Ontem

Foto de cnicolau

Sinceridade

Ontem a noite fiquei mais tranquilo
Comecei a respirar novamente
Vi que você não escapou
por entre meus dedos.

Estava apreensivo pela nossa situação,
ou melhor, minha situação.

Estou ficando muito preocupado,
agitado, e confesso
com medo

De que tudo isso se perca, suma,
Desapareça

Nosso amor é muito mais do que todas
essas complexidades, e devemos,

por nós

tentar superar e passar por cima
com toda a nossa força.

Sei que a minha preocupação
é real e isto me entristece.
Você é uma pessoa que merece
tudo e ainda mais.

Mas peço-te que tente entender
que tudo o que faço, por muitas
vezes possam parecer ou significar pouco
pra ti, mas pra mim é muito e às vezes
até impossível.

Quando comecei a pensar em você novamente
tive apenas uma dúvida.

Será que poderei dar a ela tudo o que ela realmente merece ?

Pensei, pensei, pensei, pensei.
E cheguei a conclusão que deveria tentar, e que você talvez
pudesse me aceitar da maneira que sou e posso ser.

Esta semana, fiquei analisando nossas vidas,
nossas passagens, lembranças e enfim cheguei
a uma conclusão.

TE AMO MUITO E NÃO QUERO QUE ISSO TERMINE

Mas claro, não depende somente de uma pessoa.
O amor é um sentimento, uma esperança, um sossego, uma alegria,
e por que não PAZ., que tem e deve ser compartilhado por duas pessoas,
que pensam da mesma maneira e que adoram a presença um do outro.
Sem estas sequências certas, o amor começa a se desgastar,
a tende a ficar cada vez mais complicado.

Desde o dia que te reencontrei, percebi que seria você a pessoa
para quem eu iria dedicar todo o meu amor e a minha vida.
Espero sinceramente, que você compartilhe deste sentimento.

Ouso, em minha profunda ignorância, citar uma poesia de
Carlos Drummond de Andrade,
Que talvez mostre o quanto você é especial e importante para mim.

Foto de Paulo Gondim

MINHA MÃE

MINHA MÃE
(Paulo Gondim)

Ontem, eu vi a minha mãe.
Pessoa incrível, cheia de vida e de paixão.
Me disse ser bonito, “como és bonito, meu filho”!
No seu leito de espera e de vigília.

E me vi criança indefesa,
Perto de tanta fortaleza,
Que vinha do sorriso de minha mãe.

Já não sabia o dia,
“Achava que era sábado,
Quando ainda era sexta”.

Mesmo assim,
Seu carinho irradiava tanto afeto, tanta bondade
Que só se tem na maternidade
De uma grande mulher, mulher somente,
Que aos 92 anos,
Ainda era mais forte do que eu.
**************
Escrevi isto em 1999. Minha faleceu em 2000, em casa, numa manhã de domingo, em paz.

