Negros

Foto de Mary Butterfly

Sou poema

✿ ✿
Sou Poema
fui escrita e guardada em um diário escondido
✿ ✿
Sou Poema
Fui composta toda em rimas

Rimas pobres...
Rimas ricas...
✿ ✿
Rimas de dias negros como a noite
Rimas dos sonhos de outrora
✿ ✿
Sonhos...
Eles estão desfalecendo
Da mesma forma que desfalece este meu coração
✿ ✿
Meu coração tem mil segredos
Os segredos do diário da menina que agora é mulher
✿ ✿
E se o diário falasse?
Se o diário falasse desvendaria os o poema e seus segredos
✿ ✿
Que então desvendariam as rimas dos versos do poema?
✿ ✿
Elas desvendariam

Rimas pobres...
Rimas ricas...
✿ ✿
Versos que rimam dor e amor
✿ ✿
Que diriam minhas rimas de dor?
Acho que enfim desvendariam o segredo da lágrima que cai (de repente do riso fez-se o pranto)
✿ ✿
Que diriam minhas rimas de amor?
Minhas rimas de amor...
Minhas rimas de amor...
Minhas rimas de amor, meu Deus!
Bem, acho que essas não rimam
✿ ✿
Não rimam porque somos LUA e SATURNO
Os opostos no zodíaco do amor
✿ ✿
Eu sou EMOÇÃO e você é RAZÃO
Veja só, Emoção e Razão
Até nas palavras que rimam
Nós não rimamos
✿ ✿
Para falar a verdade nem verso de rima você é
Pois você é verso livre
E verso livre não rima
✿ ✿
Meus versos querem rimar
Mas seus versos não rimam
Pois você é verso livre
E verso livre não rima
✿ ✿
E eu, apesar da lágrima que cai
Continuo aqui, sempre a mesma
Descomposta por essa paixão
Descomposta, mas, ainda assim, composta
✿ ✿
Composta toda em rimas

Rimas Pobres...
Rimas Ricas...

(Entre poemas, versos de rimas e versos livres/ Rascunhos de um diário)

Foto de Matt 667

A Visão Pelo Tempo.

''Tempos... O que são eles de verdade? Dez de a criação do mundo e o que chamamos de vida temos um tempo nessa terra, para algumas pessoas o tempo é muito rápido e para outras nem tanto, muitas vezes deixamos de fazer certas coisas que poderiam mudar nossa vida, muitas vezes deixamos de lado o que mais amamos para não ferir alguém, e muitas vezes... perdemos o que é mais de precioso para nós, por um ato mal pensado ou talvez por decisão própria que não levasse a situação a caminhos trágicos, com o tempo você desvenda sua vida, você a faz do jeito que quer, e é ai que todos nós passamos a evoluir de uma forma única, com nossa própria personalidade, mas eu garota, eu me dedico a cada minuto em que escrevo, pois o meu tempo que passei em toda minha vida, foi em um lugar onde as pessoas achavam que sabiam de mais e por esse fato, achavam que podiam pisar nos sentimentos de quem ou qualquer coisa em seu caminho, não parece, mas sofri e sofro diariamente com isso, não são grandes os atos que precisamos mostrar para que a nossa imagem se prevaleça maior, mas não ha nenhum ato gigantesco que mude esse pensamento infantil, garota, eu aprendi esses fatos com uma perfeição maior porque foi contigo que eu passei a ver como uma pessoa age por um sentimento forte, e através de suas imagens, de seu jeito de ser, de seu passado comigo, que me fez ter a expiração de dizer tudo o que sinto, de formalizar cada palavra de um jeito único meu, garota, são através da cor brilhante de seus olhos negros, de seu sorriso ardente e do seu jeito único de ser, que deu a cor a meus sentimentos, e as coloquei em cada pensamento dessas palavras, porque hoje não sei se temos a mesma força daquele laço sentimental, mas não deixo de pensar em ti por nenhum segundo, porque garota, porque eu sempre sabia que você estava aqui me aconfortando, me fazendo rir, mesmo a uma grande distancia, eu sentia que você estava ao meu lado me dando esse prazer, e por isso eu digo garota..., os tempos passam, mudam e constroem novos caminhos, mas eu jamais apagarei o caminho que percorri contigo, porque foi nele que eu senti a maior felicidade que um ser humano possa ter... eu te amo garota, de uma forma mágica, onde somente os verdadeiros sábios do grande sentimento chamado amor possam entender <3’’

Foto de Jonas Melo

POESIA NOTURNA

Poesia Noturna

Os primeiros meados da Madrugada negra

Gritam para se libertar,

Então como cavaleiro das sombras tenho que está aporte

Para quando a luz raiar na madrugada não venha me ferir...

Pois ferido não conseguirei que os anjos negros

Os quais fingem dormir,

Entregue-me na esquina do abismo...

