Odiar

Foto de Lou Poulit

O Trovão e o Sabiá Sereno

Sentada sob alpendre da mansão colonial, sua fortaleza de toda a vida, Sinhá havia se perdido em seus pensamentos. O dia havia se despedido há pouco, na apoteose fugaz de um céu prestante de cores e texturas, que de tudo o que pode tentou fazer para merecer a atenção da moça. Nem a sinfonia da passarada fez efeito. Tudo em vão, restaram as estrelas que nem sequer se aventuravam. A passarada se calou para dar a vez aos grilos, sapos e outros barulhentos notívagos. Sinhá revirava mecanicamente os fartos rendados da saia à sua volta, pois de fato não estava ali.

Então, passos arrastados vindos de dentro precipitaram-na do etéreo, de volta ao corpinho magoado pela posição pouco cômoda. De tão surpresa e assustada, não teve coragem de se virar. E esperou apenas, como seu sangue esperava dentro das veias. Aos poucos uma luz tênue, mas capaz de expulsar soberanamente a escuridão, se aproximou. Depois mais um pouco. A moça temeu que se aproximasse ainda mais e explodiu em gritos nervosos: Saia já daqui! O que quer de mim, demônio? Eu não lhe chamei aqui!

A pouca distância um caboclo mulato de aspecto impressionante, pele muito morena e os olhos claríssimos de uma onça enterrados no rosto embrutecido, como pequenas gemas raras no emboço úmido da terra adubada pelos séculos. O velho Sereno segurava a candeia, tentando compreender, tão próxima, a moça que à distância vira crescer, como flor única naquelas glebas. Durante parcos segundos, Sinhá não conseguiu balbuciar uma palavra. Tentava decifrar como aquela figura estranha havia invadido seu silêncio, que significado poderia ter dentro dele e se seria perigoso para as coisas ricas que guardava em segredo. Porém, achando que o silêncio era ainda mais insuportável, a moça voltou à carga: Quem lhe deu o direito de estar aqui? Ele tentou explicar: Vim só alumiá o negrume da noite pra vosmicê, Sinhazinha... Carecia de se assustá não... Não tenho medo de nada, ela empinou a própria fragilidade. Como poderia temer um empregado dentro da casa do senhor meu pai? Ademais, estava aqui com meus pensamentos...

O homem olhava com segurança os olhos escorridos de lágrimas da moça, cheios de brilhos amarelados pela chama da candeia. Sentia pena dela, mas sabia pelas décadas de convívio que não se devia manifestar piedade para com os senhores. Sereno sabe que está triste, Sinhá. Ma num pode fazê nada não, disse ele abaixando os olhos. Mas como pode saber disso? Não lhe dou esse direito. De onde você saiu?... Ainda com os olhos baixos, ele respondeu: Sempre estive aqui, Sinhazinha. Vim pra essas terras do senhor seu pai na barriga da minha mãe, que se foi embora amarrada naquele pé-de-jurema-branca, bem ali na direção onde a lua vai nascer já. Eu era desse tamaninho, cabia no cesto onde o alazão comia o seu mio. Naquele tempo o capataz era um homenzinho muito do ruim... Ela só queria alimentar a sua cria...

A moça se refez da letargia quando o ouviu falar no alazão, tornando a gritar: Não me fale do meu alazão. Eu amava o Trovão como se fosse uma pessoa! Ninguém montava nele além de mim! E acabaram de trazê-lo num arrasto de pau-de-mangue... Ele estava morto! E eu vou matar quem fez isso com ele... E a chorar convulsivamente ela recostou-se no portal, até sentar-se de novo no degrau do alpendre. Sereno continuou calado, imóvel, com os olhos cravados nas lages do chão. Como se sua alma cansada procurasse uma brecha para um imenso arrependimento.

Tentando descobrir em seu próprio silêncio o que deveria fazer naquela situação triste e constrangedora, o velho caboclo foi lentamente até a arandela pendurar a candeia. Não sabia o que fazer a mais. Durante quase vinte anos quisera ajudá-la em muitas situações de perigo, mas sempre chegava alguém antes. Sereno trabalhara sempre na plantação, às vezes tratando dos cavalos doentes e outras como mateiro. Amava a menina, antecipava os riscos que ela corria, mas haviam outros mais próximos dela. E agora o mesmo sentimento de proteção lhe parecia palpável de tão denso. E ironicamente, embora estivessem ali apenas os dois, simplesmente não sabia o que fazer.

