Peito

Foto de sweet_angel

Sem os meus amigos...morreria!

"Um dia a maioria de nós irá se separar.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora,
as descobertas que fizemos,
dos sonhos que tivemos,
dos tantos risos e momentos que compartilhamos...

Saudades até dos momentos de lágrima,
da angústia,
das vésperas de finais de semana,
de finais de ano,
enfim... do companheirismo vivido...
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre...

Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai pra seu lado,
seja pelo destino,
ou por algum desentendimento,
segue a sua vida,
talvez continuemos a nos encontrar,
quem sabe... nos e-mails trocados...

Podemos nos telefonar... conversar algumas bobagens.
Aí os dias vão passar... meses... anos...
até este contato tornar-se cada vez mais raro.
Vamos nos perder no tempo...

Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão:
Quem são aquelas pessoas?
Diremos que eram nossos amigos.
E... isso vai doer tanto!!!
Foram meus amigos,
foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!

A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar uma vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...
Quando o nosso grupo estiver incompleto...
nos reuniremos para um último adeus de um amigo.
E entre lágrimas nos abraçaremos...

Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado
para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado...
E nos perderemos no tempo...

Por isso,
fica aqui um pedido deste humilde amigo:
não deixes que a vida passe em branco,
e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades...

Eu poderia suportar,
embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores...
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!!!"

Foto de Fernanda Queiroz

E o vento levou...

Diante de mim o mar
o mesmo que nos separou.
Silêncio presente,
contundente
Você ausente,
habita no passado,
sem estar ao meu lado.
Marca no peito.
tatuado com jeito,
brasão decorado,
que deixou picotado,
coração amargurado,
no tempo marcado.

Exaustão...

Nuvens turvas,
neblina permanente,
expressam linhas curvas
lendo na mente,
o que de repente,
foi a semente,
que não germinou.
E no solo cravou,
que no sonho brotou.
E o vento levou
pelo cosmo espalhou,
dos estilhaços gerou

Solidão...

Permanente no silêncio,
lábios cerrados,
sorriso calado,
Grito preso na garganta,
em total inoperância,
que por castigo dado
foi-me assim condenado.
A viver á distância
sem grito ou sussurro
no passado sem futuro
sem velório eminente
sepultou-me totalmente.

Silêncio...

E o vento levou.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados.

Poema não concorrendo

Foto de Carmen Lúcia

Bendito coração!

Coração, és tu quem ditas regras do meu viver,
Transgrides as que governam o meu saber
Porque sabes bem o que há dentro de mim
E tuas leis são as que eu quero cumprir
E me perder no emaranhado do prazer.

A razão diz não!Tento evitar, mas te ouço baixinho...
-Vai...Segue por este caminho, foge de teu destino...
Persegue o que estás sentindo...vive a emoção...
Intensamente, loucamente...Esquece a razão!

Então sigo, desafiando a vida...
Ousando, amando, sorrindo, chorando...
Às vezes me arrebentando, tropeçando, me machucando...
Em outras me compensando, me vangloriando, me saciando,
Ou me ressarcindo de um bem que perdi...

Se eu me amedrontar, bate mais forte...
Para me relembrares que comandas o meu norte,
Que imperas sobre a razão, multiplicando emoções,
E que elas lembram vida, fazem esquecer a morte!

Bate, coração, descompassadamente em meu peito...
Faze- te ouvir quando eu pensar que já não há mais jeito,
Arranca-me do leito, se porventura eu me abater...
Devolve-me a ânsia, a vontade de viver!
Faze-me de novo crer na vida!Dá-me tua guarida!
Bate, coração!Não pares nunca de bater!

