
Quando a porta do quarto se fecha e depois de apagar a única luz, é hora de falar com Deus, falar por momentos a fio sobre o pensar, sobre os desejos para o futuro, porque o futuro somente a ele pertence. Uma pessoa vai refletindo ao rever sua própria vida, sabendo que ao redor outros o fazem sofrer; este ser já está cansado de ver a tristeza tomando conta e ele lutando contra; imaginando um novo mundo e tentando colocar isso em outras memórias; quando toda luta parece em vão é quando se esquece que uma fase pode durar anos, mas passa, porque tudo nesta vida um dia passa.
Quantos são os fardos? A cada dia o número cresce; e você se perde entre seus pensamentos e uma vontade enorme de que tudo volte ao normal, que a fase ruim se acabe; porque retornos nos fazem felizes.
É quando as pessoas já não querem te compreender, até porque elas não aceitam a situação a qual você está vivendo, ou talvez elas nem imaginem ao certo como seja. Mas vivemos num mundo onde todos querem ser atendidos a qualquer preço. Quando a cabeça já não quer pensar, quando os assuntos e problemas alheios já estão paralisando tua vida, e você está à procura de uma saída sensata; e se perde, se engana, projeta e ao mesmo instante não sabe para onde ir. A noite no quarto se torna refúgio, e mesmo assim, diante de tudo superar, superar e procurar restaurar a vida, e fazer todas as coisas que mais gosta.
De repente sozinho.
De repente o companheiro é o som do rádio no volume baixo, tocando melodias que interferem ao pensamento e ajudam a amenizar. Você ama a vida, não quer esquecer como sorrir, espera o momento exato em que tudo se mova para o lugar certo; embora é exaustante sentir-se assim. O quarto lembra a solidão, e você estando com a porta do coração fechada pensa nunca mais ser feliz ao lado de alguém, quem te entende? Saltar não é fácil como forças dos lábios que dizem sem pensar. Viver é muito mais, sonhar é bem mais.
Há dúvidas, é como se nada mais tivesse conserto como o cristal que se quebra; mas de mansinho invade um poder de esperança fazendo com que passe a acreditar de outra forma, que as pessoas vão pensar em seus comportamentos, que irão valorizar o lar, vão agir com mais respeito quanto aos espaços.
Quando sua privacidade já está no limite por muitos motivos, quando você não escolhe ser sofredor e vêm a realidade mostrando você para o caminho do fracasso tanto emocional como financeiro; então, terá que ser forte o suficiente; sabendo que no momento do quarto você pode pensar em tudo, e tudo depende somente do tempo, um tempo que demora por conseqüência da sua paciência e do seu cansaço.
Quando se tem a impressão de que se perdeu a liberdade, porque foi movido pelo amor e se esqueceu...
Quando as coisas deveriam estar no lugar certo, porque as vezes é tão simples, bastando apenas pessoas se moverem e entenderem as lógicas. Uma grande perda tira a estrutura, mas a união mantém planejamentos. Quando se sente que não há lugar que preencha, então você busca pessoas, esperando delas um ouvido como desabafo, porque quem nos entende passa a prova da esperança.
Quando tudo o que você quer é ter momentos bons, simplesmente, quando o vento está contra, quando a tempestade está forte, quando o homem tende a cair, quando nada parece dar certo; quando você luta e luta e muitos dizem que você está parado, quando você desanima porque as pessoas não colaboram, quando está conhecendo a tristeza mesmo sem aceitar, quando tudo o que você precisa é de um amigo...
Olha para seu pensamento e encontra sua espiritualidade cansada, quando situações não permitem ter tempo para algumas pessoas e elas encaram isso de outra forma. Quando o quarto é solidão...
A cabeça confusa, interditada por muitos assuntos, e você precisa de alguém e está sozinho, sabendo que outros não resolverão nada, mas simplesmente são guias para nos guiar diante do frio que faz...
E não deseja pra ninguém, mas cada um levanta seus conceitos, imagina como deveria ser um mundo que não é seu, a imaturidade de muitos nos ferem, porque fases duram anos, não somos nós quem escolhemos, não somos nós quem a aceitamos, mas elas chegam como quem não quer nada e torturam, impedem o desenvolvimento; mas que sabe o que você está sentindo nesse momento onde reflete sozinho dentro de um quarto, somente seu.
Seu pensamento mistura entre sonhos, saudades, rotinas, sofrimento, detalhes, ignorância, liberdade, amizade, solidão, depressão, vida, plenitude...
Abrindo o coração, usando da sua voz, retratando Deus como o todo, revivendo tudo e esperando nele a solução, quando tudo está assim somente Deus para trazer o controle, para nos dar sabedoria e força para caminhar, quando é preciso satisfazer tantas pessoas porque as ama, quando você já está escasso, quando seu mundo está perdendo o brilho; Deus salva, Deus dá a luz, dá a motivação, trás a tona força de superação, porque será assim, dia após dia, até que a fase ruim termine e comece outros tempos na sua vida. Quantos compreendem? Não sei dizer...
(Escrito por Paulo Zamora em 23 de setembro de 2009)