Passados alguns poucos e imensos minutos, a moça quebrou o silêncio, mais calma, porém sem perder a altivez da voz: Como se chama? Sereno, Sinhazinha - disse ele. E porque está aqui, nunca lhe vi dentro de casa?... O velho empurrou a aba do chapéu para trás e coçou a calva rala e branca, como sempre fazia quando se sentia inseguro. Demorou um pouquinho mas respondeu: Eu vim de pés lá de trás da serra dos pastos... O senhor seu pai mandou que me alimentasse e ficasse por aqui até amanhecer. Ela insistiu: Mas por que veio de pés? Ah, Sinhazinha, parei no meio da mata para ouvir o sabiá-da-mata, tava cantando bem em cima de mim. Desde menino adoro os sabiás, num gaio da mangueira, por cima da minha palhoça tem um que fez ninho agora. Quando passo o café da tarde ele tá arrebentando os peitos, de tanto chamá uma fêmea pro seu ninho novinho e arrumadinho. Mas me distraí, meu cavalo assustou-se com a onça e saiu desembestado, nem sei pra onde. Mas vou lá buscar, pro seu pai meu senhor num ficá num prejuízo maió. Não é um bicho caro, é até meio capenga... Mas é um bom companheiro, num sabe? Vendo a perplexidade dela, ele perguntou: Que foi Sinhá, com essa boca aberta, quem nem peixe morto? A moça sussurrou: Onça?... Que onça é essa, Sereno?

O velho respirou profundamente. Não haveria mais de esconder. Ela que soubesse a verdade e que fizesse o que achasse justo. Disse a ela com segurança: a mesma que pegou o Trovão... Aquele sangue todo foi porque quando cheguei ela já tinha garrado no pescoço dele – disse caboclo limpando instintivamente as mãos grosseiras nas calças. A moça mostrou-se inconformada: E você não fez nada para ajudar o coitado? Não tinha uma arma, Sereno? Sinhazinha, ele caiu por cima da bicha, esperneava como um porco endemoninhado... Endemoninhado é você, miserável! Ele era o alazão mais valente que conheci... Só que havia uma onça mordendo o seu pescoço... E um homem medroso e inútil assistindo a sua morte desesperada! Que queria que o Trovão fizesse?... Sereno, se calou constrangido. E ela quis saber mais: E depois, Sereno?... Sinhazinha, num é nada fácil chegar perto de dois bichos grandes e raivosos... E eu só tinha mesmo o meu facão de mato e não queria ferir ainda mais o Trovão. Sim, mas o que você fez? – ela implacável. Eu nada, Sinhazinha, a onça é que resolveu desaparecer. Onça é um bicho covarde. Só pega pelas costas, sangra e espera morrer. Mas se sentindo insegura ela larga e fica de longe só espiando. Esperando a hora de comer sossegada. E o outro, que também é bicho, sabe que vai morrer e que ela vai vir lhe rasgar as tripas. É só uma questão de tempo... O mundo dos bichos é assim mesmo, Sinhá. Ninguém muda não. Vosmicê ta triste e eu também... Mas o Trovão tá não... Só tá esperando os primeiros lampejos do dia, pra correr por essas terras sem fim, pelos campos e pelas matas fechadas, num tem mais nada que lhe impeça... Vai conhecer todos os lugares onde nunca tinha ido, vai beber água do rio grande e vai saltar nas ondas da praia... Enquanto isso nós vai fica aqui chorando de tristeza, porque num pensa que ele ta livre como nunca foi... É que como nós só sente o sentimento da gente, só pensa com a cabeça da gente, então acha que o trovão ta sentindo e pensando a mesma coisa, Sinhazinha... Não tenha raiva não... Que ele não pode aparecer pra vosmicê e lhe contá como que é lá donde ele vem, ele vai ficar triste por causa da sua tristeza...

A moça se esforçava para aceitar aquela sabedoria estranha, que quase desdenhava os seus mais puros sentimentos, todas as coisas que aprendera a sentir. Mas, embora não tivesse coragem de dizê-lo, até que gostava muito de imaginar seu querido Trovão suando da correria que tanto amava, brilhando ao sol e ao luar. Ele amava o vazio dos espaços, os obstáculos que vencia, amava o vento revirando as suas crinas, enchendo-lhe os pulmões no peito enorme e musculoso, e depois expirava com força fazendo seu próprio vento, era quase um deus da natureza... Ah, como ele gostava disso... – dizia a si mesma. Alagada da própria ternura, disse então ao velho: Ele lutou até o último instante não foi, Sereno?