Todo segredo da escuridão...

Afinal temos que conhecer os enigmas noturnos

Para podermos continuar sendo os guardiões

Das noites nebulosas

E assim, quem sabe esperar um novo momento soturno

O qual nos permitirá darmos vida

À noite que jaz com o nascer da madrugada

Jonas Melo !

Foto de Julianas.jorge

A vida é engrata

A vida é ingrata...
Sofro por nada
A vida é ingrata...
Amo e não sou amada.

A vida é ingrata...
Pois minha vida não vale nada.
A vida é ingrata...
Pois perdi a pessoa amada!

A vida é ingrata...
Ficar longe de ti,
Minha alma padece!
A vida é ingrata...
Longe de seus olhos negros,
Não sou nada!

A vida é ingrata...
Pois seu corpo é meu delírio
A vida é ingrata...
Pois sonho e não consigo nada...

Foto de HELDER-DUARTE

Os negros

Ai vós brancos lírios!
E vós brancas flores!...
Porque falais de amores?!
E vós rosas e gladíolos!...

Sois brancos e santos!
Sereis? Mesmo em tais graus, tantos?!
Então sois ?... É?... É?...
Até quando, enfim até!?...

Não! Se sois! Sois antes, carvão.
Sois sujos e imundos!...
Sois flores, que a ninguém, dais a mão!

Sabeis, quem é puro? E santo!?...
Os negros... Os descendentes do mundo.
Os sujos do mundo... Que são enfim, tantos!...

Foto de cafezambeze

JOÃO PIRISCA E A BONECA LOIRA (POR GRAZIELA VIEIRA)

ESTE É UM CONTO DA MINHA DILETA AMIGA GRAZIELA VIEIRA, QUE RECEBI COM PEDIDO DE DIVULGAÇÃO. NÃO CONCORRE A NADA. MAS SE QUISEREM DAR UM VOTO NELA, ELA VAI FICAR MUITO CONTENTE.

