Pensamentos

Foto de Carmen Vervloet

ROSA DESFOLHADA

Desnudo minh’alma nestes versos...
Triste e angustiada desfolho
minhas pétalas na noite vazia,
sou rosa pálida que murcha a cada dia...
Perco o viço, a maciez, a energia,
murcho, murcho, murcho
e solto minhas pétalas sobre selvas de pedras,
ou desertas pradarias...
Múltiplos pensamentos, tristes sentimentos,
sem sol, sem brisa, orvalho e hospedaria!
Vago inquieta por entre correntes de vento,
em lamento!
Volto ao meu jardim e
grito, grito, grito por um naco de afeição...
Morro sem carinho como quem morre de fome,
à míngua, sem um pedaço de pão!...

Carmen Vervloet

Foto de betimartins

O jovem lenhador e o ancião

O jovem lenhador e o ancião

Durante meses e farto de maus tratos um filho de um lenhador ainda novo, resolveu sair de casa e caminhar pelo mundo fora. Era um rapaz robusto, forte, sempre gentil e educado, apenas com uma muda de roupa, um velho cobertor, um prato de barro, dois talheres, uma panela pequena, e um copo de lata já tão torto que nem se reconhecia.
Tudo isso eram as suas posses, dinheiro ele não tinha, mas pensava que seus dois braços eram fortes e sua vontade de trabalhar era grande também.
Logo ele caminhou por caminhos nunca antes vistos por ele, tudo era completamente novo e até a saudade dos irmãos ficava para trás, apenas lembrava-se de sua mãe cansada e desgastada e sentia compaixão de ter a deixado, respirando fundo desviou os seus pensamentos e seguiu em frente. Sorrindo sempre, ele ia lembrando-se dos bons momentos passados e parecia que estava também se despedindo deles também. Por momentos a dor dos maus tratos do seu pai veio à mente e apertou seu coração, era melhor ter vindo embora que lhe faltar ao respeito.
Tudo que sua vista visualizava era algo que ele nem podia descrever, a paisagem estava mudando, logo estaria perto de uma cidade coisa que ele nunca viu na sua vida apenas numa folha de um jornal velho que achou pelo bosque e que teve que esconder, pois seu pai proibia tudo que fosse livros ou algo ligado a eles, dizia que era coisa do diabo e das tentações.
Passados dias de caminhar, dormir em locais variados, comer o que dava a natureza ele sentia um homem feliz e liberto da escravidão, tudo valia a pena por novos horizontes afinal ele tinha sonhos e o seu maior sonho era aprender a ler. Aquele bocado de jornal sempre o deixava ansioso, que queria dizer todas aquelas letras se ele nem o seu próprio nome saberiam escrever.
Apenas sabia que se chamava João Rodrigues, era o nome do seu avô que morreu muito novo era ele ainda um menino com tuberculose apenas lembrasse-se da tosse compulsiva nada mais.
Ele sabia o que queria e logo chegou à cidade, cheio de esperança, ele procurou trabalho e logo achou numa estalagem que veio mesmo a cair bem, os donos o deixavam dormir nos estábulos dos cavalos. Não era muito pior que sua casa, ele aprendeu a trabalhar com ferro, o velho da estalagem ensinou a tratar dos cavalos, ver e reparar as ferraduras e fazer novas também.
Como ele era educado e gentil depressa aprendeu o novo oficio logo todos gostaram dele até a filha mais nova dos donos da estalagem, logo ele descobriu os encantos do amor, entregando-se aos desejos da luxuria e depois conheceu o ciúme e afagou suas dores em copos de vinho retardado e azedo. Deixou-se afundar por mais de cinco anos, entre bebedeiras, brigas, até seu trato com as pessoas piorou ao ponto de ser despedido.
De novo ele pegou nas suas coisas que eram ainda mais leves, pois perdeu tudo e até a sua dignidade e voltou a caminhar pelo mundo fora.
O ar frio, do inverno gelava suas veias, as poucas vestes pareciam colar em seu corpo magro e maltratado pelo álcool e má nutrição. A sede secava sua boca e a fome era pouca, apenas queria um copo que aquecesse a alma e fizesse esquecer a vida sofrida.
Caminhou por montanhas, pensando na sua vida, nunca parava, aprendeu a comer o que a natureza dava, seja o pouco que para ele, era muito.
Cansado de mais um dia a caminhar, a tarde estava indo embora e ele tinha que arranjar lenha e um lugar abrigado para ficar. Estava no alto de uma grande montanha, não resistiu e sentou-se bem no pico ela, olhando para o horizonte.
Por instantes ele pareceu ver sua família, por instantes ele parecia ter saudades dos maus tratos do seu pai, era tudo tão estranho, parecia que estava sonhando, caiu uma lágrima pelo rosto e chorando ele sabia que tinha perdido tantos anos sem alcançar seu sonho.
