Natureza

Foto de Sirlei Passolongo

Eu Acredito!

Por mais que o mundo diga não
Eu acredito!

Acredito no ser humano
Que ele é capaz de amar
De construir
Que ele é capaz de repensar o futuro
E um ao outro se unir

Eu acredito!
Que há esperança para nossas crianças
Que o mundo que elas irão encontrar
será melhor que este
Que haverá água para toda a humanidade
Que a paz irá reinar de verdade...

Eu acredito!
Que o homem irá repensar o presente
Olhar a natureza... Valorizar o verde
Que vale a pena lutar
Mas não em guerras por petróleo
Em guerras por poder...
Mas lutar de mãos dadas
para vencer a fome
Para viver a PAZ.

Eu acredito...
A Fé é Capaz de realizar nossos sonhos
que parecem mais impossíveis
Acredite!

(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Civana

Lembranças

Arrumando o baú encontrei um poema, foi o primeiro projeto de um livro criado na faculdade. No primeiro dia de aula a professora nos cumprimentou e disse que no final do período todos nós teríamos que entregar um livro. Nem preciso dizer o pânico geral que se instalou dentro da turma, mas, depois do susto, ela sorriu e disse que seria sob orientação dela. E assim foi, a cada aula ela nos guiava dizendo:

- hoje vocês vão criar o espaço onde vai ocorrer a história
- hoje vocês falarão do(s) personagem(ns) principal(ais)
- hoje aparecerá(ão) o(s) vilão(ões)
- hoje acontecerá o primeiro conflito
- etc...

Foi durante todo o período, e no final conseguimos gloriosos! Foram 25 (vinte e cinco) histórias completamente diferentes, criadas sob a mesma estrutura. Amo essa professora (Zanelli), muito me incentivou a continuar escrevendo, e principalmente dar continuidade, aumentando e criando mais capítulos à minha história. Mas está parada até hoje, embora muitas vezes tenha pensado em continuar.

Pode ser que nem seja tão admirável, nem ter tanto valor para os outros, mas o texto abaixo me traz lembranças maravilhosas:

* trecho de um capítulo da aula de português - Profª Zanelli/1981 - CUP (Centro Unificado Profissional), depois Faculdade da Cidade, e atualmente UniverCidade:

"...Lentamente abre seus olhos, suas mãos ainda estão com algumas pétalas de rosa que exalam um perfume delicioso por todo o quarto. Permanece deitada admirando o toque lindo que deu a sua cama aquelas pétalas caídas sobre o travesseiro e escorregando para o lençol com a brisa vinda da janela.

_Como a natureza é linda! Tudo fica maravilhoso com a presença dela. Até o meu quarto ficou lindo por causa de uma simples rosa. Não! Não é tão simples assim. Se fosse não transformaria o meu quarto. Ou então é, talvez até mesmo por ser tão simples que foi capaz de mudar algo. É incrível como tornamos tudo tão complicado e esquecemos que é justamente nas coisas mais simples que podemos encontrar algo tão lindo, tão puro, capaz até mesmo de dar sentido a uma vida.

Agora, seus olhos estão fixos no teto branco que começa a escurecer com o entardecer. Seus olhos estão tristes, perdidos no tempo.

_Um dia, eu também fui linda como você...agora estamos igualmente despetaladas, despedaçadas..."

(Civana)

Foto de Carmen Vervloet

Homens Suicidas

Homens Suicidas

O universo em profunda dor silencia...
O céu acinzentado compartilha essa dor
Entornando lágrimas de chuva
Que caem sob a forma de cristal...
O sol se esconde atrás da nuvem pesada,
Quem sabe com vergonha de ver tanto desamor...
As sombras deixam as flores mais desbotadas.
O luto toma conta da natureza...
Os pássaros já não cantam tantas melodias...
O vento está calado, já não quer mais uivar...
Por onde passo ruge a ambição...
E vejo homens amputados de seus sentimentos...
E a Terra Mãe em agonia pede que eles não a matem...
Que não a deixem dar o último suspiro, o último adeus...
Para que estes mesmos homens possam viver outros dias
Em harmonia com o universo...
O universo é bom, o homem é perverso...
Matando a terra, mata a si mesmo...
Antecipo um suicídio coletivo...
E este cenário estremece a minha vida...

Carmen Vervloet

Foto de Li.sayuri

O Vale

Escrevo poemas
Fantasio em meu quarto
Canto sozinha
E durmo, com a caneta em mãos.

Cansada de um mundo sem limites
Jazo-me em um vale profundo
Com flores e borboletas
Árvores e natureza.

Ouço a música das águas e dos passarinhos
Com um ar de sobrevivente
Descanso sob uma árvore
Tranquilidade, enfim.

Amor?
Não o busco, ele não me busca.
E assim vivo,
Tranquilamente, no vale.

Foto de Teresa Cordioli

EU SÓ SEI TE AMAR...

EU SÓ SEI TE AMAR...

EU SÓ SEI TE AMAR...

(Teresa Cordioli)

Abro a janela e vejo que o sol nasce,
É de manhã.
Os pássaros cantam um novo dia,
E voam o vôo da liberdade.
O sol brilha...e o tempo passa.
As flores desabrocham
Enfeitando todo o lugar.
Anoitece, a lua dsponta no horizonte,
E as estrelas brilham.
E aqui meu coração ainda te espera...AMOR...
Nada, nem a natureza tão bela,
O ar,
O sol,
Os pássaros,
A lua,
As flores,
O vento,
As estrelas
Preenchem espaço que é teu em mim...
Anjo meu,
este espaço é só teu
Sei que estás em algum lugar
Me esperando.
Então "te aguardo em mim". Volta...
Vem me buscar...
A solidão dói em meu peito
Não tem outro jeito:
Eu só sei te amar...