Nossos dias
Quando a voz da vida se cala e vamos para a surpresa do destino, logo após sabemos que o tempo não foi perdido se existiu amor contido no ser humano. A despedida não fabrica sonhos, faz somente desmoronar.
As grandes vozes vão, os pequenos vão, os grandes vão, os novos, os velhos também vão, enfim todos vamos, todos passamos pela vida. Nunca desconsidere falar de sentimento, é o mais profundo universo de uma pessoa, onde resguarda e guarda todas suas lembranças e conter os impulsos somente fazem com que tudo seja mais complicado.
Nossos dias são sagrados, no entanto há quem viva perdendo o encanto da vida.
Hoje, depois que comecei a pensar sobre a existência, conclui ainda mais sonhos, os sonhos em forma de esperança, porque o amanhã pertencente a Deus será diferente; aliás, os dias não são iguais.
Falar de amor rejuvenesce.
Conquistar trás satisfação temporária, mas que marca uma vida ajudando a construir a história.
Dê aperto de mão, abrace, beijei, diga que ama, faça ser importante a sua vida, porque pessoas passam e os sentimentos ficam...
(Escrito por Paulo Zamora em 20 de setembro de 2009)

Lareira da vida
Um dia compreendemos a importância dos nossos sonhos, as conquistas de hoje, os desejos para o amanhã, e nada acontece por acaso porque sem almejar não haverá conquista.
A vida é uma escada e também uma escola; muitas vezes não precisamos de grandes eventos para deixar em nós boas recordações, os pequenos momentos são capazes de nos levar para lugares existentes dentro de nós de uma maneira a trazer grandes satisfações.
Os nossos interesses, os nossos planejamentos, tudo se concretizará no momento propício, onde você vai de encontro consigo mesmo e descobre que o sorriso é alvo dos sábios.
Acreditar numa nova vida é saber das possibilidades existentes, você é capaz, você enfrenta a tristeza sabendo que a esperança é a espera do melhor; então me diga; como vão seus sonhos? Quais são seus alvos (metas)? A personalidade precisa ser alimentada, porque o progresso depende das expectativas, viver é vencer desafios, viver é saber amar, é saber construir o seu próprio mundo, sabendo que ele reflete nas pessoas ao redor. Você é uma chama na lareira, clareando mesmo quando está pensando que o escuro chegou em sua vida.
O ontem deixou uma certeza; que o tempo não pára, e o hoje trás uma lógica a tona na mente; estamos vivos na permissão de Deus e se estamos aqui é porque deveríamos estar exatamente aqui; conhecendo pessoas, deixando pegadas na estrada, são marcas registradas na memória; porque vale a pena viver intensamente cada momento em que podemos chamar de BRILHANTE.
Formaremos novas recordações feitas de momentos, entre elas as tempestades, os frios, mas também haverão lembranças lindas da vida, tal qual como o sorriso de alguém, dias em que encontros trouxeram mais uma brasa para ser ardente na lareira da vida.
Mais um dia, mais uma missão cumprida.
Outros sonhos devem ser gerados e alvos a serem conquistados.
Um dia, sabe? Um dia compreenderemos a importância das decisões, são elas que traçam nossos rumos, são elas que nos levam a sermos pessoas melhores, pessoas que discordam da guerra, da fome, da falsidade, sabendo que a lealdade e a humildade são armas poderosas capazes de serem a razão para vitórias.
O que significa esse momento para você? Quem é você diante dos seus sonhos? Você tem sido fiel com eles?
Teremos desencontros por essa vida, jamais sabemos como será o amanhã, mas de algo eu sei, você pode fazer do amanhã um dia melhor que hoje.
Que seja alimentada a sua esperança.
Que a felicidade não se transforme em ilusão.
Que o aprendizado seja a claridade da sua lareira.
Que seus alvos sejam vencer, acreditar nos sonhos, em dias melhores, porque o mundo da emoção leva você a crer na vida, e saiba que seus esforços sempre serão compensados. Deixe no consciente que o último momento acabou de ser IMPORTANTE.
(Escrito por Paulo Zamora em 19 de setembro de 2009)