Foto de Mor

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

UM MENINO NUM JOGO DE INTERESSE

Em época não muito distante, duas mulheres se encontram na maternidade de um hospital.
Joelma chega de uma cidade do interior e é internada, pois estava próximo o dia em que deveria dar a luz a uma criança. Lúcia, a enfermeira que atendeu Joelma sentiu naquele momento uma sensação estranha que nem sabia explicar.
- Qual é o seu nome?
- Joelma, Cláudia da Silva.
- Solteira ou casada?
- Solteira.
- É o seu primeiro parto?
- Sim.
- De onde é natural?
- Carminha.
- A que município pertence essa localidade?
- Canto Novo em Santa Catarina.
- Tem algum plano de saúde?
- Não tenho, vim encaminhada pelo SUS, meu parto pode ser difícil por esse motivo fui encaminhada para uma maternidade que tenha mais recurso.
Carminha fica no interior do estado sem qualquer recurso, nem Posto de Saúde existe naquele ermo sertão.
Fez o prontuário da futura mamãe e encaminhou a mesma para o setor de internação da maternidade.
Logo em seguida fez o relatório da situação da paciente, nos mínimos detalhes para ser entregue ao ginecologista de plantão daquele dia.
- Doutor a paciente vem do interior do estado, cuja localidade não tem condições de atender em caso de um parto difícil, o médico da cidade encaminhou a mesma para um hospital que tenha mais recursos.
- Você trouxe roupas para usar aqui na maternidade?
- Não, só trouxe comigo roupas que vim vestida e uma outra para quando retornar como também para o bebê, já tinham me informado que aqui na maternidade as roupas de uso durante a internação são fornecidas pela maternidade.
- Nem sei bem porque a maternidade fornece as roupas?
- Aqui temos os mais rigorosos controles de infecção hospitalar, para garantir a saúde da mãe e do bebê.
A enfermeira da ala de internação da maternidade recebeu Joelma, anotou seus dados levando-a ao quarto indicando a cama que por ela seria ocupada, mostrou o local onde ficava o botão para acionar a campainha em caso de emergência.
Joelma levava consigo somente as roupinhas para o futuro bebê, que ficaram guardadas no setor de internação.
As roupas para seu uso, bem como para o futuro bebê eram fornecidas pela maternidade, com isso evitaria o problema de infecção hospitalar. A maternidade tinha um bom conceito em relação ao problema citado.
Mais tarde, Lúcia a enfermeira plantonista, que recebeu Joelma foi até o quarto, para saber se tudo estava em ordem.
Ela ainda estava impressionada com o que tinha acontecido quando da chegada de Joelma, pergunta:
- Está bem acomodada não falta nada para você? Estava preocupada, pensei que não tivesse um bom atendimento, muitas pessoas que chegam do interior são relegadas a um segundo plano no atendimento.
- Até parece que seu relato mostra que o atendimento pelo Sistema Único de Saúde deixa algo a desejar.
Despediu-se de Joelma dizendo:
- Se necessitar de alguma coisa durante sua estadia aqui na maternidade, peça para a enfermeira de plantão me chamar, meu nome é enfermeira Lúcia, meu plantão está no fim logo eu retorno para casa, até amanhã.
E Joelma responde:
- Até amanhã e bom descanso.
Lúcia chega ao final do seu turno de trabalho, bate o ponto, troca sua roupa e vai para casa pensando:
- O que aconteceu comigo hoje? O que tem aquela mulher que vi pela primeira vez até parece um imã a me atrair, nunca me vi numa situação dessas.
Lúcia entra em seu carro, demora para acionar a chave e seguir em frente, até parece hipnotizada, diante daquela situação liga a chave e aciona o carro, sempre pensando:
- Será que o caso de Joelma é tão complicado? Como vai ser o nascimento da criança?
Claro que Lúcia como boa profissional estava preocupada, mas será que era só isso?
Finalmente chega a sua casa, entra no condomínio estaciona o carro e fica imóvel dentro dele e pensa:
- Como cheguei aqui, nem sei por onde passei, nem me lembro de quem encontrei no caminho.
Estava realmente fora de si diante de tal situação, finalmente sai do carro, dirige-se para o elevador e sobe para o seu apartamento.
Joga-se sobre a cama e fica delirando:
- Como pode acontecer tal coisa comigo, quem é ela, de onde veio, porque logo fui eu que tive que atender essa pessoa? Ela vai ser bem atendida, o caso dela pode ser grave se vier a falecer durante o parto, com quem vai ficar o bebê, será que vai nascer sadio?
Finalmente depois de algumas horas naquela situação Lúcia acorda daquele torpor e se levanta toma um banho e vai preparar o jantar, pois morava sozinha e não tinha companhia.
Sua mente ainda não tinha se acalmado daquela situação, continuava pensando.
- O que vou fazer, como vai ser amanhã quando chegar na maternidade, como terá ela passado a noite, certamente é a primeira vez que é internada em um hospital.

...

O pessoal da cozinha serviu o jantar para todos os doentes.
No hospital, ao cair da tarde, serviram o jantar para Joelma que estava calma, mas pensativa pela acolhida dada pela enfermeira Lúcia.
- Que bondosa ela foi comigo quando cheguei à maternidade, que primor de atendimento, muito diferente do atendimento dado nos Postos de Saúde do interior, me impressionou.
A enfermeira de plantão passa no quarto faz as recomendações necessárias e fala:
- Em caso de emergência acione a campainha que logo atenderemos.
Ela respondeu.
- Obrigado pelas orientações.
No quarto do hospital tinha televisão, assistiu o noticiário depois desligou, e fez suas orações.
- Senhor, protegei-me nesta noite, bem como meu bebê que está prestes a nascer, a todos que trabalham nesse hospital, principalmente a enfermeira que me recebeu quando aqui entrei, que ela seja feliz, peço pela minha família que ficou no interior, agradeço por tudo meu bom Deus Pai nosso que estais nos céus...
Logo em seguida adormece.

...

Lúcia em seu apartamento continua a pensar em Joelma.
- Será que serviram o jantar? Como deve estar pensativa longe de seus parentes.
A imagem daquela mulher não sai da sua memória, mas finalmente ela adormece.
...