Ele era valente demais, eu o conhecia desde que era um potrinho muito abusado... Sou lhe muito grata, quero que fique, se alimente bem e descanse bastante. E depois vá buscar o pangaré, antes que essa onça o coma, já que não comeu o Trovão, pois que os homens foram buscá-lo antes disso... Sereno sentia-se mais à vontade agora, já sentado também no degrau de baixo. E completou: Vou Sinhazinha, antes de clariá vou atrás dele. E ai dela que se meta... Faça isso por mim, Sereno – ela pediu com raiva.

Não posso prometer, Sinhazinha... Não Sereno, não se arrisque, leve uma arma... E se ela lhe pegar pelo pescoço, como fez com o Trovão?... Vosmicê num fique triste não, Sinhá... Também sou meio bicho, já fiz muita coisa nesse mundo de meu Deus... Já matei oito onças, seu pai meu senhor pode lhe dizer... Uma delas ia morder era o pescoço dele... É que de uns anos pra cá elas estavam sumidas, que os cachorros farejam a catinga delas de longe... Gato tem raiva de cachorro e vice-versa, num sabe?

Eu prometo, Sereno. Vou contar para os meus netinhos essa estória. E vou me lembrar de dizer que você foi um herói, que não pode salvar o Trovão, mas veio de pés buscar homens, para que ele tivesse um enterro digno. Meus netinhos vão aprender a odiar todas as onças, porque essa matou o Trovão... Mas eis que tais palavras indignaram o velho filho-do-mato, e ele quis ser exato: Não, Sinhazinha... Isso não é certo, não é verdade não... Como, Sereno? Se ela não matou o meu alazão, então quem foi?... Fui eu mesmo, Sinhazinha... A moça de um pinote ficou de pé, com o dedo em riste, enfurecida lhe disse: Seu traidor! Vá embora, suma daqui! Nunca mais quero ver sua cara! Não vou lhe perdoar jamais! Vai... Antes que eu grite por alguém para lhe surrar no pé-de-jurema, desgraçado!

Naufragados novamente em profunda tristeza, ambos se foram. Ela para chorar na cama e ele no mato. Mas nenhum dos dois conseguiu dormir. A moça rolou na cama, sobre o lençol úmido das suas lágrimas, até que lhe viessem chamar para o almoço. Não foi. À tarde, na hora da refeição também não quis sair do quarto, deixando a todos apavorados. Seu pai começou a preocupar-se, vendo que as mucamas não paravam de cochichar pelos cantos. Resolveu-se a sacudi-la. Entrou no quarto como um furacão para intimidá-la e foi querendo saber o porque daquele drama. Sabia o porque, também sentia muito pelo alazão, sabia o valor que tinha, mas não queria perder também a filha. Sinhá estava desolada e não apenas pelo seu Trovão. As horas lentas da madrugada lhe convenceram de que havia sido injusta com o Sereno. Estava agora claro que quisera apenas poupar o animal de mais sofrimento. Não podia carregá-lo nas costas e com certeza não quis que o alazão assistisse a desgraçada da onça comer-lhe as carnes ainda vivas. Ela estava soterrada de remorso e com muito jeito fez o velho concordar em mandar buscá-lo. Assim também concordou em levantar-se para se banhar e voltar à vida normalmente.