A vida e suas conquistas
A vida tem suas marés, que sobem e descem e vão descansar na praia, são fases, dias complicados e dias contentes demais; mas isso é a vida, embora não deixemos de ter a certeza de que somos nós os navegadores pelo nosso próprio destino; por onde seguir?
Erros realmente nos ensinam, vamos virar as páginas e viver de um tempo atual, o hoje.

Também não precisamos ficar sempre contidos de muitas regras e etiquetas, isso apenas gera formalidades, mas não se esqueça que a boa educação cabe em qualquer lugar e pode ser usada a qualquer momento, mesmo nos mais complicados.

A vida e suas conquistas, seus sonhos, seus arrependimentos, suas crises financeiras e emocionais...

As promessas não cumpridas podem ser substituídas por outras promessas, juradas a você mesmo que precisam ser cumpridas, porque somente assim sua vida poderá tomar outro rumo; viva o hoje como sendo o melhor dia da sua vida; sabemos que o tempo providenciará o amanhã, mas somente Deus sabe nossas condições para mais um dia das nossas vidas. Sorria hoje, sonhe hoje, conquiste, perdoe, peça desculpa, lute, fabrique esperança e deixe isso ser demonstrado naturalmente no seu rosto.

Tome emprestado somente em necessidade extrema, o melhor é usar aquilo que é seu.

A impressão que as vezes temos é que ninguém é capaz de entender nossos assuntos, nossas questões em pauta; mas você compreende o porque ter errado, suas fraquezas, e a certeza de que tomará uma medida preventiva sobre seus assuntos pessoais; você quer vida nova a cada novo dia; conquiste isso tomando decisões importantes, as pessoas, bom, pelo menos a maioria criticam a vida dos outros, mas se parassem para compreender, saberiam que por mais falto que seja um erro, é um erro, é humano, e não existe quem não possa mudar de comportamento.

As crises precisam ser superadas com a força real das suas esperanças, observe o sentido de uma borboleta entre as flores, veja claramente a cor do céu, olhe atentamente para as pessoas que você ama do fundo do coração; aprenda algo disso, saiba que nada somos sem amor, sem sonhos, sem pessoas que nos amem...

Use seus arrependimentos como pontes, porque vai dar um salto importante, e chegará ao outro lado da ponte com um pulo exorbitante. Ouvindo as pessoas falarem de outros tempos temos o pressentimento de que somente o passado foi bom, nos enganamos porque temos tudo para fazer o presente ser um tempo marcante. Você decide. Você, somente você sabe dos seus pensamentos e de suas vontades, seus desejos de vida, seus objetivos a serem traçados, temos a vida como uma das maiores responsabilidades, talvez a maior, ou com certeza não há como medir essa gloria.

A liberdade as vezes parece perdida porque é sufocada por situações causadas por nós mesmos, separe as coisas e as coloque em devido lugar; tudo tem sua hora, seu lugar, seu dia.