Durante o sono já de madrugada acorda assustada, pois sonhara que a paciente que havia atendido a tarde tinha morrido na hora do parto naquela noite. Ao acordar fica pensativa:
- Será que esse sonho significa? Terá ela morrido, ou só foi um sonho meio maluco desses que sempre acontece comigo de vez em quando?
Vira para o lado e logo dorme novamente. Quando acorda com o ruído do despertador pensa:
- Vou levantar tomar banho e depois tomar meu café.
Em seguida ela vai até a garagem retira o carro; sempre impressionada com o sonho da madrugada, estava um pouco fora de si, na saída da garagem quase bate em outro automóvel que ia passando na rua pensa:
- Meu Deus o que estou fazendo? Quase bati meu carro.
Sai com mais calma e segue até a maternidade, ansiosa para saber como está passando a paciente que tinha chegado para a internação, estaciona o carro e vai direto até o setor da Maternidade e fala com a enfermeira chefe:
- Como vai Joelma aquela moça que foi internada ontem à tarde?
- Ela vai bem, entrou em serviço de parto na madrugada passou um pouco mal, pois o menino era grande pesou seis quilos é muito lindo e gordinho.
- Qual é o quarto que está?
- Está no quarto anexo a enfermaria número 3 e está passando bem.
- Vou fazer uma visita.
Lucia vai até o quarto que Joelma está internada bate na porta e entra.
- Bom dia como está passando?
- Agora estou boa, mas o parto foi difícil, o menino era grande e demorou mais, para nascer.
- Há pouco, ele estava aqui mamando depois levaram para o berçário.
- Qual é o número que tem no braço?
- É o número 3A.
- Depois eu vou lá ao berçário ver o menino.
Lúcia retorna, pois está na hora de começar o seu trabalho na recepção da Maternidade, continua pensando:
- Como será o menino; branco, moreninho e seus cabelos que cor têm, tudo imaginação.
Mas realmente quem não saía de sua memória era Joelma:
- Continuava pensativa. O que vou fazer quando entrar no berçário para ver o menino? Deixa isso pra lá.
Depois do almoço, Lúcia vai até lá, para conhecer o filho de Joelma, nesse horário quem estava atendendo o berçário era sua amiga Maria. Chegando Lúcia fala:
- Oi! Maria que bom que é você que está aqui, vim ver o menino que nasceu essa noite passada.
- Você sabe o número que ele tem no braço?
- Sim sei é o número 3A.
- Ele está no berço número 6.
- Lúcia chegou perto do berço e viu um menino robusto gordinho bem claro cabelos pretos ele estava enrolado numa faixa e dormia.
Lúcia se despede de Maria e volta para seu posto de trabalho. Quando na portaria chega um senhor de mais o menos 50 anos e pergunta:
- É aqui que está internada Joelma?
- Ela responde sim, é aqui que ela está internada e ontem a noite deu a luz ao um lindo menino, ela está passando bem.
- Quem é senhor?
- Sou o pai dela.
- Qual é o seu nome?
- João da Silva.
- Posso visitar ela?
- Sim pode, espere vou preparar seu crachá.
- Aguardo.
Lúcia chama uma atendente:
- Nair venha aqui leve o senhor João até o quarto anexo da enfermaria número 3 ele é o pai da Joelma que deu a luz a um menino ontem à noite.
- Sim, por favor, senhor me acompanha até o quarto.
Nair bate na porta e pede licença e fala:
- Joelma seu pai veio lhe visitar.
- Obrigada por ter trazido ele até aqui.
- Até logo, eu já vou.
O pai de Joelma entrou, cumprimentou a filha e perguntou:
- Como foi o nascimento do menino?
- Apesar de ter sido um pouco difícil ele nasceu forte e robusto.
- E onde ele está?
- Está no berçário.
- Ele não fica com você?
- Só vem aqui na hora de mamar e só faltam cinco minutos para o trazerem aqui, quando o papai vai conhecer seu neto.
Nesse momento Maria a atendente do berçário chega com o menino para ser amamentado e pergunta:
- Dona Joelma quem é esse senhor?
- É o meu pai ele veio me visitar e conhecer o seu neto.
- Pensei que fosse o pai do bebê.
Maria por curiosidade olha a ficha no pé da cama e nota que Joelma é mãe solteira e quem sabe nem saiba de quem é seu filho e pensa:
- Posso ter cometido uma gafe, em não ter olhado essa ficha antes, posso ter melindrado os dois com essa minha pergunta boba.
Maria aguarda até o final da amamentação, e do avô ver seu neto e ficar um pouco com o bebê no colo para, na volta, contar a sua esposa Virginia. Seu pai pergunta:
- Quando vai ter alta e voltar para casa?
- Não sei bem certo, mas devo ficar internada segundo o médico por mais quatro dias, mas depende de quando vem à ambulância para que eu possa voltar.
