Olha só, teu campeão ferido,
trôpego de lutas e em farrapos.
Esperando só te ver sorrindo,
armadura, arruinada, em trapos...
Sou assim, um cavaleiro errante,
a defesa da honra da dama,
mas, se encontra o bravo tão distante,
que apenas ele ainda a ama.
Mesmo assim, o apaixonado enfrenta,
justa inglória e duelos tantos...
No ostracismo, as vezes desalenta,
mas não rende-se, é como os santos.
A donzela, nele nem mais pensa,
mas a ela, zela a jura que fez.
A lágrima que cai e mais densa,
que todo sangue que ver-te em sua tez.
Sou o teu cavaleiro em pedaços,
a manter-me a ti fiel e nobre,
magro e marcado pelos aços,
Se me veres, vês somente um pobre...
Mas deixa assim pensar, a ignorar.
Cala em si, em segredo quem era,
segue sendo tal desconhecido...
Mas feliz, pois seu riso fizera.
Sou assim, teu campeão ferido,
a tombar por teu reino grandioso,
por amor, findo e não sou rendido
se morrer... Jardim farei viçoso.
Pois, meu corpo será ainda teu...
Para ti, fará a terra fecunda,
ao verde e à relva trarei apogeu,
grama fina, que a teus pés se afunda.