Você tem o direito de recomeçar e marcar na sua agenda essa data como importante data na sua vida, é uma conquista, mesmo sabendo que poderemos errar, mas o interessante é que podemos fugir e testar nossas forças, sabendo das realidades, que perdem a guerra os que desistem da luta.
Nossas mudanças pessoais...
O ritmo de vida...
Comportamentos em casa...
Nossas decisões importantes...
A escola...
Nossos erros impensados...
Nossos erros conscientes...
O desânimo...
As nossas esperanças para o futuro baseadas em Deus...
Dias frios para a alma...
Dias favoráveis para nossos sentimentos...
O que queremos para o depois...
Porque mudar de atitude é importante...
A meditação nos assuntos da vida...
As crenças que consideramos verdadeiras...
Como fazer nascer para nós bons e belos dias...
Os erros dos pais e dos filhos...
A melhor forma de perdoar...
As promessas que necessitam de serem cumpridas a tempo...
Seus deveres diante da vida...
Seus direitos diante da vida...
Quem é você e como pretende ser depois das mudanças pessoais...

São assuntos a serem pensados com maior atenção possível, porque chega para nós dias de decisões, onde sabemos que por tomarmos grandes medidas para o bem conquistaremos novos horizontes até mesmo sem perceber o quanto foi bom mudar conceitos e comportamentos.

A paz é um lugar habitando seu coração, é um lugar onde você sozinho precisa descobrir; onde está à chave que abre a porta do lugar chamado paz, é conquista...
(Escrito por Paulo Zamora em 10 de setembro de 2009)

É difícil querer mostrar algo existente dentro de um pensamento, por exemplo, como são importantes nossas justificativas, são clarezas incompreendidas; um erro ensina as pessoas sensatas, o bom mesmo seria não errar, mas quem somos? Nosso valor é planta que se cultiva no terreno da emoção; a imperfeição existe mas não se deixe perder entre a tal, seus valores positivos são maiores e possuem o poder de defesa, inexplicável, mas nós entendemos o que se passa na mente e em nossos próprios corações, onde pensamos somente em acertar, mesmo nos momentos em que cometemos erros...
Paulo Zamora