- Logo, que chegar à cidade irei falar com o prefeito para saber esses detalhes para telefonar e informar o dia que eles vêm.
- Quando o senhor for sair fale com a enfermeira Lúcia e ela lhe dá o telefone da Maternidade com todos os detalhes do dia da alta.
Estava chegando o fim do horário de visitas e o pai da Joelma iria se retirar à noite retornaria a sua cidade de origem, e disse:
- Eu vou até a Portaria falar com a enfermeira e depois vou voltar com a Ambulância da Prefeitura, espero que logo você retorne para casa, todos querem conhecer o bebê.
- Boa viagem papai; que Deus o proteja um abraço para a mamãe. Quando eu voltar vou relatar o que aconteceu aqui.
- Fique com Deus minha filha.
Chegando à Portaria a enfermeira Lúcia já tinha tudo pronto, entregou todas as informações ao pai de Joelma e disse:
- Obrigado por tudo que fez pela minha filha, que Deus lhe proteja em sua atividade profissional.
O senhor João partiu de volta para sua cidade de origem no interior do Estado, levando a lembrança do bom atendimento que recebeu quando da visita que fez a sua filha e pensava:
- Vai ser uma festa quando ela voltar no dia do batizado. Vou começar a preparar tudo antecipadamente. Qual será o nome que vamos dar a esse pimpolho? Bom, isso eu vou deixar para quando ela voltar.
Durante a viagem de regresso no final de outono início de inverno, as noites eram frias ainda mais a cada cem quilômetros ia subindo até chegar à altitude de mais novecentos metros acima do nível do mar. Em alguns trechos durante a madrugada se via fina geada nos campos quando o sol raiou trazendo um calor que foi aquecendo aos poucos e derretendo a geada. Quando já chegava o fim da viagem de retorno, o senhor João perguntou ao motorista:
- Quando será a próxima viagem a capital?
- Não sei bem certo temos alguns pacientes que tem que fazerem exames especiais, mas temos um pequeno problema, no momento esses exames estão suspensos, por falta de verba; pode ser que surja alguma emergência, porque da sua pergunta.
- Você sabe a Joelma está internada na Maternidade e deve receber alta dentro de poucos dias e ela poderia voltar na ambulância para casa, depois vamos conversar com o pessoal da prefeitura.
Finalmente chegaram à cidade. O motorista foi até a prefeitura, para saber se tinha alguma coisa a fazer com a ambulância o responsável pela saúde disse:
- Vá para casa dormir, viajou toda à noite e tem que descansar. Volte amanhã no horário normal.
O Senhor João foi para casa e sua esposa já o esperava para saber as notícias de sua filha e também saber se tinha nascido o filho (a) de Joelma. Na chegada foi uma festa e todos a rodeavam fazendo perguntas:
- Como foi a viagem?
- A viagem foi boa com muito frio na volta.
- Como vai a Joelma?
- A Joelma vai bem, nasceu o seu filho é um pimpolho muito lindo, gordinho e saudável.
- Quando ela vem daqui a alguns dias depois de estar recuperada o parto não foi fácil.
Na capital ficou a Joelma na maternidade pensando em seu pai que viajou de volta para casa, ela pensava:
- Como foi a viagem essa noite foi fria lá na serra devia estar mais frio, será que tudo correu bem e quando chegou em casa quais foram às perguntas?
De manhã serviram o café e logo mais tarde a enfermeira Lúcia veio visitá-la e saber com tinha passado aquela noite e perguntou:
- Seu pai viajou ontem à noite?
- Sim ele retornou com a ambulância da prefeitura deve ter chegado hoje de manhã em casa.
- Quando ele vai voltar para levar você de volta para casa?
- Vai depender de saber o dia da minha alta e se a prefeitura naqueles dias tem uma viagem até a capital para eu retornar.
- Posso fazer uma pergunta?
- Sim, pode fazer.
- Você gostaria de ficar morando aqui?
- Como vou ficar aqui longe de meus pais e como vou cuidar de um filho? Sem emprego isso seria difícil.
- Sei que pode ser difícil, mas não impossível.
- Com pode ser isso se não tenho ninguém por mim aqui?
- Isso se dá um jeito.
- Qual seria o jeito?
- Depois vamos falar sobre o assunto.
Tinha chegado a hora da enfermeira começar seu turno de trabalho, então se despediu dizendo:
- Antes de você voltamos a falar sobre esse assunto.
Joelma ficou pensativa todo o dia a imaginar o porquê daquela proposta da enfermeira Lúcia pensava em tudo:
- O que realmente ela quer fazendo essa proposta para mim, mas nem posso fazer isso e minha família o que vai dizer? Na certa, papai foi preparar a festa para quando eu chegar e já tenha marcado o dia do batizado do meu filho. Nem posso imaginar alternativa para ficar aqui, deixa para depois quero ver em que vai dar.