Foto de Osmar Fernandes

O Repórter de São Pedro

O Repórter de São Pedro

Não perdia um velório. Era figurinha carimbada em todos daquela região metropolitana. Entusiasmado pelo clima fúnebre, anotava todo o acontecimento em sua caderneta. Sujeito excêntrico, sem amigos; gostava do que fazia. Chamava a atenção pelo seu trejeito e pelo traje que usava: uma túnica de cor branca, um cinto de pano vermelho amarrado em sua cintura e calçando uma alpargata desgastada e marrom.
Seu Leleco, que já o tinha visto em vários velórios, intrigado, aproximou-se, e, no pé do seu ouvido, perguntou:
- O senhor é parente do defunto?
O homem lhe respondeu, indiferente:
- Não é da sua conta!
Seu Leleco, irritado, então, disse:
- O senhor é muito mal-educado! Só estou lhe perguntando porque já o vi em muitos velórios. Sempre vestido desse jeito, esquisito, com esse livrinho relatando não sei o quê e com esses gestos inquietantes... Desse jeito o senhor incomoda todo o mundo. Chama mais atenção que o defunto. O senhor por acaso é policial, agente funeral ou agente de seguro?
O homem, franzindo a testa, respondeu, imediatamente:
- Não sou nem uma coisa, nem outra.
Seu Leleco insistiu e perguntou:
- Ah! Então o senhor é amigo do peito de Pedro, não é?
O excêntrico lhe respondeu na bucha:
- Do Pedro sim, mas, do defunto não.
Seu Leleco ficou com a resposta engasgada e, irado e meio confuso, persistiu:
- Como assim? Se o Pedro é o defunto e o senhor não é nem parente, nem amigo, então o que faz aqui?
Dessa vez, em tom menos agressivo, o homem de alpargata desgastada, respondeu:
- Não sou nem parente, nem amigo, nem nunca o vi nem mais gordo, nem mais magro em toda a minha vida. Estou aqui a serviço do céu.
Seu Leleco espantado com as respostas do excêntrico, dessa vez quase foi à nocaute, e, encabruado que era, respirou forte, impostou a fala e disse:
- O senhor está delirando... A serviço do céu?! O senhor quer dizer que não é deste mundo?
O homem de branco, percebendo sua gafe, meio desnorteado, fitou-o e disse:
- Não! Quer dizer, sim!... Já fui há muito tempo atrás. Hoje não pertenço mais a este mundo pecador, violento e desalmado.
De cabelos em pé, parecendo um espantalho, e com “a pulga atrás da orelha”, seu Leleco, trêmulo, mastigando a voz, falou:
- Então quer dizer que o senhor já viveu aqui, morreu, e agora é um espírito. Por isso, faz essas anotações. Prá quem? Por quê?
O homem, enfurecido, respondeu:
- Sim! Quer dizer, não!... É isso mesmo! Já vivi aqui, morri, e agora sou o Repórter de São Pedro. Tenho que anotar todo o acontecimento da história do falecimento. Desde o seu último instante de vida, às causas da morte, às lamentações... Tudo o que parecer interessante, curioso ou triste. Tenho que levar o relatório para o secretário de São Pedro, antes que a alma abandone o seu corpo.
Seu Leleco, assustado e já desconfiado dessa conversa, disse:
- O senhor está com lorota comigo, está blefando, só pode estar. Isto é brincadeira de mal gosto. É coisa impossível! Nunca ouvi ninguém dizer nada igual antes. Morto não volta pra contar histórias, nem fazer relatórios... Isso é uma piada mal contada. Nem na Bíblia Sagrada li nada igual. Esse é o maior absurdo que já ouvi em toda a minha vida. Fale que é mentira, pelo amor de Deus!
O repórter de São Pedro, enfaticamente, disse:
- Quem vê demais, ouve demais, nunca mais dorme em paz. Não estou brincando. O senhor está vendo o que realmente é.
Seu Leleco, que era manco, angustiado balançou a cabeça desaprovando aquelas palavras, e replicou dizendo:
- O senhor é muito estranho, não fala coisa com coisa. Se não quer chamar a atenção, venha vestido como todo mundo; seja um de nós, um igual. O diferente atrai, naturalmente, a curiosidade. Ainda mais em se tratando de um velório. Com uma conversa dessa, sem sentido, dizer que é Repórter de São Pedro e que a alma... Que besteira! Que loucura! Nem sei porque estou emprestando os meus ouvidos a tanta asneira.
O repórter de São Pedro, disse:
Já dizia o profeta: “Virá o Senhor daquele servo num dia em que não o espera, e à hora em que ele não sabe.” (Mt.24:50). Por isso, estou relatando a despedida do morto e revelando a reação de cada um aqui, inclusive a sua. Ser ou não ser diferente não é o caso. O caso é tão somente transladar o acontecimento para a minha agenda e endereçá-la depois para o meu superior... Nunca gostei de me aparecer quando era vivo, nem mesmo nas comemorações dos meus aniversários. Afirmo que somente o senhor está me vendo. Não sei o porquê, mas só o senhor pode me ver.
Engasgando-se nas próprias salivas, seu Leleco, arregalando seus olhos negros, surpreso, indagou-o:
- Puxa! Então o senhor é um anjo do céu mesmo? É aquele que veio buscar a alma do morto?!
O repórter de São Pedro, respirou, e disse:
- Não. Ainda não conquistei esse poder tão miraculoso. Quando olho ao páramo e o vejo tão lindo, entendo o poder de Deus. Estou trabalhando para que um dia eu possa alcançar esse objetivo. Estou numa dimensão divina, mas desejo a purificação total. Fiz boas obras na terra... Mas, adentrar a porta do céu é muito difícil, ela é muito estreita... ficar na fila já é difícil, mas, ser escolhido é quase impossível... depende muito da alma de cada um.