Os Ouros Da Sua Vida
Muitas vezes somos nós mesmos os responsáveis por nossas alegrias assim como pelas nossas tristezas, sabe? Temos ouros em nossas vidas e cegamente acreditamos não ter nada, como anda nosso comportamento? Eis a questão de tudo; o COMPORTAMENTO e o respeito, nada de ficar somente culpando os outros, o que tem feito para compreender as pessoas que te amam? Será que elas não se importam mesmo? Talvez você esteja errado achando ser o dono de toda razão; procure nas suas recordações tempos em que tudo era melhor, porque nossos comportamentos eram diferentes; é possível analisar com carinho qual é a sua parte nesta luta pela família, o que você faz para colaborar e o que faz para diminuir os valores; você tem valor, as vezes confundimos conselhos com pegação no pé, as pessoas que se importam conosco estão preocupadas com nossas saúde, com nosso bem estar, será que agimos sabiamente conquistando com nosso comportamento?
Me diz uma coisa; sabe quando as pessoas estão tristes precisando de um pouco de atenção? Palavras amorosas e abraços fazem bem para todos, inclusive se for para você ou de você para os outros.
De nada nos adianta fazer uma lista de cobranças, de nada adiante achar que a distância resolve tudo, não é assim, mas a nossa maturidade adquirida com a experiência de vida abrirá boas portas em nossas vidas, sabe porque digo isso? Porque as vezes estamos cometendo pequenas atitudes impensadas e não percebemos o tamanho do buraco que deixamos nas pessoas que amamos...
Se você tem valores a serem prezados, então se valorize, dê exemplos em forma de comportamento, você será brilhante e feliz se acreditar que as mudanças poderão realizar milagres antes não acreditáveis a nós humanos.
Quem ama cuida. Quem ama decide acreditar. Quem ama se refrea de magoar. Quem ama perdoa e reconhece seus erros. Quem ama compreende. Quem ama medita nos acontecimentos. Quem ama não esquece Deus.
Quando a pessoa vai perdendo sua visão espiritual ela vai perdendo as belezas e os valores que possui, é fácil sair por ai culpando, gritando, dizendo coisas sem pensar, mas é difícil entender que de repente pode ser a gente quem precisa de ajustes, e estes serão capazes de fazerem a diferença dentro de um lar ou em qualquer relacionamento. Não espere perder para poder reconhecer o amor dos outros.
As mudanças valem a pena, não cobre ninguém, somente faça a sua parte diante da vida que lhe pertence. Ofensas não ajudam, cobranças sufocam, gritos exasperam, mas a alma sábia sabe rever seus conceitos.
Quando a espiritualidade enfraquece deixamos automaticamente de vermos pra onde estamos indo, o que estamos fazendo; quem ama não deixa se levar por coisas sem valores, a família vale mais e muito mais vale optar por ela, escolha a família, e ela escolherá você; o amor funciona porque é a mais real vida de um homem.
É época de amadurecer conceito, rever sobre o que é felicidade, saber quando a luta realmente funciona; verifique tudo antes da perda, olhe o lado dos outros, pessoas que não querem jamais a distância de você, mesmo quando você pensa que isso é remédio, o remédio mesmo é o amor e a compreensão depositada, é a confiança, talvez você esteja esperdiçando suas chances sem notar, sem perceber; algumas pessoas são amadas e respeitadas e reclamam, infelizmente é assim...
Quem sabe se não é última vez que alguém que pensa em você decide dizer essas palavras, porque te ama, porque muitas vezes um grupo de pessoas te amam e dizem tudo ou fazem tudo pensando em ser feliz juntamente com você, e viver bons momentos como antigamente; você consegue olhar as coisas por outro lado? O lado dos outros? A luta vale a pena quando contribuímos com o amor, o entendimento, a sabedoria, e nunca deixarmos a vida espiritual de lado. Pessoas boas como você escolhem sofrer sem pensar que tudo pode ser melhor diante de um pequeno ajuste, e se depende de você talvez, porque não tentar? Tudo acontece no seu devido tempo; aprenda a esperar, aprenda a ver resultados por suas lutas e sacrifícios... tudo agora pode estar dependendo de você. Não perca os ouros que possui, são suas riquezas. Entende plenamente?
(Escrito por Paulo Zamora em 07 de Setembro de 2009)

REPAROS
Não fique agindo como gosta de sofrimentos, alimentando angústias, discussões, não tente amar a destruição, não se deixe levar pela imperfeição; ela quer ver você chorando e maltratando a você mesmo assim como os que te amam; a imperfeição quer desmotivar o amor; e você pode ser a presa...

Podemos vencer as batalhas de cada dia se agirmos de acordo com boas regras de vida; o ser humano sem se perceber acaba supervalorizando comportamentos indevidos, para você entender melhor o que estou tentando passar; vou explicar, Se estamos nos entregando demais para fatores negativos, estamos passando grande parte do nosso tempo deixando de cultivar pessoas e realizar bons acontecimentos diários, assim como estamos dando menos valor aos nossos sonhos; saiba que sonho não morre sozinho, nós quem os matamos, assim como não nascem sozinhos; nós os construímos; conseguiu me compreender? Talvez estejamos valorizando demais momentos ruins, palavras ofensivas e amarguras, essas coisas vão criando uma cadeia dentro da mente humana, vão bloqueando seus pensamentos para assuntos muito mais importantes, me diz; há quanto tempo você não abraça alguém e diz que essa pessoa é importante para você?

O ressentimento não deve ser cultivado, mas as belas canções sim.
A primeira atitude para REPAROS deve ser incentivada por você, não ame lágrimas, não se entregue para viver somente de passado quando se sabe que você deveria agradecer por estar vivo no presente.

Não se esqueça que você é pessoa importante, girando juntamente com o planeta, é dono do seu comportamento, dono dos seus sonhos, nunca irá vencer uma guerra se não sair à luta verdadeira. O tempo passa e o que você tem feito do seu precioso tempo? Tem passado mais tempo com seus familiares? Tem gerado bons momentos para serem boas recordações futuramente? Como você tem sido como pessoa?

