Pranto

Foto de V.Gusmám

Algum Dia Será Sempre

A Vida segue enfim a regra!

Mas tudo esta tão calado,

Vejo esse dia que me alegra

Imaginando-me igual de outro lado!

.

Irei amanhecer

De tanto esperar...

Nem vou mais chorar,

De tanto querer...

.

Desta vez esta perto

Eu vou, eu vou...

Teu Caminho é certo

Todo pranto acabou.

.

São dias de Paz agora.

São dias de dores sempre.

Paz que na esperança mora

E dores que a alma não entende.

.

Mas já estou melhor por fora

Mais um dia desperto.

Vejo teu gesto que me aflora

No vazio deste coração deserto.

.
Imagino viver o Amor...

Amar o sonho...

Deixar o mundo tristonho

Desta terra, que efêmera é a dor.

(V.Gusmám)

Foto de Henrique Fernandes

ESPÍRITO DO DAR

.
.
.

Hora zero de uma noite fria, acalentada pelo brilho de enfeites luzidios que reflectem o piscar multicolor de lâmpadas vigorosas de sustentáculos cintilantes, como estrelas que iluminam a noite numa bonança que pernoita diante de um sublime manto branco de neve; todo pintado a gelo.
A alegria vagueia pelas ruas sem deixar pegadas, flutuando um silêncio interrompido por uma sinfonia de emoções, escutando melodias que tilintam no espaço e no ego o espírito do Dar!
Ao olhar através da vidraça que expunha a rua nessa noite, encontrava-a trajada de encantamento, como sucedia em todas as ruas, encontrei-a coberta por um costume de mil pigmentações em combinações de paz e concordância! Eu estava solitário, vigilante e submisso a este prodígio que a alma compreende, a qual nos transfere no bater do coração.
Ao ecoar a décima segunda badalada dessa noite gélida, escutei o ranger da minha porta e uma voz de silêncio que já havia ousado mostrar-se, proferiu à minha mente:
- Sou o Dar, esquecido pelos povos trezentos e sessenta dias por ano. Tenciono esta mácula desabafar.
Não sei se hipnotizado ou se havia enlouquecido, mas prescindi minha mão a regular-se pelo Dar e ortografei o seu desabafo descontente e tão penetrante, que se podia escutar o pesar que me ditava:
- Sou feto concebido no ventre do nosso carácter, sob a forma de um sentimento que dais à luz num costume de horas contadas num impar. Deveis decepar ao Dar o cordão umbilical, e deixá-lo coabitar menino a crescer em vós, dando-me voz todos os dias do ano.
Dar deambulava na minha alma à procura de se libertar, ou de juntar-se com o seu irmão - Receber - na aberta de uma consciência que soltamos numa comoção, que manifestamos quando dissolvidos na áurea Natalícia que nos transmuda a moral superabundante de uma indigência de asserção humana conquistada pela razão. Sem senão, o nosso ser quer partilhar o receber com o Dar.
Dar passou o tempo à janela do meu olhar, presente num estender a mão a quem não espera por nós e de nós carece como alimento à esperança, desaparecida na fome de contentamento, evacuada numa lágrima que inunda um rosto de solidão e esgotada num clamor mudo em demanda de paz.
Dar brinca no nosso sorriso quando sorrimos despretensiosos, intencionados a ajudar sem imodéstia, numa troca de emoções compartilhadas num pranto de alegria. Como suspiro de satisfação entregue por veneração a um fascínio natural sem ilusionismos ao obséquio de ser gente.
Dar é uma criança que se agiganta adulto nas nossas carências ou aptidões, de receber sem anseio o beijo do sorriso de uma criança, abrilhantado num olhar que agradece inocente a nossa melhor oferenda, agasalhada de quentura despretensiosa, dádiva de amor humano.
Dar está aceso em nós quando sabemos receber o Dar de alguém. O Dar não se dá, partilha-se cedendo o que recebemos: um olá num olhar sincero, a carícia de uma mão sem interesse, um beijo que não impõe retorno numa oferenda que não aguarda restituição, um sorriso de uma cooperação autêntica, um abraço que compreende a adversidade de qualquer um, o interiorizar uma palavra graciosa, o aceitar da incorrecção e imperfeição do comparável simples mortal…
De repente, acordo recheado de existência em mim sobre um papel manuscrito sem memória, e já o Sol da manhã me dava um benéfico dia. Sem saber se havia devaneado, sentia-me desconforme por algo que me havia alegrado o profundo do meu ser, soberbo pela mensagem do Dar.
Considerei estar demente, mas não. O espírito do Dar murmurou para mim. E lá estava eu, na vidraça, enxergando a minha rua trajada pela luminosidade de um Sol que fazia jus à concórdia de um mundo por sensibilizar.
Elevo-me em harmonia e entorno meu olhar lá para fora… Via -a agora guarnecida de crianças turbulentas de júbilo, arrojadas de uma glória, inábeis de ocultar a sua transparente e radiante felicidade.
- É o Dar! É o Dar! - Ouviu-se…

