Plutão

Foto de João Victor Tavares Sampaio

A Flor do Desespero

“Para dizer a verdade, não nasci nem do Caos, nem do Orco, nem de Saturno, nem de Japeto, nem de nenhum desses deuses rançosos e caducos. É Plutão, deus das riquezas, o meu pai. Sim, Plutão (sem que o leve a mal Hesíodo, Homero e o próprio Júpiter), pai dos deuses e dos homens; Plutão, que, no presente como no passado, a um simples gesto, cria, destrói, governa todas as coisas sagradas e profanas; Plutão, por cujo talento a guerra, a paz, os impérios, os conselhos, os juízes, os comícios, os matrimônios, os tratados, as confederações, as leis, as artes, o ridículo, o sério (ai! não posso mais! falta-me a respiração), concluamos, por cujo talento se regulam todos os negócios públicos e privados dos mortais; Plutão, sem cujo braço toda a turba das divindades poéticas, falemos com mais franqueza, os próprios deuses de primeira ordem não existiriam, ou pelo menos passariam muito mal; Plutão, finalmente, cujo desprezo é tão terrível que a própria Palas não seria capaz de proteger bastante os que o provocassem, mas cujo favor, ao contrário, é tão poderoso que quem o obtém pode rir-se de Júpiter e de suas setas. Pois bem, é justamente esse o meu pai, de quem tanto me orgulho, pois me gerou, não do cérebro, como fez Júpiter com a torva e feroz Minerva, mas de Neotetes, a mais bonita e alegre ninfa do mundo. Além disso, os meus progenitores não eram ligados pelo matrimônio, nem nasci como o defeituoso Vulcano, filho da fastidiosíssima ligação de Júpiter com Juno. Sou filha do prazer e o amor livre presidiu ao meu nascimento; para falar com nosso Homero, foi Plutão dominado por um transporte de ternura amorosa. Assim, para não incorrerdes em erro, declaro-vos que já não falo daquele decrépito Plutão que nos descreveu Aristófanes, agora caduco e cego, mas de Plutão ainda robusto, cheio de calor na flor da juventude, e não só moço, mas também exaltado como nunca pelo néctar, a ponto de, num jantar com os deuses, por extravagância, o ter bebido puro e aos grandes goles.”

- O Elogio da Loucura (Erasmo de Roterdã)

Louçã
A filha da morte
Mãe dos desencontrados
A Loucura, quente frieza
Tem a razão;
A Loucura assim em clareza
É pura escuridão

Esqueçam de cobra ou maçã
Pecados
De um raciocínio consorte
Falso cristão:
A simbiose, que é doce ilusão
O educar do prazer
A realidade do reproduzir
Não tem efeitos comprovados;
Se alguém tentar introduzir
O dever
Ou outra asneira em semelhança,
Se lembre de quando em criança
O mundo que nos parece acolher
Trai-nos em manso
Em lento avanço
De sermos adultos e suficientes
Sábios e clarividentes

Em ser injusto e imperfeito
O mundo que soa ideal
Passa longe de satisfeito;
Ou seja:
No final da vida é o final
Ao invés do que se almeja
Que se encontra ao natural;
Sem moral ou solução
Sem nexo de orientação;
Sendo a falha em seu ardor
A máquina em seu labor;
Eis o humano enfim descrito
Pequeno e frágil ao infinito;
Entregue
Ao destinar que lhe carregue;
Sendo insano por lutar
Por nadar em naufragar;
Pois isso explica a loucura
E o amor:
Nada mais que a abertura
O botão da semeadura
De um desespero em flor

Foto de Bira Melo

SE EU PUDESSE

Se eu pudesse
Transformar-me-ia em Marte
Teu planeta regente,
Não para te reger simplesmente
E sim para gozar de tua maestria.

Se eu pudesse
Passaria férias em Plutão,
Quando voltasse à Terra
Estaria bem transformado
Em tua persona de alegria.

Se eu pudesse
Rasgaria o meu peito
Mostrar-te-ia meu coração marrom-carmim
Que pela distância física, nos separa
Vive constante saudade e agonia.

