Ouro

Foto de Carmen Vervloet

NOVO AMANHÃ

O ouro da aurora tão puro
Surgindo do espaço sideral
derrete um sentimento tão denso e duro
neste meu pranto torrencial.

Minha alma sombria evoca tédio mortal
Nas reticências de um lamento
Qual pássaro que emudeceu no beiral
Mas o sol põe um ponto final neste tormento

Meu eu profeta surge no compasso do verso
E cerca-se de ondas de inspiração
Capta os sinais sutis do universo
Com os olhos videntes do coração

Traz-me prenúncios de um novo destino
Pintado de sonhos cor de rosa
E neste meu desvelo repentino
Desabrocho qual delicada rosa.

E flor... espalho meu perfume
Nas sombras móveis do jardim
E faço da minha alegria um lume
Nas nuances de minhas pétalas carmins.

Carmen Vervloet

Foto de jessebarbosadeoliveira27

Á MARGEM DA EQUAÇÃO DA ALEGRIA

Lá fora,
A chuva molha o asfalto;
Aqui --- dentro de meu peito,
A imensurável savana indomável ---
Sinto-me perpétuo amanhecer calcinado.

Tenho tantas dúvidas
Pesando sobre meus ombros:
Ah, a mente prefere, entretanto,
O elixir da solar primavera
Á indigesta verdade impressa
Nas dolentes páginas gélidas
Do inexorável inverno-escombro.

Quero chegar ao cume
Da montanha dos sonhos:
Pegar seus atóis e espólios
Á mão do arco-íris-estanho,
Convertendo-os em estela de ouro
Ou num esplendoroso sol de titânio.

Todavia,
Quando regresso
Desta tão libertária viagem-gerânio,
Novamente me encontro
Aprisionado em nosso cotidiano-escafandro:

Aí, então,
Eu me readapto
E me rearranjo,
Esperando que um dia talvez
A nossa consciência
Reduza a pó
O cárcere-verdugo
Da sua Fogueira-Soprano,
Tornando-se --- enfim ---
O eterno, libérrimo, belo,
Etéreo e soberano
Pégasus-Oceano!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de jessebarbosadeoliveira27

Á MARGEM DA EQUAÇÃO DA ALEGRIA

Lá fora,
A chuva molha o asfalto;
Aqui --- dentro de meu peito,
A imensurável savana indomável ---
Sinto-me perpétuo amanhecer calcinado.

Tenho tantas dúvidas
Pesando sobre meus ombros:
Ah, a mente prefere, entretanto,
O elixir da solar primavera
Á indigesta verdade impressa
Nas dolentes páginas gélidas
Do inexorável inverno-escombro.

Quero chegar ao cume
Da montanha dos sonhos:
Pegar seus atóis e espólios
Á mão do arco-íris-estanho,
Convertendo-os em estela de ouro
Ou num esplendoroso sol de titânio.

Todavia,
Quando regresso
Desta tão libertária viagem-gerânio,
Novamente me encontro
Aprisionado em nosso cotidiano-escafandro:

Aí, então,
Eu me readapto
E me rearranjo,
Esperando que um dia talvez
A nossa consciência
Reduza a pó
O cárcere-verdugo
Da sua Fogueira-Soprano,
Tornando-se --- enfim ---
O eterno, libérrimo, belo,
Etéreo e soberano
Pégasus-Oceano!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de jessebarbosadeoliveira27

BEBENDO O MAR DA INSANIDADE

Um gesto coíbe a lágrima:
A glória e a angústia se amalgamam,
Se entrelaçam, se abraçam, se procuram, se misturam,
Se mastigam, se adaptam, se compactam, se fecundam,
Se masturbam e se adicionam hirsutos
Ao sabor dos pensamentos mitômanos, confusos,
Gerando uma insólita & desvairada
Alegria atormentada em relação
Ás aquarelas assenzaladas quais sequestram,
Flagelam ou sepultam
O oceano fluente pelo cérebro á beira
Do abismo profundo.

