Princesa…era só para dizer isto (eu tinha que to dizer):
Amo-te... Amo-te desde que te vi pela primeira vez, há 1 mês. E como não te poderia amar? Reparei logo no teu sorriso, um sorriso que iluminava não só o teu rosto (que desde então foi a única coisa com a qual pude sonhar), mas também a pastelaria inteira e a minha alma, o meu coração... e sabe-se lá até quando... Foi contigo que aprendi a sorrir outra vez, e o meu sorriso de agora que passou a encantar outras mulheres é, de facto, o teu... Este sorriso é a única forma de te manter perto de mim, dentro de mim...
Amo-te... Só me dei conta disto quando já era impossível ver-te. Só agora, longe de ti, cheio de saudades, sei que te amo... E que te amava quando estava contigo, mas não o sabia.. E como podia saber? Hà muito tempo que não sentia algo tão forte antes de te ver, antes de te conhecer, depois da Marta nunca pensei mais em partilhar os mistérios da minha alma com ninguém...
Amo-te... Antes de te conhecer achava que o amor devia ser a resposta que os seres humanos encontraram para se defenderem contra a solidão. E que resposta é esta ?!?! Estava sempre a dizer... Alguns momentos de alegria e de prazer, seguidos por outros momentos de lágrimas, de desgosto, nos quais nos sentimos ainda mais sós. Eu, apaixonado outra vez? Nem pensar ! Para quê ? Para sofrer ainda mais? Só que, depois de te ver, nunca voltei a pensar assim...
Amo-te... Lembro-me perfeitamente do teu beijo e dos teus abraços...Estes foram os únicos momentos da minha vida em que me senti feliz depois de tudo ter acabado com a Marta.
Amo-te... Contigo não tinha medo de mostrar a criança que ainda existe dentro de mim.
Amo-te... Depois de me teres pedido que me afastasse, nunca consegui ver o meu rosto nos olhos de uma outra mulher, assim como o via nos teus... Não estou nada bonito nos olhos das outras mulheres... Não... Só nos teus, porque me iluminavas com o teu encanto.. E como te amo, mas tinha medo de to dizer, de to mostrar... Até agora os teus olhos têm sido o único espelho da minha alma... Comecei a ter ainda mais medo quando percebi que estava mesmo apaixonado, quando os dias na pastelaria sem ti se tornaram um pesadelo sem fim porque não sentia o calor da tua presença... Porque não te ouvia dizer «Bom dia João!»
Amo-te... Amo-te porque só na tua voz me apercebi da poesia do meu nome... Tu és a única que sabe dizer assim o meu nome... «João»... Na tua voz o meu nome estava envolto numa ternura da qual irrompe o meu amor por ti, um amor demasiado forte para eu to confessar... Um amor demasiado forte para eu poder perceber, para eu poder viver.
Amo-te, apesar de ser demasiado cedo para to dizer... Amo-te, embora não haja nenhuma esperança para nós... Amo-te também porque só quando penso em ti posso escrever cartas como esta, em línguas que tu não conheces, cartas que nunca vais ler... Amo-te...simplesmente por tudo, e nem quero tentar perceber porquê!
…desculpa, mas eu tinha que te dizer estas palavras… e quanto a mim, não te preocupes, sinto que ainda vou ser muito feliz!