Morte

Foto de poetisando

Drama

Estou vivendo um drama interior
Que me está a consumir
Não consigo me encontrar
Só me apetece é sumir

A minha vida já nem eu sei
Tenho dias de uma tristeza sem fim
Tenho dias que estou alegre
Não sei o que vai ser de mim

Tento encontrar-me
Pareço um barco no alto mar
Que perdeu a sua rota
Que não sei como me encontrar

Alturas sou um autêntico vendaval
Outras de tamanha felicidade
Horas de tantas amarguras
Que não sei se é crises da idade

O passado não o esqueço
É coisa que não consigo
Vejo-o a toda a hora
Não sei que se passa comigo

Passo dias e até noites
A sonhar com o passado
Quando devia estar esquecido
Dias que passo atormentado

Não vejo chegado o dia
Que a morte me venha buscar
Para eu ter sossego e paz
A alma e o coração descansar

Vivo este drama sem fim
Que me está a corroer
Não consigo encontrar-me
Porque não antes morrer

De: António Candeias

Foto de poetisando

Desço montes e vales

Desço montes e vales
Acompanhando o riacho
Ao pé dele me sento
Com ele é que eu me acho
E quando a noite chega
Fico a ouvir o gemido
Da água que corre
E como o riacho solto
Também o meu gemido
E assim nos entendemos
Cada um de nós com sua mágoa
Eu com o coração ferido
Quando chega a madrugada
Deito me ao meu caminho
Sigo o riacho de novo
Sem rumo e sem destino
Assim vivo neste mundo
Já sem vontade de nada
Seria melhor para mim
Nunca ter conhecido amada
Conheci o amor com ele a ilusão
Tenho a alma destroçada
Uma dor no coração
Descendo montes e vales
Vou pensando na minha sorte
Porque e que eu ao nascer
Não me levou logo a morte

De: António Candeias

Foto de poetisando

Morte VI

Muito esperta é a morte
Até como vem vestida
Para tentar levar aqueles
Que estão já fartos da vida

Usa roupas bem garridas
Que mais parecem arraiais
Assim ela engana todos
Nós uns simples mortais

Muito esperta é a morte
Até mostra sentido de humor
Com as suas vestes garridas
Com ela só vem muita dor

Vem sempre bem disfarçada
De lindos fatos vem vestida
Mostrando sentido de humor
Leva quem está farto da vida

Morte como ela é tão esperta
Como anda sempre disfarçada
Para levar os fartos da vida
Mas que alma mais danada

Vem com trajes de cerimónia
Sempre muito bem vestida
Como engana toda a gente
Até os que estão fartos da vida

De: António Candeias

Foto de SATURNNO

Memórias do Velho Ser

Memórias antigas e amargas
Das quais se quer esquecer
Remetem lamentos, amores,
Agonias e terrores de estremecer.

Memórias Antigas e amargas
Em um lago de águas negras
Revolvem como um escaldante fel
No âmago do velho ser.

Impressas numa gravura de papel,
Lembranças ao léu.
Um momento preso no filme da vida
É o que resta de uma era partida.

Ao conhecer as borralhas ardentes,
As flamas crepitantes da pseudo-morte,
Donde su’alma e corpo foram lançados,
O velho ser afogou-se em suas próprias lágrimas,
Sucumbiu em suas próprias lembranças,
E nunca mais retornou.

João F..R. 20/11/2012

Foto de poetisando

Morte VI

Ó morte por onde andas
Deves de andar disfarçada
Porque não me vês tu
Nesta minha vida amargurada

Andas tão bem vestida
Que me andas a enganar
Tira essa roupa de disfarce
E trata de me vir buscar

Vivo como estando encerrado
Mais parecendo escondido
Leva-me morte depressa
A vida para mim não tem sentido

Não ouves como eu te grito
Ou finges não me ter ouvido
Porque não me queres levar
Desta minha vida sem sentido

Tu que andas tão disfarçada
Não vês que estou da vida vencido
Vem-me buscar depressa
A vida para mim não faz já sentido

Tantas vezes te tenho gritado
Para tu me vires buscar
Porque finges que não me ouves
Continuas a no mundo continuar

Ó morte por onde andas tu
De ti não ando escondido
Leva-me depressa da vida
Vida que não tem mais sentido

