Morte

Foto de Chinezzinha

Menino da Rua ºº

Menino da Rua

Por vielas e por ruas
Vagueias de mãos nuas
Levas do passado ternura
Trazes no coração amargura

Caminhas pela cidade
Em busca de pão e calor
Alguém te descobre e com amor
Ameniza a tua dor

Cambaleando voltas a ti
P’ro teu abrigo de jornal
Sarcasticamente ris do mal
Que a vida fez de ti

Em silêncio, choras teu fado
Ris-te da vida e da morte…
Gritas ao Mundo, que surdo
Não ouve teu lamento.

18-05-2006
Chinezzinha

Todos os Direitos Reservados

Foto de Frank

Vida

Por que temos que sofrer?
Para que chorar?
Iremos todos morrer!
Não adianta ignorar...
Bater? Correr? Beber?
Esperar tudo acabar?
Não! Apenas viver!
Sem medo de amar.
Sair, passear, conhecer...
Inovar!
Faça tudo diferente,
Não deixe sua vida passar.
Perdemos tempo sem perceber,
Desistimos sem lutar.
Nos calamos ao intender
Que a morte nos faz chorar.
E como é difícil perder...
Horrível só de pensar!
Uma vida dezaparecer
É complicado superar.
Por isso estou eu a escrever
Tentando de alguma forma explicar,
Que na vida para se vencer
Não podemos mais errar!
Chore! Ame! Lute! Apaixone-se!
Essa é a vida... Viva...

Foto de TrabisDeMentia

Ouve-me

Ouve-me
Mas ouve-me com atenção
Não com a atenção que dás ao amor
Não com a atenção que dás á vida
Mas ouve-me com a atenção que dás á dor
Ouve-me com a atenção que dás á ferida
Mas não essa ferida que guardas no peito
Não essa ferida que te faz sofrer
Mas sim esta ferida, esta que já não tem jeito
Esta que me leva (sem pressa) a morrer
Mas não, não essa morte carnal
Não essa em que resta a lembrança
Mas sim esta morte sem igual
Da qual não restará nem a esperança
Por isso ouve-me
Ouve-me antes que seja tarde
Ouve-me como se eu fosse uma canção
Mas não essa canção de amizade
Que te adormece o coração
Ouve-me como uma canção que desperta
Que te recorda desta ferida aberta
Esta ferida que tu abriste
No dia em que de mim saíste.
Ouve-me:
-Adeus.

Foto de Sirlei Passolongo

Vamos pedir

Vamos pedir

Pedir amor
Entre os homens
Pedir um país
Sem fome
Um país
Sem violência
Onde a vida
Valha mais
Que a morte
Um país
Que não seja
Jogado a própria
Sorte.

Pedir
Um país
Que não haja
desigualdade
Onde todos tenham
Direito
A trabalho e dignidade
Pedir apenas um país
Em que se possa
Viver com dignidade

Pedir
Que olhem
Nossas crianças
Que cuidem
De nossos pais
Que não nos
Tirem a esperança
Que a violência
Não vença a Paz!
(Sirlei L. Passolongo)