No dia seguinte quando o médico fez a visita de rotina, como vinha fazendo todos os dias desde sua internação, ele disse:
- Dona Joelma, eu vou marcar o dia da sua alta para que você comunique a seu pai para providenciar seu retorno para casa.
- Qual vai ser o dia Doutor?
- Daqui a três dias será o suficiente para se comunicar com ele?
- Ele deverá ligar amanhã para a portaria da maternidade.
- Eu vou falar com a enfermeira Lúcia e deixo o comunicado com ela.
- Assim ele terá dois dias para providenciar com a prefeitura para mandarem a ambulância me buscar.
- Nesses dias farei as visitas normais até o dia da alta.
- Doutor muito obrigado pela sua amável atenção.
- Tenha um bom dia.
Joelma fica a pensar:
- O que vai acontecer quando o Doutor falar para enfermeira Lúcia que vou receber alta daqui a três dias, ela vai vir aqui insistir naquela sua proposta, mas não posso aceitar sem voltar para casa, quem sabe depois.
Naquele dia a enfermeira não visitou Joelma, como de costume. Ela estava preocupada pensou:
- Deve estar com muito serviço por isso não veio até aqui.
No dia seguinte cedo seu João telefonou para a Portaria da Maternidade, para saber noticias do dia da alta de sua filha Joelma. Quem atendeu foi à enfermeira de plantão:
- Alô! Que fala?
- É a enfermeira Lúcia.
- Aqui é o pai da Joelma queria saber se o médico marcou o dia da alta.
- Sim ele marcou ontem e deu a contar de hoje três dias.
- Ontem fui à prefeitura saber do dia a ambulância vai até a capital informaram que vão viajar daqui a três dias chegarão aí no amanhecer do terceiro dia, ela que fique com tudo pronto para voltar para casa, aqui todos estão com saudades dela. Vou comunicar para ela daqui a pouco.
- Obrigado pela sua atenção e tenha um bom dia.
- E o Senhor também.
Naquele momento a enfermeira Lúcia levou um choque, não sabia o que fazer, ir logo ao quarto avisar Joelma? Seria uma saída, iria ela tentar mais uma vez convencê-la da sua intenção. Chega lá discretamente e pergunta:
- Já tem uma resposta para a proposta daquele dia?
- Pensei muito nesses dias, mas vai ser difícil estou esperando que ele telefone para saber do dia da minha alta, ou ele já telefonou?
A enfermeira Lúcia fica num êxtase nesse momento sem saber o que responder Joelma pergunta:
- O que aconteceu Lúcia? Parece que morreu, meu pai ligou ou não ligou?
- Ele ligou agora de manhã eu passei todos os dados que o doutor deixou comigo ontem e ele disse que a prefeitura está mandando a ambulância para buscá-la no dia marcado.
- Quanto a sua proposta depois que eu voltar para casa e ajeitar tudo por lá voltamos a conversar sobre o assunto com mais detalhes.
Naquele momento chega ao quarto a chefe do berçário com seu filho e diz:
- Está na hora de amamentar o nenê.
Lúcia sai cabisbaixa sem nada falar. Joelma amamenta o nenê e no final entrega dizendo:
- Daqui a três dias retorno de volta para casa.
A chefe do berçário tomou o menino no colo e levou para sua cama sem nada falar. Aquele foi o dia mais nefasto para a enfermeira Lúcia, uma noite interminável, estava mesmo atordoada e só pensava:
- Porque ela não aceitou a minha proposta, nem me deixou apresentar o que e tinha a dizer a ela.
Chegou o dia da partida de Joelma tudo tinha sido preparado na véspera recomendações médicas e quando deveria retornar para uma nova consulta. O motorista da prefeitura chega à portaria da maternidade e pergunta:
- A dona Joelma está pronta para viajar?
Lúcia responde que tudo está pronto.
Logo ela chega na portaria cumprimenta o motorista:
- Bom dia o senhor veio me buscar?
- Sim daqui a pouco vamos partir tudo está pronto para carregar na ambulância?
- Sim tudo está aqui às malas e mais o meu filho que ainda não escolhi o nome dele.
Joelma se despediu de todos e também da enfermeira Lúcia. Agradeceu a atenção e o atendimento que deram a ela no tempo que esteve internada embarcou e partiu de viagem. Lucia com os olhos cheios de lágrimas ficou pensando.
- Será que ela vai voltar um dia...
A viagem transcorreu dentro da normalidade e no final da tarde chegaram à cidade, em frente à prefeitura estava a família de Joelma esperando-a. Quando ela desceu sua mãe falou:
- Que bom minha filha que você voltou com um neto para sua mãe.
- Obrigada mamãe por essa recepção.
- Filha, no domingo será batizado o meu neto, o padre vem rezar missa na Igreja e seu pai já providenciou tudo só falta escolher o nome e os padrinhos.

