Olhar

Foto de Henrique Fernandes

RAINHA POR DIREITO PRÓPRIO

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Amor, não deixes que termine este meu reinado
De sonhos que me inspiram mais sonhos
E do meu não esquecer de coisas lindas
Que recordarei de bom paladar na alma
Seduziste o meu mundo com a tua chuva sedutora
Alagando todos os meus momentos de bem-estar
No meu peito és embaixadora de encantos
Que me fazem rodopiar vezes sem conta
Em volta da galáxia de sorrisos que me dissolvem
Num melhor homem e amante da tua sensualidade
És testemunho de beldade e inteligência no meu ser
Reajo a ti com delícias que alimentam os sentidos
Apurados de sabedoria e dedicação ás maravilhas
Que me fazes sentir ao segurar na tua mão
E sentir o macio gostoso que recebo no corpo
Desfazendo-me em arrepios de satisfação
Purificando o meu luxo de viver na elegância
Num rebuliço de sentimentos verdadeiros
Arrojados na nossa sintonia de romantismo
Dos nossos momentos de cumplicidade
Atraídos pelo calor da nossa sinceridade
Todos os teus movimentos são ingredientes
De liberdade que invade exoticamente os toques
Partilhados na textura de um amor-perfeito
Rainha por direito próprio ocupas o destaque
Das emoções de cores vibrantes no meu olhar
Em tonalidades com o condão de iluminar
O simples fantástico do meu amar-te

Foto de Henrique Fernandes

SEGREDOS PARA VIVER BEM

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O sonho acabou e a noite terminou
Numa certeza que outra noite chegará
E um outro sonho no além sonhará
Abaixo as tristezas que nos extenuam
Temos de cultivar em nós ideias positivas
Fechar os olhos e pensar em alguém
Que tenha muito valor para nós
Começar os dias com sorrisos inéditos
Invocando sabedoria num ritual de paz
Numa atitude com poderes relaxantes
Para o corpo e a mente seguirem em frente
Como quem deixa a imaginação voar
Na privacidade debaixo do chuveiro
Dilatando-se suave sobre a água quente
Numa sensação de enorme prazer
Respirando com os braços leves e soltos
E cantar em voz alta o alívio profundo
Inalando e exalando o ar necessário
Para conforto dos sentimentos
Em altas e boas risadas mesmo sem motivo
Abrir todas as janelas ao bom dia da natureza
Receber na alma a luz do novo dia embelezado
Pelo canto da passarada nas cores das flores
Aumentando as hormonas do bem-estar
Receber a massagem do ar fresco da manhã
Sentindo cada um de todos os pontos nevrálgicos
No contacto apaixonante com a vida
Reflectindo um olhar sagrado de tranquilidade
É preciso reservar um tempo para amar
Namorar, estimular os desejos e sexo
Para encontrarmos muito da qualidade humana
Comunicando com as cores da paixão
São os segredos para se viver em harmonia
Com o sentido de se estar bem!!!