Foto de syssy

Canção da Ausência

De longíquos infinitos,
fez-se assim os olhos meus,
mirando sempre o mesmo
rosto que já não lembro do
meu.

Foi por esse horizonte
levado, sem dizer adeus...

A imagem de quem amo no
infinito horizonte se perdeu;
Onde posso achar?

Tu não sabes?!

Mais pus-me á esperar-te,
Demoraste tanto que do
meu pranto fez-se as águas,
para juntas navegar.

Foto de diny

AMOR MEU

AMOR MEU

Ah tu... tu e somente tu!
Tudo em mim chama por ti:
Vem, vem meu amado.
Estou te esperando.
Não demora tanto.
Vem, ah vem meu amor.

Eu te amo tanto, com amor tanto!
Amor de Anjo e da minha esperânça.
Tateio na penumbra dessa distâcia tua.
Em cada canto dessa ânsia.
As mãos inúteis, vazias.
frias,
nuas,
tateiam gritos
Que me dilaceram por dentro
Topam sofrimento tanto.
Tocam pranto criança
Amor não vê?! não faz sentido:
essa distâcia de nós dois.
E depois...nada! nada!
Se em cada parte de mim
essa ânsia desesperada de amar
sem ti,
sem teu amor.
Oh Deus não faz sentido!
Ah fosse dele o mesmo anseio
Agitasse o peito dele,
a mesma ânsia de estarmos juntos.
Pra encontro marcado desse amor.
Encontro de almas,
talvez de gritos.
Ah nada seria mais bonito!
E depois... que viesse o céu o infinito!
E eu com amor tanto
Te amo tanto! tanto!
Até meus sonhos sonham contigo.
Neles todos és bem real:
tão belo, meigo jovial,
suave, carinhoso, quase sensual.
Há dias em que és assim:
sem igual, tão especial.
Que dá vontade louca,
de correr pro verde dengoso de teu olhar,
e ser marca de êxtase em tua boca!
E alço esse vôo gostoso
Vôo de pura inspiração
e nesse vôo esvoaço
com inefável sensação
de que me perco em teus braços.
E sou correnteza de amor
À deslizar no teu corpo,
a escorrer pelos teus dedos,
suave gostoso e meigo
a tirar-te o folêgo,
a provocar-te suspiros,
a arrastar-te doce lírio,
sem que possas evitar
esse acesso de emoção,
a ensopar-te o coração
com excesso de gozos
entre êxtases de amor!

E entre ti e mim...
Oh meu Deus! E Deus meu!
Que labaredas de alegria,
que sintonia de delírios!
Amor é coisa de uns olhos verdes lindos!
Amor vê? faz sentido:
amor é coisa feita por dois,
com excesso de brilho,
numa fogueira verde verde!
E depois... és tu sorrindo...
E eu: queimo, ardo amo infindo!
Ah como amo!