JOÃO PIRISCA E A BONECA LOIRA

Numa pequena cidade nortenha, o João Pirisca contemplava embevecido uma montra profusamente iluminada, onde estavam expostos muitos dos presentes e brinquedos alusivos à quadra festiva que por todo o Portugal se vivia. Com as mãos enfiadas nos bolsos das calças gastas e rotas, parecia alheio ao frio cortante que se fazia sentir.
Os pequenos flocos de neve, quais borboletas brancas que se amontoavam nas ruas, iam engrossando o gigantesco manto branco que tudo cobria. De vez em quando, tirava rapidamente a mão arroxeada do bolso, sacudindo alguns flocos dos cabelos negros, e com a mesma rapidez, tornava a enfiar a mão no bolso, onde tinha uma pontas de cigarros embrulhadas num pedaço de jornal velho, que tinha apanhado no chão do café da esquina.
Os seus olhitos negros e brilhantes, contemplavam uma pequena boneca de cabelos loiros, olhos azuis e um lindo vestido de princesa. Era a coisa mais linda, que os seus dez anos tinham visto.
Do outro bolso, tirou pela milésima vez as parcas moedas que o Ti‑Xico lhe ia dando, de cada vez que ele o ajudava na distribuição dos jornais. Não precisou de o contar... Demais sabia ele que, ainda faltavam 250$00, para chegar ao preço da almejada boneca: ‑ Rai‑de‑Sorte, balbuciava; quase dois meses a calcorrear as ruas da cidade a distribuir jornais nos intervalos da 'scola, ajuntar todos os tostões, e não consegui dinheiro que chegue p'ra comprar aquela maravilha. Tamén, estes gajos dos brinquedos, julgam q'um home não tem mais que fazer ao dinheiro p'ra dar 750 paus por uma boneca que nem vale 300: Rais‑os‑parta. Aproveitam esta altura p'ra incher os bolsos. 'stá decidido; não compro e pronto.
Contudo não arredava pé, como se a boneca lhe implorasse para a tirar dali, pois que a sua linhagem aristocrática, não se sentia bem, no meio de ursos, lobos e cães de peluxe, bem como comboios, tambores, pistolas e tudo o mais que enchia aquela montra, qual paraíso de sonhos infantis.
Pareceu‑lhe que a boneca estava muito triste: Ao pensar nisso, o João fazia um enorme esforço para reter duas lágrimas que teimavam em desprender‑se dos seus olhitos meigos, para dar lugar a outras.
‑ C'um raio, (disse em voz alta), os homes num choram; quero lá saber da tristeza da boneca. Num assomo de coragem, voltou costas à montra com tal rapidez, que esbarrou num senhor já de idade, que sem ele dar por isso, o observava há algum tempo, indo estatelar‑se no chão. Com a mesma rapidez, levantou‑se e desfazendo‑se em desculpas, ia sacudindo a neve que se introduzia nos buracos da camisola velha, enregelando‑lhe mais ainda o magro corpito.
‑ Olha lá ó miúdo, como te chamas?
‑ João Pirisca, senhor André, porquê?
‑ João Pirisca?... Que nome tão esquisito, mas não interessa, chega‑te aqui para debaixo do meu guarda‑chuva, senão molhas ainda mais a camisola.
‑ Não faz mal senhor André, ela já está habituada ao tempo.
‑ Diz‑me cá: o que é que fazias há tanto tempo parado em frente da montra, querias assaltá‑la?
‑ Eu? Cruzes credo senhor André, se a minha mãe soubesse que uma coisa dessas me passava pela cabeça sequer, punha‑me três dias a pão e água, embora em minha casa, pouco mais haja para comer.
‑ Então!, gostavas de ter algum daqueles brinquedos, é isso?
‑ Bem... lá isso era, mas ainda faltam 250$00 p'ra comprar.
‑ Bom, bom; estás com sorte, tenho aqui uns trocos, que devem chegar para o que queres. E deu‑lhe uma nota novinha de 500$00.
‑ 0 João arregalou muito os olhos agora brilhantes de alegria, e fazendo uma vénia de agradecimento, entrou a correr na loja dos brinquedos. Chegou junto do balcão, pôs‑se em bicos de pés para parecer mais alto, e gritou: ‑ quero aquela boneca que está na montra, e faça um bonito embrulho com um laço cor‑de‑rosa.
‑ ó rapaz!, tanto faz ser dessa cor como de outra qualquer, disse o empregado que o atendia.
‑ ómessa, diz o João indignado; um home paga, é p'ra ser bem atendido.
‑ Não querem lá ve ro fedelho, resmungava o empregado, enquanto procurava a fita da cor exigida.
0 senhor André que espiava de longe ficou bastante admirado com a escolha do João, mas não disse nada.
Depois de pagara boneca, meteu‑a debaixo da camisola de encontro ao peito, que arfava de alegria. Depois, encaminhou‑se para o café.
‑ Quero um maço de cigarros daqueles ali. No fim de ele sair, o dono do café disse entre‑dentes: ‑ Estes miúdos d'agora; no meu tempo não era assim. Este, quase não tem que vestir nem que comer, mas ao apanhar dinheiro, veio logo comprar cigarros. Um freguês replicou:
‑ Também no meu tempo, não se vendiam cigarros a crianças, e você vendeu-lhos sem querer saber de onde vinha o dinheiro.
Indiferente ao diálogo que se travava nas suas costas, o João ia a meter os cigarros no bolso, quando notou o pacote das piriscas que lá tinha posto. Hesitou um pouco, abriu o pedaço do jornal velho, e uma a uma, foi deitando as pontas no caixote do lixo. Quando se voltou, deu novamente de caras com o senhor André que lhe perguntou.
‑ Onde moras João?
‑ Eu moro perto da sua casa senhor. A minha, é uma casa muito pequenina, com duas janelas sem vidros que fica ao fundo da rua.
‑ Então é por isso que sabes o meu nome, já que somos vizinhos, vamos andando que se está a fazer noite.
‑ É verdade senhor e a minha mãe ralha‑me se não chego a horas de rezar o Terço.
Enquanto caminhavam juntos, o senhor André perguntou:
- ó João, satisfazes‑me uma curiosidade?
- Tudo o que quiser senhor.
- Porque te chamas João Pirisca?
- Ah... Isso foi alcunha que os miúdos me puseram, por causa de eu andar sempre a apanhar pontas de cigarros.
‑ A tua mãe sabe que tu fumas?
‑ Mas .... mas .... balbuciava o João corando até a raiz dos cabelos; Os cigarros são para o meu avôzinho que não pode trabalhar e vive com a gente, e como o dinheiro é pouco...
‑ Então quer dizer que a boneca!...
‑ É para a minha irmã que tem cinco anos e nunca teve nenhuma. Aqui há tempos a Ritinha, aquela menina que mora na casa grande perto da sua, que tem muitas luzes e parece um palácio com aquelas 'státuas no jardim grande q'até parece gente a sério, q'eu até tinha medo de me perder lá dentro, sabe?
‑ Mas conta lá João, o que é que se passou com a Ritinha?
‑ Ah, pois; ela andava a passear com a criada elevava uma boneca muito linda ao colo; a minha irmã, pediu‑lhe que a deixasse pegar na boneca só um bocadinho, e quando a Ritinha lha estava a passar p'ras mãos, a criada empurrou a minha irmãzinha na pressa de a afastar, como se ela tivesse peste. Eu fiquei com tanta pena dela, que jurei comprar‑lhe uma igual logo que tivesse dinheiro, nem que andasse dois anos a juntá‑lo, mas graças à sua ajuda, ainda lha dou no Natal.
‑ Mas ó João, o Natal já passou. Estamos em véspera de Ano Novo.
‑ Eu sei; mas o Natal em minha casa, festeja‑se no Ano Novo, porque dia de Natal, a minha mãe e o meu avô paterno, fartam‑se de chorar.
‑ Mas porquê?
‑ Porque foi precisamente nesse dia, há quatro anos, que o meu pai nos abandonou fugindo com outra mulher e a minha pobre mãe, farta‑se de trabalhar a dias, para que possamos ter que comer.
Despedíram‑se, pois estavam perto das respectivas moradas.
Depois de agradecer mais uma vez ao seu novo amigo, o João entrou em casa como um furacão chamando alto pela mãe, a fim de lhe contar a boa nova. Esta, levou um dedo aos lábios como que a pedir silêncio. Era a hora de rezar o Terço antes da parca refeição. Naquele humilde lar, rezava‑se agradecendo a Deus a saúde, os poucos alimentos, e rogava‑se pelos doentes e por todos os que não tinham pão nem um tecto para se abrigar., sem esquecer de pedir a paz para todo o mundo.
Parecia ao João, que as orações eram mais demoradas que o costume, tal era a pressa de contar as novidades alegres que trazia, e enquanto o avô se deleitava com um cigarro inteirinho e a irmã embalava nos seus bracitos roliços a sua primeira boneca, de pronto trocada pelo carolo de milho que fazia as mesmas vezes, ouviram‑se duas pancadas na porta. A mãe foi abrir, e dos seus olhos cansados, rolaram duas grossas e escaldantes lágrimas de alegria, ao deparar com um grande cesto cheinho de coisas boas, incluindo uma camisola novinha para o João.
Não foi preciso muito para adivinhar quem era esse estranho Pai Natal que se afastava a passos largos, esquivando‑se a agradecimentos.
A partir daí, acrescentou‑se ao número das orações em família, mais uma pelo senhor André.
GRAZIELA VIEIRA
JUNHO 1995