Adormeceu ali, quase que poderia cair, bastava ele desequilibrar, sentiu uma mão quente em seu ombro abanando-o suavemente, uma voz doce e segura seria que estava a sonhar.
Depressa abre seus olhos inchados, assustado, olhando-o o homem que ali estava, era estranho, tinha umas vestes estranhas um pano enrolado no seu corpo e que deixando entrar frio. Lentamente saiu do lugar com muita calma para não cair, escuta a voz do homem estranho:
- Vamos para minha caverna que lá estará quentinho e mais confortável.
Acenando com a cabeça se deixa conduzir, mas seu corpo estava cansado, muito cansado e sua alma doente e triste.
Calado apenas observava o velho que estava a sua frente, magro de cabeça rapada, seus olhos grandes e um sorriso amplo. Observou a caverna, ampla, cheia de pedra, tinha uns desenhos estranhos tipo sinais, ele não compreendia era tudo estranho.
O velho ancião leva-lhe um pouco de sopa quente, era uma magra sopa, mas quente confortava a alma e suas energias. Tudo estava no mais repleto silencio apenas se escutava o crepitar da lenha e olhava para suas chamas, logo o sono fazia suas pálpebras fecharem contra a sua vontade.
Entendendo tudo isso o velho ancião ajuda-o a levantar e leva-o para um canto que estava repleto de folhas secas e dá ordem que se deite ali. Já há muito que não se sentia tão bem tratado e adormeceu.
A noite foi estranha, sonhos e sonhos, sonhava com seus pais e irmão sonhava com a vida que teve na estalagem, parecia que tudo estava a flor da pele, assustado ele voltou a sonhar, mas ai viu a sua mãe morta num caixão, acordou a gritar.
O velho ancião tranqüilizou dizendo que era só um pesadelo que estava com muita febre, dando de beber e colocando compressas frias da única camisa que ele tinha ganhado com o seu suor.
Ali ele travou a sua luta entre a vida e morte, sabia-o, ele sentia que era tudo estranho muito estranho, apenas pedia desculpa pelos seus erros, o velho ancião sorria e dizia, teremos tempo para falar de tudo isso com calma, agora vês se dormes e sossegas.
Logo se recuperou, agradecendo ao ancião a sua ajuda, pensando voltar a colocar a caminho para novo rumo.
O velho ancião o chamou e pelo seu nome João, pedindo-lhe que o escutasse por momentos:
- João na vida não existe acasos, não te encontrei por acaso, tu foste enviado por Deus para que fosses preparado, educado e aprendesses o que eu sei. Sei que teu sonho é aprender a ler e vais aprender a ler e escrever, deixar que tu aprendas tudo o que eu aprendi e assim estarei pronto a partir daqui em breve.
João por momentos ficou quieto, pasmo, sem saber que falar que pensar, ele tanto queria aprender, mas que seria que aquele velho poderia ensinar. Olha para o céu furtivamente afinal ele queria saber mais da vida e porque não arriscar afinal ele se importou com ele ali quase morrendo. Pensou será a minha forma de agradecer o que ele fez por mim.
O velho ancião leu seu pensamento e olhando em seus olhos e em voz forma exclama:
- João se for assim por agradecimento parte e vai embora. Apenas te quero aqui por vontade própria, para que possas receber os meus ensinamentos.
De repente algo acontece, parecia um sonho o João teve uma visão, clara como água cristalina, viu a sua mãe, orando ajoelhada nos pés de sua antiga cama, pedindo pelo seu filho, com as lagrimas caindo de seu rosto. Ele viu que era ali que deviria ficar Deus a ouviu e o conduziu até ali o salvando dos pecados mundanos.
Agradeceu ao seu ancião ajoelhando-se e beijando suas mãos com sinal de respeito e amor.
Assim João aprendeu a escrever e rapidamente assimilou todos os conhecimentos do seu amigo ancião. Tornando-se um conhecedor da natureza e aprendendo a ligar-se com seu maior mestre Deus.Aprendendo que agradecer é a maior maravilha do homem terreno.

Foto de giogomes

A Rosa e o Tigre XXXVIII - Brota o Cravo

O tempo lentamente passava
e sua semente não brotava.

A Rosa começou a ficar preocupada,
não entendia por quê tanto demorava.

Tudo isso era uma mistura de sensações.
Tantas coisas acontecendo, tantas emoções.

Enquanto simplesmente esperava,
lembrava do Tigre que tanto amava.

Sentia a sua presença constantemente.
Estava em seus pensamentos, em sua mente.

Lembranças de um passado de felicidade,
que durariam por toda a eternidade.

Sua divagação foi interrompida,
quando viu que chegara a hora da vida.

A sua semente estava brotando,
finalmente seu sonho estava se realizando.

Angústia, felicidade, medo e coragem.
Todas conflitavam em uma mesma imagem.