Nesse momento seu Leleco silenciou-se... e sua consciência lhe confidenciou: “Este homem não é doido. É um sábio ou um profeta, ou um santo; mas, doido não é.” E perguntou:
- Tire-me uma dúvida: como São Pedro pode ter o relatório de todos os defuntos do mundo? Afinal, são milhares por dia, não é? Morremos de tantas formas: de doenças, de fatalidades, de balas perdidas; e de tantas guerras: a da fome, a da frustração, a da ignorância, a do tráfico de drogas, a do trânsito e a de guerras de nação contra nação, enfim, são tantas formas de morrer por dia, como enumerá-las, registrá-las?
O repórter lhe respondeu, dizendo:
- O senhor tem toda a razão, não sou doido... Faço parte da O.N.E.C. – Organização Não Espiritual do Céu... Sou um voluntário a serviço de São Pedro. Todo voluntário, seja na terra ou no céu, é bem visto pelos olhos de Deus. Por isso, em cada velório, chovem candidatos. Para cada morto disputam, no mínimo, sete candidatos, um instrutor e dois ajudantes; um anjo só vem fazer este seviço quando se trata de um espírito superior... quando o caso é especialíssimo.
Seu Leleco, curioso que era, perguntou:
- Mas, o que o voluntário e o morto ganham com isso?
O repórter, enfaticamente, respondeu:
- Cada um ganha o que merece... O voluntário recebe uma espécie de bonificação dos pecados... O morto, através deste dossiê do adeus, que é uma espécie de folha corrida, ganhará ou não uma senha para entrar na fila do céu.
Seu Leleco enrugou a testa e disse:
- Mas, além do homem “bater as botas” ainda vai ter que passar por essa peneira... Coitado! O senhor não acha que todo o pobre deveria ir direto para o céu, sem passar por esse vexame?
O repórter, entendendo a simplicidade e a ignorância do seu Leleco, disse:
- Cada alma será julgada de acordo com o que semeou na terra. Afirmo para o senhor que felizes são aqueles que têm a chance de ir para a fila de São Pedro. Muitos desejam isso, mas, poucos conseguem entrar na fila, e somente os escolhidos, a dedo, conquistam esse direito. Nesse caso não conta a questão financeira, política, bens materiais, o que conta é o que foi o coração da pessoa, se foi bom ou mal.
Seu Leleco, de supetão, perguntou ao repórter:
- O senhor lê o pensamento de todo mundo?
O homem do além, meio encabulado, pego de surpresa, respondeu:
- Não. Nem sempre. Faço isso somente quando tenho a permissão do meu superior.
Aproveitando a oportunidade, seu Leleco perguntou:
- Dói morrer? Ou a passagem dói muito mais?
O repórter de São Pedro disse categoricamente:
- Dói muito. Mas, triste mesmo, é assistir ao sofrimento dos que ficam perfilados na rua do inferno, chorando, clamando perdão tardiamente... Essa é a pior dor, é dor infinita. A passagem é como uma viagem virtual, como um passeio, mas, que, ao despertar, vai conhecer a sua fila: ali começa o céu ou o inferno.
Seu Leleco, impressionado com essa resposta, pensou: Vou procurar uma igreja hoje mesmo, vou buscar a palavra de Deus para ser a minha luz, o meu guia e minha salvação.
O repórter de São Pedro, terminando o seu trabalho, disse para o seu Leleco:
- O corpo morto ficará no esquecimento. Na sepultura não terá momento. Não fará mais obras, nem indústrias, nem ciência, nem coisa alguma, porque não será mais existência. Tornar-se-á pó. Sua sorte estará lançada... Sua alma é que será julgada conforme sua encarnação. Que os vivos sejam inteligentes, porque é melhor ser um cão vivo do que um leão morto.
E, falando isso, desapareceu.

