Portas

Foto de Luiz Islo Nantes Teixeira

O CASTELO DA TERRA DISTANTE

O CASTELO DA TERRA DISTANTE
(Luiz Islo Nantes Teixeira)

Todos os dias voce deseja aflita
Retornar ao castelo da terra distante
La onde os carinhos sao eternos
E os beijos sao os mais sinceros
Do que os beijos de qualquer amante

E voce sonha com a alegria infinita
Que voce ja conhece desta terra encantada
Onde a dor ha muito foi proibida
E a tristeza e uma mera desconhecida
Que ha tempos ja foi erradicada

Sentindo saudades voce se agita
Pensando em retomar o que voce tinha
Mas o castelo que e meu coracao de cada dia
Sem alarde dos sons das trombetas anuncia
Que seu reino ja escolheu nova rainha

E todos aprovaram a nova rainha bonita
E o que o voto popular confirma e diz
A vida me deu o animo de um menino
A felicidade tomou as redeas do destino
E meu coracao canta, porque esta feliz

E hoje que voce ainda chora e grita
As portas deste castelo que nao lhe abre mais
Que voce grite a vida inteira
Esta poesia e a unica mensageira
Que deseja que voce siga e viva em paz

© 2009 Islo Nantes Music
globrazil@verizon.net or globrazil@hotmail.com
Brazil – (021) 2463-7999
USA – (914) 699-0186

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A NOSSA TRILHA

A NOSSA TRILHA
Produzido por zacarelli

As pessoas se entusiasmam, outras duvidam...
Não cruzemos os braços agora
Estamos no circulo do nosso limite
No ápice do acreditamos.

Há um pouco de nossas pegadas naquela trilha
Há um pouco de nossa alma naquela ilha.

As portas ainda estão abertas
Muitas pessoas passam Por ela
Devemos continuar com a nossa missão
Com a nossa força e auto crítica.

Tudo que temos é o que carregamos conosco
Seria talvez a hora de aceitar a ajuda de um estranho
Dê um gole nesta bebida
Sinta o amargo que é duvidar
Só não perca a sensibilidade dos teus passos
Não deixe jamais os rastros dessa trilha se apagar.

Há um pouco de nossas pegadas naquela trilha
Há um pouco de nossa alma naquela ilha.

Escrito por Marcelo Henrique Zacarelli

Mauá fevereiro de 2006 no dia 26

Foto de Marcelo Henrique Zacarelli

A ALMA E FORÇA DA MULHER

A ALMA E FORÇA DA MULHER

Seria muita pretensão de minha parte subestimar
A ousadia dos teus lábios,
Seria de uma tamanha inoperância
Desvendar os teus pensamentos,
A formosura do teu rosto assusta
Porém meu sentimento auspicioso toma conta de mim,
Não me dou por conta quando meu jeito sacárstico de agir
Zomba dos meus sentimentos;
Nem quando meus pensamentos deixam-se
Extravasar pela transparência de meus atos,
Perder-me na mais vislumbrante beleza
Que teu peito oferece, enriqueceria meu rubor,
Aquele na qual penetrar no intimo da alma de uma mulher
Poderá descobrir na impaciência do seu pulso firme,
E na impetuosidade descontraída do seu jeito de olhar
Estará escondido um tesouro de inigualável valor,
O coração é um barco que leva o homem a navegar
Pelas veias da perdição, onde naufraga no anonimato,
Fazendo o afogar em sua própria dor...
Mesmo dotado de uma experiência que a vida me valeu
Não consigo desvendar a volubilidade do pensamento
Maduro e abstrato que oferece os lábios de uma mulher,
Quantos buscam sorrir ocultando no intimo de seu ego
E acabaram derrotados pela oscilação de sussurros descuidados,
Nas palavras de uma mulher encontrei um convite
No toque dos teus dedos a chave e diante de seus olhos,
Estão as portas da imaginação, as escassezes do desejo,
A enigmática magia de viajar na mais pura sensibilidade
Sinta-se em seus braços, e repouse no acalento de seus seios...
E deixe que ávida lhe pregue um capitulo em sua história,
Portanto não se engane, tens o poder de tocar o seu corpo...
Conduzi-la a um ato pecaminoso, controlar parte de seus sentimentos...
Até mesmo encantá-la por um momento,
Portanto não se engane outra vez, ninguém tem sabedoria o bastante...
A ponto de conhecer o coração e alma de uma mulher.

Uma justa Homenagem a Você Mulher.

Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Junho de 2001 no dia 19
Itaquaquecetuba (sp)

Foto de Graciele Gessner

Será Que Somos Sinceros? (Graciele_Gessner)

Pense com calma. Será que somos sinceros? Será que em algum momento não mentimos? Estive observando tudo e a todos. E observei bastante para chegar numa conclusão. Alguns provavelmente garantem que jamais falaram nenhuma mentira. Eu diria que não conseguimos viver sem mentir.

Tudo que ouvimos e falamos, vemos e fazemos; tudo nos parecem verdades, e muitas vezes é uma bela e pura mentira. Você já parou para pensar nisso?

Já parou para cogitar que um perfil virtual do fulano muito bem elaborado e bonitinho pode conter uma falsa informação? Tudo que é belo nos enche os olhos e se torna fato verídico. O que nos interessa é disfarçar a nossa verdadeira identidade, mas isso só confirmaria a minha tese.

Outra ideia que pode auxiliar na compreensão. Mulheres gostam de roupas, perfumes e maquiagens, tudo isso para obter a imagem daquilo que muitas vezes não são. Perfumes disfarçam o seu cheiro de felina. Roupas disfarçam as suas gordurinhas extras. Maquiagens muitas vezes escondem a sua beleza natural. Então, o que é verdade e mentira?

Criamos ilusões, fantasiamos o tempo todo. Até mesmo quem escreve, escreve imaginando ou não. Contudo, uma mentira sempre terá uma pontinha de verdade.

Sabemos também que algumas verdades ditas transformam uma pessoa dócil num monstro, mas depois da tempestade abre-se uma porta de oportunidade para novas possibilidades. Imagine então o inverso, mentiras proferidas ao vento, quais serão as oportunidades? Mentiras só nos fecham as portas. Mentiras são só destruição e não construção.

Pense muito bem, antes de qualquer resposta. O melhor mesmo é reaprendermos o verdadeiro significado da sinceridade.

25.01.2009

Escrito por Graciele Gessner.

*Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de ERIKO ALVYM

eu vim te amar

luz & trevas
saturno espelhado no lago
o cavalo rasga a fêmea
posse & afago
o mago abre a porta do sonho
nas mãos a chave do canil
e a moeda do passado

música tão longe
a cartomante enxergou o sangue
escorrendo das senhas
o solitário não é!
mergulhou na esperança
encontrado de olhos sonhados
exalava música

o que deseja o monge?
ouço vozes
o que é feito do anjo
se a fome é presente?

o que deseja o monge?
as portas trancadas
indicam
: o amor é pontualidade
e renúncia

ficar triste é escorregar
no vazio
se a rainha se foi
durmo na ruina

qual a carta
que levou meus olhos?
a cartomante mente
eu só tenho cor
da face p'ra dentro

eu vim te amar
vim pelas estradas sem eco
vestido apenas com a indicação
e o desprezo
o guarda copiou o pedido do condenado

resta amar
encontrar na solidão
o motivo para
esquecer na essência
a condição

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

" PRECISO TE ESQUECER II





É duro ter que escolher.
Entre minha razão ou te perder.
Cansei de sofrer.
Pois o que, mas queria era te ter.

Fiz tudo para te conquistar.
Mas você, pois outra em meu lugar.
Eu não sabia que iria ser assim.
Ter você divido pra mim.

Ouço dizer que precisamos
Ouvir o coração.
Mas no meu caso prefiro a razão.
Para ver se saio dessa solidão.

Preciso voltar sentir a essência da vida.
Mas não ser por você essa mulher sofrida.
Não pense que é fácil tomar essa decisão.
Mas é o único jeito de te esquecer.
É abrir as portas para quem me merecer.

Pois eu cansei de sofrer.
Prefiro que seja assim.
Do que ter você ao meu lado
Divido e com pena de mim.

Mesmo te amando saio do seu caminho
Pois o amor é inteiro e completo.
E eu não sei e não posso amar pela metade.
Quero alguém que me ame por inteiro e de verdade!

*-* A FLOR DE LIS.

http://www.blogger.com/profile/01846124275187897028
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=39704

Foto de apenasvivendo

Pablo Neruda O Riso

O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda

Foto de Edson Milton Ribeiro Paes

"VOLITAR"

“VOLITAR”

Na penumbra...
Na transposição dos mundos...
Uma luz fecunda...
Anuncia uma nova era!!!

O Enigma....
Chave de todas as portas...
Presenteia-nos com um estigma...
“Os Signatários da Sorte”!!!

O Presente...
Envolto com o indelével manto do livre arbítrio...
A conseqüência...
A resposta aos maus feitos!!!

O passado...
A soma de todos os esforços...
Os resultados...
Recompensa para os justos!!!

O futuro...
Parque da semeadura...
Aos homens de bem, a glória...
E aos outros, a amargura!!!

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

A História de um Andarilho e a Solidão!





As nuvens ficam escuras
Levando nossa ternura.
O sol fica sombrio perde o brilho.
A lua se torna negra.
Manchando a noite de solidão.
O caminho não tem volta.
Não tem fim...
Nas lutas as derrotas.
A tristeza da alma esfria a carne.
Trazendo riscos de morte
E não contar com a sorte.
Ecos e gritos soam pela escuridão.
Querendo encontrar paz no coração.
Embebendo de planto.
Rastejando pelos cantos.
Ah! Como era bom o tempo de autrora.
Onde havia alegria era minha história.
Como era bom o tempo que reluzia,
Onde eu era feliz e não sabia!
Hoje estou feito objeto rasgado.
Sentindo a solidão para todos os lados.
Ah! Como sinto falta do que vive.
Mas infelizmente são as conseqüências
Do caminho errado que segui.
“Quem planta colhe”.
Sou um mero ser na solidão,
Querendo se colocar de volta a vida,
A vida que habitava antes!
Hoje por conseqüência
Habito nas portas de lojas e residências.
Dependendo da carência,
Dos que podem matar minha fome por caridade.
Sou um moribundo vestido de piedade.
Tudo isso por ser marrento na minha mocidade.
Hoje dependo de caridade.
E me sinto só nesta vasta cidade.
Onde dependo de restos para viver.
Se é que pode dizer que assim alguém pode viver!
Garanto que essa, ninguém paga pra ver!!!

*-* A FLOR DE LIS.

http://www.blogger.com/profile/01846124275187897028
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=39704

Obs: Basiado em fatos reais, sobre a vida dos mendigos que sofrem preconceito e descaso da sociedade e sofre o abandono dos politicos que só querem poder.
Onde isso vai parar?!

Foto de Carmen Vervloet

OLHOS QUE VEEM, CORAÇÃO QUE SENTE

No meu coração, gravada em felicidade, a fazenda Três Meninas! O casarão caiado em branco, portas e janelas pintadas em ocre, a varandinha, como mamãe chamava, com jardineiras repletas de gerânios coloridos e camaradinhas que caiam até o chão. Em frente à casa, estonteante jardim, onde borboletas faziam seu ritual diário, beijando com amor a cada exuberante flor, cena que meu coração menino guardou para sempre. As cercas todas cobertas por buguenvílias num festival de cores. Em seguida ao jardim, o pomar com gigantescas fruteiras (olhos de criança, enxergam tudo maior), mangueiras, abacateiros, laranjeiras, goiabeiras e tantas outras que não se conseguiria enumerar, onde com a agilidade da idade subia, não só para colher e saborear os frutos maduros, mas, para ver de perto os ninhos de passarinhos, que papai com sua profunda sabedoria, já me ensinava a preservar. Passava horas sobre os galhos das minhas fruteiras prediletas, principalmente goiabeira, que era só minha, ficava ao lado do riacho, onde também costumava pescar. Lá do alto, no meu galho preferido, junto aos pássaros, voava em meus sonhos de criança feliz!
Nos meus devaneios, fui mãe (das minhas bonecas), fui anjo (nas coroações de Nossa Senhora), viajei pelo mundo (sempre que via um avião passar), fui menina-moça (sonhando o primeiro amor). Na vida real fui criança feliz, cercada pelo amor e carinho de minha doce mãe, de meu sensível e amigo pai (ah! Que saudade eu sinto de você, pai), de minhas duas irmãs mais velhas que faziam de mim sua boneca mais querida, colocando-me sobre uma pilha de travesseiros, num altar improvisado sobre a cama de meus pais, onde eu era o anjo, na coroação que faziam de Nossa Senhora. Nesta época eu tinha apenas dois anos e se o sono chegava, a cabecinha pendia para o lado, logo me acordavam, pois não podiam parar a importante brincadeira.
Já maior, menina destemida, levei carreira de vaca brava, só porque me embrenhei na pasto, reduto das vacas com suas crias, para colher deliciosa jaca, que degustara com o prazer dos glutões. O cheiro da jaca sempre me reporta às boas lembranças da Fazenda Três Meninas... Até hoje tenho uma pequena cicatriz na perna, que preservo com carinho, sinal de uma infância livre e feliz. Desci morros em folhas de coqueiros, cavalguei cavalos bravos, pesquei com peneira em rio caudaloso! Ah! Tempo bom que não volta mais!...
Mês de dezembro. Tempo de expectativas e alegrias. Logo no começo era a espera do meu aniversário, da minha festa, do vestido novo, do meu presente, o bolo, a mesa de doces com os deliciosos quindins feitos por mamãe. Depois a expectativa do Natal, a escolha do pinheiro, do lugar estratégico para montar a imensa árvore, os enfeites coloridos, estrelas, anjinhos, bolas que eu ajudava mamãe a pendurar, um a um, com delicadeza e carinho, junto à certeza da chegada do bom velhinho, em quem eu acreditava piamente, com todos os presentes que havia pedido por carta que mamãe me ajudava a escrever. O envelope subscritado com os dizeres: Para Papai Noel – Céu
E depois era esperar a chegada do grande dia. Era o coração batendo em ansiedade, era a aflição de ser merecedora ou não da atenção do bom velhinho. Quando chegava o dia 24, sentia o tempo lento, as horas se arrastando, o sapatinho, o mais novo, sob a árvore, desde muito cedo, o coração batendo acelerado. Mal anoitecia, já deixava a porta entreaberta para a entrada de Papai Noel e corria para minha cama tentando dormir, sempre abraçada a minha boneca preferida, para acalmar as batidas do meu coração. O ouvido apurado para tentar ouvir qualquer ruído diferente. Era sempre uma noite muito, muito longa! Os olhos bem abertos até que o cansaço e o sono me venciam!
No dia seguinte, cedo pulava da cama. Que grande felicidade, todos os meus presentes lá estavam sob a árvore. Era uma festa só! Espalhava os presentes pela casa toda, na vitrola disco LP tocando canções natalinas, função de papai que adorava música... (Ah! Papai quanta coisa boa aprendi com você). Lembro-me bem de um fogãozinho, panelinhas, pratos, talheres que levei logo para o meu cantinho, onde brincava de casinha. Lembro-me também de uma boneca bebê e seu berço que conservei por muitos e muitos anos.
Todas essas lembranças continuam vivas dentro de mim, como se o tempo realmente tivesse parado nestes momentos de paz e felicidade. Os almoços natalinos na casa de meus avós paternos onde toda a imensa família se reunia em torno de uma enorme mesa. Vovô na cabeceira, vovó sentada a sua direita, tios, tias, primos e mais presentes para as crianças, comidas deliciosas, sobremesas dos deuses, bons vinhos que eu via os adultos degustarem, (depois do almoço, escondida de todos, eu ia bebericando o restinho de cada copo), arranjos de frutas colhidas no pomar, flores por toda a casa e depois minhas tias revezando-se ao piano, já na sala de visita, onde os adultos tomavam cafezinho e licores. A criançada correndo pelo quintal, pelo jardim, pelo pomar... Tantos momentos felizes incontáveis como as estrelas do firmamento! Momentos que eternizei no meu coração.
Hoje o tempo é outro, a vida está diferente. Muitos se foram... Outros chegaram... Os espaços estão reduzidos, as moradias se verticalizaram, as janelas têm grades por causa da violência, as crianças já não acreditam em Papai Noel, desapareceu o espírito cristão do Natal para dar lugar a sua comercialização, as ceias tomaram o lugar dos grandes almoços em família, da missa do galo...
Mas a vida é dinâmica e temos que acompanhá-la. Os grandes encontros de família são raros. As famílias foram loteadas, junto aos espaços, junto a outras famílias, junto à necessidade de subsistência.
Nada mais é como antes, mas mesmo assim continuamos comemorando o nascimento do Menino Deus, em outros padrões é verdade, mas com o mesmo desejo de que haja paz, comida e felicidade em todos os lares.
Feliz daquele que tem tatuado nas entranhas da alma os venturosos natais de outrora vistos por olhos que vêem, olhos atentos de criança, sentidos com a pureza do coração!
Olhos da alma, sentimentos eternizados!...

Carmen Vervloet
Vitória, 23/12/2008
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