Alguns dias depois estava novamente sentada no alpendre, mas dessa vez assistiu a obra da natureza que se comprazia em dispor da sua atenção. O dia terminou. Escureceu por completo. Ela se lembrou da noite em que se assustou com Sereno. Dessa vez queria imensamente que ele lhe trouxesse a candeia. Havia preparado algumas palavras para lhe pedir que perdoasse a grosseria. Ninguém lhe dissera uma palavra durante esses dias, tinha a impressão cada vez mais densa de que não lhe queriam falar a respeito. Uma luz veio de dentro, mas pelo andar sem botas não poderia ser Sereno. Era uma mucama, que foi dispensada. Sinhá só queria a luz do velho caboclo, como naquela noite. Agora queria gostar dele, da sua sabedoria e da sua paz. A lua começou a aflorar, derramando seu prateado pelas colinas que pareciam abraçar em segurança a mansão. De repente, algo mexia nas folhas do pé-de-jurema-branca, que pareciam lhe acenar variando o reflexo do luar. Então, para sua imensa surpresa ouviu com nitidez o canto mavioso de um sabiá... Mas como? Sabiá cantando há essa hora? Não pode ser... Não queria aceitar o que seu próprio silêncio lhe dizia, lutava contra com todas as suas forças... Então ouviu de novo, logo ouviu outra vez e de novo tornou a ouvir... As defesas que havia erguido em si própria foram ruindo a cada canto, como se fossem rojões de poderosos canhões. Até que não pode mais sustentar a certeza que preferia. O sabiá só podia estar feliz. Tão feliz que nem se importava com a noite, não queria esperar o amanhecer! Se quisesse vê-lo sempre feliz, devia afastar a tristeza. Libertá-lo do próprio peito para que fosse completamente livre, para que cantasse onde quisesse e quando quisesse. Seu canto não era triste como o de outros, mas vigoroso e doce como o de uma flauta da natureza. A mucama voltou com um semblante pávido, mas quedou-se quando à luz da candeia viu que o de sua Sinhazinha sorria para a lua, já em seu esplendor. A mucama lhe disse: Sinhazinha, o seu pai mandou meu irmão e me primo buscar o Sereno... Mas eles não querem falar, estão com medo. Medo de que? Diga logo... Não fica brava comigo não Sinhazinha... Fala de uma vez, mulher... É que a onça pegou o Sereno também, Sinhazinha...

Completamente perplexa, a mucama ouviu a Sinhá lhe dizer com doçura: Não fique assim tão triste. Há essa hora ele deve estar bem assobiando por aí... Por onde, Sinhazinha?... Pela natureza, pelo céu, pelo rio grande, ou se lavando nas ondas do mar... A pobre mucama não conseguia atinar com aquelas palavras surpreendentes e Sinhá completou: Anda, pode deixar a candeia na arandela e vá pra dentro. Se precisar eu lhe chamo, agora vá. Quando mais tarde seu pai veio lhe buscar para dentro, aliviado pelas falas da mucama, encontrou-a bem disposta, quase feliz para aquelas circunstâncias. Sinhá aproveitara o tempo para fazer uma prece emocionada, repleta de gratidão e amizade, pela alma do velho Sereno. Durante toda vida estivera bem ali e nem o havia notado. Mas havia sido de grande valia justo no momento que mais precisou. Se estava feliz a ponto de assobiar no galho do pé-de-jurema àquelas horas, então deviam estar todos felizes: O Sereno, sua pobre mãe e também o Trovão. Não, não queria mais pensar em tristezas. Foi quando seu orgulhoso pai, sentindo necessidade de participar daquele momento lhe disse: Deixe estar, querida... Aquela maldita onça não irá longe... Eu me encarregarei disso pessoalmente.

Lou Poulit
Direitos Exclusivos do Autor

Foto de Peter

E agora...?

Os teus olhos fecharam-se
Os Nossos sonhos acabaram-se
A luz que nos guiava acabou
E tudo o que era eterno desmoronou

O amor, a nossa paixão...
Tudo se foi, tudo numa desilusão
Como uma grande tempestade
Levou tudo, esta foi a tua verdade

O coração que te amou
Quebrou-se e agora nada resta
Porque te quis, porque contigo sempre sonhou
Porque ele presiçou de de ti e tu não estavas

A historia que construis-te levou-nos para as trevas
E agora? Agora...agora, só solidão
Tentas-te encontrar-me entre a escuridão
Mas eu não estava lá porque encontrei a saída

Essa desilusão, esta dor, esse amor
Esta tentativa de te odiar, só aumenta este ardor
Porque ainda não me livrei deste carma
Mas apagar-te para sempre é a minha unica arma