Foto de Henrique Fernandes

ESPÍRITO DO DAR

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Hora zero de uma noite fria, acalentada pelo brilho de enfeites luzidios que reflectem o piscar multicolor de lâmpadas vigorosas de sustentáculos cintilantes, como estrelas que iluminam a noite numa bonança que pernoita diante de um sublime manto branco de neve; todo pintado a gelo.
A alegria vagueia pelas ruas sem deixar pegadas, flutuando um silêncio interrompido por uma sinfonia de emoções, escutando melodias que tilintam no espaço e no ego o espírito do Dar!
Ao olhar através da vidraça que expunha a rua nessa noite, encontrava-a trajada de encantamento, como sucedia em todas as ruas, encontrei-a coberta por um costume de mil pigmentações em combinações de paz e concordância! Eu estava solitário, vigilante e submisso a este prodígio que a alma compreende, a qual nos transfere no bater do coração.
Ao ecoar a décima segunda badalada dessa noite gélida, escutei o ranger da minha porta e uma voz de silêncio que já havia ousado mostrar-se, proferiu à minha mente:
- Sou o Dar, esquecido pelos povos trezentos e sessenta dias por ano. Tenciono esta mácula desabafar.
Não sei se hipnotizado ou se havia enlouquecido, mas prescindi minha mão a regular-se pelo Dar e ortografei o seu desabafo descontente e tão penetrante, que se podia escutar o pesar que me ditava:
- Sou feto concebido no ventre do nosso carácter, sob a forma de um sentimento que dais à luz num costume de horas contadas num impar. Deveis decepar ao Dar o cordão umbilical, e deixá-lo coabitar menino a crescer em vós, dando-me voz todos os dias do ano.
Dar deambulava na minha alma à procura de se libertar, ou de juntar-se com o seu irmão - Receber - na aberta de uma consciência que soltamos numa comoção, que manifestamos quando dissolvidos na áurea Natalícia que nos transmuda a moral superabundante de uma indigência de asserção humana conquistada pela razão. Sem senão, o nosso ser quer partilhar o receber com o Dar.
Dar passou o tempo à janela do meu olhar, presente num estender a mão a quem não espera por nós e de nós carece como alimento à esperança, desaparecida na fome de contentamento, evacuada numa lágrima que inunda um rosto de solidão e esgotada num clamor mudo em demanda de paz.
Dar brinca no nosso sorriso quando sorrimos despretensiosos, intencionados a ajudar sem imodéstia, numa troca de emoções compartilhadas num pranto de alegria. Como suspiro de satisfação entregue por veneração a um fascínio natural sem ilusionismos ao obséquio de ser gente.
Dar é uma criança que se agiganta adulto nas nossas carências ou aptidões, de receber sem anseio o beijo do sorriso de uma criança, abrilhantado num olhar que agradece inocente a nossa melhor oferenda, agasalhada de quentura despretensiosa, dádiva de amor humano.
Dar está aceso em nós quando sabemos receber o Dar de alguém. O Dar não se dá, partilha-se cedendo o que recebemos: um olá num olhar sincero, a carícia de uma mão sem interesse, um beijo que não impõe retorno numa oferenda que não aguarda restituição, um sorriso de uma cooperação autêntica, um abraço que compreende a adversidade de qualquer um, o interiorizar uma palavra graciosa, o aceitar da incorrecção e imperfeição do comparável simples mortal…
De repente, acordo recheado de existência em mim sobre um papel manuscrito sem memória, e já o Sol da manhã me dava um benéfico dia. Sem saber se havia devaneado, sentia-me desconforme por algo que me havia alegrado o profundo do meu ser, soberbo pela mensagem do Dar.
Considerei estar demente, mas não. O espírito do Dar murmurou para mim. E lá estava eu, na vidraça, enxergando a minha rua trajada pela luminosidade de um Sol que fazia jus à concórdia de um mundo por sensibilizar.
Elevo-me em harmonia e entorno meu olhar lá para fora… Via -a agora guarnecida de crianças turbulentas de júbilo, arrojadas de uma glória, inábeis de ocultar a sua transparente e radiante felicidade.
- É o Dar! É o Dar! - Ouviu-se…

Foto de diny

DOCE LÍRIO

DOCE LÍRIO

Nas montanhas do gozo; um lírio trêmulo
tão belo, tão mimoso, tão branquinho, tão pequeno.
Tremes?!ah...há tanto de ti nos meus suspiros!
Ai não sabes o que te amo doce lírio.

Tudo em mim te divisa pleno;
força,essência, sentimento, jeito.
Tudo me quer dentro do teu peito
Até lágrimas tercem caminhos.

Pra beber na concha de tuas mãos;
o teu amor,
o teu carinho,
e nos quer bem juntinhos, meu amor.

Então vou!
Pra amarmos um pouco, um pouquinho.
Mas meu amor;
Não me deixa ficar presa no teu olhar.

Senão posso ficar pra sempre tá?
Mas deixa-te capturar,
e fujamos por aí,
pela vastidão de nossos sonhos!

vamos caminhar,
de mão agarradas e pés descalços
pra que o rumor de nossos passos,
não assustem as borboletas nem os passarinhos

Nem se assustem meu amor
com nossos beijos, nossos abraços
nem ouçam nossos carinhos quentes
nem o farfalhar de nossas carícias.

Ah só as estrelas poderão conversar com a gente!
E só a lua poderá desaguar de nosso olhar;
Os nossos ais e suspiros,
os nossos enlevos de prazer.

Mas só o céu e a noite,
poderão ver estupefatos
a gente se amando tanto...tanto!...
Respirando só amor, até ao amanhecer.