Tu... ah tu... e somente tu!

Foto de Sonia Delsin

O MAIS SABOROSO

O MAIS SABOROSO

Eram tão frias...
Minhas noites eram tão frias...
Naquele tempo eu tinha tanto medo.
Guardava no fundo do coração meu maior segredo.
Ele me machucava tanto.
Me causava tanto pranto.
Mas hoje em dia ele não me machuca mais.
Encontrei a paz.
Meu segredo é a melhor parte de mim.
Meu segredo é a flor mais bela do jardim.
Se ele é um bem, por que eu sofria?
Ele tinha que me trazer era alegria.
Mas naquele tempo não trazia.
Era um fruto proibido.
Era o mais saboroso.
Mais desejado.
Para manter este sonho o que eu não teria dado?
Descubro... depois de tanto tempo passado.
Fui tão amada, foste muito amado.
Existiu tanto amor e nenhum pecado.

Foto de Sonia Delsin

SENTIMENTAL

SENTIMENTAL

Sim, eu sou uma sentimental.
Mas ser assim não me faz mal.
Pelo contrário.
Me faz é muito bem.
Pensam que sou triste por que sou sensível?
Longe disso.
Da tristeza eu passo para a alegria.
Transformo tudo em poesia.
E sigo...
E vou.
Caminhando.
Apreciando.
O mundo.
O universo.
Transformo tudo em verso.
Me realizo com esta minha alma leve que pousa como borboleta nas flores do mundo.
Mergulho em tudo muito fundo.
Se me deslumbro e me encanto por que razão existiria pranto?
A vida é bela.
Maravilhosa.
Já paraste um dia para observar atentamente uma rosa?

Foto de CarmenCecilia

VIDEOPOEMA: SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ

POEMA
CARMEN CECILIA

EDIÇÃO
CARMEN CECILIA

MÚSICA
SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ

SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ

Faço uma retrospectiva...
Só você me cativa...
E me traz pra esse mundo encantado...
Em que tudo que é por ti tocado
Enche-me o coração...
Recordações
Ficam cravadas no meu peito
Todas as marcas...
Tuas marcas...
Que me renovaram...
Clarearam-me como a bonança
Depois de um dia de tempestade
Tua suavidade...
Tua espontaneidade...
A risada solta...
Teu carisma...
Teu encanto...
Que me trouxe o canto
E fez esquecer o pranto
Porque ninguém é igual a você...
Quando me olho
Vejo-te nos momentos...
Eternos... Ternos...
Contigo aprendi...
E me surpreendi...
Que o mundo...
Pode ser mais bonito
E contemplarmos o infinito...
Em cada minuto...
Que emana da tua aura...
Que a cada aurora...
Encanta-me
Com o anuncio
Da manhã vindoura...
Em que estarás
Na minha memória...
Perguntando onde estará você?
Pois ninguém é igual a você.

Carmen Cecília

Foto de CarmenCecilia

AMOR SEM FRONTEIRAS

AMOR SEM FRONTEIRAS

Dia 1

Amanhecia no aeroporto em Lisboa.