De: António Candeias

Foto de poetisando

Morte III

Ó morte que és tão afoita no que fazes
E nas escolhas que tens no critério
Porque não me vens tu buscar
Levar-me para a cova do cemitério

Deixa-te de andar distraída
Olha o que e o meu viver
Não fazendo mal a ninguém
Vê o que me fazem sofrer

Não me deixes continuar
A viver como estou vivendo
Leva-me quando estou a dormir
Porque já me sinto morrendo

Ó morte leva-me rápido
Que estou cheio de pressa
Leva-me para o cemitério
Que a vida já não me interessa

Não me deixes mais sofrer
Que estou já tão cansado
Levas tanta gente que faz falta
Só a mim não vês como tenho penado
Não me deixes continuar a viver
Leva-me não estejas distraída
Estou cansado deste meu sofrer
Farto do que tem sido a minha vida

Não fazendo eu mal a ninguém
Deixo ficar ao teu critério
Mas não demores muito
A levar-me para o cemitério

De: António Candeias

Foto de poetisando

MORTE II

Quando me vieres buscar
Leva-me com bastante rapidez
Não quero mais viver neste mundo
Onde vejo cada vez mais estupidez

Tantas crianças a passar fome
Estou farto de ver tanta guerra
Tanto senhor inteligente
E na miséria não pondera

Guerra que tanta destruição
Esta a causar a humanidade
Esses senhores inteligentes
Só podem estar a agir por maldade

Não vem o que os rodeia
Cada vez mais gente faminta
Crianças a perderem os pais
Com uma dor infinita

Quando me vieres buscar ó morte
Leva-me logo de repente
Não quero ver a aumentar
Mais a fome a esta gente

Não vos pesa a consciência
Senhores que mandam no mundo
Por verem tanto mal que estão a causar
Tanta guerra e fome que causam
Por causa do dinheiro ganhar

Ó morte por onde andais
Que não vês o meu padecer
Vem-me buscar depressa
Não quero mais neste mundo viver

De: António Candeias

Foto de poetisando

Morte

A morte por onde andas
Que de mim estás distraída
Levas tanta gente feliz
Só a mim não levas a vida

Passas tão perto de mim
Tanta vez já te vi passar
Porque não me levas tu
Para acabar com o meu penar

Já estou cansado da vida
Desde ao mundo eu vim
Ó morte leva-me a vida
Não me faças mais esperar
Tem pena e leva-me a mim

Não voltes por mim a passar
Fazendo-te distraída
Se levas tanta gente feliz
Porque não me levas desta vida

Não quero mais continuar
A viver sem conseguir
Esquecer o que tenho na alma
Esta dor este sentir

Já vi tempo demais
Sempre neste sofrimento
Ó morte leva-me agora
Não esperas outro momento

De: António Candeias

Foto de vânia frança flores

Ponto Negro

Ponto Negro
Chitãozinho & Xororó

Num mundo distante, eu vivo esquecido,
Eu vivo perdido entre a multidão.
Sou sombra das sombras e ninguém me enxerga
Perdido nas trevas da desilusão.
Sou um ponto negro, num espaço escuro
Que teve o futuro antes do passado.
Sou um joão ninguém que teve a sorte.
De nascer na morte dos ignorados.

Sou resto das sobras de um pouco do nada
Sou cinza jogada num canto vazio
Sou um grão de areia na praia esquecida
Que a onda perdida passou e não viu.

Se você amigo tem a luz do mundo.
Não esqueça um segundo de agradecer,
Estenda a mão a quem precisar
Que deus vai lhe dar o que merecer.

Foto de carlosmustang

É TENRO AMOR

A cada tempo, do tempo que te vi
Me surpreende, me detém perto de ti
Proporporciona novo prazer, me flutua
Ainda mordo os lábios, até alua

Não me enteio com suas palavras
Como um bom conhaque, o tempo lhe esmera
Vejo a camisetas que a gente usava
Jovens afoito, a ansiar em espera

E o tempo passou tudo, estou com você
O amor ficou tão forte e precioso
Fazemos amor e abraçamos como amigos

Tem vez que desespero imaginar separarmos
Não por nossa vontade,mas na inoportuna morte
Quero ir antes então, ti apreciar lá do céu

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