Foto de Henrique Fernandes

BEM-ESTAR DE ESTAR BEM

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Deito-me sobre a erva que me conserva
Fresco num jardim plantado por mim
Apaixonado por recordações que tragam
Emoções ao meu rosto e rasgam sorrisos
Com gosto de encantos em tantos juízos
Inocentes de outrora em histórias presentes
Agora memórias do que aconteceu sem hora
Pelo meu caminhar fora e ora
No bem-estar de estar bem e ser alguém
Recordo encontro, acordo desencontro
A paz do quanto era rapaz chegando homem
Por ilusões que consomem o que sou capaz
Dou azo ao que me atrevo e sou o que escrevo
Versos confessos que rimo com o meu cimo
Poema de quem ama alguém que excita
A voz que grita a sós o poder de nós
Numa prosa misteriosa que se esfuma na pluma
De momentos ordinários em sentimentos áureos
De quem persegue o amor sem pudor e consegue
Descobrir a flor antes de florir nos amantes
Desejos e beijos na partilha de dois seres
De saberes no cume de uma maravilha sem ciúme
Ateando o lume que toca a troca de carícias
Sem malícias nem segredos na ponta dos dedos
Em espera que cai num olhar que desespera
Num levantar de saia sob um sol no lençol
Como quem rebola na praia ao som de uma viola
Mas enfim, tudo que sai de mim é pouco
De tão louco quão a loucura e doçura
Que exponho nas letras que componho tretas
A verdade é só saudade em dó de realidade
Doente e somente pó de maturidade que socorre
E a alegria nunca morre nunca

Foto de DAVI CARTES ALVES

BEM ME QUER

Este seu sorriso menina
Ora provoca furacões tempestuosos n’alma
Borrascas da mão divina?
Um não sei que de Katrina

Ora, és doce canção de ninar
Nos arcanos do coração
Beijo doce de escorpião
Fragmentos seus na visão

Como esquecer esse sorriso brejeiro
esse rostinho feiticeiro
Esse olhar sensual
Esse corpinho escultural

Pensar em você
Com essa gérbera despetalando
Só sei pronunciar, bem–me-quer
Amando e lhe amando

Um bucadinho do seu bem-querer
Como merecer?
Pensei num um presente lhe oferecer
Implorei ao mar:
um topzinho de conchas e corais
supliquei a lua: um vestido de néon
De joelhos com as mãos ao céu:
Por uma tiara de estrelas

E então?
Tudo isso, por um só cantinho
No seu disputado coração
Pode ser no sótão, ou no porão
Mas não me deixe aqui
Suportando, ora frio, ora intenso calor
Na acetinada palma de sua mão.

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Dirceu Marcelino

DESEJO DE AMOR - IV - O TEU OLHAR

*
* OLHARES
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Vejo a minha imagem no teu olhar!
Olhar reluzente que me enfeitiça,
Mesmo à noite onde só há luz do luar,
Resplandece ele o lume que me atiça.

Faz meu correspondente se levantar,
Sob o viço que de leve o iça,
Deixando-o pronto para te amar,
No ritmo exato em que precisa,

Para todas suas vontades saciar
E em breve instante tua voz calar,
Eis que em tua íris tudo vai reiniciar,

Sempre em balanço de ondas do mar,
E se renova num novo acariciar
Dos meus olhos que te faz assim corar.

Foto de Dirceu Marcelino

RESPINGOS DE PAIXÕES XVI - CARRILHÕES DE BEIJOS - Cap II

*
* CARRILHÕES DE BEIJOS II
*

Adormeci satisfeito,
Mas depois de algumas horas,
Acordo daquele jeito...
Com o peito inflado e todo intumescido
E o que faço agora,
Sob o som de uma melodia
“Melodia de amor”
Que, automaticamente,
Reiniciava-se com o raiar
Do dia.

Vejo-te ao meu lado,
Adormecida e seminua,
Coberta por um lençol de cetim
Com tuas curvas graciosas
Tuas ancas voluptuosas
E te passo o braço
Direito na cintura
E te acaricio
Suave
E vagarosamente,
Sussurro baixinho em teu ouvido
“_ Eu te quero, outra vez”
E tu me respondes roucamente:
“_Yo también mi querido”
Então, te beijo
Apaixonadamente,
No início levemente e
Ao ver teu olhar brilhar.
Atiçando-me um fogo
Com os raios de tua íris estelar.

Então, me perco, nesse olhar,
Recomeço lascivamente a te beijar,
Busco o céu e o mel em tua boca
E em tua saliva o sal
Do mar.

Alvoroço-me,
Cheiro-te e suspiro em teus poros.
Sinto o perfume feminino
Que exalas e roço
Com a boca
Teus seios.
Meus pelos,
Escovam-te e tu explodes
Em ondas de gozo espumante
Em borbulhas embranquecidas pela
Volúpia de tuas ondas de amor.
E arrepia, mas, te sacias,
Mas sempre, queres mais
São verdadeiras ondas do mar,
Ou de amar...

Num balanço sensual de um sobe e desce
Enleva-me no mais alto do horizonte
E de lá do alto mostras-me tua face corada
Reluzente e brilhante
Como o carmim,
E demonstras que se entregas,
Eternamente
Para mim,
Neste mar
De cetim,
Em tua
Cama.

Foto de Darsham

Semear Sorrisos...

Não sou médica, não sou especialista em nada, mas vivo e estou aqui, observo e sinto e sei que muitas vezes um sorriso, uma gargalhada é muito mais eficiente do que um medicamento, uma droga…
Não tenho muita experiência em voluntariado, não posso dizer que tenho contribuído muito nesse campo, mas o meu coração diz-me muito mais do que posso transmitir aqui sobre o nobre acto de nos disponibilizarmos para ajudarmos o próximo…
Muitas vezes comento com pessoas que me são próximas que gostaria muito de fazer voluntariado em cuidados paliativos com crianças, ao que me respondem que é uma tarefa muito ingrata, que não tenho estrutura para tal, que não tenho estofo para ver um sofrimento tão atroz no rosto das crianças, sendo elas tão indefesas, precisando de ser protegidas…
É verdade, é muito injusto que estas coisas tenham que acontecer, principalmente às crianças, que deveriam ter o direito de viver e crescer e ter a oportunidade de ter oportunidades…
Mas não considero uma tarefa ingrata, uma vez que, e apesar de não podermos arrancar a doença e o destino de quem está à nossa frente, podemos fazer coisas simples que ajudem a que os últimos momentos não sejam passados em extrema agonia…
Contar uma história, ouvir um desabafo, fazer uma brincadeira, provocar um sorriso…
Só de pensar em conseguir fazer sorrir alguém que esteja em grande sofrimento enche-me a alma e leva todos os males da vida embora naquele momento…
É preciso ter muita coragem, não nego, pois é ponto assente que em certos casos vai chegar um dia em que já não se poderá tentar encontrar um sorriso perdido num olhar de desalento, mas sim a ausência de um corpo, de alguém que partiu para sempre…
Mas esse momento chegará para todos nós um dia, cedo ou tarde, ele é certo…então porque não aproveitar o que temos aqui e agora ajudando…semeando esperança…
A esperança, a fé não são apenas necessárias para todos os que estão de pé e gozam de saúde, e desejam realizar sonhos, alcançar objectivos. É necessário também para quem sabe que a sua partida está para breve, para que a dor seja minimizada, para que não se revoltem contra algo que é irreversível…e para que possam descansar em paz…
Tentemos todos plantar sorrisos e sementes de esperança para que a nossa existência possa ter um significado e sentirmos que importamos, que tudo valeu e vale a pena…

Foto de Henrique Fernandes

SEXUALMENTE

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És fogueira que dá azo ao soar da minha pele
Arejas-me de emoções tórridas e intensas
Ao receber no rosto o vento do teu vestido
Quando rodopias viva numa dança sensual
Que me seduz o olhar e me faz desmaiar
Numa fantasia provocante que me atrai
A dançar contigo pelas orbitas do universo
Abrindo fendas de uma fornalha ardente
Que ruge sob os nossos corpos embrulhados
Em labaredas de pecado com luz de explosão
Deixando nossos corpos a deslizar eufóricos
Numa avalanche violenta de prazer louco
Uma loucura esvaziada numa troca de toques
Incandescentes pelos lençóis que roçamos
Deixando um rasto perfumado de sexo
Que faz perdurar esta vontade constante
De querer estarmos dissolvidos em nós
Depois de um toque e um olhar sugestivo
Mais um olhar de sim mutuo e mais um toque
E a nossa dança continua flutuando ardente
Pelos poros da nossa pele corada de entrega
E o nosso respirar ofegante hipnotiza a noite

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