O tempo estava nublado e uma chuva fina e gelada aumentava a expectativa da espera.
A viagem havia sido longa...
Uma noite em claro aguardando os acontecimentos que viriam angustiava o coração de Clara
Tanto tempo havia se passado desde que tinham se conhecido no Rio...
Fazia uma retrospectiva enquanto aguardava o momento de encontrá-lo...
Tantos e-mails, horas de conversação no msn, telefonemas...
Quase seis meses pensava ela...
E praticamente diariamente se encontravam no mundo virtual que construíram.
Os corações se abriram revelando segredos, aspirações, devaneios...
Já se conheciam como a palma da mão.
Podiam prever o estado de espírito reciprocamente num simples olá que só o monitor era expectador...
Mas ali a poucos momentos do virtual se tornar real a boca secava, as mãos tremiam, o coração batia descompassado...
Desembarcou feito um zumbi...
De repente uma voz que ela já sabia:
_Claraaaaaaaaaaaa...
Ela se virou.
Nem acreditava...
Será?
Os olhos se encontraram e não havia dúvidas...
_Pedrooooooooooo...
De repente uma correria louca...
Abraços e beijos misturados com as lágrimas que corriam sem cessar...
Uma emoção ímpar, indescritível se adonava do coração de ambos...
Pois sabiam que a experiência era única. Sem parâmetros.
Nada podia dimensionar o que sentiam.
Como foi de viagem perguntava ele
_Só aguardando esse momento dizia com o semblante transtornado.
Saíram dali para o carro...
Ele dizia repetidamente...
Ainda não acredito que você esteja aqui.
_ Nem eu dizia Clara
E ambos começaram a rir...
As palavras saiam com dificuldade, tamanho era o misto de sensações que se sentiam embalados.
A manhã avançava. Decidiram ir para Cascais.
Ela se maravilhava com o caminho e com ele a seu lado...
Dizia para si mesmo “Estou sonhando”
Ele ao mesmo tempo pensava “Não é real”
Somos loucos disseram quase simultaneamente como lendo o pensamento um do outro e novamente riram...
Pois haviam dito isso continuamente antes dessa aventura.
Chegaram a Cascais...
Ele ia mostrando os lugares pitorescos, as belas ruas que adornavam o local...
Foram até a bela Bahia onde haviam varias navegações atracadas e depois até a Boca do Inferno onde as ondas batiam vertiginosamente.
Tiraram inúmeras fotos com a alegria estampada no rosto.
Após andarem bastante resolveram sentar para um pequeno almoço e conversar.
Clara disse:
Você pensou que algum dia isso fosse possível?
Pedro respondeu:
Era inverossímil demais, mas agora estamos aqui e estou muito feliz.
Está arrependida?
_Não. De forma nenhuma.
E os olhos confirmavam o sentimento que transcendia aquele momento.
Começaram então a trocar carinhos como se nada mais existisse além daquele encontro tantas vezes sonhado, planejado e que agora se tornava palpável.
Tudo parecia rodopiar e girar como um redemoinho numa série insaciável de beijos, chamegos, como se a cada contacto estivessem a certificar da presença do ser amado ali do lado.
Caminharam depois por Sintra, o casal enamorado...
Clara apreciava a beleza do lugar. As estórias contadas.
Passaram antes pelo Cabo da Roca onde recebeu um certificado da prefeitura do local, que dizia “onde a terra se acaba e o mar começa” e “onde palpita o espírito da Fé e da Aventura que levou as Caravelas de Portugal em busca de novos mundos para o mundo”, pois ali era o ponto mais ocidental da Europa.
Encantava-se com tudo que via e ele com ela mais paixão demonstrava.
Anoitecia...
E essa seria a primeira noite juntos...
_ Não tema Clara... Já nos conhecemos demais e nada acontecerá que você não queira.
_Realmente linda acho que temos ligações cármicas. Lembra quando te dizia isso?
_ Sim, temos com certeza ligações cármicas.
Lembro-me a todo o momento de cada pedaço de conversa que tivemos...
Tudo foi maravilhoso e está se concretizando aqui.

E a noite veio como um véu para os apaixonados...
Embriagados por tudo que acontecia e por um vinho tinto que aos poucos saboreavam, também iam conhecendo o que a mente já sabia os corpos que se entrelaçavam,as bocas que iam descobrindo prazeres mútuos e enternecidos beijavam-se em meio ao pranto de tanto encantamento...
Eram dois adolescentes... Portugal novamente descobrindo o Brasil...
Uma viagem em que os corpos navegavam e deslizavam suavemente por ondas maiores, arrebentações, faróis e desejos a deriva do que iam descobrindo...
Matizes de um mar azul calmo que lentamente ia se transformando em maremoto e levando-os a conhecer a rota de cada um que se tornara uma só.
E assim outro dia nasceu...