Foto de Sirlei Passolongo

Veneno

Há um veneno
em minhas veias
Que embriaga minha alma
Fez meu coração em teias
E do meu sangue tirou a calma

É um venero, é um vicio.
Sem antídoto,
Um feitiço!
É um veneno que queima
Que amarga
Embriaga
alucina
contamina
Todo o meu viver

Na boca ainda sinto o gosto
Do veneno doce que você deixou
Agora, sem ver seu rosto
Só seu veneno restou.
E no meu peito o sufoco
de um veneno que mata aos poucos
E morrendo estou devagar
Sem você para me salvar.

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Sentimento sublime

Tua Ausencia! Osvania

Tua ausência!

Que me deixou hoje de ti
Com tamanha carência.
M'alma na maior eloqüência.
Vive por você a suspirar.
Bateu uma saudade imensa
No meu coração a rondar.
Levando-me ao portão.
Deixando-me a imaginar.
Que por um pequeno momento
Você viesse ali chegar.
E ao meu amor se entregar.
Fazendo-me a mulher mais feliz,
Acredite!
Minhas lágrimas sem que eu perceba
Começa em meu triste rosto rolar.
Ao sentir que jamais você aqui.
Um dia meu amor poderá voltar.
Lágrimas que molham m’alma
Não sei se de alegria ou saudade
Tenho que voltar a realidade
Porque a minha maior felicidade
Com certeza seria junto de você estar.
Foi somente uma miragem, uma ilusão.
Desse pobre coração
Que por ti não se cansa de esperar.
Continuarei vivendo de ilusões
De sonhos de canções de poesias.
De lindas e mágicas recordações.
Que você veio um dia
Em minha memória plantar.
Quero dizer-te enfim.
Que por mim você foi muito amado.
Não ficará somente em meu passado guardado
Porque as lembranças que tenho de ti
Ficou em um cd gravado
Em minha memória, baixado.
Triste, quieto, calado.
Quem sabe um vulcão em extinção.
Pronto a entrar em erupção.
Ao ouvir as batidas de teu coração.
Perto do meu chegar
Levar-te-ei comigo por onde quer que eu vá.
Já que meu amor não sabe nunca esperar
E quando em mim a saudade de ti
Quiser meu peito sufocar.
Apertarei somente o play da memória
Nosso filme eu verei passar.
Momentos em que estivemos juntos.
Irei nosso amor recordar.
O teu corpo como magia.
No meu corpo a tocar
A tua boca em minha boca,
Meus lábios a molhar.
A tua língua em minha língua,
Unidas entrelaçar.
Assim seria minha felicidade
Um paraíso na verdade
Não sei quando e se um dia
Meu sonho tornará realidade.
Contento-me em relembrar
Nossos belos e mágicos momentos
Em que você em meus braços por minutos
Pude tê-lo para amar.
Descrevo aqui meus mais puros e reais sentimentos.
De que consciente com tua ausência
Tenho amor que me acostumar.
Nunca se esqueça por um segundo
Que o amor maior do mundo
Está em meu peito guardado.
Sempre pronto pra te amar.
Em qualquer hora, tempo ou lugar.
Osvania