Fecho meus olhos e agora posso:
Sentir o absinto, azaléia e a rosa clarinha
O sândalo, o topázio, o rubi e a água marinha
Posso ver o que não via
Mesmo louco, insano e bobo
Sou neném pra tia Lia.

Bira Melo in Há um Anjinho de CARvão*

*Diereitos reservados.

Foto de killas

GRITO DE ALERTA

Enquanto eu puder cantar,
Passar no mundo a berrar,
Não vou deixar o mundo ficar,
Na sua apatia de engasgar.

O mundo por ele se vai perder,
Pobre de quem vai ter de sofrer,
Para que todos consigam ver,
Os obstáculos que é preciso vencer.

Só quero a todos pedir,
Vamos outro mundo descobrir,
Pois continuar como está a ir,
É ver o mundo deixar-se destruir.

Não posso deixar de apelar ao coração,
Ao ver esta eterna destruição,
Que vai de Mercúrio a Plutão,
E sempre a piorar com a nossa mão.

Vamos todos fazer um mundo melhor,
Onde todos nos esquecemos do pior,
Queremos apenas um novo sabor,
Que nos arraste a todos deste estertor.

Que a luz da lua nos ilumine,
E a cor do mundo novo nos fascine,
Porque sendo o mundo algo perene,
Todos temos de encontrar o nosso cerne.

Vou continuar sempre a cantar,
Até não conseguir mais falar,
Que se assim algo eu mudar,
Terá valido a pena o meu pensar.

Foto de KarlaBardanza

Carma de Plutão

CARMA DE PLUTÃO
Antes que a lua entre em Leão,
preciso te falar de mim,
da minha paixão...da nossa sinastria.
Preciso te dizer que a nossa conjunção é perfeita.
Então..me aceita, me acolha,me escolha...
Dentro desse Aquário um Escorpião
faminto e sorridente,
ciente do teu Marte pisciano...
fugidio...sinto frio...
Não quero nem saber,
esse ano ainda conquisto você.
Antes que Vênus fique em quadratura...
com Saturno...
quero te dizer que já não durmo,
já não fumo,e nem bebo.
Estou a mercê do seu Júpiter em VIrgem
que me causa tanta vertigem
toda vez que te vejo de azul...
Eu e você - trígono certo,
Estou perto de te beijar...
Minha lua ao lado do teu sol...
Nos teus olhos um mar...
Plutão domando esse desejo,
que vejo escrito nas estrelas.
Urano se insinuando...e eu...
sou de Marte...adoro essa parte
que diz que tudo combina.
É a minha sina passar em revolução
pelo teu coração...
Mercúrio vai abrir sua mente...
entenda essa indecente,
Netuno vai te inspirar...
sou eu aqui,prontinha,
pra te amar.
Esse teu sorriso...impreciso...
preciso tanto disso...
dessa conjunção de Marte e Vênus...
desse teu ascendente em ar...
Quero tanto te mostrar essa combinação,
esse feitiço duplo...uma nova direção.
Eu e você - carma de Plutão.

Karla Bardanza

Foto de alexandrebatista

Férias Interplanetárias

O meu destino preferido é ir a Marte
Enquanto não é possível só posso andar na Lua
Ou então, ir à praia, apanhar o Sol deste Verão
E tenho Mercúrio para curar as queimaduras deste Sol

E nesses dias de Saturno
Vou mergulhar nesse mar de Neptuno
E ao menos, levantar os pés assentes da Terra
Ir aos saldos das camisas, num planeta que se chama Venús

E uma vez pUrano
Não volta vem o Plutão
Na bola há craques novos, Como o Júpiter ou o Falcão
Os velhotes são estrelas cadentes
E o Real tem constelações, são os galácticos

Tanta conversa,
Mas um um dia hei-de ir a Marte
Enquanto não é possível, vou andar na Lua
Ir a mar, mergulhar, afastar a solidão
E já nem Mercúrio cura as feridas deixadas, no meu coração

Porque eu só quero ir a Marte
Eu sei que um hei-de ir a Marte
Eu sei que um dia vou a Marte.....

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