Foto de Sonia Delsin

UMA SIMPLES ALMA DE POETA

UMA SIMPLES ALMA DE POETA

Meus parentes daqui da terra pensam que me conhecem a fundo.
Ó, não!
Eu sou um ser de outro mundo.
Meus parentes reais me cederam por um tempo para enfeitar um pouco a vida de algumas pessoas.
Meus parentes reais moram em outras esferas.
Eles me disseram: Vá, leve a alegria, um pouco de tristeza e principalmente poesia.
Quando eu aqui cheguei minha mãe daqui da terra me recebeu com tanta dor e tanto amor.
Ela pensou.
Esta menina, esta menina, é diferente.
Eu cresci em meio ao verde, a natureza, a beleza.
E a simplicidade.
Tive uma infância feliz de verdade.
Veio a adolescência.
Precisei passar por tantos dissabores, tantas e tantas dores...
Precisei não só da minha. Mas da paciência de todos.
Me recuperei. Daí conheci o amor e me casei.
Fomos felizes, eu sei.
Mas eu era diferente, com minha intensidade.
Com meu voar com tanta facilidade.
Uma sonhadora, uma voadora, uma poetisa.
Ele não entendia minha sensibilidade.
E fiquei sozinha.
Numa vida mais minha.
Aí passei a refletir muito nas minhas noites vazias.
Vazias?
Por que vazias se vôo, se encontro outras paragens, se sou um ser de passagem?
Esta poetisa sonhadora sente que não é daqui. Tem horas assim que se sente um peixe fora da água, um filhote fora do ninho.
Tem horas assim que sou apenas e tão só um passarinho.
Demorei um pouco para entender, mas por fim compreendo o meu caminho.

Foto de Sonia Delsin

COMO É BELA A NATUREZA!

COMO É BELA A NATUREZA!

Eu fazia minha caminhada matutina quando passei por um terreno baldio onde um casal de João-de-barro andava pelo chão em busca de alimento para seus filhotes.
Os dois estavam tão compenetrados que nem se importaram quando passei bem junto deles.
Fiquei olhando.
Pensando que é bela a natureza.
O homem a agride de tantas formas e ela reage bravamente.
Ela continua exibindo toda sua beleza.
Eu que sempre caminho beirando belos sítios fico admirando tudo que vejo.
O sol nascendo, o gramado verde depois da chuva, as frondosas árvores, os arbustos que vicejam.
Noto tudo e tantas vezes fico encantada com os vôos das aves, seus cantos.
Observo borboletas, colibris, olho o céu azul, as nuvens.
Tudo é tão lindo.
Nestes meus passeios matutinos eu cuido de meu corpo físico e do meu espírito, porque capto muita energia positiva quando caminho.

Foto de Raiblue

Dura Lex

Natal
Avenidas cheias
Na esquina
Uma criança
E sua caixinha
Que não toca
Está vazia...
Sonha em ser bailarina
Aquela das caixinhas
Que um dia encontrou
No meio do lixo...
Em toda a cidade
Banquetes, presentes
E ela ali
Sem parentes
Com seus sonhos somente...
Não compreende a correria
De tanta gente...
Mas sabe bem a dor que sente...
E enquanto o Natal
Celebra a fraternidade
Ela está ali
No mais profundo abandono
Não tem planos
Mas tem sonhos...
E de repente
Quando risca o céu
Uma estrela cadente
Ela pede
Intuitivamente
Um presente
Acredita em seu sonho
Inocentemente
Desconhece
As leis que regem
A humanidade
Pós-moderna
Fria , antidialética
Dura lex , sed lex
Lei desigual ,desumana...
Nenhum tratado de Kyoto
Restaurará a natureza humana!

(Raiblue)

Foto de Mitchell Pinheiro

O POETA E O HOMEM COMUM

Homem Comum: - Eu vi uma mulher bonita passeando na praia hoje à tarde.
Poeta: - Meus olhos foram furtados pelo fulgor de uma obra prima, adorável figura feminina, trouxe o brilho do olhar engrandecendo a beleza desta tarde em frente ao mar.

Homem Comum: - Que coisa curiosa! Como pode ter nascido uma flor em meio a todo concreto da calçada?
Poeta: - Que dádiva divinal! A natureza tal qual o amor dão exemplos de superação. A natureza faz brotar flores em concreto, o amor felicidade no coração.

O homem comum se alegra, o poeta vibra de felicidade
O homem comum vive confuso meio a verdade e a falsidade, o poeta respira sinceridade
O comum gosta, o poeta ama
O poeta flutua, o comum anda
O comum fala, o poeta canta
Um agrada, o outro encanta
Um abraça o limitado, o outro agarra o mundo
Um segue o coração, o outro vaga sem rumo

Apenas um momento, separa o amante do indiferente
Apenas um sentimento, faz do amargo um sorridente
Pois no fundo, no fundo, os dois são um
Diante do amor é poeta, distante do amor é comum.

Foto de Sirlei Passolongo

Quando fazem amor

     
     
Corpos se grudam,
Loucos e ousados
E como a natureza
Se completam em
orgasmos

Feito’ orgasmo
que há nos polens
que voam no vento
Corpos se entrelaçam
e formam flores.

Com a mesma excitação
do mar ao tocar a areia,
da aranha
ao tecer a teia...
Da rosa
ao receber o beija-flor

E feito a língua
ao tocar o céu da boca
Nossos corpos se realizam
quando fazem amor.

(Sirlei L. Passolongo)

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