Foi a mais bela festa realizada na cidade. Com muita comida, churrasco, porco assado e galinha recheada.

São José/SC, 9 de maio de 2.006.
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Foto de Mor

DUAS SURPRESAS

DUAS SURPRESAS

Mário Osny Rosa

Carlos era um trabalhador, trabalhava na construção civil, morava numa casinha num bairro da periferia.
O que ganhava mal dava para come, comprar remédios e algumas roupas de vez enquanto, era mesmo um sonhador. Diz um ditado popular: “quem sonha um dia realiza seu sonho”. Carlos tentava a sorte de várias maneiras, apostava um real na lotomania, cinqüenta centavos na raspadinha. Nunca acertava nada, nem para tirar aquilo que apostava, mas continuava tentando a sorte. Certo dia falou para a mulher:
- Eu não tenho sorte no jogo, não ganho nem o prêmio mínimo das apostas que faço, sou realmente um azarado.
Sua mulher Clarice responde:
- Pode mesmo, que você seja um azarado, nem no teu emprego recebes um aumento, por mais de um ano, o que realmente está acontecendo?
- Claro que isso é verdade, mas na semana passada me chamaram ao escritório e fizeram uma entrevista comigo, alguém pode estar se aposentando, acho que alguma novidade ai aparecer poderei ser um chefe de obras, quem sabe para fiscalizar a entrega de materiais, vamos ver o que vai acontecer?
- Espero que seja essa a sua melhor sorte do que, daquela de apostar toda a semana na lotomania e nas raspadinhas.
Na semana seguinte, Carlos novamente foi chamado ao escritório da empresa construtora, lá chegando o chefe lhe falou:
- Ontem a diretoria da empresa esteve reunida e tomou a deliberação de promover você a chefe do almoxarifado, e com isso melhorar a sua remuneração, tudo isso pela sua dedicação, responsabilidade e seriedade em nossa empresa.
Carlos nesse momento quase subiu as nuvens, nunca esperava assumir o cargo de chefe do almoxarifado, esse seria a maior noticia, que daria a sua esposa Clarice, à noite quando chega em casa beija a esposa e disse:
- Tenho uma boa noticia para você meu amor.
- Que noticia é essa? Acertou a aposta da lotomania?
- Não acertei, nessa eu sou azarado.
- Mas qual foi, não me deixe aflita com isso diga logo.
- Hoje o chefe do departamento pessoal me chamou novamente no escritório, comunicando a minha promoção a chefe do almoxarifado.
- Então vai melhorar o seu salário? Será uma lotomania continuada.
- Claro que sim.
Depois dessa rápida conversa Clarice que já tinha o jantar preparado disse para Carlos vamos jantar, continuando falou:
- Eu também tenho uma noticia para dar a você nessa noite.
- Qual é essa noticia?
- Muito melhor que a sua.
- Como, melhor que a minha não pode ser?
Clarice relata que tinha marcado uma consulta com sua média ginecologista na semana anterior:
- Mas você não estava doente fala para Clarice
- Posso estar doente de uma doença transitória.
- Mas, como transitória.
- Hoje fui ao consultório, da médica, e relatei o que sentia, depois de fazer um acurado exame a medica anuncia que a mesma estava grávida de dois meses, essa é noticia que tenho para você nessa noite.
Carlos ficou vermelho mudo nem sabia o que dizer para Clarice naquele momento de euforia:
- O que aconteceu Carlos ficou mudo nem fala nada parece que não gostou da noticia, quer ser papai ou não quer?
- Você nunca me falou que estava grávida.
- Não falei porque estava em duvida, logo não queria criar um clima de euforia antes de ter certeza da gravidez.
Carlos agora mais calmo depois de passar aquele choque inesperado, nunca imaginara ser aquela a surpresa de Clarice, depois do jantar foram assistir à novela das vinte horas e, para a surpresa do casal o episódio daquela noite era idêntico o que tinha acontecido pouco antes e Carlos fala:
- Olha bem Clarice a novela é igual, o que aconteceu hoje aqui em casa.
- Parece que copiaram a mesma cena.
Naquela noite o casal festejou a viagem que tinha começado há dois meses e logo começaram a planejar como seria a chegada do primeiro filho(a). Esse será o assunto para a próxima Crônica.

