Novela

Foto de Carmen Vervloet

A MINHA RUA JOÃO DA CRUZ

A MINHA RUA

Meu pedacinho de chão
Que tão bem eu conheço
Mapeado no meu coração.

De dia, linda, limpa, ajardinada,
Árvores nas calçadas,
Acácias, flamboyants, oitis,
Sombreando a lida,
Palmeira balançando ao vento
Acalmando o ardor do momento!

À noite, outro cenário.
Entra em ebulição...
Palco de muita agitação.
Cadeiras tomando as calçadas
Jovens com mãos entrelaçadas,
Música, cerveja e alegria...
Mocinhas bem arrumadas,
Lábios carmins
Buscando seus afins!
Carregando sonhos no coração,
Hormônios em ebulição.
Palco de tantos encontros
E desencontros também.
Camelôs ocupando espaço
Dos transeuntes que passam
Em outro ritmo!
Em descompasso com a energia local
Outro espaço sideral!
O burburinho impera
Cada vida uma novela
Refletida no telão da paisagem!
Cada par de olhos buscando o seu sonho,
Transbordando emoção!
Música, cerveja e alegria
Propagando-se em ondas
Da mais pura energia
Nesta magia
Onde as portas se abrem
Sem fechadura, sem chave,
Sem resistência
Deixando entrar a esperança
De ser feliz!

A minha rua, meu pedacinho de chão
Bordado por mim em matiz
No meu coração!

Carmen Vervloet

Foto de Wilson Madrid

O SÁBIO DESCAMISADO

*
* CRÔNICA
*
*

19:00' de um dia do mes de maio de 2003.

Tróleibus - linha 4113 - Praça da República – Gentil de Moura, São Paulo.
No interior do tróleibus lotado, os passageiros que estão espremidos e em pé enfrentam dificuldades para andar em direção às portas de saída ou para ajeitarem-se no corredor do veículo para dar passagem aos demais.
Faz calor e as pessoas suam. Algumas que estão sentadas cochilam, cansadas por mais um dia de trabalho. Algumas poucas conversam; a maioria segue calada, cada uma refletindo sobre os seus próprios problemas, sonhos ou ilusões.
O trânsito fica congestionado e o tróleibus fica alguns minutos parado, sem poder continuar sua viagem; sem movimento e sem a ventilação natural das janelas, o calor e o desconforto aumentam.
De repente, na calçada, surge um homem maltrapilho, sem camisa e com barba mal cuidada; aproxima-se da lateral do tróleibus, olha para os passageiros, sorri um sorriso meio desdentado e irônico e começa a cantar, com uma melodia original, toda própria dele: “Ê vida de gado... povo marcado... povo feliz....”.
Como o tróleibus demora a partir, ele repete várias vêzes os mesmos sorriso e refrão: “Ê vida de gado... povo marcado... povo feliz...”.
Os passageiros começam a se entreolhar. A maioria continua séria. Duas moças ao meu lado não resistem e dão risada e eu, também não resistindo, comento contente: "é Zé Ramalho... ele conhece..."; elas não comentam nada, continuam felizes e continuam a sorrir. O tróleibus parte, o mendigo desaparece das nossas vistas e todos voltam para os seus pensamentos, alguns, talvez, refletindo sobre significado do ocorrido.
Eu, de minha parte, fiquei curioso em saber o que passou pelas cabeças daquelas pessoas, principalmente daquelas que riram... Será que elas riram do mendigo? Será que elas riram da situação? Ou será que riram para disfarçar a vergonha? Afinal de contas aquela linha serve apenas bairros de classe média e muitos passageiros trajavam terno e gravada e muitas passageiras também estavam elegantemente vestidas. Será que, apesar de muito conhecida na época em que foi tema da “novela das oito”, conheciam a canção “Admirável gado novo” do genial Zé Ramalho, poeta, profeta e cantador da Paraíba? E mesmo que tenham acompanhado a novela e conheçam a canção, será que elas já tem consciência de "que fazem parte dessa massa, que passa nos projetos do futuro"; e de que "é duro tanto ter que caminhar, e dar muito mais do que receber"?
Tive que me conformar em ficar sem respostas quanto à essas dúvidas, porém, apesar de saber que infelizmente eu provalvelmente nunca mais voltaria a vê-lo, fiquei com a certeza de que, ao contrário do que alguns cidadãos de terno e gravata e algumas cidadãs elegantes que viajavam naquele tróleibus, o homem maltrapilho, sem camisa e com barba mal cuidada, dormiria tranquilo e despreocupado, naquela noite fria que se anunciava, num canto qualquer de alguma praça de São Paulo, tendo por travesseiro a sua consciência e por cobertor a sua sabedoria...
O tróleibus continuou sua viagem e uma última dúvida me surgiu: será que, além de considerá-lo louco e engraçado, algum dos passageiros percebeu, na figura daquele homem, crucificado pela nossa injustiça social, uma das faces pelas quais Jesus Cristo se faz presente atualmente no meio de nós?
Chego ao meu destino, desço do tróleibus, caminho pela avenida Nazaré e sinto, finalmente, uma suave e refrescante brisa, que me faz usufruir de uma pequena amostra do maravilhoso efeito do desfraldar da bandeira branca da paz...