Daquela semente, brotou um lindo resultado.
Nascera finalmente o seu lindo Cravo.

O Jardineiro frio e sem reação,
ao ver o Cravo, entregou-se a emoção.

Após passado a ebulição do nascimento,
a Rosa esperou o melhor momento.

Precisava passar um recado.
Pediu ajuda a um pequeno pássaro.

Queria que o Tigre fosse o primeiro a saber,
que o seu lindo Cravo acabara de nascer.

Mostrar a ele o quanto era importante
e que ambos estavam bem naquele instante.

Foto de Edigar Da Cruz

Amo Demais

Amo Você Demais
. Amor vem ficar aqui comigo!..junto ao meu cantinho
que é seu cantinho de amor bem quentinho..
Acelerado e batendo forte te espera para cuidar de você
Nessa Madrugada de FRIA Como nunca te sentir; forte
..Presente dentro mim...pedindo para sempre dizer..
que alguém ai..e precisa de amor e carinho..

A VIDA fica vazia sem está a sentir a você
..batendo forte; desconsertante ...querendo sentir ao seu amor
seu jeito seu doce louco calor...
Amor vem ..para nossa cama ..nosso ninho de paixão
vem me abraça ..
Nessa Madruga triste vazia ,,,a frente de um computador..
. Digitando ao amor ..que sinto por você..
onde está nesse momento!..onde se encontra amor..

Como nunca!!!! pensei dobrei meus pensamentos em você..
..Sempre forte de um quero, mais e sempre..
Te Quero..Te Quero ,..Te Quero ..meu amor lindo
de pele morena
de olhos de cor mel..
de sorriso de encanto..
o mesmo que me conquistou..
. Com palavras amigas ...e um amor verdadeiro
Afloro ..um sentimento real verdadeiro de amor pleno..
. Quero sentir o calor do deleite de sua pele ..
fazer caricias de amor..
e dar muito carinho que precisa ..
Nessa madrugada me encontro em casa..
Sozinho a espera de você de frente a um computador ..
A ESPERA de um amor eterno
CHAMADO VOCÊ..MEU MEL DE AMOR
amor lindo e verdadeiro como qual ao seu
Junto ao meu de paixão

Autor: Edgar
Direitos Reservados

Foto de Elias Akhenaton

MINHA CIGANA FACEIRA

Minha cigana faceira,
És minha feiticeira,
Àquela que encanta meu coração.
Com vestes vermelhas,
Saia rodada a rodopiar
Faz-me amar.

Sabes ler os meus pensamentos
Conheces meus sentimentos,
Minhas emoções,
Meus intentos
Minha paixão.

À noite em nossa tsara
Sob o luar,
Cantamos o mais belo canto
Ritmado pelo toque do
Amor e da paixão.

Assim, nesse perfeito dueto
Sou teu amado gitano a explorar
Tua silhueta como se estivesse
Ponteando uma guitarra
Me fazendo enloquecer.

Não viveria sem você,
Minha faceira,
Feiticeira gitana,
És minha força, minha gana
Àquela que me incentiva
Na colheita da vida,
És meu sol, minha estrela da manhã
E minha lua,
Minha amada, minha querida,
És minha vida.

Elias Akhenaton
http://poetaeliasakhenaton.blogspot.com/

Foto de Edigar Da Cruz

REPRESANDO NOS PENSAMENTOS

REPRESANDO NOS PENSAMENTOS

. Represados aos pensamentos, meus
que reflitam em mim.
As mais belas estrelas que brilham ao céu
e as luzes do amanha..sejam felizes..
deixarei de correr entre os campos e gargantas ,..
para sentir a carícia do vento
e refletir em minha água de lembranças
a realidade de amar aquela fonte de amor,
os píncaros, nevados da montanha...
represei meus pensamentos...
Para fixar o voos dos pássaros,..
a marca das nuvens
deixarei de correr por vales e gargantas,
se na tranquilidade …
houver o espelho nítido, e profundo
onde elas reflitam suas mão acariciar
ao rosto de amor que sinto!

Ed Cruz

Foto de Edigar Da Cruz

Achei!!! Alguém como eu

Achei!!!
Alguém como eu:
Que ama poesia!...ama fazer loucuras

em algum momento na vida

que gosta de ri!..e falar muito e ficar a vontade

achei alguém como eu …

olhe que eu fiz para você!..

Olha esta que eu fiz:
Foi culpa do verde
que se esconde em teu olhar

Foi aquele brilho que
fez eu por ti me apaixonar
Foi aquela doce lua
refletindo nos cabelos teus

Aquele momento cheio
de mágica nos pensamentos meus
O teu encanto pela
sua voz fez entoar

Um lindo hino
que em meu peito veio bradar
Esta ardente chama
até hoje não morreu

E hoje, cá estou memorando
um saudoso tempo, que tu já presente a ele ...
Sua poesias são lindas! Quanto musicas que você adora

são tantas!..as vezes perguntamos o que somos

e o que somos que nada somos ..o que somos eu você?

Eu sei !..APAIXONADOS ...

Foto de Edigar Da Cruz

Quando Amar Alguém Escreva Assim!

Se a maior do parte do nosso amor
,e feita do silencio..,, não importa!.
O que conta e a sua intensidade dos
nossos momentos..sentidos no silêncio
A Loucura!..dos nossos beijos...
e ao calor de nossos corpos...!
Criando a emoção ..ousada..
De um poema sem palavras ..
se soubessem de nós ..
..Talvez!..diriam que somos,
LOUCOS..
que digam o que quiserem..
. Porque as pessoas normais,
talvez nunca vão entender..
Esses desvarios!..de destinos .
. E nós!..Somos apenas pétalas
rosas apaixonados .. a união do caule e os espinhos e as petalas das flor cheirosa......... !..
. Para que ela reflita, sobre o amor ..
Estrela,,,Para que ela
entenda que a vida..
Só vale pelo brilho que ela
tem..
Cores!..para que os fragmentos ..
de nossos sonhos, se
TRANSFORME em milhões de cores para forma em
de ARCO – IRIS …
invadindo todo universo..
. Pense o que quiserem..
. Pouco importa .

. Nós sabemos
de nós ao nosso intenso amor
. Nós sabemos de nosso sorriso,
e de nossa lagrimas ..
. De nossas!..vozes dizendo!..
em tom trêmulo...
EU TE AMO!...
. Nós sabemos dos sussurros!..
escondidos ..
. De nosso caminho marginal PARALELO..
. Mais que nós levam
ao infinito do nosso amor!..
imenso..
.Sabemos..que nossos encontros..
são limitados pela presença..
..Mais ninguém conseguem impedir ..
. Que nossas almas!..
estejam juntas..
eternamente..
. E ninguém jamais..
poderá escutar,,os
NOSSOS..
pensamentos..
tão misteriosamente !..
cheios de frases..amorosas..e quentes,
. Vindas um carinho!..sem fim..
e só isso..que importa ..
. Que sejamos ..
sempre um do outro..
. E quando!..não estamos juntos..
temos a certeza..de que
somos outros..
e felizes ao nosso conto de amor

Edgar Da Cruz

15/03/2011

Foto de Marilene Anacleto

Primeiro Amor

*
*
*
*
Farfalhar de rolas,
Sorrisos de estrelas,
Acariciar de pombos,
Beijar de borboletas.

E, na noite outonal,
O caos intenso que requer
O encontro dos dois corpos
Nova vida, nova mulher.

Depois, a aurora boreal,
O frenesi da alvorada,
Em cores mais que arco-íris
No incandescer da madrugada.

Na vivência do amor
Os sentimentos se unem,
Os pensamentos se juntam,
As emoções se consomem.

Lentamente, vai voltando,
E, na calma, poemando.
É a luz de duas almas,
Estrelas a bater palmas,

Pelo bailar dos dois anjos,
Os aromas de floreiras,
As melodias de cordas,
Sonoras harpas e banjos.

Seguem momento a momento,
Vêm pela vida afora
A trazer o pensamento:
“Se Deus uniu, o homem não separa”.

Marilene Anacleto

Foto de betimartins

Meu poema!

Aqui perdida entre mil pensamentos
Alguns de ternura, lembranças, saudades
Outros de amor, amor sublime, sadias
Amor que apenas consigo descrever
No meu poema aqui escrito a ti...

E é neste meu simples poema que trajo
Belas palavras, com vestes celestiais
Trajadas a mantos de estrelas cadentes
Com a beleza da lua, misteriosa, mística
E trazendo a alegria do sol, as palavras quentes...

Rabisquei, deliciada nos aromas das minhas rosas
Palavras de amor, vida, seriedade e esperança
Uma a uma elas caminharam no meu poema
Palavras cheias de lágrimas de alegria, libertação
Onde já não existem palavras de magoa e ódio...

E o meu poema ia crescendo velozmente
Como asas ao vento, caminhando para o céu
Deixando os anjos encantarem o nosso coração
Entre palavras de conforto e na caridade da vida
Eles a vestem de vestes a ouro fino no papiro...

E meu poema corre, entre cascatas de água limpa
Deslizando lentamente, para o mar, para o infinito
Apenas sorrindo, apenas sentindo a vida viver
A vida que deixou que o meu poema vivesse
Apenas fosse por mim aqui escrito e guardado...

Neste meu cantinho sagrado, do meu quarto
Onde o branco se confunde com a luz
Que reflete através das cortinas, e o canto
Do passarinho que esta feliz na sua arvore
Fazendo da vida o mais belo poema...

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