São José/SC, 27 de abril de 2.006.
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Foto de Rozinha Bruni

Thiago A.

Neste momento parei tudo o que estava fazendo porque pensei em você.
Lembrei do quanto você me faz sorrir e ser feliz.
Isso aconteceu no ano passado, mês restrasado, há quinze dias, essa semana, anteontem, ontem...
Nossa!!! Você já notou que está sempre me fazendo sorrir e ser feliz?
Que suas palavras de amor sempre chegam na hora certa??
Que quando mais preciso de incentivo, e penso em desistir de tudo, é você que me dá forças para continuar essa batalha?
Pois é...
Por tudo isso e muito mais é que estou sempre pensando em você.
Então resolvi escrever para agradecer seu carinho, seu amor, sua presença em meu mundo.
Agradecer a você que é poesia e ternura em minha vida.
A você que me ensinou a admirar as estrelas nas noites de dúvidas e incertezas.
A você que é presença e me oferece ajuda partilhando comigo momentos de dor, solidão, silêncio, prazer e alegria.
A você que me faz sentir muito especial e amada quando estou triste.
Agradecer por momentos em que foi paciente e justo.
Por me aturar em minhas crises.
Por me dar colo e atenção quando choro.
Agradeço todas as broncas dadas na hora certa.
Todo afago oferecido, todo respeito retribuído.
Agradeço a você por colocar a mão no meu coração e levar para a luz todas as coisas belas e verdadeiras que jamais alguém encontrou por não ter procurado tão fundo.
Agradeço a você por me amar e por me permitir te amar.
E agradeço mais que tudo por você ter feito mais do que qualquer um para me fazer feliz.
Thi amo...
Não apenas pelo ser humano maravilhoso que você é, mas também pelo que sou quando estou com você!!
Obrigada por existir em minha vida.
E obrigada por me fazer tão feliz!!

S2 THI AMO S2
S2 SEMPRE S2

Foto de Don Juan sp

Sinto Saudades

Sinto sua falta, não sei bem o porque, só sei que sinto e não há nada que tire esse sentimento de dentro do meu sofrido coração.
Quando me deito adormeço pensando em você e ao acorda você é meu primeiro pensamento.
Gostaria de poder voltar no tempo, tempo esse que eu era feliz, minha vida fazia sentido.
E hoje depois do ocorrido, passa um filme na minha mente, eu a amava, eu me prendia a você e talvez por eu me prender com tanto amor e carinho não reparei que você não estava em sintonia com os meus sentimentos, não posso nem dizer que você me enganou, pois eu entrei nessa relação de corpo e alma, você nunca me prometeu nada.
Mesmo assim, ainda hoje sofro cada vez que me pego pensando naquela tarde que você foi e consigo levou minha essência, meu brilho no olhar, meu porto seguro, pois, era assim que lhe via.
Fiquei ali tentando entender o porque, vi meu mundo se desfazer de um jeito friu e desumano e assim você se foi.
Más, mesmo assim sinto saudades do ontem que lhe tinha, do ontem que vivi os melhores dias da minha vida, do ontem que bastava um sorriso seu para encher meu coração a ponto de não caber dentro do peito e hoje ainda sinto saudades más, sem magoas, sem ressentimentos e feliz, pois ainda hoje me basta saber que você esta feliz para que eu me sinta feliz.

ASSIM SENDO!!!!!!

Foto de cnicolau

Perdão

Se por 14 anos, te deixei sozinha, e não fui atrás de você,
Se ontem a noite não fui a pessoa que você esperava que eu fosse.

Tenho meus motivos para agir assim, e por mais que eu te deseje, te queira,
tem algo em mim que me diz para ir devagar com você, não por desconfiança
ou algo do gênero, mas sim, por estar sentindo uma coisa muito boa em mim.

Penso que esse sentimento seja exatamente o que estava me faltando, ou seja,

Amor visivelmente verdadeiro e puro.

Hoje, posso dizer que só não sou o homem mais feliz do mundo, porque ainda
não consegui almejar o meu sucesso, para sim poder te dar tudo aquilo que
você realmente merece.

Saiba que em todos os minutos da minha vida, desde que te reencontrei,
foram os momentos mais mágicos e maravilhosos de toda a minha existência.

Minhas atitudes perante ti, são de um homem apaixonado, e que quer você

Não como amiga,
namorada,
amante.

E sim,

Te quero como minha companheira, e principalmente como minha
mulher e mãe dos meus filhos.

Duvidas?
Existem, claro, mas quem não as tem?

Mas de uma coisa, você (e eu) pode ter certeza.
Meu amor por ti é verdadeiro e incondicional.
Te amo com todas as forças que tenho e que me restam.