Foto de sonhos1803

coração

Cansei,
Não vou mais ser,
Não quero mais ver,
Meu rosto molhado,
Ainda torturado,
Nem ser uma carta fora do baralho,
Fiz de tudo,
Tentei de todas as formas,
Mas teu coração é sói mais uma porta,
Fria contra meu corpo,
Nada tem mais gosto,
Nem o amargo de mãe ver solitária,
De toda a historia a otária fui eu,
Deste conto seu cada ponto,
De todas as linhas e da medida da dor,
Tentei esquecer,
Mas você provou ser mais um ser,
Frio,
Mudo a este mundo imundo,
Sem palavras,
Sem almas,
A mentir pra manter a calma,
Não serei, e nem errei,
Sei que te amei,
Só um engano,
Que lavo,
Do meu coração,
Hoje perdi a razão,
Não quero mais te amar,
Prefiro até me odiar,
Não vou mais esconder,
Que se dane o amanhecer,
Vou te odiar,
Pra um dia não te amar,
Se for preciso afogar,
Arrancar meu coração,
Hei de tentar...

Foto de sonhos1803

Te amo

Eu te amo,
Mas amar não apaga quem nos somos,
Você frio e reservado,
Figurando nas paginas do meu diário,
Eu a vagar, desejando apagar,
Não agüento viver assim,
A tristeza que não tem fim,
Consome meu coração,
Não consigo dormir, e nem mais sorrir,
O que fizeram de nós dois?
Quantas mentiras nós contaram,
Não sei talvez a culpa seja minha,
Querer tanto você,
Desejar te ter de volta,
Isso as vezes me causa revolta,
Não vejo a verdade,
Apenas essa porta que bate,
Trancando-me do lado de fora,
Ainda te olho com amor,
Talvez por isso me cause tanta dor,
Meu orgulho se afogou em mim,
No rio de lagrimas quem torturam,
Em cada sorriso procuro o teu,
Em cada pessoa procuro a tua sombra,
Odeio o que sinto,
Odeio não te odiar,
Odeio não parar de chorar,
Odeio não ter mais solução,
As perguntas sem respostas,
Choro, sofro e não consigo resolver,
Não me conheço mais,
Sou apenas mais uma,
Do que um dia foi,
Uma ilusão barata,
Que se apaga ao longo da tua estrada.

Foto de Gui❤Lari

Marcas da desilusão

Do que me adianta o sol brilhar,
Se no seu brilho vejo só tristeza
Infortúnio de não te lá ao meu lado
Cada manha me parece um martírio

Sofro calado, mais meus olhos já não escondem
A dor da solidão que hoje mora em meu peito
Pois desde quando se foi, levaste minha alegria.
Partiste e levaste consigo meu sonho de felicidade

Saudade das conversas intermináveis que tivemos
O que me resta hoje é contar os minutos que duram uma eternidade
Onde foi que eu errei me pergunto
O que teria feito com que você me visse com outros olhos

Ignoraste meus mais profundos sentimentos
Ontem paixão e amor
Hoje solidão e dor
Mais não tem como lhe odiar, nem guardo rancor.

Nunca soubeste o que realmente eu sentia,
Sempre me escondi atrás desta mascara
Que hoje chamo de timidez
Minha insensatez me fez te perder.

A se a vida me desse uma chance de recomeçar de novo
Tornar-me-ia mais dócil, e amável.
Pois por dentro deste homem de pedra
Existe um coração de vidro

É assim o fundo deste velho peito
Que guarda um coração partido
E mesmo se um dia volte a amar
Restarão para sempre as marcas da desilusão.

Foto de Ametista

Me odeio por te amar

Me odeio por ficar todas as noites pensando em ti;
Me odeio por nunca conseguir dizer não;
Me odeio por sentir saudades suas,
e por querer estar sempre ao seu lado;
Me odeio por ter me deixado iludir com suas mentiras,
e por acreditar em suas palavras;
Me odeio por me preocupar mais com vc do que com a minha propria vida;
Me odeio por ter perdido pessoas que poderiam me dar valor,
pra poder viver essa ilusão;
Me odeio por saber que você nunca serà meu,
e insistir em pensar que no fim tudo daria certo;
Me odeio por ficar noites sem dormir,chorando,desesperada,
tentando encontrar uma solução;
E me odeio mais ainda por saber que por mais que eu queira te odiar meu coração grita:
Te amo!!

Foto de sonhos1803

indo embora

não sei se um dia vou deixar de te amar, não sei se um dia essa dor será mais leve,
sei que não vou mais implorar teu amor, esperar, lutar, gritar no escuro,
chorei durante meses a fio,
mudei que nem camaleao, tentei lutar contra a dor de ser apunhalada, contra a incerteza de que me traiste com minha ,melhor amiga. tentei ler nas entrelinhas, escutei de tudo, arriquei meu pescoço, levei tapas e recriminações, de todas as traições, ofensas e brigas, a dor que mais marcou foi o teu silêncio,
saber que sou tola, burra,
fiquei chorando a toa,
rastejando em um mundinho escuro,
cai na farra, pirei, tentei de tudo, mas nenhum homem me fez rir, sentir prazer, feliz de ser mulher como você,
mas nada do que eu faça me faz te esquecer, te odiar, perdoar, ir, rir de mim,
fiquei perdida, doente, foi teu desprezo que me fez parar de sonhar, não acreditar na vida, cada sorriso era um brilho falso de ilusões,
bebi, chorei, redescobri a face da vergonha, cai no fundo do fundo do poço, me senti o coco do cavalo do bandido,
virei piada, fiz piada de mim,
por dois meses me arrastei como um trapo, fui a medicos, mas nenhum curou a falta de vida, da minha alma vazia,
tentei, fing que te esqueci, mas você aparece como se tivesse o direito sobre meu sorriso, não quero educação, não quero ser tua amiga, nem uma conhecida,
quase um ano nesse rolo de sentimentos pertubadores,
dane-se, dane-se,
quer fazer assim, então esqueça, seja covarde talves assim se sinta seguro.
eu não vou mais te desculpar, procurar respostas, nem pense que meu coração doce ira estar aberto, os tranquei, jogo a chave fora e bato a porta, tudo morreu,
o meu respeito, admiração, e compaixão.

Foto de vanessa_sbm2

Como um anjo

Como um anjo
você surgiu em minha vida...
Me ajudou com meus obstáculos
Me mostrou
o quanto eu era importante...
Me ergueu
após as minha quedas...
Me amou
nas horas de solidão...
Me animou
nas horas de tristeza...
Me ofereceu um ombro
quando precisei chorar...
Me deu força
nos mmentos de fraqueza...
Me escutou
quando o mundo
parecia se fechar para mim...
Me mostrou o céu
quando eu só via a terra...
Me mostrou as estrelas
quando eu só via nuvens...
Me mostro o sol
quando eu só via a lua...
Me ensinou a amar
quando eu só saia odiar...
Me disse elogios
quando eu só ouvia críticas...
Me ensinou a ter sonhos
enquanto eu só tinha pesadelos...
Me mostrou lindas cachoeiras
onde eu só via abismos...
Me mostrou
a beleza das borboletas
o canto dos pássaros
o nascer e o pôr do sol
Me ensinou a ouvir
o barulho das águas
ao correrm pelas pedras...
Me ensinou a ser
ao invés de apenas ter...
Me mostrou a vida
enquanto eu só via a morte...
Porém...
assim como os anjos vêm
eles se vão
e...
após me mostrar
a beleza da vida
você se foi...
Se foi
da mesma maneira
com que veio
Mas...
diferente daquela dia
em que você surgiu em minha vida
como um anjo...
a fim de me ajudar
e a me ensinar
a viver...
hoje me despeço de ti,
não como
aquele simples mortal...
mas sim
como um anjo
que busca ser como
aquele anjo
que naquele dia
apareceu
em minha vida...

Foto de Chuva Heavy

O pior é que tudo me fará

O pior é que tudo me fará...

Minhas atitudes extremas
Extremidades externas
Atitudes...

Tudo me fará...
O gostar o odiar
A água o vinho

As diferenças...
Até como os dias
Aproximam as coisas

A disparidade entre o sol e a chuva
E como isso pode ser maravilhoso
Assustador...

Foto de sonhos1803

Que escolha é essa?

Como escolher?
Se a cada escolha sei que vou perder,
Como esperar?
Se a cada dia meu olhar teima em te procurar,
Como disfarçar?
Se minha boca chama pela tua,
Como fazer?
Pra não me perder,
Se já nem sei o caminho,
Como caminhar?
Se a cada passo me vejo retornar,
Como esquecer?
Se em minha boca, ainda sinto teu gosto,
Como adormecer?
Se ao acordar tudo vai continuar,
Como um deserto,
Onde habito,
Em meio as mentiras que respiro,
Nas migalhas de lembranças,
A ultima chama que se apaga,
Aplaca a dor que me corta o peito,
Desse jeito estreito de odiar-te e amar-te.

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