Foto de Wilson Madrid

GENTE SIMPLES DO BRASIL

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Eu dispenso o teu tão escravizante ouro de tolo,
eu prefiro a utilidade do broto doce do rebolo...
Eu dispenso a tua linda bmw preta e blindada,
eu prefiro a minha charrete azul e ensolarada...

Eu dispenso todo o teu vil tesouro ouro e prata,
eu prefiro a orquídea que eu pego ali na mata...
Eu dispenso o teu discurso tolo que me cansa,
eu prefiro a verdade da ternura de uma criança...

Eu dispenso todas as tuas ricas jóias puras,
eu prefiro as flamboyants caídas pelas ruas...
Eu dispenso as tuas flores mortas e artificiais,
eu prefiro as maravilhas vivas dos meus quintais...

Eu dispenso o luxo dos teus condomínios fechados,
Eu prefiro a periferia dos meus manos abandonados...
Eu dispenso a tua neurótica academia de ginástica,
Eu prefiro o palhaço engraçado na cama elástica...

Eu dispenso a tua enorme piscina até aquecida,
eu prefiro a energia das águas puras do mar...
Eu dispenso o teu banquete fino com caviar,
eu prefiro só uma doce manga rosa do pomar...

Eu dispenso o teu chique e frio ar condicionado,
eu prefiro o vento natural do meu telhado furado...
Eu dispenso a tua voz desgovernada e prepotente,
eu prefiro só ouvir ao menos um bem-te-vi contente...

Eu dispenso o teu cartão de crédito escravizante,
Eu prefiro que a minha palavra seja cintilante...
Eu dispenso o teu corpo de plástico e silicone,
Eu prefiro a mulher que pensa e não é clone...

Eu dispenso o teu fútil cruzeiro internacional,
eu prefiro a caminhada na mata verde nacional...
Eu dispenso o teu tão importante círculo social,
eu prefiro a companhia voadora de um pardal...

Eu dispenso a tua novela das oito da televisão,
Eu prefiro o espetáculo divino de um beija-flor...
Eu dispenso toda a tua definição de vencedor...
Eu prefiro quem faz história usando a sua mão...

Eu dispenso a tua fútil vã filosofia hedonista,
eu prefiro a polidez de uma só exclusivista...
Eu dispenso a tua vida fútil de “patricinha”,
eu prefiro ser uma águia e só voar na minha...

Eu dispenso a tua alegria eufórica e barulhenta,
Eu prefiro o silêncio das borboletas do manacá...
Eu dispenso a tua libido desgovernada e sedenta,
Eu prefiro o prazer de rimar a poesia com a faca...

Eu dispenso a tua igreja estelionatária e capitalista,
Eu prefiro o sermão da montanha puro e verdadeiro...
Eu dispenso o teu cheque especial agiota e vigarista...
Eu prefiro voar a pé observando as flores do canteiro...

Eu dispenso a tua imprensa sensacionalista e egoísta,
Eu prefiro citar as que morrem de fome e ninguém diz...
Eu dispenso a tua omissão no avanço da prostituição,
Eu prefiro me indignar ao ver uma menina meretriz...

Eu dispenso a tua vida materialista, medíocre e infeliz,
Eu prefiro a alegria do girassol sábio e energizado...
Eu dispenso esse teu diploma que foi comprado,
Eu prefiro o aprendizado da formiga que é feliz...

Eu dispenso o teu vício na sociedade de consumo,
Eu prefiro a satisfação da observação do vagalume...
Eu dispenso o teu deus mercado e o teu cego rumo,
Eu prefiro louvar a divina natureza e o seu lume...

Eu dispenso a tua tão disfarçada e simulada lucidez,
Eu prefiro a minha aparente e descarada maluquez...
Eu dispenso a tua ilusão de um prepotente burguês,
Eu prefiro a minha consciência de eterno aprendiz...

Eu dispenso o teu orgulho de submisso globalizado,
eu prefiro a humildade de quem luta e soa no arado...
Eu dispenso o teu discurso de intelectual tão pueril,
eu prefiro a sabedoria da gente simples do Brasil...