Vícios não devem ser valorizados, por exemplo não porque defender o álcool ou mesmo o cigarro. Sabe? Na vida a gente precisa aprender a dar elogios, esquecer somente de criticar e colocar defeitos no próximo ou ficar cobrando a todo tempo mais e mais; você precisa ser capaz de saber da felicidade que está ao seu redor, bastando apenas você abrir o coração e deixar os olhos da alma perceberem...

Valorize o seu tempo; faça reparos, mude você, porque os outros você não irá mudar.

A liberdade mental será fruto de suas decisões.

Viva momentos inesquecíveis. Esqueça os mistérios e a falta de fé.

Quem se sobrecarrega esquece de ver as belezas da vida e isso pode ser o seu caso, o trabalho demais não faz bem a ninguém, assim como o trabalho de menos. Tire tempo para dialogar com as pessoas, passar com elas instantes em que sua presença é tão importante como o ar, porque você é uma pessoa interessante, então não deixe perder seus valores.

Não valorize a tristeza, ela não merece.
As vezes vencemos nossas guerras com a voz do silêncio, somente com o nosso comportamento. Faça reparos, isso será importante.
(Escrito por Paulo Zamora em 05 de Setembro de 2009)

Os próprios desafios
Ser inabalável nem sempre é possível para pessoas que não usam totalmente suas maneiras de serem incansáveis, afinal, não somos protegidos contra cansaços físicos e mentais, o que precisamos é tomar certas medidas preventivas quanto a se havemos de ser sempre inabaláveis ou tirarmos um tempo adequado acreditando tomar um ar, um período para descansar.

Sua mente é seu guia, é sua proteção, seu caminho, é sua alma, é sua permissão ou proibição.

O sábio pode ser você, porque você não deve se auto-desprezar, você tem ocupado um espaço pertencente a você no mundo onde vive; você é pessoa importante; capaz de saber quais são seus sonhos ou como fazer para pedir perdão ou perdoar uma pessoa, somente você conhece um caminho em você capaz de mudar comportamentos e conceitos.

Como resolver as questões? Como continuar explicando? O que esperar do amanhã de acordo com o que planto hoje?

Tempos voam e nos deparamos com os próprios desafios, desafio de continuar na estrada visando conquistas, desafio de vencer hábitos indesejados, desafio de não complicar coisas simples e fáceis de serem solucionadas, desafios enfim.

As reações externas também podem ser de nossa responsabilidade, de repente atitudes e comportamentos aos quais acreditamos serem pessoais podem causar atritos, alguns raramente reconhecidos, mas somos seres observados, donos do próprio nariz, e consequentemente e indiretamente influenciamos outros.

A seguinte realidade é: NOSSO COMPORTAMENTE REVELA QUEM SOMOS E COMO QUEREMOS SER TRATADOS.

É mesmo um desafio manter integridades, é humano muitas vezes esperar que outras pessoas pensem como nós, mas é humano compreender que ambos somos universos totalmente diferentes, e temos de aceitar essas diferenças com muita naturalidade, porque é assim que somos; DIFERENTES.

O respeito é conhecimento de limites.

Não deixe de ser feliz porque muitos não pretendem contribuir para a felicidade, um erro cometido é pensar que dependemos apenas das mesmas pessoas para sermos felizes, é claro que necessitamos manter tudo aquilo que conquistamos, mas a vida é um caminho sendo levado pela mão do tempo; e você corrigindo pequenos atributos verá que vale a pena continuar, vale a pena acreditar nas mudanças, e inabaláveis seremos quando tivermos a certeza de que estamos agindo corretamente.

É fácil ficarmos contando tristezas, momentos inválidos, juntamos tudo como se precisássemos somar; e nos esquecemos que muito mais tempo temos para viver grandes momentos; que correção você deve tomar nos pequenos comportamentos? E nos grandes? Sabe mesmo em que você precisa se corrigir? Descubra e proteja sua emoção para passar pela vida com plenitudes verdadeiras...
(Escrito por Paulo Zamora em 03 de Setembro de 2009)

Visite meu blog:

www.pensamentodeamor.zip.net
Baixe Gratuitamente Cd's de poemas com Paulo Zamora com muitas participações especiais de poetas e locutores.