Foto de Camillinha

Ex Mortis

Ao telefone caminho, ouço uma voz de mansinho, a anunciar: Ele morreu. Então dou um sorriso, e paralisada, a desfaço em câmera lenta...
Sorriso desfeito, uso preto por hábito, para seguir a etiqueta. Passo o meu perfume e caminho para a Av. Angélica, sentido Cemitério do Araçá.
Mas na esquina famosa, Angélica x Higienópolis, os meus pés já não querem caminhar. Levanto o direito para a frente, mas para a direita ele insiste em ficar. O esquerdo com força movida, também sai destemida, para a direita então.
Paro, respiro, acendo o cigarro, sem lembrar que já tenho outro aceso na mão, e deixo-me movimentar aleatóriamente seguindo meus passos. Jogo um dos cigarros no chão, ao primeiro olhar e ao falar da senhora: vício igual nunca vi.
Meus pés me conduzem, e o coração acelera, até a perfeita visão.
São pelo menos trezentos outros como ele, que vejo na tarde de shopping, uma multidão.
Só então compreendo, que quero sua imagem viva, ainda que na memória para sempre, a sorrir, simplesmente ou de forma forçada, para mim.
Que enterro que nada, nunca velar o amado, eis uma grande lição.
Caminho no shopping, tarde inteira, sorrindo para os moços faceiros, sorveteiros,pipoqueiros.
Quem disse que não há vida após a morte, quem disse que não somos fortes, que imortalidade não há?
Vejo-te inteiro onde quero, rompendo todo o mistério, do interior de um caixão.
E danço demasiada, toda enlutada, de uma cor de dor.
Ganho cachecóis pois é frio, e os homens de verdade, só por caridade, tentam me cobrir. Verde, azul, rosa, roxo, amarelo, infinita caixa de lápis de cor.
Já não tenho o preto na veste, sou arco íris celeste, pós chuva, em dia de calor.
Hoje tua memória é varal, multicolorido afinal, que sequer é um adeus, pelo silêncio e pelo tu, tu, tu, tu... do telefone após anunciar... morreu "tu"!

Foto de Nuzzy Mattos

DESEJO!

Desejaria a morte
que a própria sorte,
queria eu sentir o tempo,
viver ao vento observando
teus passos,tuas ações.
Desejaria agora a vida,
e um sentimento que não desatina...
Perceber teu corpo,
como a lágrima que percorre
meu rosto.
Queria eu apenas um segundo,
para ser livre,como uma borboleta
ao sair do casulo.
dessa forma te amaria sem culpa sem tormento embora fosse apenas por um momento.

Nuzzy Mattos.

Foto de TrabisDeMentia

Quando eu morrer

Quando eu morrer...
Que seja sem aviso,
Que seja breve e bem longe de olhares.
Porque eu não quero ter que ouvir de alguém o tempo que me resta.
Um,
Dois,
Três meses para viver á pressa.
Não!
Que seja breve!
Não quero ter tempo para despedidas,
Telefonemas consecutivos,
Ter a pressa,
De novo a pressa,
De contar aos amigos.
Não quero ter que pedir á minha esposa
Que cuide bem dos meus filhos,
Que arranje um marido.
Não quero ter que reuni-los
E um a um lhes fazer um pedido.
"Cuida dos teus irmãos".
Não quero ir assim,
Escondendo aos netos.
Não quero ter que ouvir os talheres á mesa,
O silêncio,
Ver lábios tremendo,
Olhares desviando.
Não quero ter a família me limpando a casa,
Fazendo o pouco que podem fazer por mim.
Não!
Não quero ficar olhando para a televisão,
Vendo o jogo da jornada,
A novela que já não diz nada,
Sentir o quanto insignificante tudo se torna de repente.
Ver o meu futuro.
Não, não quero ter que ir trabalhar para pagar
Os medicamentos e cada prego do meu caixão.
Não quero chegar á terceira semana de "vida" em que tudo é caimbrã,
Em que o ar não chega e a dor não passa
E pedir morfina,
Cura e sentença.
Meter cunha e pedir ao filho
Que a vá buscar á pressa.
Pois há pressa.
Ver meu amigo condoído,
Chorando,
Me injectando,
Consciente do perigo.
Ambulâncias.
Noite que nem imagino.
Madrugada.
Premonição.
Dia de visita.
Desorientação.
"Senta-te".
"O Pai morreu".
Como pode?
Não!
Não quero isso!
Quero morrer bem longe.
Que ninguém me encontre.
Não quero voluntários para reconhecer meu corpo.
"Meu Deus! Pai?!"
Pra quê?
Não!
Não quero velório.
Fato velho e caixão pobre.
Onde tudo é amarelo, algodão e morte.
Onde o silêncio só se quebra com uma mão no peito (como que cobrando vida)
E o choro de um adulto.
Foto em café,
Hora marcada,
Gente de pé,
A corda levando,
Uma mão de terra,
Uma pá de terra,
Dez pás de terra,
Um monte inteiro de terra pelas mãos de um estranho,
A pedra tapando,
As flores rodeando,
O regresso a casa,
Um nó me apertando,
A roupa dobrada,
A parteleira meia de leite vitaminado,
(Que não serviu para nada)
Um sem fim de saudade
A lágrima que não me lembro de ter chorado.