Ah, pensar também
Que integro o elenco
De reféns desta maré maligna:

Ora como um espectador impotente
Por não poder ser reativo
Quando a peçonha da violência,
Da cobiça e da autocracia
Preda a candura ---- até então,
Mantida incólume ainda, quanto
Á sua alma, á sua lírica arquitetura ---
Pois a consciência sente a dolência
De viver em infinita clausura;

Ora sentindo o amargor
De fruta cítrica
Da amorosa sensaboria
Fazendo malsãs investidas,
Cheias de sedução e aleivosia
Contra a aurora da fantasia
Quando a arte da conquista
Vira planeta em sangria;

Ora completamente imerso
Na piscina labiríntica
Do meu mundo-ego,
Hades onde
Os demônios --- apátridas
Da indulgência e da fidalguia ---
Castram-me o combustível qual alimenta,
De maneira apaixonadamente feroz e fidedigna,
A fogueira ativista contra o império da hidra,
Além de devorar --- tal se fosse
Um cardume celerado
De famintas piranhas assassinas ---
O lume do farol que mantém viva e fortifica
A energia do Corcel da tranquilidade assertiva,
Da solar lira!

Ah, não desejo mais
Que o nosso destino
Caiba --- de modo conciso ---
Na palma da mão
Do vácuo empedernido:

Ao contrário,
Espero incansável
Que a manhã-mor
Do equinócio auspicioso ecloda,
Portando consigo o sol do denodo,
Do arco-íris onde mora o regozijo do sonho,
Da flora, da fauna, da via Láctea do ouro,
Da Poesia que liberta a Mente do Povo!

Mas o império da pedra
Mostra o verdadeiro timoneiro
Do navio da realidade:

Ele ostenta a face
De canções quais assassinam a jocosa tarde
E levam ao templo do abate
O carcereiro da catástrofe.

Então minha rijeza
Vira mármore:
A poesia cuja centelha
Irrompe do Rio São Francisco
Dos meus versos
É catarse trôpega, lôbrega, estéril:
A realeza maior dos tétricos cemitérios!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de Arnault L. D.

Olhos de crepúsculo, pele de luar

Neste mundo tão imenso
de tantas ruas e esquinas
de enormes distancias
encontrei
você
que colocou luz sobre as cores

Preencheu de lirismo a vida
aqueceu um coração tão gelado
com um sol sempre brilhante
tornou-e minha querida
como se sempre a tivesse esperado
fez-se necessária e falta se ausente

Sonho em seus cabelos negros
como numa noite para dormir
e nas verdes aguas de seus olhos
adormeço à tarde banhada de ouro
olhos cor do crepúsculo no campo
tons de amarelo e verde mesclados

E nesta penumbra o céu e ornado
e era a sua pele nívea de luar
se banha em prata e mistério
quanto a imagino linda e nua
quanto me pego contigo a voar
sem senso e sem critério

Sem pensar em ses ou por quês...
apenas você veio e se plantou
florindo estrelas, parindo flores,
desabrochando infinitos buques
em jardim meu coração tornou
repleto de todas as cores
completo de todos os amores

Foto de Azke

"Encalço"

"Encalço"

da quimera inflamada em rasante acto de te abster...

na excessiva orbe de lasca rarefeita
aplicada à inópia dos iníquos
dos quais rapinam gotas de orvalho despido
por sede vasta e banal,
o sentido desferido de conclusão aguerrida,
é meramente informal...

do perante...

na dilatada noite fria
e intensa
e extensa
na extinção exacta em raspa imprecisa,
adiada de (in)decisão,
adiada por sonhos descendentes...

dela...

a menina alva dos olhos cor-de-leite
a nutrir os meus quadros reparados
de apreensão adjunta
e abnegada...

meta recta...

na dimensão rompida do conflito retido em lúrido padecer...
à resistência...
pois eu preciso deixar-te intercorrer
nas esferas obliquas e traçadas ao avesso,
em único ângulo de luz fluente que te sobressai
luz incessante
ofuscante...
a tua...
e lá, somente...
na calada vazia
da noite mais fria
em estrada desfiada
e expelida,
e conferida,
às curvas inferiores, ora quais, aquiescidas,
encobrem...

a pena esquálida do amanhecer em aresta letrada do rumo lascivo te verter,

ascendente...

parte de mim que levaste embora contigo...
na ofensiva alva de poder aplacado
(aos retóricos abrigos acossados de meus brados...)
e,
de algures tão remotos quais estamos a reter o toque,
que completa...
na ordem escassa e de horas incertas,
a comparar
e disputar...
oq?

em guerra das asas declaradas,
o que vale em pote de ouro,
é o lacrar de causas,
ao evento aos teus olhos...

quais fitam o atroante pulsar de minha toda vida.