Foto de Sunad

Donos do Mundo

Viva! Os Donos do Mundo chegaram!Tragam as bebidas! Tragam também o pão e o palhaço. Vamos celebrar!...Mas celebrar o que? Só faz um segundo que chegaram. É muita pretensão pensar que o relógio só começou a marcar a hora agora. Engano. Há exatos cinqüenta e nove segundos o ponteiro vira. E ainda dizem que são evoluídos, que são portadores da ordem e do progresso. HAHAHAHA. Irônico!!! Isso é a evolução??? Ou será a involução, a regressão, o atrofiamento da sociedade mórbida e parasitária que se autodenominam “Os Donos do Mundo”. Não são donos nem de seus sonhos. “Não conseguem nem governar a sua cozinha e podem governar o mundo inteiro”, como já dizia a Boca do inferno. Santa ignorância! Malditos reis indolentes! Onde estão os Major Domus agora que vocês tanto carecem? Onde estão as suas regalias? Acabou! Vocês afogaram-se no próprio vômito. E agora??? O tempo é relativo. Tudo é relativo! Carpe Diem! Isso mesmo Carpe Diem falsos bucólicos! Enquanto isso, a esfera azul é assolada por seus atos covardes! Tanto que as borboletas já não podem voar como antes, já que as águias ambiciosas voam mais alto, e pousam no seu ninho de pedra. E eles, ou melhor, nós os Donos do Mundo assistimos tudo comendo pipoca. Carpe Diem!

Foto de Joaninhavoa

“JARDIM DAS DELÍCIAS TERRENAS”

*
“Jardim das Delícias Terrenas”
*

Não sei se o verdadeiro amor terá nuances
de erotismo como a lua quando gira no céu
e a terra se oferece cheia de agudos e graves
gemidos nos aparentes silêncios do brotar
das sementes…

Não sei se ao observar um dos quadros
“Jardim das Delícias Terrenas”,
de Jerónimo Bosch, vemos uma utopia
uma realidade ou uma mistura…
Um progresso em cada traço uma infinidade
de sentimentos nos seres que nos rodeiam
No dia a dia! E sobretudo no mundo dos poetas

Sem palavras a natureza em todo seu esplendor!
Homens e animais nas posturas mais diversas
Uma junção subtil numa camada ténue…
Um círculo de pássaros de variadas espécies
Relacionadas com o humano! Testemunhas
Que sabem o concreto e sem morte

Uma representação de cores das mais variadas
e bem conjugadas assim como as dimensões
e suas profundidades! Tintas
a óleo num relevo elevado e um fundo preciso
vêm ao encontro do querer do seu autor
Gravam-se tatuagens inesquecíveis…
Debaixo e em cima do fino e ténue véu
que se afasta para se avistar os choupos
e os rouxinóis que dizem: Sim.
Afiguram-se círculos de gentes e outros pássaros
p`los campos e mares e no céu
nas flores e árvores bolas de cristal transparentes
Com gentes dentro! E fora
Um mundo a seus pés.