Foto de Dantas_Maycon

Tormento

Teu corpo...
Um tormento...
Teu beijo...
Um tormento...
Você é o tormento em minha vida,
É você que me faz perder noites de sono...
A querer pular de um prédio em desvairada loucura...
Mas mesmo assim eu te amo....
Amo sofrer esse tormento dentro do peito
e que a cada dia me faz mais e mais te amar....

Foto de NiKKo

Eu jamais te esqueci.

Remexendo velhas cinzas do meu passado,
aperto em minhas mãos antigas fotografias.
Que embora amareladas pelo tempo ainda trazem em si
marcas de um tempo cheio de alegrias.

Sem que eu queira pelo meu rosto descem lagrimas
que eu inutilmente tento em meu coração estancar.
Porque não assumo nem para mim mesma
que embora eu me iluda, eu jamais deixei de te amar.

Engano a mim mesma que são apenas recordações
de um tempo onde tudo era paz e tranqüilidade.
E que por isso meu coração está oprimido em meu peito
por isso agora eu choro de saudade.

Na foto vejo teu sorriso iluminado pela luz de seus olhos
que moldava teu rosto sob a luz do luar.
Mesmo não querendo minha pele se arrepia de desejo
e o sabor de teus lábios, na minha boca parece aflorar.

Em desespero rasgo tuas fotos e bilhetes.
Coloco tudo junto para no fogo destruir.
Quem sabe assim consiga de uma vez por todas
arrancar você de meu coração e voltar a sorrir.

Embora eu tente convencer-me disso
meu coração em silencio, me diz que não será assim.
E cada soluço que sufoco em minha garganta
diz-me que você ainda mora em mim.

Então não mais suportando esse vazio atroz
deixo que minhas lágrimas rolem soltas sobre o papel.
que recebe meus versos em forma de poesia,
onde o amor é declamado em forma de fel.

E as lagrimas que caem no papel vão marcando
uma a uma as frases eu que escrevi.
Tornando todas inlegíveis, menos uma.
onde se lê, “eu jamais te esqueci”.

Foto de Sirlei Passolongo

Por Você!

Por você
Chorei em segredo
Sufoquei meus medos
Em vão, senti você
Fugir entre meus dedos.

Por você
Esqueci de mim
Sonhos, deixei de lado
Lugares, não freqüentei
Só a você me dediquei
Você e você era sagrado
Agora, vejo você partir
Assim.

Por você
Escondi meu pranto
Fingi meu riso
Sufoquei meu grito
Agora, triste em meu canto
Chora meu peito aflito.

Por você
Fiz o impossível
Só queria ver seu sorriso
Doce e irresistível
Em vão... Você se foi
E levou tudo que era meu
De mim, já não mais sei
Apenas a solidão,
Lembrando o amor que
A gente fez.

(Sirlei L. Passolongo)
.

Foto de Carmen Lúcia

"Ah...Coração!"

Coração, não batas assim,
Disfarça um pouco,
Tem dó de mim,
Não vês que tento me iludir
Driblando a dor, do amor fugir?

Ouve a voz da razão!Ela diz "Não"!
Prá que pulsar tão forte assim?
Aquele amor já teve fim...
Fica calado dentro de mim!

Por que não vences a emoção?
Por que não perdes para a razão?
Por que me trais, oh coração?
Quero matar essa paixão...

Mas tu não deixas, és um farsante,
Me denuncias a todo instante...
Me queimas o peito, não há mais jeito,
Tirar-te-ei!Farei transplante!!!

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