Foto de Carmen Vervloet

SONETO PARA UM AMOR QUE ACABOU

Recordo ainda dos dias bonitos
Acesa a vida em ardente chama
O nosso amor indo ao infinito
Trazendo estrelas para nossa cama

Aqueles dias de luz tão intensa
Gravados em ouro na minha lembrança
Um arco íris pincelado em querenças
Ávido sol... depois a noite mansa!

Mas tudo tem seu ponto final
E o amor murchou qual pálida e doente flor
Num jardim esquecido, sem viço e banal.

Brindo ao que foi bom com vinho tinto
Recordo os momentos felizes deste amor
E assim dou vida ao sentimento extinto.

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

AMIGO

Mesmo que o sol se ponha
e na deságua das nuvens
sua alma chore tristonha...

Mesmo vencido, exausto,
quase morto,
privado de qualquer conforto...

Mesmo que se desfolhe o amor
como se desfolha a flor
murcha e sozinha...

Mesmo que nada mais tenha
a não ser feridas,
dores e espinhos...

Se plantou a amizade
na terra de algum coração
e a cultivou pela vida
com ternura e devoção
sempre colherá com fartura
a amizade
e seu amigo lhe estenderá a mão
garantindo o pão,
uma chávena de chá
e uma rede à sombra de um baobá.

Porque amigo... é a única poupança
que não desvaloriza...
É a grande herança que
recebemos em vida!

Amigo é nosso maior tesouro,
uma mão amiga vale mais
que mil barras de ouro!

Carmen Vervloet

Foto de BRUCE ALEX

Cavalheiro Amador

Quando perceberes que terminou
Pode ser tarde, as vezes é noite!
Talvez nem sinta falta daquele amor
Que acabou!

Fui jogado de um abismo, a luz apagou
Mas, subi ate o topo. Percebi sua mão pedindo perdão
Não podia confiar, foi suicídio....
Suas mãos se abrindo eu caindo
Sabia que não podia voar
Foi ali, que assassinou quem tanto te amava.

Não peça perdão
Como perdoar quem joga, larga e abandona!
Já não me restam mais moedas, como posso a valorizar?
Ou será que aceitas, como eu, trocar ouro em pedra!

Onde estou ?
Naquele abismo já não vai mais me encontrar.
Não desça, lá sentirá a solidão de quem quis muito e hoje não tem nada!

Sei como sou
Não a deixarei naquele escuro
Estarei lá sempre como uma luz no fim do túnel
Grite meu nome, nem precisa
Sem mesmo me querer será sempre minha querida

Por você ressuscito, tenho várias vidas
Crio assas e voou
Faço fogo com gravetos, me aqueço
Enxergo luz quando há tanto breu
Alimento-me de sonhos, recordações
Trasformo pedra em ouro
Até vivo ilusões.

Posso estar errado, dando murros em pontas de facas
Ou estar simplesmente amando.
Sendo um guerreiro que mesmo perdendo várias batalhas
Luta incrivelmente para vencer a guerra
Com várias espadadas de amor
Podendo ter ferido o coração da mais bela donzela.

Foi atos inocentes
De um cavalheiro amador
Um pequeno guerreiro
Lutando por um grande amor!

Foto de Derik Vieira

Degradação Despercebida

A vida se degrada a cada calçada
A cada dia, noite, a cada balada
Fumamos, bebemos, beijamos bocas anônimas
E só depois de dias, aparecem os sintomas

A solidão, o vazio e a saúde pedindo socorro
Não apenas pelos cigarros e bebidas
E sim por conta de seu ser, seu corpo,
Estar se contaminando com a boêmia

Com a luxuria disfarçada de alegria
Buscamos sentido no nosso dinheiro
Mas fazer o que se o ouro não da alergia
E a lata não brilha

Pensamentos sem moral
Ou moralista demais
Mas quando a cerveja desce
Todos os pré-conceitos se desfazem

Assim a vida vai se dissolvendo:
Baladas, bares, haves, festas
Cigarros, bebidas, amnésia
E enquanto isso eu não vivo,
Vou sobrevivendo

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