Joaninhavoa
(helenafarias)
05/07/2009

Foto de pitokinho

uma simples carta ke fikou por escreve

acabou....nao interexa o que falhou...e nao interexa o ke nao mudou....eu e tu sabemos o ke se passou...falei tentei explikei prometes.te e eu esperei...maguas.te eu perdoei foi mentira mas eu acreditei...custou mas acordei... o amor eh uma merda...agora sei....desejo.te tudo de bom a unica coisa ke tenhu para ti eh este texto.....por mais ke kuste vou ser kapaz ...juro a mim mesmo nao voltar atras...vou ter saudades mas tu nao vais saber...vou penxar em ti ate te eskeçer...akabou td bem...nao vou kerer mais....nao vou xorar mais...nao ah dor nem desgosto ke o tmp nao cure....se eu amei acreditei ke ninguem me sensure fix o k pode...agora muda de atitude na vida nao...agora so peço saude...nao tava escrito..ta tudo dito....se prguntarem por mim dix ke ta tudo bem...ke nao deu certo mas a kulpa nao eh de ninguem...vou penxar em ti ate te exkeçer nao me apanhas nem au telefone...pra me veres outra ve so se for um clone...se algum dia me vires na rua....sorri mas continua....dixias ke me amavas mas nao mostravas...sabias ke erravas mas nunca mudavas....fazias mt coisa errada...agora es passado respiro de novo este ar renovado...tou bem...tou bem assim...tu nao...nao es pra mim...xegou...xegou au fim....isso nao me matou turnou-me mais forte....desde o começo nao sei kem es..no fundo nao te conheço...se kalhar sou o culpado...se kalhar ate mereço..kix confiar em ti mas nao deixas.t ou nao kises.te...imagino as coisas ke tu nunca me dixes.te....as vezes keria ser mosca vuar por ai pousar em ti..ouvir o ke nunca ouvi ver o ke nem conheci....saber se penxas em mim kuando nao tas kmg sera k es minha amiga komo eu sou teu amigo sera ke falas mal de mim nas minhas costas...ah koisas em ti ke nao mostras ou ja nao gostas...apostei tudo o k tinha e sai a perder sem perceber...supreendido por kem pensei conhecer sem confiança a relaçao nao resiste..o amor nao existe..kuando mentiste nao fikei zangado mas triste...nao peço nada em troca apenas keru sinceridade por mais crua e dificil ke seja venha la a verdade...sera ke eh verdade kuando me dizias ke me amavas...sera ke exagero?sera ke nao passa de imaginaçao minha...sera ke eh o meu nome ke tens gravado no teu coraçao ou nao..eu sou a merda ke ves...ao menos sabes kem sou...e sabes ke tudo o ke tenho era tudo akilo ke sempre tinha pra te dar..nunca te prometi mais do ke podia...prefiro encarar a realidade a viver na fantasia..tambem te magoei.mas nunca foi essa a intençao...e acredita ke ver-te infeliz partia-me o coraçao..mas errar eh humano e eu dou o braço a torcer...reconheço os meus erros sei ke ja te fix sofrer..porke nao me olhas.te nos olhos kuando me pedis.t em perdao...sera ke eh por saberes ke neles vejo o reflexo do teu coraçao!?os olhos nao metem enkuanto a boca o faz...e se ainda nao me conheces entao nunca me conheceras...seras capaz d fazer o ke te peço?deskulpa se sou ou fui mal educado kuando stressei...assim me expresso...ax vezes sou frio...falo em excesso...se conseguissemos dialogar...ja seria um progresso...a xama enfraquece..sinto ke ta a morrer aos poukus...porke eh ke eh assim...sera ke tamos a fikar loucos...axu ke nunca soubes.te realmente o kuanto eu de ti gostei....e estas sao as ultimas palavras k pra ti eu tenhu....adeus......

Foto de Armando Tomaz

A VITORIA É TUA, PODE PEGAR (Autor:Magnilton Silva)

A vitoria é tua pode pegar.

Estás a sentir tua força acabar
Tentaste de tudo e não há progresso
Teu pranto é constante
Tua vida está cheia de insucessos.

Pensas em sumir dessa vida
Estás a desejar um esconderijo
Longe de todos e de tudo
Talvez desejas ficar no escuro.

Sempre falas que não agüenta mais
Estás a sofrer, desejas na alma a paz
Pensas que Deus não te ouve
Que sua orações não chegam ao pai.

Posso dizer com certeza
Jesus te ama e te acompanha
Ele conhece tua tristeza
Tuas lágrimas, Cristo apanha.

Cristo está do teu lado
Sua oração ele ouviu
Teu sofrimento será retirado
Teu respirar será aliviado.

Tu és uma pessoa vencedora
Levanta, enxuga tuas lágrimas e anda
Jesus está a te abençoar
A vitoria é tua pode pegar.

Páginas

Subscrever Progresso

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma