Poema

Ouço você falar
Fala, fala e fala
Mas nunca diz nada

Tudo que sai de sua boca
São apenas ventos
Não tem sentido algum
Voa no alento
E nem sequer me lembro
O que foi que se passou

Já está sepultado
A história de nosso coração
Quem sabe vire até um fabula
Ou um conto de terror

Uma coisa eu sei é certa
O que passou... Passou
E hoje nesta vida incerta
Nem eu sei pra onde eu vou

Poema as Bruxas

Quando era criança
Costumava deitar no telhado da vizinha
Pra ver as estrelas e
Conversar com elas
E elas me escutavam com clareza

Eu ficava horas ali
Era tão gratificante
Elas pareciam sorrir pra mim.
Em cada cintilar
Dava até pra ouvir
O som dos cristais de seu brilhar
Que era uma resposta pra mim

Sentia-me feliz
Ali era o meu consolo
Meu esconderijo
Todos que passavam
Não podiam me ver
As estrelas eram minha companhia
Minhas psicólogas
Eu falava, elas me ouviam
E às vezes até respondiam.

Já fui chamada de maluca
Por olhar para o céu e conversar com o nada
Mas louco era aquele que não via
Que com quem eu falava
Era muito mais que um nada
Eram as estrelas
Minhas doces advogadas

Já me perguntaram se eu via Et.’s
Fazia-me rir
Eu ria... Do que não podiam ver
Só eu via
A alegria que as estrelas tinham
Só de eu olhar pra elas
Só de me ouvirem falar
Elas tinham em mim a companhia
Que mais ninguém podia dar.

Poema as Bruxas

Paixão que despertou-se quase sem querer
Oferenda do destino em forma jubilante
Caminha entre meus olhos para fazer-se ver
Atrai meus pensamentos, muda meu semblante
Homenageio teu frescor, oh, belo ser silvestre
O escuro véu, a parda tez, os olhos penetrantes
Nada que existe há de esconder o teu vigor campestre
Tu vives livre e cada vez mais graciosa do que antes
Alçada, a alma emudecida paira em teu desejo
Suplica aos céus a enorme graça de possuir teus beijos

15/01/97

P.S.: existe uma mensagem subliminar neste poema.