Dia 2:
Acordaram entrelaçados.
Estavam atrasados...
Iriam pra Roma, a Cidade Eterna,
Correram... E chegaram a tempo ainda do check in.
Nossa disse Pedro, pensei que não ia dar tempo.
No caminho conversaram mais um pouco sobre amenidades.
Era tanta coisa pra falar...
Ele contou sua vida que ela já sabia de cor...
Mas ouvia como um hino tudo que ele dizia.
Com isso o tempo transcorreu.
De repente...
Lá estava ela: Roma com 2700 anos de história.
Era emocionante demais.
No aeroporto um taxista com um bom inglês e lá foram ambos
Atravessando todas aquelas ruas estreitas em que cada canto um século, uma estória revelava e embevecidos a tudo contemplavam.
Chegaram ao hotel... Hotel Pátria, 800 metros do centro histórico.
Banharam-se cansados e novamente se perguntaram...
Isto está realmente acontecendo conosco?
Olharam-se intensamente...
_Vamos provar uma massa? Sei que você gosta e eu idem, disse Pedro.
Foram a um restaurante italiano divino e provaram um vinho toscano também divino.
Parecia que tudo conspirava.
Voltaram com ele cantando pra ela a mesma música da cantina italiana:
Io te amo solo te...
E agora em solo italiano mais uma vez o amor se fez...
Era tanta sincronia, como uma sinfonia em que todos os acordes vibravam naquele frenesi e êxtase de paixões.
Clara se sentia embriagada do vinho, do local e dele ali inacreditavelmente com ela...
Pedro pensava minha deusa está aqui, nesse lugar e junto de mim.
E assim se acaraciavam, ousavam, namoravam, pois ali também faziam descobertas
Tanto carinho que vinha suave e em instantes rompantes que latejavam continuamente num mesclar de fragancias, extravagancias, para culminar no êxtase total de corpos que se irmanam num só.
Claraaaaaaaaaaaaa!
Pedroooooooooooo!

Dia 3

Amanheceu em Roma!

Estavam no centro histórico perto de tudo...
E então, após o café foram caminhar...
Era deslumbrante.
Cada pedaçinho da cidade parecia um museu.
Algo a ser contemplado e admirado...
Saber a história. Era mágico.
Praça Veneza e depois rumo ao Coliseu
Ficaram embasbacados.
Dizem "Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando o Coliseu ruir, Roma cairá e acabará o mundo".
E permanece a mais de 27 séculos contando história.
Emoção pura!
Depois conheceram lugares como o Castelo Sant’Angelo de onde se avista boa parte da cidade.
E enfim O Vaticano com toda sua magnificência...
E assistiram a audiência do Papa sempre nas quartas feiras.

Dia 4

Voltaram para Lisboa...
E mesmo com toda ventania e chuva.
Pedro queria mostrar os encantos da cidade...
E lá foram conhecer o Mosteiro dos Jerônimos
Patrimonio mundial da Unesco desde de 1502
Beleza impar em sua arquitetura...
Provar os deliciosos pastéis de Belém...
Receita única diz, desde 1837 da Oficina do Segredo...
A Praça dos Touros fez questão que admirasse
Já que ela tinha sangue espanhol...
Pedro tinha de ir trabalhar...
Mas disse:
Clara vá conhecer as belezas daqui...
E lá foi ela a andar pela Avenida Liberdade
Pois com segurança não tinha que se preocupar...
Avistou Lisboa do Elevador Santa Justa...
Que lindeza!
Depois foi até o Castelo São Jorge
A admirar a cidade e já a chorar de saudade...

E ai Pedro voltou
E ambos foram a Praça do Comércio
Mais conhecida por Terreiro do Paço,
Na Baixa de Lisboa situada junto ao Rio Tejo.
E ainda foram a Praça das Nações...
E mesmo com todo mau tempo...
O Oceanario conhecer...