Foto de Ana_Luar

Amo-te

Amo-te!
Sem enfeites, nem disfarces
Amo-te!
Do jeito seguro
Que se ouve nas canções de amor
Amo-te!
Com o mesmo amor
Com que folheio um livro.
Com paixão
Com entusiasmo
Com vontade de te ler
Amo-te!
Porque gosto de te amar
Amo-te!
Sem vergonha,
Sem ilusões,
Amo-te!
Na paixão
Que me atinge o corpo
Amo-te!
No tesão
Que o mesmo implora
Amo-te!
Porque em ti, tudo é natural
Elegante, perfeito, minucioso
Amo-te!
Quando unimos os corpos
E o prazer de nos possuir-mos
É a delícia infinita
De quem conhece o amor
Amo-te!
Na harmonia de um sorriso
Ou no reflexo da raiva.
Amo-te!
Preto no branco
No tudo e no nada
Na escuridão ou na luz.
Entre sussurros e gritos
Amo-te!
No êxtase máximo da posse
Um sem o outro não é amor
Juntos somos o verbo
Eu amo-te!
Tu amas-me!
Queremo-nos!
Somos propriedade um do outro
O sangue que corre nas veias
O fogo que queima a alma
Amo-te!
Como símbolo do efémero
Que eu desejo guardar.
Amo-te porque sei que me amas
Amo-te porque és amor
Amo-te!
Na alegria
E na tristeza
Até que a morte nos separe

AMO-TE!!!

Foto de amante apaixonada

Saudades (repassando)

" Saudades é solidão acompanhada, é quando o amor não foi embora mas o amado já...
Saudades é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente q nos machuca, é ver o q não existe mais...
Saudades é o inferno dos q perderam, é a dor dos q ficaram para trás, é o gosto da morte na boca dos q continuam...
só uma pessoa no mundo deseja sentir saudades,
aquela q nunca amou. E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por qm sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.
E disso, eu não posso ser acusada:
vivi,
sofri,
me apaixonei.
Tudo que a vida me ofereceu, cofesso que vivi!!!"
PS:
estas palavras me veio por um jornal de Minas, e me falou em escrita bem descrita,o autor desconheço, espero q gostem. bjs

Foto de Antônio Antunes Almeida

O sonho

Sonhei, um dia com um homem,
Daquelas bandas que eu não sei contar!
Era um homem magro, de semblante triste,
Que chama o filho pra conversar.

Pediu que o menino se assentasse,
Bem pertinho pra escutar,
A história mais triste e cruel
Quem alguém possa imaginar.

Começou a conversar com o filho
E se pôs a tremular,
Pediu paciência ao garoto,
Pois era difícil até começar:

“Eu compreendo a sua revolta.
E sinto, também, que há muito tempo o perdi.
De nada, hoje, adiantará minha volta,
Pois o abandonei, quando mais precisava de mim.”

E o garoto amofinado,
Nem sabia o que falar!
Olhava firme no rosto,
Daquele que, há muito, deixou o lar.

E o pai, cabisbaixo e doente,
Sentindo dificuldade até pra falar,
Conta ao menino toda sua vivência e o que sente,
Vendo a vida a se exaurir e a morte a chegar.