Foto de CarmenCecilia

VÍDEO POEMA BRASIL PORTUGAL

POESIA
PEDRO PAULO DA GAMA BENTES

EDIÇÃO
CARMEN CECILIA

IMAGENS
CARMEN CECILIA

MÚSICA
CANÇÃO DO MAR

NOTA:
AS IMAGENS SÃO NA MAIORIA FOTOS MINHAS DE QUANDO ESTIVE POR ESSA TERRA QUE AMO MUITO!

ESSE VIDEO É EM HOMENAGEM A TODOS AMIGOS LUSOS DO SITE
ENQUANTO NÃO FICA PRONTO AMOR SEM FRONTEIRAS, QUE ESTÁ REALMENTE UMA NOVELA...RSS...POIS ESTOU SUBDIVIDINDO EM 4 VÍDEOS COM MAIS UM DE ROMA.

DESCULPEM ME OS ERROS POIS ESSE FOI UM DOS PRIMEIROS VÍDEOS QUE EDITEI...

PS1: A JOANINHA, YAP ROSE E TODOS MEU CORAÇÃO ESTÁ AI COM VOCÊS...

PS2: FERNANDA MUITO OBRIGADA PELO APOIO DESSE SITE MARAVILHOSO!

Foto de carlosmustang

""BRINCADEIRA DE AMOR""

Pensei que só ficar com você fosse o suficiente
E todo tempo iria passar, e nada mudar
E era só sentir o seu calor. e saber que você estava aqui!
Mas a vida nos cobra um pouco mais...

E tudo nessa chamada rotina, virou
Mas não era pra ser assim...
Numa novela da globo, o reláto da nossa vida
E tudo se acabou...

Mas e as lembrânças de quando nos conhecemos
Eu aquele rapaz, você aquela moça
Que tantos sonhos tivemos...

Aqui não conseguimos, nos entender!
Depois de algum tempo. nossa vida é só brigar
Onde se encontra a a arte de amar!?

Foto de Camillinha

Você já amou assim!

Você já amou assim?
Quis contar a todos o que te aconteceu
Sentiu ciúmes de um olhar
Se viu nos beijos de qualquer casal

Você já amou assim?
Ficou feliz sem saber...
Gostou sem querer...
Fechou os olhos pra pensar.

Você já amou assim?
Sentiu um bem estar...
O coração pulsar...
Uma vontade de se entregar...

Você já amou assim?
Teve medo de se entregar
Ver até onde vai dar
Abrir os braços e ser feliz

Você já amou assim?
Fez do amor uma espera
Da vida uma novela
E do tempo a solução!

Foto de alEksãdra

Mulher

Eu já apertei o pé no sapato pra caber
já apertei o cinto pra barriga encolher
apertei um ursinho de vontade de te ver.

Eu já comi uma caixa de bombom, por ansiedade
já comi apenas uma banana, por vaidade
comi o pão que o diabo amassou de saudade.

Eu já jurei não mais ligar
já jurei não mais brigar
jurei não mais chorar.

Eu já tomei um fora de ferir
já tomei um porre de cair
tomei remédio para dormir.

Eu já sofri pra ficar depilada
já sofri por ficar desempregada
sofri de ficar enciumada.

Eu já pensei em ser atriz de novela
já pensei em me jogar de uma janela
pensei em afogar uma cadela.

Eu já tive um sutiã meio furado
já tive um primo meio tarado
tive um amigo meio viado.

Eu já sonhei ter ganhado na loteria
já sonhei fazer lipo na barriga
sonhei ter te conhecido em outra vida.

Eu sou apenas uma senhora madura
sou apenas uma adolescente insegura
apenas uma criança, fazendo travessura.

Uma Mulher, que às vezes anda de salto
Uma Mulher, que às vezes brinca de balanço.
Mas se você me pega de assalto
Me jogo em seus braços,
E digo que Te Amo.

08/03/2007

Foto de Fernanda Queiroz

Conto Uma tarde de Domingo

A Arte da Escrita será o tópico do encontro dos poetas, figurando como uma oficina de redação.

Bom a idéia já vem de longe, acredito que será tão importante quanto agradável nos exercitar em conjunto uma idéia, segmentada por mentes diferentes em construção de textos que poderão vir a ser contos, até mesmo editados.

Escrever não é difícil, mas também não é tão fácil, queremos através deste, justamente resgatar a ampliar o dom já existente em cada um dos poetas de Poemas de Amor.

Vamos começar com Contos.
Um Conto é mais difícil de escrever que uma novela, isto porque em um determinado espaço ele tem que se desenrolar com principio meio e fim, isto é dando a idéia inicial a qual seguida de uma narrativa que finaliza o enredo, então poderemos dizer que ele tem três partes.

Aqui neste exemplo vamos usar um dos temas sugeridos no V Concurso.

Uma tarde de Domingo.

Lendo o título podemos pensar em: Apartamento -Visitas – Impacto – Praça – Animais – Sorvete – Obstáculo – Jardim - Flores -De 3 a 5 Personagens

Então já temos as palavras que irão nos auxiliar nesta construção de texto.

Agora faremos um exemplo de narrativa: Narrar é como escrever olhando para os lados, observando todos os pormenores que podemos explorar na palavra a ser trabalhada, como por exemplo.
Uma praça, esta pode ser: Grande, arborizada, florida, iluminada, escura, abandonada, solitária, etc.

Baseando nestas informações podemos construir um parágrafo, o que daria origem a um conto narrativo.

Uma tarde de Domingo

Ao atravessar a rua, fazia um enorme esforço para não pisar nas poças ali deixadas pelo temporal que caíra, o tempo ainda estava úmido deixando a ruela mal iluminada mais soturna que realmente era. Andei mais depressa, queria chegar logo a enorme Praça que ficava a duas quadras do meu apartamento.

Um carro que passava sentido contrário iluminou com teus faróis a pequena distância, foi com grande alívio que pude sentir o delicioso aroma de jasmim, decididamente há três anos atrás, foi exatamente este aroma que me fez optar pela compra do meu sonhado apartamento.

Nascida e criada na zona rural, o que mais sentia falta era do contato com a natureza, a Praça dos Jasmins, era como se fosse a extensão de minha casa, era lá que eu passava grande parte do dia, entre frondosas árvores ou debaixo do solitário caramanchão, onde podia abrir minha cesta e tricô, recostada na pilastra de pedras polidas.

Balançando minha inseparável capa de chuva, pisando no meio fio para fugir, da lama que se acumulavam ao redor do passeio, mostrando claro desleixo das autoridades locais em manter os devidos cuidados sanitários ao município, entrei a direita, mesmo sabendo que era o caminho mais longo, mas certamente o mais agradável, pois passaria pela fonte onde os jasmins floriam em maior profusão.

Passo a continuidade a poeta Izaura Dias.

Obrigada Iza.

Foto de Camillinha

Palavras de uma eterna apaixonada!

Olá meus caros amigos poetas !!!
Estava sumida ,mais agora estou de volta,minha vida está uma novela de capítulos interminaveís e eu só consigo pensar em uma coisa ou melhor em um alguém!

Me ajudem!

Às vezes a solidão vem tomar conta de mim.
E eu começo a me lembrar como me tornava boba ao seu lado.
Já se passaram 6 meses e eu continuo pensando em você continuamento.É como se o tempo não tivesse passado e nós dois ainda continuassemos juntos.
Bobos,porém felizes!
E nesse tempo em que estivemos juntos em que nos tornamos "bobos" juntos não tem como esquecer!
Parece que foi ontem que eu te conheci,de uma maneira tão mágica!
Quando me dei conta do que estava acontecendo na minha vida já não dava mais tempo.
Eu estava tão envolvida e nós já estavamos namorando.
Tudo parecia um sonho!
Eu apaixonada,você todo fofo me mimando,fazendo as minhas vontades.
Eu falando que ia ficar mal acostumada e você nem aí,continuava sendo cada vez mais querido e me mimando cada vez mais.
Em 1 ano e alguns meses a gente conseguiu fazer muitas coisas,tivemos muitos "planos" chegamos até a sonhar juntos.
Houveram muitos "planos"concretizados outros poré...e assim foi a nossa história com começo,meio e fim.
E é a partir do fim que se faz um novo começo.
E eu queria a partir daí de onde nós paramos e assim dar uma continuidade nessa história.E quem sabe a partir dela nós dois não conseguimos dar um novo final.

Foto de Fernanda Queiroz

Afinal, o que é o conto?

Afinal, o que é o conto?

Conto é a designação que damos à forma narrativa de menor extensão e que se diferencia do romance e da novela não só pelo seu tamanho, mas também por possuir características estruturais próprias. Ele possui os mesmos componentes do romance, mas evita análises, complicações do enredo e o tempo e o espaço são muito bem delimitados. O conto é uma narrativa linear, que não se aprofunda no estudo da psicologia das personagens nem nas motivações de suas ações. O conto é uma narrativa breve; desenrolando um só incidente predominante e um só personagem principal, contém um só assunto cujos detalhes são tão comprimidos e o conjunto do tratamento tão organizado, que produzem uma só impressão

Do que precisa o conto?

Tensão, ritmo, o imprevisto dentro dos parâmetros previstos, unidade, compactação, concisão, conflito, início meio e fim; o passado e o futuro têm significado menor. O flashback pode acontecer, mas só se absolutamente necessário, mesmo assim da forma mais curta possível

Fernanda Queiroz

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