Clara ficava embevecida...
E ao mesmo tempo entristecida...
Logo desse mundo vai sair...
Essa terra irá deixar...
Juntamente com seu amor...

E agora os minutos voam...
A última noite juntos...
Amam-se como se não houvesse amanhã
Agonizam suas dores...
A despedida é ferida...
Cicatriz aberta e dolorida...

Está na hora de embarcar...
E voltar...
Pedro diz... ”Não quero despedida”
Ela “Eu também não”
Os olhos estão vermelhos...
Lacrimejantes de tanto choro...
Essa dor da partida.

Então ela diz...
Vou sozinha...
Não quero você no saguão.
Assim pensarei que você estará
Do outro lado de lá a me esperar...

Pedro concorda...
Com o coração corroído...
E diz logo estarei no Brasil também.
E Clara diz tudo bem...

No hotel refaz suas malas...
Não quer olhar para trás...
Pois sonhou demais...
Faz novamente o check in

Qual o destino?
São Salvador diz ela...
Mas logo ali junto dela
De novo ouve aquela voz...

Claraaaaaaaaaaaaaaa...
E ela petrificada...
Pedrooooooooooooo...
E tudo para de repente...

Clara diz ele...
Vc se lembra daquele filme que dissestes
Casablanca...
Sim claro que me lembro responde ela...
Pra eles sempre existirá Paris...
Pra nós sempre existirá Lisboa e Roma...
Nos nossos corações e lembranças...
Você é agora parte de mim...
E eu parte de você...
Sempre...Sempre...Sempre...

CarmenCecilia
20/02/08

Foto de Carmen Vervloet

EU TE OFEREÇO

Para Jorge, meu amor para sempre.

EU TE OFEREÇO...

Eu te ofereço...
Lágrimas de arrependimento...
Por ter perdido tantos momentos...
De pura ternura... De afeto...
Deste nosso amor intenso e completo...

Eu te ofereço...
O meu sorriso franco...
O meu desvelo e meu encanto...
Para secar teu pranto...
Para inspirar teu canto...

Eu te ofereço...
Minha vibrante alegria...
Este sol dourado... Esta magia...
O manto da harmonia...
A luz... O som... A sinfonia...
Os versos da minha poesia...

Eu te ofereço...
Caminhos cheios de cor...
O sonho... A semente... A flor...
Uma nova vida... Viço... Esplendor...
Eu te ofereço... Meu eterno amor!...

E serás o maestro que rege minha vida...
Que será por carinhos... Florida...
Rosas... Cravos... Miosótis... Lírios...
Beijos... Afagos... Carícias... Delírios!...

Carmen Vervloet
Todos os direitos reservados ao autor

Foto de CarmenCecilia

SE TODOS FOSSE IGUAIS A VOCÊ

SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ

Faço uma retrospectiva...
Só você me cativa...
E me traz pra esse mundo encantado...
Em que tudo que é por ti tocado
Enche-me o coração...
Recordações
Ficam cravadas no meu peito
Todas as marcas...
Tuas marcas...
Que me renovaram...
Clarearam-me como a bonança
Depois de um dia de tempestade
Tua suavidade...
Tua espontaneidade...
A risada solta...
Teu carisma...
Teu encanto...
Que me trouxe o canto
E fez esquecer o pranto
Porque ninguém é igual a você...
Quando me olho
Vejo-te nos momentos...
Eternos... Ternos...
Contigo aprendi...
E me surpreendi...
Que o mundo...
Pode ser mais bonito
E contemplarmos o infinito...
Em cada minuto...
Que emana da tua aura...
Que a cada aurora...
Encanta-me
Com o anuncio
Da manhã vindoura...
Em que estarás
Na minha memória...
Perguntando onde estará você?
Pois ninguém é igual a você.

Carmen Cecília
17/02/08

PS: TÍTULO BASEADO NA MÚSICA DE TOM JOBIM E BADEN POWEL

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