“Eu era jovem, ainda,
Moço forte e sadio.
Procurei, então, batalhar,
Para ser alguém um dia."

Procurei vários empregos,
De mascate a cozinheiro.
Para mim nada servia:
Eu queria mesmo era ser fuzileiro.

Então, me engajei no exército,
Com toda convicção.
Queria ter no peito divisas,
Também muita condecoração.

Mas, com o passar do tempo,
As coisas vieram a se modificar.
Comecei a mandar nos outros;
Passei, então, a comandar.

Pra mostrar superioridade,
Comecei a espezinhar.
Ordenei, aos amigos de antes,
Que fossem os cavalos limpar.

Deixei a bondade um dia,
Para transformar-me em cruel.
Abandonei a Bíblia, o Rosário e a Cruz:
Eu era, então, um coronel.

Comecei a ver meu nome
Nos jornais, em todo lugar.
Senti ser mais do que rei,
Mandava nas armas, do ar, da terra e do mar.

Ordenei, assim, que se fizessem,
Genocídios, prisões e massacres.
Mandei prender jornalistas,
Gente pobre, advogados, freiras e padres.

Recordo, também, no momento,
Que mandei construir aviões.
Gastei uma fortuna, que não entendo,
Somente pra carregar munições.

Mandei fabricar navios de guerra,
Foguetes, torpedos, bombas e canhões;
Tive submarinos e tanques blindados em terra.
Eu era o homem que mandava nas nações!

Construíram, a meu pedido colúmbias,
Bomba “H”, de Neutrons, que maravilha!
Em “TNT”, a maior reserva do mundo,
Testes nucleares, em quase todas as ilhas.

Assinei convênio para fabricar reatores,
Experimentei a chuva amarela, nos viventes da serra.
Gastamos bilhões, em canhões de laser,
Enganei esse povo honesto, em nome da paz na Terra...

Lembro do desfilar de tanques e armamentos,
Esquadrilha da fumaça em todas as comemorações.
Pra que você tenha idéia, meu filho,
Esse dinheiro gasto, acabaria com a fome das nações!

Recordo dos relatórios que rubriquei,
Negando provimento para hospitais.
Hoje vejo, o monstro em que me transformei:
A dor e a fome são seqüelas,do que hoje não posso fazer mais.

Matar em nome da lei é fácil...
Somente sinto ter sido um assassino legalizado.
Com todas as prerrogativas que tive,
Matei, torturei, roubei e não fui incriminado...

E, hoje, aqui sentado,
Nada mais posso fazer.
Penso no ouro do cofre,
Que me deu tanto prazer.

Vejo, ainda, no canto do armário,
A velha bota encerada,
E penso, nas crianças que massacrei,
E nos órfãos das guerrilhas, que eu comandava...

E, agora, meu filho querido,
Só tenho a fazer-lhe um pedido:
Que perdoe com o coração,
Este seu velho inimigo.”

“Eu queria, nesta hora papai,
Abraçá-lo e amenizar suas dores,
Mas você me abandonou no berço, e viveu pra matar.
Então,o devolvo entre lágrimas,às suas metralhadoras.”

“Mas, de qualquer forma, lhe peço,
Antes deste câncer me eliminar,
Olhe bem pra estas divisas,
Que eu trouxe pra lhe mostrar.

Cada uma significa tristeza.
Quando penso, até começo a chorar...
Quantos homens inocentes morreram,
Pra que eu as conseguisse ganhar.

Por isso, mais uma vez,
Peço, de todo o coração:
Não seja como eu fui na vida.
Ame mais a seus irmãos.

Este Rosário e esta Cruz,
Que eu guardei, pra não lembrar,
Tem a imagem do único Homem, com poder realmente,
Mas que, preferiu morrer que usar.

E pra finalizar esta história,
Antes deste meu adeus,
Saiba meu filho, que esta lágrima que rola,
É o arrependimento de não ter amado a Deus...”

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