Foto de Diario de uma bruxa

Seus olhos

SEUS OLHOS

Seus lindos olhos verdes
que são como a grama no inicio da primavera

Seus lindos olhos azuis
que são como o céu ao amanhecer de um dia ensolarado

Seus lindos olhos castanhos
que são como entardecer mais com um brilho especial ao inicio de crepusculo

Seus lindos olhos negros
que são como a noite onde durmo vivo e sonho com você.

Poema as Bruxas

Foto de Maria José da Silva

Holocausto X Escravidão

Alemanha, década de 30, começa o maior genocídio de todos os tempos. Assim nos conta a história. Seis milhões de judeus mortos pelo dono de uma mente insana e cruel: Adolf Hitler.
Brasil, 13 de maio de 1888. Lei Áurea, fim da escravidão. Escravidão de quem? Negros ou seres humanos? Pessoas, gente, seres que nunca foram contados, não se deram ao trabalho de levantar quantos foram mortos. Genocídio legalizado por outros seres humanos, sem dó nem piedade, até hoje se tem noticias de carrascos nazistas que são trazidos a público, judeus sobreviventes recebem indenizações por danos psíquicos e materiais, e a outra parte da história, a dos escravos? Alguém foi preso? Pagou alguma coisa pela humilhação, açoites, torturas? Quem pediu desculpas? Pegou pena de prisão por seus atos de "bestas", quantos morreram nos navios negreiros, nas senzalas, nas imensas plantações de baixo de sol, frio, chuva e sem comida? Alguém se deu o trabalho de contar? Quantos foram mesmo?
Quando chegar o dia 13 de maio, não gritem apenas liberdade, exijam a contagem destes seres humanos, de todos eles, no mundo inteiro e, com certeza, teremos o maior genocídio desde a criação do Mundo.

Maria José da Silva
13 de maior de 2008

Foto de Diario de uma bruxa

Seus olhos

Poema
SEUS OLHOS

Seus lindos olhos verdes
que são como a grama no inicio da primavera

Seus lindos olhos azuis
que são como o céu ao amanhecer de um dia ensolarado

Seus lindos olhos castanhos
que são como entardecer mais com um brilho especial ao inicio de crepusculo

Seus lindos olhos negros
que são como a noite onde durmo vivo e sonho com você.

Poema as Bruxas

Foto de Joaninhavoa

Na minha direcção...

*
Na minha direcção...
*

Ah, ele é belo com os cabelos negros arrepiados ao vento,
mergulhando cada vez mais no fundo tão profundo,
das águas do mar...
Por fim vejo seu corpo voluptuoso entre espumas,
boiando na superfície lombar...
Majestoso! O divino crepúsculo caía
e vejo-te sair do mar em minha direcção.

Joaninhavoa
(helenafarias)
19/04/2009

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