Ontem depois que partiu, senti um aperto no coração, que hoje me fez pensar.

Porque agimos daquela maneira?
Porque fiz aquilo?
Porque não a dei ouvidos?

Será,

Por medo?
Por encanto?

Não.

Foi por muito, mas muito AMOR, que me enche o peito de vontade de
abraçar, de te beijar,

E principalmente

Respeito

pela pessoa que você foi, que você é e que quero que você seja.

Pode parecer piegas tudo que te escrevo, mas são os meus sentimentos
traduzidos em carta.

Te amo de todas as formas e maneiras possíveis e imagináveis.

Do seu,
Sempre seu,

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Concurso Literário

Amigos Poetas

É com satisfação que venho anunciar o Primeiro Concurso Literário deste Site.

A idéia já percorreu o mural sem muita integração, espero que diante da oficialidade deste possamos receber inscrições em massa de todos os amigos que aqui deixam tuas “Obras”

Teremos uma banca de moderadores para selecionar os melhores , em categorias distintas, como Poemas, Contos e Crônicas.

O concurso será uma pré-seleção para livros que pretendemos editar até o final do ano, isto é uma para cada categoria.
Quanto a palavra “pretendemos”, significa que teríamos que ter obras bastante para formar um livro em categorias distintas, também a autorização do Autor selecionado, sendo que este deverá ter junto ao órgão competente o registro de direito Autoral(estas dúvidas poderão serem sanadas na coluna de Direitos Autorais deste Site)

O edital do concurso será divulgado em breve, a antecipação deste anúncio se dá para que os poetas interressados em participar possam postar tuas dúvidas e dar sugestões o que certamente enriquecera o certame.

Pensando também eu uma maior integração para debater idéias, disponibilizamos um espaço que já pertencia ao Site, caso alguém deseja participar ou formar grupos de debates., é só se inscrever em http://br.groups.yahoo.com/group/poemas-de-amor/.
Informamos que este é um espaço público também.

Bom está lançado, o 1º Concurso Literário do Site poemas de Amor.

Eu acredito e acreditar é tentar validar e fazer acontecer.

Fernanda Queiroz

"A realidade de hoje foi o sonho de ontem. O sonho de hoje será a realidade de amanhã. E em todas as épocas zombou-se dos sonhadores" - Zalkind Piatigirki

Foto de Concursos Literários

Está aberto o 1º Concurso Literário do Site “Poemas de Amor”

Amigos Poetas

É com satisfação que venho anunciar o Primeiro Concurso Literário deste Site.

A idéia já percorreu o mural sem muita integração, espero que diante da oficialidade deste possamos receber inscrições em massa de todos os amigos que aqui deixam tuas “Obras”

Teremos uma banca de moderadores para selecionar os melhores , em categorias distintas, como Poemas, Contos e Crônicas.

O concurso será uma pré-seleção para livros que pretendemos editar até o final do ano, isto é uma para cada categoria.
Quanto a palavra “pretendemos”, significa que teríamos que ter obras bastante para formar um livro em categorias distintas, também a autorização do Autor selecionado, sendo que este deverá ter junto ao órgão competente o registro de direito Autoral(estas dúvidas poderão serem sanadas na coluna de Direitos Autorais deste Site)

O edital do concurso será divulgado em breve, a antecipação deste anúncio se dá para que os poetas interressados em participar possam postar tuas dúvidas e dar sugestões o que certamente enriquecera o certame.

Pensando também eu uma maior integração para debater idéias, disponibilizamos um espaço que já pertencia ao Site, caso alguém deseja participar ou formar grupos de debates., é só se inscrever em http://br.groups.yahoo.com/group/poemas-de-amor/.
Informamos que este é um espaço público também.

Bom está lançado, o 1º Concurso Literário do Site poemas de Amor.

Eu acredito e acreditar é tentar validar e fazer acontecer.

Fernanda Queiroz

"A realidade de hoje foi o sonho de ontem. O sonho de hoje será a realidade de amanhã. E em todas as épocas zombou-se dos sonhadores" - Zalkind Piatigirki

Foto de TrabisDeMentia

Amor com amor se paga

Ontem tanto amor quiseste,
Hoje tanto amor me negas
O amor que ontem me deste,
É o amor que hoje me levas
E enquanto vais sorrindo alada
Eu me ajoelho e prendo ao fundo
Quando um amor com dor se paga
Nada mais se quer do mundo

Ontem todo o amor clamaste
Ontem todo o amor te dei
E o amor que hoje levaste
Levou com ele o meu também
E no vazio em que fiquei
Não pedirei a ninguém nada
Mas eu bem sei, ah como sei!
Que dor só com amor se paga!

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